quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Lição 9 CPAD - 3° Trimestre 2015

 
3º Trimestre de 2015 / CPAD Adultos

Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Data: 30 de Agosto de 2015



TEXTO ÁUREO: Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção” (2Pe 2.12).
 
VERDADE PRÁTICA: O ensino da Palavra de Deus, de modo cuidadoso, pode evitar que a corrupção domine os corações dos salvos.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Apontar as características dos tempos trabalhosos.

II. Apresentar o apóstolo Paulo como exemplo de obreiro em tempos difíceis.

III. Conscientizar os alunos acerca do valor do ensino bíblico nesses tempos trabalhosos.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Professor, os dias não são fáceis para quem deseja servir a Jesus com humildade, sinceridade e fidelidade ao Senhor. São tempos que requer dos líderes, sobriedade, temperança, firmeza. A lição desta semana visa munir os alunos de conhecimento sólido do Evangelho de Cristo a fim de que eles, autonomamente, discirnam a corrupção desses últimos dias. Tal corrupção deve ser combatida por aqueles que têm a vocação ministerial para servir a Igreja de Cristo Jesus na terra. Incentive os alunos a desenvolverem uma consciência crítica em relação a tudo o quanto se mostra claramente contra o princípio do Evangelho de Cristo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

 
INTRODUÇÃO

Deus criou o homem bom e perfeito, mas ele pecou. Como resultado da Queda veio a morte e toda a sorte de corrupção. Na lição de hoje estudaremos a respeito dos pecados dos últimos dias. Sabemos que, infelizmente, a humanidade afastada de Deus, vem a cada dia se tornando mais e mais corrupta.

 
PONTO CENTRAL: Nesses tempos trabalhosos, o valor do ensino das Escrituras deve ser reconhecido e aplicado pelos verdadeiros obreiros do Senhor.

 
I. OS TEMPOS TRABALHOSOS

1. Nos últimos dias (v.1).
Paulo inicia o capítulo três falando a respeito da extrema corrupção dos últimos dias. O termo “últimos dias” não se refere somente ao fim dos tempos escatológicos, mas faz referência ao ataque gnóstico sobre a Igreja. O apóstolo mostra a Timóteo o grande desafio que é permanecer fiel ao Senhor em tempos difíceis, quando os falsos mestres parecem se multiplicar. Ele faz uma lista com as características dos falsos mestres, homens sem Deus. Vejamos algumas:

a) Amantes de si mesmos. São homens que buscam os seus interesses em primeiro lugar, antes de valorizarem os outros e a obra do Senhor. Eles não têm amor, pois o verdadeiro amor “não busca seus interesses” (1Co 13.5).

b) Avarentos. São amantes do dinheiro, fruto do seu egoísmo. Hoje, há falsos obreiros, que só pregam ou fazem a obra de Deus esperando receber bens materiais (1Tm 6.10).

c) Presunçosos, soberbos. São homens cheios de orgulho, de arrogância, que se julgam superiores aos outros. Sabemos que Deus abomina a altivez e que a “soberba precede a ruína” (Pv 6.16,17).

d) Blasfemos. Blasfêmia é ofensa verbal a Deus, porém, ela não se limita às palavras. Jesus ensinou que para a blasfêmia contra o Espírito Santo não haverá perdão (Mt 12.31).

e) Desobedientes a pais e mães e ingratos. São péssimos exemplos na família, pois não honram seus pais e mães (cf. Êx 20.12). São ingratos com Deus, os pais, os amigos, à igreja e todo ministério.

f) Profanos e sem afeto natural. São homens que não sabem amar, por isso não respeitam as coisas sagradas (Lv 19.8,12).

g) Irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes e cruéis. Nunca estão dispostos a perdoar e se reconciliarem. Cometem o crime de calúnia. Nas igrejas, esse crime é ignorado. Raramente se pune um caluniador. Não sabem conter-se, não tem autocontrole, nem domínio próprio. São pessoas impiedosas, desumanas.

