terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Que a Bíblia diz sobre "Halloween"

 
 



A tentativa de fazer com que o dia 31 de Outubro entre para o nosso calendário como “Dia das Bruxas” está, infelizmente, caminhando a passos largos. Ano após ano, escolas, clubes e outros grupos aproveitam a data para “comemorar” o Halloween utilizando-se de fantasias de bruxas, fantasmas e duendes, com abóboras e mamões transformados em caveiras...
Neste contexto, de um modo geral, surgem duas visões divergentes a este respeito: de um lado, há os que pregam veementemente contra esta comemoração, acusando-a de ser uma festa satânica, e de outro há os que acreditam se tratar de uma celebração inocente, sem nenhum mal. Como cristãos, acreditamos que nossa referência é a Palavra de Deus. Portanto, neste estudo vamos procurar estabelecer alguns princípios bíblicos para a viabilidade ou não das festas de Halloween.

Um pouco de História: A comemoração do Halloween teve início na Irlanda, há mais de 3 mil anos, no chamado Samhain - festival da colheita dos celtas. Os Druidas (magos celtas) acreditavam que nessa noite a janela que separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos desaparecia, e as almas dos mortos regressavam numa visita aos lares terrenos. Para manter esses espíritos contentes e afastar os maus espíritos de seus lares os celtas deixavam comida e doces na parte de fora de suas casas, e realizavam rituais com sacrifícios humanos.

Significado espiritual: Em nossos dias, tanto no calendário pagão (movimento neo-pagão), como na bruxaria e no satanismo (adeptos da Igreja Mundial de Satanás), o Halloween é a data mais importante do ano. Rituais para invocação de espíritos, comunicação com os mortos, adivinhações, e até mesmo a adoração e evocação do próprio Satanás são realizados de maneira pródiga neste dia.

Consequências: Embora muitos defendam o Halloween como uma festa folclórica da cultura norte-americana, e o comércio incentive a comemoração visando tirar proveito dela, não podemos fechar os olhos para as festas consequências que esta “comemoração” traz para as pessoas e para a nossa nação. Vamos enumerar algumas:

1) Todos os valores enaltecidos nas festas de Halloween são contrários à boa, agradável e perfeita vontade de Deus para as nossas vidas.
 

• Morte é “Todos os que me aborrecem amam a morte.” (Provérbios 8:36).
• Bruxaria e Feitiçaria são “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria...” (Deuteronômio 18:10).
• Comunicação com os mortos é “Não permitam que se ache alguém entre vocês que faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas” (Deuteronômio 18:11-12).
• Ocultismo é “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.” Efésios 5:11-12).


2)Embora muitos participem de tais comemorações de maneira inocente e lúdica, sem o objetivo de adorar a Satanás, indiretamente estarão fazendo isso. Observe as palavras do próprio Jesus Cristo:

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mateus 6:24);
"Quem não é por mim é contra mim." (Mateus 12:30).

3) A popularização de figuras como bruxas, feiticeiros, duendes, caveiras e espíritos malignos presentes no Halloween, faz com que, a médio e longo prazo, crianças e adultos, não só aceitem tais figuras e valores, mas as amem! É uma espécie de condicionamento através do qual, as pessoas passam a amar e a admirar os valores satânicos, tão abomináveis diante de Deus. "Aquilo que uma geração tolera, a próxima adota como estilo de vida normal". O contato constante com estes valores afeta nossa sensibilidade de tal maneira que, o que antes parecia feio e errado, nos pareça normal e aceitável. Assim, ao sermos coniventes com esta “festa”, estaremos condenando as próximas gerações a aceitarem como corretos e aprazíveis os componentes do Reino das Trevas:
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” Isaías 5:20.

4) Embora nem todos tenham consciência disso, uma tremenda guerra espiritual está ocorrendo bem acima de nossas cabeças, e o Halloween é uma das estratégias do Diabo e suas Hostes espirituais para tentar enaltecer e popularizar as obras das trevas. Cabe a cada um de nós demonstrarmos verdadeiro repúdio a esta maldita celebração importada dos EUA. Como disse Eddy Andrade Pinos, diretor regional da Cultura no Equador há alguns anos atrás: "Nada temos que fazer com bruxas nem abóboras, tampouco enganarem as crianças com contos de bruxas"... Também nenhuma escola pode obrigar seus alunos a participarem destas festas, uma vez que ultrapassam o campo cultural e acadêmico, e violam princípios cristãos. Por isso, por amor a Jesus, não tomem parte destas coisas!
“Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor; vivam como filhos da luz e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor” (Efésios 5:8, 10).

