Lição
9
A ANGÚSTIA
DAS DÍVIDAS
Texto Áureo: Sl.
128.1,2 – Leitura Bíblica: I Tm. 6.7-12
Prof. José Roberto
A. Barbosa
INTRODUÇÃO
As dívidas
podem se tornar motivo de aflição para o cristão, e muitas vezes, de angústia.
Estudaremos, na aula de hoje, a respeito do tratamento cristão no tocante ao
dinheiro. A princípio, mostraremos como a Bíblia, no Antigo e Novo Testamento,
aborda o dinheiro. Em seguida, destacaremos o perigo do endividamento e a
angústia dele resultante. Ao final, apresentaremos encaminhamentos para a
administração dos recursos financeiros que evitem as dívidas.
2. A ANGÚSTIA DAS
DÍVIDAS
Essas
orientações bíblicas coadunam-se perfeitamente à realidade do mundo moderno,
que colocou o dinheiro acima do próprio Deus, ou melhor, dobrou-se diante do
deus Mamom (Mt. 6.24), atualmente denominado de Mercado. A fim de adquirir
adeptos, Mamom precisa de uma doutrina, e essa se propaga com o título de
consumismo. Aqueles que amam o dinheiro nunca conseguem encontrar satisfação,
até o momento que percebem que isso não passa de vaidade (Ec. 5.10). O desejo
de querer sempre mais está destruindo a natureza, e por extensão as pessoas.
Ninguém consegue realização plena, pois a propaganda, a serviço do consumismo,
motiva as pessoas a descartarem o que acabaram de adquirir, a fim de comprarem
algo que acabou de ser lançado. Existem, atualmente, três teologias com P que
se propagam na sociedade evangélica: a da prosperidade, a da privação e a da
provisão, somente esta última tem o respaldo bíblico. Jesus prometeu suprir as
nossas necessidades, não as nossas vaidades, a teologia bíblica é a do
contentamento (Hb. 13.4,5), ainda que essa nada tenha a ver com falta de
diligência ou comodismo. Cada família precisa fazer os apontamentos necessários
a fim de evitar o endividamento. É muito bom ter crédito, melhor ainda é não
precisar utilizá-lo. O livro de Provérbios está repleto de conselhos que
orientam a respeito das consequências das dívidas (Pv. 1.13-15; 17.18;
22.26,27; 27.13). Fazer empréstimos não é uma prática recomendada na Bíblia
(Pv. 22.7), somente quando for realmente necessário, e avaliando as condições
para fazê-lo (Rm. 13.8). Em meio a essa sociedade que valoriza mais o ter do
que o ser, devemos saber que o valor de uma pessoa não consiste em seus bens
(Lc. 12.15). A doutrina da prosperidade acima de qualquer custo é diabólica
(Mt. 4.8,9), o príncipe deste século deseja que as pessoas se tornem escravas
dos padrões deste mundo (Jo. 16.11; Rm. 12.1,2).
3. SAÍNDO DO VERMELHO
Para não entrar na circulo viciosa dessa sociedade consumista, e não se tornar escravo do endividamento, que resulta em angústias, é preciso avaliar bem antes de fazer compras, seria interessante fazer algumas perguntas antes: essa compra é uma necessidade ou apenas um desejo? Será que tenho condições de sanar essa dívida, poderia fazê-lo agora sem depender de crédito? Já comparei o preço desse objeto com outros? Já orei? Estou em paz diante de Deus para fazer essa compra? Essa compra tem a ver com o propósito que Deus tem para mim? Meu cônjuge concorda com essa aquisição? A administração dos recursos financeiros é fundamental para que a família viva em paz. Para tanto, alguns princípios devem ser levados em conta: 1) Contentamento – Deus é o dono de tudo (Sl. 50.12), mas isso não quer dizer que podemos sair por ai utilizando o cartão de crédito sem critérios; Deus é o provedor do necessário, não do desnecessário (Dt. 8.17,18); o desejo dEle é que estejamos contentos com Sua provisão (Fp 4. 12,19); descanse no Senhor, independentemente da sua condição financeira, na riqueza ou na pobreza (Hb. 13.5); 2) Autocontrole – esteja atento ao fato de que nem tudo nos pertence (Ag. 2.8), por isso, tenha cuidado para não cultivar a ganância (Lc. 12.15), estabeleça metas em relação às finanças e resista à tentação do consumismo (II Co. 5.9; 10.13); 3) Mordomia – planeje o orçamento, não gaste mais do que ganha, e não se esqueça do compromisso com a obra do Senhor (Ml. 4.10; Lc. 11.42; I Co. 16.2; II Co. 8.3; 9.7), guarde parte do que ganhou, isso não quer dizer acumular, mas reservar para os percalços, aos quais todos nós estamos sujeitos (Pv. 13.11), e principalmente, esteja atento às necessidades dos outros (Pv. 19.17; Rm. 12.13); e 4) Oração – nossas orações refletem as intenções do coração, por isso, tenhamos o cuidado de pedir o que é da vontade de Deus (I Jo. 5.14; Mc. 14.36; Fp. 4.6,7).
CONCLUSÃO
Os cristãos não estão livres da angústia das
dívidas, e nem sempre elas são resultantes de má administração dos recursos.
Mas é preciso ter cuidado para não entrar no endividamento que implique em
problemas familiares e espirituais. Quando as dívidas vierem de precipitações,
ore, peça perdão a Deus, arrependa-se, não entre em novos débitos (Fp. 4.19),
fuja de situações tentadoras, planeje em relação ao futuro (Lc. 14.28-32),
busque conselhos com pessoas experientes (Pv. 15.22), seja diligente nas
pequenas coisas (I Ts. 4.1), procure seus credores e converse com eles (Pv.
22.1), ore e não se deixe controlar pela ansiedade (Fp. 4.6) e aprenda a viver
contente, independentemente das circunstâncias (Fp. 4.11)
BIBLIOGRAFIA
BARNHILL, J. A. Antes que as dívidas nos separem.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
TARRATACA, L. Como sobreviver à crise financeira.
Mogi das Cruzes: AVERBI, 2007.
Postado por José Roberto A. Barbosa
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