 
2. Falsa aparência (v.5).

Muitos vão à igreja, tem o linguajar de crente, se vestem como crentes, porém suas atitudes não condizem com a Palavra de Deus. Paulo adverte quanto a estes que querem viver apenas de aparência, enganando e sendo enganados. Porém, haverá um dia em que eles terão que prestar contas ao Senhor. Estes podem enganar a liderança e os crentes, mas jamais enganam a Deus. O Senhor conhece aqueles que são seus.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): O apóstolo Paulo descreveu as características malévolas dos dias trabalhosos.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Caro professor, nesta oportunidade, você pode usar o artigo do subsídio para Lições Bíblicas da Escola Dominical, da Revista Ensinador Cristão (p.40) deste trimestre. O prezado professor poderá usá-lo para uma leitura reflexiva após a exposição do tópico primeiro ou pode igualmente usá-lo como introdução ao tópico para iniciar a lição. A ideia para a exposição deste tópico é que fique bem claro para os alunos a descrição que o apóstolo Paulo fez acerca dos falsos mestres. Por isso, abra esse tópico de maneira a aguçar a curiosidade dos alunos com questões como: “Dê exemplos de uma pessoa amante de si mesma”; “O que é uma pessoa avarenta?”.

 
II. PAULO, UM EXEMPLO DE OBREIRO EM TEMPOS DIFÍCEIS

1. Um obreiro exemplar (v.10).
Paulo exorta Timóteo a fim de que ele perseverasse na sã doutrina e sempre procurasse pregar a Palavra de Deus em todas as ocasiões. Como líder, Paulo era um exemplo a ser seguido pelos demais pastores e por toda a igreja. Ele era um seguidor autêntico de Jesus, na proclamação do evangelho e da doutrina de Cristo.

 
2. Modo de viver.

Muitos exortam, ensinam e pregam com muita desenvoltura, todavia, na prática não vivem aquilo que transmitem nos púlpitos. Paulo não somente ensinava, mas sua vida era um testemunho vivo do poder transformador do Senhor Jesus Cristo. Com toda autoridade, ele podia afirmar: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam” (Fp 3.17).

 
3. Intenção, fé longanimidade e amor.

A intenção de Paulo não era se promover, mas promover o Evangelho de Cristo. Seu desejo era ganhar almas para Cristo. Ele era um homem de fé, por isso, pôde suportar todos os embates, combates e sofrimentos por que passou durante o seu ministério. A fé nos faz vencer os embates do ministério.
Ser longânimo é ter paciência para suportar os fracos, os defeituosos, os problemáticos (Gl 5.22). O líder precisa cultivar esse dom, especialmente o amor. Paulo não só falou e ensinou, mas deu exemplo do que é ter amor. Na sua epístola de 1 Coríntios, ele dedica o capítulo 13 inteiro para falar a respeito da suprema excelência do amor.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O apóstolo Paulo é um exemplo de vida piedosa exemplar para vivermos esses dias trabalhosos.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Outro exemplo que pode auxiliá-lo a mostrar o quanto um homem de Deus pode ser um modelo para o povo escolhido do Senhor, com o objetivo de estimular ao povo a viver na presença de Deus, é apresentarmos o contexto do profeta Malaquias. Igualmente ao do apóstolo Paulo, o profeta Malaquias vivia num contexto hostil aos valores do Eterno. Mas a vida do profeta foi capaz de demonstrar “que Deus sempre amou seu povo, dizia Malaquias, mas este nunca havia assimilado a profundidade deste amor, e na verdade retribuía-o com desonra e desobediência (Ml 1.6-14). Tudo isto pode ser visto na própria indiferença do povo para com as ofertas, pois enquanto se empenhavam em importar o melhor para suas próprias casas, os sacrifícios eram da pior espécie, com animais cegos e doentes. Os próprios sacerdotes se voltavam contra Deus, violando abertamente o compromisso de levitas (Ml 2.8). Além disso, muitos judeus tinham se divorciado de suas mulheres, sinalizando assim seu descaso para com os ensinamentos das Escrituras (Ml 2.10). Como resultado, o Senhor enviaria seu mensageiro messiânico para purgar o mal enraizado no coração do povo e purificar um remanescente que andaria diante da presença do Senhor em verdade” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.548,49). Lembre aos alunos que o nosso Deus conta com as nossas vidas para sermos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16) numa geração hostil à vontade do Senhor.