Autor: Márcia Rezende
Via: www.estudosgospel.com.br

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lição 4 CPAD - 4° Trimestre 2012


 1.              Lição 04

 AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO

Texto Áureo: Mt. 5.20 – Leitura Bíblica: Am. 1.1; 2.6-8; 5.21-23




 Prof. José Roberto A. Barbosa


 
INTRODUÇÃO

O descaso da igreja evangélica em relação às questões sociais precisa ser revisto. O evangelho de Jesus não é de direita e muito menos de esquerda. Mas ele é, sobretudo, profético, por esse motivo, somos chamados, pela Palavra, a denunciar os descalabros sociais que testemunhamos em nossa sociedade. Na lição de hoje estudaremos a respeito de Amós, um profeta do Senhor que, em seu tempo, se opôs à injustiça social. A partir do seu exemplo, aprenderemos, nesta aula, a fazer oposição profética, em favor dos oprimidos.

 

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS

Amós era um leigo, um profeta boiero em Tecoa, localizada cerca de 16 km ao sul de Jerusalém, onde era conhecido como criador de ovelhas (Am. 1.1) e colhedor de sicômoros (Am. 7.14). Ele foi chamado por Deus para anunciar o Seu juízo sobre Israel, o Reino do Norte, em virtude da sua idolatria e opressão aos pobres. Ao que tudo indica, sua mensagem foi entregue durante os reinados de Jeroboão II, em Israel, e Uzias (Azarias), de Judá, aproximadamente entre 760 a 750 a. C. Aquele era um tempo de prosperidade, as pessoas estavam preocupadas apenas com o bem-estar particular. Os pobres se encontravam em condição de opróbrio, sendo mesmo vendidos como escravos. O versículo-chave do livro se encontra em Am. 5.24: “Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene”. Como resultado da sua experiência como agricultor, Amós utiliza várias metáforas extraídas da vida campestre, fazendo alusão, por exemplo, a uma carroça carregada (Am. 2.13), um leão rugindo (Am. 3.8), uma ovelha mutilada (Am. 3.12), vacas gordas (Am. 4.1) e um cesto de frutos maduros (Am. 8.1,2). Uma das características marcantes de Amós é a coragem, pois não fugiu da responsabilidade, antes denunciou o pecado. Não apenas os pecados morais, mas também os sociais, criticando os sacerdotes (religiosos) e reis (governantes) da sua época. Ao invés de ser complacente, e talvez tirar proveitos dos benefícios da prosperidade, Amós, ciente do seu chamado, se opôs a tudo aquilo que contrariava a palavra de Deus. O livro de Amós apresenta a seguinte divisão: Os oito julgamentos, contra Damasco, Gaza, Tiro, Edom, Amom, Moabe, Judá e Israel (Am. 1,2); Três mensagens de julgamento contra Israel, o seu passado e futuro (Am. 3, 4, 5 e 6); e Cinco visões de julgamento, a locusta, o fogo, o fruto do verão, os pilares, e cinco promessas de restauração (Am. 7, 8 e 9).

 

