Lições Bíblicas CPAD / Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo
de todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis
Comentarista:
Claudionor de Andrade
TEXTO ÁUREO: “[...] Que nos amemos uns aos outros. Não
como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]” (1Jo 3.11,12).
VERDADE PRÁTICA: Quem ama de
verdade não se deixa dominar nem pela inveja nem pelo ódio.
OBJETIVO GERAL: Conscientizar dos perigos de se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar porque Caim era do maligno;
II. Compreender porque Deus rejeitou o sacrifício de Caim;
III. Explicar que ódio e a inveja de Caim o levaram a matar seu
irmão.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O
capítulo 4 do livro de Gênesis nos mostra que o pecado de Adão e Eva não afetou
somente eles, mas trouxe sérios infortúnios para seus descendentes. A história
do pecado de Caim, muito se assemelha a de seus pais, pois podemos ver um ato
de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença
divina sobre o pecador (4.16).
Caim
tinha um coração mau, dominado pelo ódio e a inveja, por isso, teve o seu
sacrifício rejeitado. Deus não olhou e não olha para a oferta em si, mas o mais
importante é o coração do ofertante, por isso, Jesus declarou: “Portanto, se
trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te
primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24).
Jamais poderemos comprar a Deus ou impressioná-lo com as nossas ofertas, pois
tudo que existe nos céus e a Terra pertence ao Senhor. Ele é o dono da prata e
do ouro. Sejamos fiéis ao Senhor em nossas ofertas, mas que jamais venhamos a
permitir que nossos corações sejam contaminados pelo pecado.
INTRODUÇÃO
O capítulo 4 de Gênesis
apresenta a triste história do primeiro homicídio da Terra. Caim, o primeiro
homem nascido de mulher, matou o próprio irmão depois que teve sua oferta
recusada por Deus. O que deveria ser uma ocasião de ações de graças enlutou a
família de Adão. Caim demonstrou, dessa forma, que era do maligno, que tinha um
coração e atitudes que desagradavam a Deus.
PONTO
CENTRAL: O coração de Caim era mau, por
isso, Deus rejeitou a sua oferta.
I. CAIM,
SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A
semente da mulher.
O nascimento de Caim foi
acolhido com ações de graças a Deus. Ao contemplar o filhinho, exclamou Eva:
“Alcancei do Senhor um varão” (Gn 4.1). Eva considerou que seu primeiro filho
foi um presente de Deus. A seguir, nasceu Abel, o segundo filho, e a partir daí
a narrativa bíbica vai apresentar as profissões de cada um dos irmãos: Caim se
tornou um lavrador, e Abel, um pastor.
Satanás, pelo que inferimos
dos fatos, não teve muito esforço em aliciar o primeiro filho de Adão. Dessa
forma, Caim entra para a História Sagrada como o primeiro discípulo declarado
do Diabo, cuja lista seria longa e enfadonha: Faraó, Herodes, Stalin, e alguns
contemporâneos nossos.
2. O
agricultor.
Já homem feito, pôs-se Caim a
trabalhar a terra, conforme o Senhor havia ordenado (Gn 1.26-28). E, pelo que
depreendemos, ele foi muito bem-sucedido como agricultor. A Terra, embora
amaldiçoada pela transgressão de seu pai, não lhe negou colheita alguma. Solo
arável não lhe faltava naquele mundo sem fronteira.
3. A
apostasia de Caim.
Apesar de seu sucesso
profissional, Caim não se voltou a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23).
Antes, deixou-se cooptar pelo Diabo. Este, sempre oportunista, fez daquele
jovem o seu principal aliado, objetivando frustrar a redenção da humanidade.
Mas Satanás estava enganado.
Embora sagaz, pouco sabia dos reais planos de Deus para a nossa salvação.
Enquanto isso, ia o jovem Abel tangendo o seu gado na graça divina.