 
III. O ENSINO DA PALAVRA DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS

1. O valor do ensino bíblico.
Na atualidade é imprescindível que os líderes invistam recursos e tempo no ensino da Palavra de Deus. Somente o ensino bíblico ortodoxo conduz o homem à santidade e à santificação (Sl 119.105; Rm 15.4; 1 Co 4.17). O ensino da Palavra de Deus é instrução que leva o homem a viver de modo justo e digno. Nesses tempos difíceis em que estamos vivendo necessitamos de líderes dedicados ao estudo e ensino das Escrituras Sagradas.

 
2. Combatendo o “espírito do Anticristo” com a Palavra de Deus.

Vivemos tempos difíceis, porém, sabemos que o Anticristo ainda não está no mundo, mas muito de seus seguidores já se encontram em plena atividade, inclusive realizando sua obra satânica de oposição a Cristo e a sua Igreja. Assevera-nos a Bíblia: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos [...]” (1Jo 2.18). Observe alguns dos “instrumentos” utilizados por Satanás nesses últimos dias contra o rebanho do Senhor:

a) O relativismo. O relativismo moral domina o pensamento na atualidade. Em nome de um falso pluralismo, e do “respeito às diferenças”, o Diabo vem convencendo as pessoas de que nada é errado, tudo é relativo.

b) Leis infames. Leis que criminalizam e preveem a prisão daqueles que usam textos da Bíblia para falar contra o homossexualismo. Leis que querem legalizar o uso de drogas e a prática do aborto.

 
3. A Palavra de Deus e seus referencias éticos.

As leis de muitos países favorecem a imoralidade e a falta de ética na sociedade. Muitas delas são estabelecidas sob a égide de filosofias materialistas, relativistas e pluralistas. A Palavra de Deus, todavia, trás em seu âmago referenciais éticos e morais para a plena felicidade das famílias em qualquer civilização. Os que rejeitam esses referenciais ficarão perdidos, inseguros, sem rumo e orientação. O resultado disso é a tragédia moral que vem se abatendo, especialmente sobre a família, e a sociedade como um todo.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): O ensino da Palavra de Deus tem o valor de combater o “espírito do Anticristo” e promover os referenciais éticos do Reino de Deus.

 
SUBSÍDIO DE TEOLOGIA PASTORAL

Conservando a sã doutrina e Manifestação do Espírito Santo
O que acho alarmante é o número crescente de pastores e igrejas que estão caindo vítimas desta mentalidade de ‘especialidades’. Muitas igrejas parecem só se envolverem em determinadas áreas ministeriais nas quais ou têm prazer ou acham particularmente fáceis. Temos igrejas da ‘Palavra’, igrejas do ‘louvor’, igrejas do ‘fogo e enxofre’, igrejas da ‘família’, igrejas do ‘discipulado’, e a lista prossegue sem fim. Em resposta a muitas pessoas feridas, cujas necessidades ou problemas não se ajustam em uma especialidade em particular, muitas igrejas teriam a dizer: ‘Desculpe, não fazemos esse tipo de serviço aqui’. Nestes últimos dias, a igreja precisa ser lugar de cura e refúgio para todo aquele que precisar — pouco importando qual seja a necessidade. Temos de insistir em ser uma igreja equilibrada. Podemos e devemos redescobrir que temos a imutável sã doutrina da Palavra de Deus e que ainda fluímos com o vento e a espontaneidade do Espírito” (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas E.; TRIPLETT, Loren (et al). Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1999, pp.633-34).

 
CONCLUSÃO

Vivemos tempos difíceis, por isso, precisamos nos voltar para a Palavra de Deus. Ela é um guia seguro para conduzir o crente neste mundo de trevas morais e espirituais. A Igreja do Senhor Jesus é formada de pessoas que são “sal da terra” e “luz do mundo”. Portanto, sejamos exemplo para esta sociedade pós-moderna.

 
PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

1° Paulo inicia o capítulo três falando a respeito de qual assunto?
Resp: Paulo inicia falando a respeito da extrema corrupção dos últimos dias.

 
2° O termo “últimos dias” se refere somente aos tempos escatológicos?

Resp: O termo “últimos dias” não se refere somente ao fim dos tempos escatológicos, mas faz referência ao ataque gnóstico sobre a Igreja.

 
3° Quais as características principais dos falsos mestres?
Resp: Amantes de si mesmos; avarentos; presunçosos, soberbos; blasfemos, etc.