2. A MENSAGEM DE AMÓS

A mensagem de Amós, como a de todos os profetas, é de denúncia, ele se dirige às nações pagãs, por tratarem com hostilidade o povo de Deus (Am. 1.3 – 2.3). Em seguida nomeia os pecados de Judá, que, ao invés de seguir a Lei do Senhor, prefere ir após os falsos deuses (Am. 2.4,5). Ele denuncia inclusive o poder judiciário, pois este vende a justiça, não leva em consideração o direito dos mais necessitados (Am. 2.6). Os ricos também são alvo da crítica de Amós, já que estes não demonstram qualquer sensibilidade em relação aos pobres (Am. 2.7). Mas Deus não permitirá para sempre que esse descaso aconteça, Ele julgará aqueles que sabendo fazer o que é reto, se voltam para o mal (Am. 3.2-8). Os opressores serão devorados pela boca do leão, seus altares e casas de verão serão transformados em ruína (Am. 3.12-15). As mulheres ricas, comparadas às vacas de Basã, por causa da gordura, serão julgadas (Am. 4.1-11). As advertências de Amós prosseguem, ele orienta o povo a buscar a Deus, a não perverter o direito à justiça e a fazer o que é certo (Am. 5.3-14), pois o Dia do Senhor virá (Am. 5.18-20). A riqueza, como um fim em si mesmo é criticada pelo profeta, pois essa somente serve para afastar as pessoas de Deus (Am. 6.3-7). A confiança nos governantes também é apresentada como uma ilusão, pois aquilo que eles colherão será consumido pelos gafanhotos (Am. 7.1). Os sacerdotes não eram fiéis a Deus, mas aos reis, o santuário não era mais do Senhor, os governantes tomaram conta dele (Am. 7.13). Esse complô fazia com que os ricos lucrassem com a pobreza (Am. 8.6), e o pior, faziam isso em nome de Deus, já que tinham o apoio religioso dos sacerdotes (Am. 9.8-10).

 

3. PARA HOJE

A condição da sociedade atual não é muito diferente daquela dos tempos de Amós. O dinheiro tornou-se o deus adorado com naturalidade, inclusive entre os evangélicos. Jesus fugiu da tentação de Satanás, não se deixou conduzir pelos ditames da fama e da riqueza (Mt. 4.1-11). Infelizmente a igreja não tem tomado à mesma atitude, os pastores se vendem por qualquer barganha política. Em nome de Deus, e a fim de manterem seus privilégios, eles vendem os crentes a cada eleição. Mamom, o deus das riquezas, comumente denominado de Mercado, é adorado a luz do dia (Mt. 6.24). A teologia da ganância aproveita essa tendência para cultuá-lo, ainda que este tenha proveniência duvidosa. Há até aqueles que fazem oração de agradecimento pela propina recebida, como se isso fosse algo natural. Os cultos estão se transformando em verdadeiras cultomícios, os crentes não se reúnem para a adoração a Deus, antes para escolherem seus candidatos. Esses candidatos do “povo de Deus”, uma vez eleitos, se comprometem apenas com seus interesses, os dos pastores que os elegeram e dos seus partidos. Quando assumem uma pauta, não passa de mero moralismo hipócrita, pois defendem os princípios da “família”, mas pactuam com a injustiça social, privando o necessitado do seu direito. Alguns juristas, que fazem parte desse sistema, julgam sempre pelos mais ricos, enquanto o pobre é desconsiderado. Há todo um sistema que funciona de modo a perpetuar a injustiça social, inclusive cooptando os sacerdotes (pastores) para que esses apoiem os reis (governantes). É nesse contexto que Deus continua levantando os seus profetas, homens e mulheres comprometidos com os princípios da Palavra de Deus.

 

CONCLUSÃO

Deus não tem partido político, não é de direita nem de esquerda, mas não admite a injustiça social. Os profetas do Senhor sempre foram instrumentos para denunciar a opressão aos mais pobres (Is. 1.15-17). Eles sabiam que nem toda riqueza provem de Deus, pois não são poucos os que enriquecem indevidamente (Ez. 22.29). Ao invés de buscar tesouros na terra, o cristão deve se voltar para os tesouros dos céus, onde o ladrão não rouba, nem a traça corrói (Mt. 6.19-23). A ganância é uma forma de idolatria (I Co. 5.10,11; 6.10), por isso, ai daqueles que oprimem aos pobres, que fazem fortuna usurpando os direitos dos oprimidos, pois a mão do Senhor pesará sobre esses (Tg. 2.5-7).

 

BIBLIOGRAFIA

BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.

HUBBARD, D. A. Joel e Amós: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1996.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Conteúdo da Lição 3 - Revista CPAD

ESCOLA DOMINICAL - Conteúdo da Lição 3 - Revista da CPAD




 
Lição 3: Joel - O Derramamento de Espírito Santo
Data: 21 de Outubro de 2012

TEXTO ÁUREO
“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos” (At 2.17).

VERDADE PRÁTICA
O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor.


INTRODUÇÃO
O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o “profeta pentecostal”. Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.
 
I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

1. Contexto histórico.
Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai se chamava Petuel (1.1). Isso é tudo o que sabemos de sua vida pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).