SÍNTESE DO
TÓPICO (I): Caim entrou para a história de uma maneira triste, ele se tornou o
primeiro homicida da humanidade.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A história dos primeiros dois
rapazes nascidos a Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da
unidade familiar. Caim e Abel, tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim
gostava de trabalhar com plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos
tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram
sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura não
quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos
sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta fica
evidente à medida que a história se desenrola. A primeira pista aparece quase
imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A
preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o
‘número um’.
O Senhor não estava ausente na
hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou
diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava
em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento,
e está em contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de
uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era
levar Caim à introspecção e ao arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2005,
p.43).
II. O CULTO
DE CAIM
A Escritura diz que, passado
algum tempo, Caim e Abel trouxeram, do fruto do seu trabalho, uma oferenda ao
Senhor.
1. O
sacrifício rejeitado.
“E aconteceu, ao cabo de dias,
que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor” (Gn 4.3). É provável
que ele tenha aprendido a cultuar a Deus com o seu pai, Adão, pelo menos,
exteriormente. Do fruto de sua colheita, separou uma oferta ao Criador. Podem
ter sido frutas, legumes ou cereais, oferendas válidas (Lv 23.10).
Abel também pôs-se a cultuar o
Senhor, oferecendo-lhe as primícias do rebanho (Gn 4.4). Diz o texto sagrado
que Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas rejeitou o de Caim (Gn 4.5). O
problema não estava na oferta, mas no ofertante. Tanto a oferta de animais,
como a de frutos da terra, eram igualmente aceitáveis no culto divino. Não nos
esqueçamos de que o Senhor viria a reprovar até mesmo a oferta animal ao
tornar-se esta formal e impiedosa (Jr 6.20).
2. A
atitude interior reprovada.
Por que o Senhor reprovou o
sacrifício de Caim? Porque o seu culto não passava de uma mera formalidade.
Como se não bastasse, apresentava-se a Deus com a alma tomada pelo ódio.
Naquele instante, indaga-lhe o Senhor: “Por que te iraste? E por que descaiu o
teu semblante?” (Gn 4.6). Por esse motivo, recomenda-nos Paulo: “Quero, pois,
que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem
contenda” (1Tm 2.8).
Na Igreja de Deus não pode
haver espaço para homens iracundos e contenciosos, que farão da obra do Senhor
uma causa de ganho pessoal. Deus não se agrada de pessoas que agem dessa forma.
3. O pecado
sempre presente.
Se Caim o quisesse, poderia
reverter aquela situação, dominando o seu coração homicida. Eis o que lhe
aconselha o amoroso Deus: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se
não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele
dominarás” (Gn 4.7).
Caim racionaliza o seu pecado.
Recusando-se a fazer o bem, permitiu que Satanás lhe tornasse mal o coração.
Neste, o homicídio foi um processo que, germinado pela inveja, frutificou numa
ira assassina (Tg 1.13-15). Se não quisermos pecar contra Deus, não permitamos
que o pecado nos germine na alma. Arranquemos, pois, as ervas daninhas que
Satanás nos lança no íntimo.
SÍNTESE DO
TÓPICO (II): O coração de Caim era
mau, por isso, sua oferta foi rejeitada pelo Senhor.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
E irou-se Caim fortemente’
(4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria,
sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos
desculpar por ter ofendido alguém dizendo: ‘Tenho um temperamento agressivo’.
Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à
vontade de Deus” (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.28).
III. CAIM
NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO
O crime de Caim foi doloso.
Além de mover um ódio doentio contra o irmão, dissimuladamente levou-o até a
cena do crime, onde veio a matá-lo.
1. O crime.
Narra o autor sagrado que,
estando ambos no campo, longe dos olhos dos pais, Caim insurgiu-se contra Abel
e o matou (Gn 4.8). Assassino dissimulado e cruel, aproveitou-se da confiança
de seu irmão para matá-lo. Esse fato deve nos servir de aviso: até que ponto
estamos nutrindo sentimentos perniciosos contra nossos irmãos a ponto de
planejar contra eles o mal ou coisa pior? Que Deus nos faça refletir sobre
nossas atitudes e não nos deixe ser pessoas como Caim.