 
4° Segundo a lição, qual era o verdadeiro propósito de Paulo?
Resp: Promover o Evangelho de Cristo.

 
5° Quais são os “instrumentos” utilizados por Satanás nesses últimos dias?
Resp: O relativismo e Leis infames.

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A corrupção dos últimos dias
“Amantes de si mesmos”; “avarentos”; “presunçosos, soberbos”; “blasfemos”; “desobedientes a pais e mães e ingratos”; “profanos sem afeto natural”; “irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes e cruéis”; “sem amor para com os bons”; “traidores”; “obstinados”; “orgulhosos”; “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”; “tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”: esta é a lista que o apóstolo Paulo deu a Timóteo para que o jovem pastor soubesse discernir os falsos líderes dos verdadeiros.

As características dos falsos ensinadores revelam pessoas que são capazes de fingir uma “capa de piedade”, mas ao mesmo tempo, internalizar um coração duro, sem qualquer respeito com a dignidade humana e com as pessoas que fazem parte do Corpo de Cristo. Seu olhar só se desvia em direção de quem lhe possa beneficiar. Por isso, tal pessoa procura cercar-se de pessoas importantes, com um status quo vantajoso, pronto para beneficiá-la em tudo o que for possível.

Caro professor, você percebeu que tais características, descritas pelo apóstolo, parecem ser notícias do jornal do dia? Não são poucos os exemplos de desrespeito com as coisas de Deus e com as “ovelhas” que fazem parte do rebanho do Senhor. Diante disso, você pode se perguntar: O que fazer? A resposta do apóstolo para essa pergunta está no versículo 5: “destes afasta-te”.

Se lermos o Evangelho e atentarmos para o conselho de Jesus Cristo: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis [...]” (Mt 7.15,16a); bem como o do apóstolo Pedro: “por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas” (2Pe 2.3); perceberemos que, implicitamente, o conselho evangélico e apostólico nos adverte a discernir o “falso profeta” do verdadeiro para nos afastarmos daquele.
Ora, quem ler e compreende as mensagens de Jesus para guardar a sua alma desses “absurdos” realizados em nome da fé, não tem alternativa, senão, a de declarar enfática, curta e objetivamente o que o apóstolo Paulo afirmou: “afasta-se”. Afasta-se desses falsários para guardar a sua alma da incredulidade. Afasta-se desses que usam o Evangelho para se auto beneficiar, a fim de beneficiar-se da graça de Deus. Não empreste os seus ouvidos e nem o seu coração para quem só tem a avareza e a soberba como suas companheiras. Afasta-se, para salvar a sua alma disso tudo!

 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Lição 8 CPAD - 3° Trimestre 2015

 
Lições Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Data: 23 de Agosto de 2015
 



TEXTO ÁUREO: Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade(2Tm 2.15).

VERDADE PRÁTICA: O obreiro aprovado por Deus tem as marcas do Senhor Jesus Cristo.

OBJETIVO GERAL: Contrastar o obreiro aprovado e o “vaso de honra” com os falsos mestres.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 
I. Apresentar a pureza e a humildade do obreiro aprovado por Deus.

II. Explicar as expressões “vaso de honra” e “vaso de desonra”.

III. Propor uma postura ministerial equilibrada.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Caro professor, nesta lição estudaremos o capítulo 2 da segunda Epístola de Timóteo.
É importante que você faça uma apresentação panorâmica do capítulo dois à luz de todo o conteúdo da epístola de Timóteo. Lembre-se de que o objetivo desse trimestre é expor o texto bíblico das cartas pastorais. De modo que o conteúdo geral das três epístolas deve ser estudado com o auxílio de uma boa Introdução ao Novo Testamento e um bom Comentário Bíblico do Novo Testamento.
Uma informação importante para preparação do seu plano de aula é a informação de que no capítulo 2, dos versículos 1 a 18, o apóstolo Paulo faz dois contrastes: obreiro aprovado x falsos mestres; vaso de honra x vaso de desonra. Estes dois encontros de personalidade, na igreja local, permeariam o relacionamento dos crentes, de modo que o objetivo do apóstolo é orientá-los em como se portarem diante de tal realidade.