2. Posição de Joel no Cânon Sagrado.
A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon Judaico e da Vulgata Latina, mas não é cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oséias e Amós, mas na Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros: Oséias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas.

3. Estrutura e mensagem.
O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos, pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1-2.27) e os eventos do fim dos tempos (2.28-3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.

II. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

1. Sua personalidade.
O Espírito está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas de sua personalidade.

2. Sua divindade.
O Espírito Santo é chamado textualmente de “Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na declaração batismal, somos batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração. Ele é tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).

3. Como uma pessoa pode ser derramada?
Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem freqüentemente com a finalidade de “provar” que o Espírito Santo não é Deus nem uma pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma “derramarei o meu Espírito” (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatoma choi (“opositores do Espírito”) que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a divindade do Espírito Santo.

4. Linguagem metafórica.
O “derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se de uma metáfora, figura que “consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação implícita” (Gramática Rocha Lima).
Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava, purifica e refrigera como reflexo de suas múltiplas operações (Is 44.3; Jo 7.37-39; Tt 3.5).

III. HORIZONTES DA PROMESSA

1. Ponto de partida.
A profecia do derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo Pedro empregou apropriadamente a expressão “nos últimos dias” (At 2.17) no lugar de “depois” (Jl 2.28a).
Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o ponto de partida, e não de chegada.

2. Comunicação divina.
Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos, visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

IV. O FIM DOS TEMPOS

1. Sinais.
A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Êx 19.18; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram vistas por ocasião do Pentecostes. A explicação é que se trata do começo dos “últimos dias”.

2. Etapas.
O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos “últimos dias” (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande Tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31; At 2.20).

3. Resultado.
A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro termina a citação de Joel com estas palavras: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O nome “SENHOR”, com letras maiúsculas, indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes do nome divino “Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).

CONCLUSÃO
O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8; Jo 16.7-11).

Lição 3 CPAD - 4° Trimestre 2012

Lição 03



 
JOEL – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO
Texto Áureo: At. 2.17 – Leitura Bíblica: Jo. 1.1; 2.28-32

Prof. José Roberto A. Barbosa

 
INTRODUÇÃO
 
A Igreja Evangélica carece de um derramamento do Espírito Santo, nos moldes daquele que aconteceu no dia de pentecostes (At. 2). No contexto daquele evento, Pedro ressaltou o cumprimento da profecia de Joel a esse respeito. Na lição de hoje estudaremos sobre Joel, o profeta pentecostal. Inicialmente destacaremos os aspectos contextuais do livro, sua mensagem, e ao final, a aplicação para a igreja de hoje.

 
 
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
 
Joel, cujo nome significa “O Senhor é Deus”, era filho de Petuel, e entregou sua mensagem para o povo de Judá, do Reino do Sul, bem como para o povo de todo o mundo. A data provável em que profetizou foi entre 835 a 796 a. C., durante reinado de Joás, que subiu ao trono de Judá com a idade de sete anos (II Rs. 11.21), e que permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante toda a sua minoridade. Naquela época, semelhantemente ao que aconteceu com o povo do norte, Judá desfrutava de plena prosperidade. Essa condição favorecia o sincretismo religioso, o povo adorava ao Deus de Israel, ao mesmo tempo em que se dobravam perante outros deuses. Por isso, Joel profetiza a fim de evitar que Judá sofresse o castigo de Deus como consequência dos seus pecados. Os versículos-chave se encontram em Jl. 2.12,13: “Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é misericordioso. E compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência, e se arrepende do mal”. Um dos temas centrais da sua mensagem é: O Grande e Terrível Dia do Senhor. Através da sua mensagem Joel pretendia fazer com que o povo de Judá se apresentasse perante o Senhor (Jl. 1.14; 2.14,16); conduzir o povo ao arrependimento e para que se apresentasse humildemente diante de Deus (Jl. 2.12-17) e profetizar a respeito dos resultados do arrependimento sincero (Jl. 2.18-3.21). O livro apresenta a seguinte divisão: 1. O julgamento dos gafanhotos (Jl. 1.1-12); 2. O desastre da seca (Jl. 1.13-20); 3. O julgamento de Judá no futuro próximo (Jl. 2); 4. O grande e terrível Dia do Senhor (Jl. 3.1-16) e 5. A restauração de Judá (Jl. 3.17-21).
 