2. O álibi.
Quando inquirido por Deus
acerca do paradeiro do irmão, Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar,
quando da morte de Abel: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4.9). O
seu álibi é energicamente destruído pelo justo Senhor: “Que fizeste? A voz do
sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10).
Há muito sangue clamando no
mundo. A pergunta não haverá de ser emudecida: “Onde está Abel, teu irmão?” (Gn
4.9). O que responderemos? De fato, somos chamados a demonstrar amor e respeito
uns pelos outros, pois somos guardadores de nossos irmãos.
3. A marca
do crime.
Como a administração da
justiça ainda não havia sido delegada à comunidade humana, o Senhor põe um
sinal em Caim, para que ninguém viesse reivindicar-lhe o sangue de Abel (Gn
4.15).
Caim, de fato, não foi
penalizado com a morte, mas ficou marcado para o resto de seus dias, dando
início a uma geração de assassinos, devassos e inimigos de Deus.
SÍNTESE DO
TÓPICO (III): O ódio e a inveja levaram Caim a matar o seu irmão.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Caim foi amaldiçoado por Deus
no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para extrair da terra o seu
sustento (vv.2,3). Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de
Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda (v.16).
O sinal na testa de Caim
(4.15) talvez deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da
promessa de Deus. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente,
quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a
pena de morte foi instituída (9.5,6).
Caim e seus descendentes foram
os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica
de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e
reconquistar o ‘paraíso’, sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema
mundial fundamenta-se no princípio da autorredenção da raça humana na sua
rebelião contra Deus” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, p.39).
CONCLUSÃO
O exemplo de Caim deve nos
fazer lembrar de que precisamos ter uma vida íntegra diante de Deus e
demonstrar amor e respeito para com o nosso próximo.
Abel foi o primeiro crente a
ser arrolado entre os heróis da fé. Quanto a Caim, foi o primeiro ser humano a
ter o nome riscado do Livro da Vida.
O que lhe faltava? Uma vida
que agradasse a Deus e o exercício do amor fraternal. Quando não se ama como
Jesus amou, o homicídio torna-se corriqueiro na vida do homem. Por isso, há
tantos homicídios em nosso meio. Homicídios espirituais, morais e emocionais.
Lembremo-nos das palavras de João: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde
o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e
matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as
de seu irmão, justas” (1Jo 3.11,12).
PARA REFLETIR
A respeito
do livro de Gênesis:
1° O que
levou Caim a odiar Abel?
Resp: O fato da
oferta de Abel ser aceita e a dele não.
2° Como era
o culto de Caim?
Resp: O culto de
Caim era para satisfazer o seu ego.
3° Por que o ofertório de
Caim foi reprovado?
Resp: Porque
seu coração era mau, cheio de inveja e ódio.
4° Que
desculpa deu Caim ao Senhor?
Resp: Ele
afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
5° Quais as características
da geração de Caim?
Resp: Uma
geração perversa e contumaz.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Caim era do
Maligno
O capítulo 4 do livro do
Gênesis apresenta a consumação do pecado e sua história de implicações práticas
para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão, Caim, é o símbolo do
alcance do mal quando este domina o coração humano. E o consequente banimento
de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se afasta da presença do
Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal.
O caminho de Caim se torna o
caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a vingança, o “dar o
troco”, o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do filtro de Jesus
Cristo: ame o vosso inimigo.
Tudo começa bem na vida do ser
humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que devotava a vida a Deus,
tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de graças: “Alcancei do Senhor um
varão” (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um
presente.
Adulto, Caim tornara-se um
agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim cumpria o plano de
Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28).
Fazendo assim, Caim obedecia
a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o
coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão,
aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e
rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras, pelo
menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e justiça para o
interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar divino.
Caim não se achou aprovado,
muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não
significava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro
sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor não
haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele matou o seu
irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de Deus.
O caminho de Caim é muito
fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a
tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a
cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior
a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando
procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa
parte com retidão.
Qual o caminho que você deseja
trilhar: o de Caim ou o de Jesus?