 
INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos alguns temas importantes que são relatados no segundo capítulo da Segunda Carta de Paulo a Timóteo. Paulo fala, além do que vimos na Leitura Bíblica em Classe, a respeito do obreiro aprovado e dos vasos de honra na Casa do Senhor (2Tm 2.19-21). Ele faz um contraste com os falsos mestres que tanto prejudicavam a obra do Senhor em Éfeso.
Que sejamos sempre vasos de honra, servindo ao Senhor com amor e zelo, a fim de que muitas vidas sejam ganhas para o seu Reino e que sua Igreja seja edificada.

 
PONTO CENTRAL: O obreiro aprovado por Deus é equilibrado, vivendo em pureza e humildade diante do Senhor e diante dos homens.

 

I. OBREIROS APROVADOS POR DEUS

1. Pregam e ensinam sem engano.
Paulo nunca usou de engano em suas pregações, diferente de alguns falsos mestres de sua época que pregavam e ensinavam com argumentos falsos e logro. É preciso ter muito cuidado com os “lobos” vestidos de ovelhas, que andam a enganar os crentes incautos, sob a capa de “muito espirituais”. Paulo exortava a igreja através da mensagem do evangelho, mostrando-lhes as verdades desconhecidas. Para os novos crentes ele tornou conhecido o “mistério de Deus” — Cristo (Cl 2.2). Paulo era um líder zeloso que levava a mensagem de modo claro, obedecendo à revelação que recebera do Senhor. Aliás, era esse também o cuidado dos demais apóstolos (1Jo 4.6; 2Pe 1.16).

2. Pregam com pureza.
Paulo pregava por amor a Cristo. Jesus era o seu alvo. Atualmente, há muitos falsos obreiros que só visam lucro e bens financeiros. Estes se aproveitam da fé dos fiéis para obter ganhos. Na primeira carta a Timóteo, Paulo coloca como um dos requisitos para aqueles que almejam o ministério pastoral, não ser “cobiçoso de torpe ganância” (1Tm 3.3). Pedro também exortou que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5.2). O obreiro aprovado não visa lucro material, pois sabe que a sua recompensa vem do Senhor.

3. Não buscam a glória de homens.
“E, não buscamos glória dos homens [...]” (1Ts 2.6). Quando Paulo estava com os tessalonicenses, ele afirmou que não buscou o elogio deles. Infelizmente muitos buscam glória para si. Estes são movidos a elogios e bajulações. Isso é um perigo para o ministério pastoral e para qualquer servo ou serva de Deus. Tem pregadores e mestres que não aceitam convite para falar para um pequeno auditório. Só se sentem bem se estiverem diante de grandes plateias, pois querem ser vistos pelos homens e não abençoar as pessoas. O obreiro aprovado pelo Senhor busca apontar tão somente o Senhor, e não ele mesmo.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): O obreiro aprovado por Deus prega e ensina sem engano, com pureza e humildemente, buscando sempre a glória de Deus.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, após fazer uma ou duas leituras desse primeiro tópico (refiro-me a leitura pessoal de estudo da lição, não em classe), medite na seguinte reflexão acerca da pregação, a fim de internalizar mais a ideia do que representa um arauto do Rei, o pregador do Evangelho: “São inúmeros os requisitos exigidos de um bom mensageiro de Jesus Cristo, uma vez que desempenha o papel de arauto do Rei”. Por outro lado, para que lhe demos tão alto qualificativo (de bom pregador), precisa ele preencher certas exigências indispensáveis. Entre outras, que possua grande piedade, e seja homem de oração, portador de dons naturais, cultura — geral e específica — e habilidades, especialmente na Palavra de Deus; que ame ao Senhor e às almas; que tenha vida espiritual plena, pois o batismo no Espírito Santo é ponto de partida e imprescindível.
Íntima comunhão com Deus. Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador ligado com o Céu e ‘as coisas que são de cima’ (Cl 3.1). Só assim conseguirá levar uma vida de oração, consagração e fé, procedimentos indispensáveis a um homem de Deus. Haja em seu interior a chama divinal, grande amor pelas almas e profundo desejo de conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus, que é a mensagem a ser pregada para alimentar tanto a sua alma quanto a de seus ouvintes (1Tm 4.16). Se o desejo de Deus é a salvação das almas também deve ser esta a vontade do pregador, seu mensageiro. Como depositário do conhecimento da Palavra e intérprete do divino querer, deve esforçar-se para desincumbir-se fielmente de tão sublime missão. Para isto, naturalmente, precisa ser cheio do Espírito Santo. “Com dom inefável, sua palavra será cheia de graça e poder, capaz de apontar a todo viajor o caminho da vida — Jesus Cristo” (DANTAS, Anísio Batista. Como Preparar Sermões: Dominando a arte de expor a Palavra de Deus. 22ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.23).