 
2. A MENSAGEM DE JOEL
 
A mensagem de Joel não é exclusivamente para Judá, mas para todos os habitantes da terra (Jl. 1.2). Portanto, todos devem estar atentos aos sinais dos tempos, pois a praga virá, destruindo a produção (Jl. 1.8-10). Os sacerdotes devem despertar, pois eles são responsáveis diretos pelo povo (Jl. 1.13,14). Mas cada pessoa, individualmente, deve responder a mensagem de Deus. Assim procedeu Joel, apesar do afastamento do povo, ele se apresenta como exemplo, mantendo-se no caminho do Senhor (Jl. 1.19,20). O profeta deixa claro que o julgamento de Deus virá, simbolizada pelos gafanhotos (Jl. 2.3-12). Portanto, todos devem se arrepender dos seus pecados, e praticarem um jejum santo (Jl. 2.12-17). O arrependimento resultará em bênçãos espirituais, a principal delas o derramamento do Espírito (Jl. 2.28-32), em resposta ao pedido de salvação do povo (Jl. 2.32). Esse mover do Espírito terá plenitude quando Israel se voltar para Deus, por ocasião do Milênio (Ap. 16.14-16; 19.17-19). Antes disso haverá uma batalha final, registrada por vários profetas (Is. 17.12; 24.21-23; Mq. 4.11-13; Zc. 12.2,3). Depois dessa batalha Judá finalmente desfrutará da plenitude das benções do Senhor (Jl. 3.18-21). Por esse tempo se cumprirão as profecias messiânicas alusivas à restauração plena de Israel.

 
 
3. PARA HOJE
 
Os cristãos têm muito a aprender com a mensagem de Joel, principalmente diante das calamidades que nos assolam. O sofrimento é uma realidade inevitável, ainda que tentemos negá-lo, o próprio Jesus o conheceu muito bem. Ele foi um homem de dores, e sabia o que era padecer (Is. 53.3), pranteou sobre Jerusalém (Lc. 22.44), na cruz sentiu o desamparo de Deus (Mc. 15.34). Nem sempre o sofrimento é resultado de pecado, mas muitas vezes isso pode acontecer. A mensagem dos profetas alerta para a necessidade de arrependimento. Caso contrário, coisa pior sempre poderá acontecer, caminhar distante de Deus traz consequências (Lc. 13.2-5). O Dia do Senhor virá, Jesus fez referência a este em Mt. 24.29-31. Pedro também mostra que esse Dia virá como um ladrão, no qual os elementos serão destruídos pelo fogo (II Pe. 3.10). Trata-se de um dia de julgamento pelo qual a Igreja não passará, já que terá sido arrebatada para se encontrar com o Senhor nos ares (I Ts. 4.13-18). O Dia do Senhor terá início justamente depois que a igreja tiver sido tirada. Haverá na terra grande sofrimento, será um tempo sem igual em sofrimento. Por fim, quando Cristo vier em glória, o povo de Israel experimentará um grande avivamento espiritual (Jl. 2.28-32). Em At. 2.17,21 Pedro explica o derramamento do Espírito como cumprimento da profecia de Joel. A igreja já se encontra na dispensação do Espírito Santo, por conseguinte, experimenta, por antecipação, do mover espiritual que Israel receberá no futuro.

 
 
CONCLUSÃO
 
Jesus Cristo quer derramar o Espírito sobre a Sua Igreja, mas para isso ela precisa buscar (Lc. 11.13). O Batismo no Espírito Santo é uma doutrina pentecostal que tem sido esquecida em muitos púlpitos. Jesus continua sendo o Batizador (Mt. 3.11), Ele sabe da importância do recebimento desse poder, a fim de que Sua igreja possa ser uma testemunha fiel (At. 1.8). Ao invés de nos deixar seduzir pelos poderes terrenos, voltemos a buscar o poder do alto (Lc. 24.49), sem o qual não passaremos de meras agremiações religiosas, sem autoridade espiritual para levar adiante o evangelho de Cristo.

 
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
HUBBARD, D. A. Joel e Amós: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1996.
 
 
 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Lição 2 CPAD - 4° Trimestre 2012

Lição 02


 
OSÉIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS
 
Texto Áureo: II Co. 11.2 – Leitura Bíblica: Os. 1.1,2; 2.14-17, 19,20

Prof. José Roberto A. Barbosa

 
INTRODUÇÃO
 
O Deus da Bíblia não é uma simples força, ou uma máquina que não deseja se relacionar com os seres humanos. As Escrituras revelam um Deus que se revela, que falou e ainda fala (Hb. 1.1,2). Mas esse Deus é Espírito, e deve ser adorado como tal (Jo. 4.24). O livro do profeta Oséias, que será estudado na aula de hoje, nos instrui quanto a essa importante verdade. A princípio apontaremos os aspectos contextuais do livro, em seguida, a mensagem para aquele tempo, e ao final, sua aplicação para os dias atuais.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
 
O propósito de Oséias é mostrar o amor de Deus pela nação israelita, ainda que essa estivesse em pecado. O nome de Oséias, que era filho de Beeri, significa “salvação” em hebraico. Sua mensagem foi destinada ao Reino do Norte (Israel), aproximadamente em 715 a. C., e narra fatos que aconteceram por volta de 753 a 715 a. C. O ministério profético de Oséias teve início ao final do próspero, mas decadente reinado de Jeroboão II. Há registros que as classes mais altas desfrutavam de prosperidade financeira enquanto que os pobres eram oprimidos. Sua profecia se estende até pouco tempo depois da queda de Samaria, em 722 a. C. O versículo-chave de Oséias é o bastante controvertido texto: “E o Senhor me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas” (Os. 3.1). Os estudiosos concordam que essa ordenança divina não orientava o profeta a se casar com uma mulher adúltera, mas com uma que iria tornar-se infiel ao profeta. Isso pode ser deduzido a partir dos nomes dos filhos de Oséias com Gômer, sua amada esposa. O primeiro, Jeezreel (Deus espalha), ao que tudo indica, teria sido filho de Oséias, mas não os demais: Lo-Ruama (não compadecida) e Lo-Ami (não meu povo), resultado dos relacionamentos pecaminosos de Gômer. Ademais, um profeta de Deus não poderia se casar com uma mulher adúltera, pois o Senhor havia proibido que os sacerdotes assim procedessem (Lv. 21.7). O livro apresenta a seguinte divisão: 1. O casamento de Oséias com Gômer (cap. 1); 2. O adultério de Gômer (cap. 2); 3. A restauração de Gômer por Oséias, a demonstração de amor fiel do esposo (cap. 3); 4. O adultério idólatra de Israel (caps. 4,5); 5. Israel se recusa a arrepender-se (caps. 6 a 8); 6. Israel é julgada por Deus (caps. 9,10) e 7. a restauração de Israel pelo Senhor amoroso e fiel (caps. 11 a 14).

2. A MENSAGEM DE OSÉIAS
 
O livro de Oséias revela o propósito de Deus de ter um relacionamento singular com o Seu povo Israel. Isso porque aquela nação se encontrava distanciada do Senhor, como Gômer, havia se tornado “uma esposa adúltera” (Os. 1.1-3). Ao invés de ser grata a Deus, por tudo que Ele havia providenciado (Os. 2.8), Israel preferiu ir após deuses estranhos. Como consequência, o Senhor haveria de tirar os benefícios que havia lhe dado (Os. 2.9-13) com o objetivo de atraí-la novamente para Ele (Os. 2.14). Apesar da infidelidade de Israel, a esposa, Deus, o esposo amoroso, não desiste (Os. 2.19-23). Do mesmo modo que Gômer tratou Oséias, Israel o fez com o Senhor, distanciando-se emocionalmente dEle, e deixando de levar o compromisso da aliança firmado a serio (Os. 3.1-3). O sofrimento de Deus, pela traição de Israel, é figurado na mensagem profética de Oséias (Os. 4.1-4). Ele identifica os pecados das nações, inclusive dos sacerdotes (Os. 4.5-11). A culpa precisa ser assumida, Deus chama a atenção para esse fato, caso contrário, o julgamento virá (Os. 4.8-15). O povo, ao invés de arrepender-se, busca pactos com nações vizinhas, a fim de obterem uma suposta segurança (Os. 6.8-18). Nem mesmo a religiosidade será capaz de evitar o julgamento, os sacrifícios para nada servem, apenas para ocultar a falta de contrição do povo (Os. 8.11-14). Por não se arrependerem, o povo de Israel irá para o cativeiro, na Assíria (Os. 9.1-9), as glórias do passado não serão contadas. Mas há ainda uma esperança, Deus julga, mas esse mesmo Deus que julga é também amoroso, e deseja relacionar-se com o Seu povo (Os. 11.1-4). Seu amor e paciência não têm fim, por isso, aqueles que decidirem seguir o Senhor serão renovados (Os. 12.14). A adoração a Baal resultou na morte espiritual de Israel (Os. 13.1-3), todavia, somente Deus é o Senhor (Os. 13.4-8). Israel deveria reconhecer essa verdade, e saber que o amor de Deus é livre e incondicional (Os. 14.4), e que somente este amor é capaz de transformar o povo (Os. 14.5-8).