 
II. DOIS TIPOS DE VASOS (2.20,21)

1. Vasos de honra (2.20).
Paulo estava preocupado com a situação confusa que prevalecia na igreja em Éfeso. Ele então usa a analogia dos vasos para mostrar que na igreja existem pessoas sinceras e obedientes aos ensinos de Cristo (vasos de honra). Estes adornavam e adornam a Casa de Deus, com sua santidade e pureza. Deus deseja usar este tipo de vaso, limpo e sem contaminação. Tem você sido um vaso de honra na Casa do Senhor? O crente deve ter uma vida irrepreensível. Isso só é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé.

2. Vaso de desonra.
Quem são estes? Paulo estava se referindo aos falsos mestres, Himeneu e Fileto (2.17). Himeneu também foi mencionado em 1 Timóteo 1.20. Podemos igualmente afirmar que são os crentes infiéis, que causam problemas e escândalos na Casa do Senhor. Os vasos de honra são “o trigo” e os “vasos para desonra” são o “joio” a que se referiu Jesus (Mt 13.24-30).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Na igreja local, há dois tipos de vaso, de honra e desonra.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

A próxima analogia de Paulo diz respeito à variedade de artigos em uma próspera casa antiga. Existem artigos caros, como os vasos ‘de ouro e de prata’; mas existem também aqueles que são baratos, como os vasos “de madeira e de barro”. Alguns servem ‘para honra’, para propósitos nobres, como por exemplo, para serem admirados pelos convidados durante os banquetes; alguns servem ‘para desonra’, a propósitos humildes, comuns, como conter o lixo que será eliminado. A metáfora era comum na antiguidade, tanto no Antigo (Jr 18.1-11) como no Novo Testamento (Rm 9.19-24), mas a aplicação do apóstolo neste contexto é nova.
A expressão ‘De sorte que’, no início do verso 21, liga a aplicação desta analogia ao verso 19, que diz que ‘qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade’, ‘Se alguém se purificar destas coisas’ — do reino do ignóbil, ou seja, do falso ensino — essa pessoa ‘será [um] vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra’. Somente o vaso ‘santificado e idôneo’, nobre e honorável é que possui o mais elevado valor. O que importa não é o valor dos vasos ou do material de que são feitos, mas o conteúdo de cada um. “Então, a fim de se enquadrar nesse perfil, cada um deve ser ‘santificado’, isto é, separado para os propósitos sagrados, afastando-se dos ensinos e da prática do mal” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. R: CPAD, 2004, p.1495).

 
III. REJEITANDO AS DISSENSÕES E QUESTÕES LOUCAS

1. Rejeitando “questões loucas”.
O que eram as “questões loucas”? Eram as questões levantadas pelos falsos mestres, que traziam confusão e não edificavam ninguém (1Tm 1.3,6,7). O obreiro deve rejeitar questionamentos que não edificam (2Tm 2.23). Atualmente, muitos estão levantando indagações que em nada vai edificar a fé dos irmãos. Outros, ainda estão cometendo o terrível pecado de adicionar, subtrair e modificar partes das Escrituras. A Palavra de Deus é completa e infalível e não precisa de quaisquer acréscimos ou revisões em seu conteúdo e mensagem.
Há, em nossos dias, diversas “novas teologias” que precisam ser combatidas pela liderança, pois agridem diretamente a mensagem bíblica.