3. PARA HOJE
 
A mensagem de Oséias tem tudo a ver com a realidade atual, inclusive nas igrejas evangélicas. O relacionamento prefigurado entre Oséias e Gômer tem conotação direta com o de Jesus e a Igreja (Ef. 5.27). Muitas igrejas evangélicas estão em situação de adultério espiritual. A Igreja, que antes era não povo, tornou-se povo de Deus, pela misericórdia do Senhor (I Pe. 2.10). Nas palavras áureas de Jo. 3.16, “Deus amou o mundo de maneira tal que deu Seu único Filho”. O amor – agape – de Deus é sacrificial, tal como Oséias, Ele não olhou para a condição deplorável do pecador (Rm. 5.8). Mas ao invés de reconhecer esse incomensurável amor, as pessoas, inclusive alguns da igreja, se distanciam do Senhor (Rm. 1.18-23). Eles negam a revelação que o próprio Deus deu de Si mesmo, e quando conhecem tal revelação, agem de modo contrário. Mas nestes dias, nos quais se dá muita ênfase à doutrina do amor de Deus, não podemos deixar de atentar para a Sua ira. Não esqueçamos que todas as coisas estão patentes aos olhos de Deus, e que deveremos prestar contas a Ele (Hb. 4.13). A misericórdia de Deus está disponível, mas os pecadores precisam demonstrar verdadeiro arrependimento (Lc. 18.13), O Senhor não admite um relacionamento morno, que nem é quente nem frio (Ap. 3.16). Diante da mensagem profética, devemos reconhecer que somos pecadores (I Jo. 1.8,9), e confessarmos a Cristo, a fim de obtermos perdão (I Jo. 2.1). Como nos antigos tempos, as iniquidades continuam separando as pessoas de Deus, colocando empecilhos para um relacionamento genuíno com Ele (Is. 59.2). Coloquemos, pois, diante da Palavra de Deus, ela continua afiada, penetrando na divisão da alma e do espírito, julgando os pensamentos e as atitudes do coração (Hb. 4.12).

CONCLUSÃO
 
Muitas igrejas já não sabem mais o que é relacionarem-se com Deus, conformaram-se totalmente com o mundo (Rm. 12.1,2). O ativismo, em algumas delas, serve apenas para ocultar a ausência de uma verdadeira intimidade com o Senhor. Tais igrejas precisam reaprender o caminho, e, ao invés de confiarem na autossuficiência, permanecerem em Cristo (Jo. 15.4-5). Essas igrejas, e os crentes individualmente, devem aprender o que realmente significa chamar a Deus de Pai (Mt. 6.9), amá-LO de todo coração e entendimento (Mt. 22.37; Mc. 12.30), a fim de que possam ter a fragrância de Cristo (II Co. 2.14,15) e produzirem frutos (Jo. 15.5,16).

BIBLIOGRAFIA
 
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
HUBBARD, D. A. Oséias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1989.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Domingo 07/10/2012

 
 
Prezados Professores e Alunos,
A Paz do Senhor,
Próximo Domingo 07/10/2012, mesmo sendo Eleições Municipais, teremos normalmente a nossa Escola Bíblica Dominical.
Iniciaremos o 4° Trimestre de 2012 Lições Bíblica CPAD.
No mesmo domingo realizaremos a comemoração com os aniversariantes dos meses de Agosto e Setembro.
Estaremos sorteando aos Alunos das Classes Jovens e Adultos, um Box de Comentários Bíblicos do Antigo e Novo Testamento, editora Mundo Cristão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Conteúdo da Lição 1 - Revista da CPAD 4º Trimestre


 


Lição 1: A Atualidade dos Profetas Menores

Data: 07 de Outubro de 2012

TEXTO ÁUREO: “Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé” (Rm 16.26).