2. Não entrando em contenda.
“E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos aptos para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24). Paulo exorta a Timóteo a fim de que ele não contendesse com os falsos mestres, pois brigas e discussões são obras da carne e envergonham a Igreja do Senhor. Uma pessoa espiritualmente cega não pode ser convencida de seus erros pela força. Pregamos e ensinamos, mas só o Espírito Santo podem convencê-las dos seus erros.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): A natureza dos demônios declara que eles são seres criados, limitados, espirituais, malignos e imundos.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Caro professor, o princípio destacado neste tópico é importante para fazermos uma autocrítica em nossa jornada no magistério cristão. Quantas vezes perdemos tempo com temas sem importância, por exemplo, coisas como “o tamanho da arca de Noé”, “o cumprimento da roupa do sacerdote”, etc.? E muitas vezes não nos apropriamos do princípio da Palavra. Um exemplo clássico são as parábolas de Jesus. Quando deveríamos, por exemplo, na parábola do filho pródigo, focar o princípio do reconhecimento da miséria humana e de seu pecado e de um verdadeiro arrependimento, gastaram tempo no comportamento do irmão mais velho, da postura do pai, etc. Por isso, é importante estudarmos bem qualquer passagem bíblica a fim de termos o pleno domínio sobre o que é essencial ensinarmos e o que são informações secundárias.

 
CONCLUSÃO

Na administração das igrejas, por vezes, surgem conflitos de ordem espiritual e doutrinária. Por isso, os líderes precisam de preparo bíblico e teológico. Como obreiros aprovados devem conduzir o rebanho do Senhor. Seja você um vaso de honra na Casa de Deus.

ARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

1° Segundo a lição, quais as duas características do obreiro aprovado?
Resp: Obreiros que ensinam sem engano e com pureza.

 
2° O que motivava Paulo a pregar o Evangelho?
Resp: A motivação do apóstolo Paulo era pregar o Evangelho por amor dos santos (2Tm 2.9).

 
3° Qual era o alvo de Paulo?
Resp: Jesus Cristo (Fp 3.13-14).

 
4° De acordo com a lição, o que visam os falsos obreiros?
Resp: Enganar os incautos com argumentos falsos e logro.

 
5° Quais os dois tipos de vasos citados por Paulo?
Resp: Vaso para honra e para desonra.

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 
Aprovados por Deus em Cristo

Caro professor, a Escola Dominical é uma grande parceira do Evangelho na formação do caráter de cada crente que a frequenta. Além de preparar pessoas para seguirem Jesus, a Escola Dominical prepara oficiais, pessoas que vão ministrar à igreja local. Por isso, prezado professor, tenha a clareza que os alunos a quem você ministra poderão tornar-se pastores, missionários, principalmente, pregadores da Palavra, segundo a vocação que eles forem chamados.
Atualmente, é notório que a Igreja Evangélica Brasileira vive uma crise nos púlpitos. As mensagens neles expostas, na sua maioria, são antropocêntricas, de autoajuda, barganhistas, apresentando um Deus que “comercializa” bênção com os homens, sem compromisso com a Bíblia, isto é, lê-se o texto bíblico sem o compromisso de explicá-lo corretamente e fazer a sua devida aplicação. Por isso, nesta lição é importante você destacar a característica de uma boa pregação. Além do compromisso pessoal do pregador, há uma necessidade de formarmos na mente e no coração dos nossos jovens e adolescentes a cultura da boa pregação. Ainda que eles não sejam chamados por Deus a serem os seus arautos, formaremos ouvintes que saibam distinguir o bom do ruim, o cristocêntrico do antropocêntrico etc.
Basicamente, a pregação que glorifica a Deus confronta o caráter do ser humano. É uma pregação descompromissada com as barganhas e dissimulações do nosso tempo. Era a tal postura que Paulo se referia quando disse: “instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm 2.25).
Ler o texto, “explicar” o texto e “aplicar” o texto é o trabalho objetivo de todo arauto de Deus. Mas para isso, exige-se dele uma profunda disciplina pessoal para o estudo. Estude a pregação e a tradição dos puritanos (você pode encontrar um rico material na internet), mergulhe no mundo da Bíblia e na cultura do seu tempo e cultive uma vida de oração e devoção a Deus. Assim começa nascer o arauto do Senhor.
As pessoas andam aflitas esperando algo da parte de Deus para cultivar uma vida cristã autêntica. A pregação da Palavra ainda é o meio pelo qual o Altíssimo fala, orienta e conduz seu povo. Por isso, no segundo capítulo de 2 Timóteo, o apóstolo Paulo condenou os obreiros que perdem o seu tempo com aquilo que é “comezinho”, que traz somente confusão e contenda e em nada edifica ou constrói, pelo contrário, “a palavra desses roerá como gangrena”.