VERDADE PRÁTICA: Por ser revelação de Deus, a mensagem dos profetas é perfeitamente válida para os nossos dias.
 
 
 



 
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lição 01 CPAD - 4° Trimestre 2012

 
Lição 1
 
A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

Texto Áureo: Rm. 12..26 – Leitura Bíblica: II Pe. 1.16-21


Prof. José Roberto A. Barbosa


 
INTRODUÇÃO

Quase um quarto da Bíblia é composta de livro proféticos, mas, paradoxalmente, pouca atenção tem sido dispensada a esses livros. A mensagem dos profetas, ainda hoje, são impopulares, por isso são evitadas nos púlpitos de algumas igrejas. Ao longo deste trimestre estudaremos os profetas menores, destacando sua atualidade para igreja contemporânea. Na aula de hoje destacaremos o caráter da mensagem profética e apresentaremos os doze profetas menores que serão estudados nas próximas lições.

 
1. A MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR OS PROFETAS

Alguns estudiosos fazem objeção ao estudo dos profetas porque, para eles, como estamos na Nova Aliança (Rm. 15.4), essa seria uma mensagem desnecessária. Para os crentes poucos afeitos ao estudo da Escritura, por isso não frequentam a Escola Dominical e muito menos os cultos de ensino, não é preciso conhecer essa mensagem para ir ao céu. Esses, muitos outros pouco afeitos ao estudo, acham que é perder tempo demais com uma mensagem desinteressante. Mas tantos os estudiosos que enfocam apenas o Novo Testamento, quanto àqueles que têm preguiça de estudar a Palavra, estão equivocados, pois deixar de ler a mensagem profética, e a Bíblia como um todo, é um desrespeito à inspiração – theopneustia em grego – da Escritura, que é útil – em todas as épocas – para a instrução e santificação daqueles que dizem seguir a Cristo (II Tm. 3.16; II Pe. 1.19-21). O Antigo Testamento, e nele os livros proféticos, era a Bíblia que Jesus lia, esse era o texto que os apóstolos citavam quando faziam alusão à mensagem profética, por esse motivo não podem ser dispensados pela igreja cristã. Mateus cita os profetas 67 vezes, como em Mt. 1.23; 2.6, isso mostra que essa parte da Bíblia é importante. Os primeiros sermões apostólicos eram fundamentados nas Escrituras (At. 2.17-34; 3. 22-25; 7). O livro de Romanos contem 60 citações ao Antigo Testamento, como Rm. 1.16,17, em referência a Hc. 2.4. A Epístola aos Hebreus contém 59 citações do Antigo Testamento, exemplos Hb. 5.10,11; 9.5).

 
2. A INSTITUIÇÃO PROFÉTICA NO ANTIGO TESTAMENTO

Os profetas foram instituídos pelo próprio Deus, em Dt. 18.9-22 nos deparamos com a orientação divina em relação à mensagem profética. O povo de Israel recebeu do Senhor a Lei (Torah) e essa deveria servir de instrução para a nação. Mas diante das superstições do povo, ao se deixar influenciar pelas nações vizinhas, a mensagem dos profetas seria importante, a fim de conduzir a nação aos caminhos do Senhor. O profeta do Antigo Testamento era um porta voz de Deus – nabbi em hebraico – ele não apenas predizia o futuro, mas, principalmente, alertava o povo em relação aos pecados. Os profetas recebiam as mensagens do Senhor de formas variadas, às vezes, através de sonhos e visões. Outra palavra para profeta no Antigo Testamento é roeh, e sendo traduzida comumente por vidente. As palavras nabbi e roeh se distinguem no que tange à relação entre o profeta e Deus (roeh) e entre o profeta e o povo (habbi). Mas os profetas não falavam de si mesmos, eles anunciavam sob a inspiração divina, nisto repousa a autoridade da mensagem proferida por eles. Eles diziam: “assim diz o Senhor”, e não “assim digo eu”, atestando, assim, a confiabilidade da Palavra revelada.

 
3. CONTEXTUALIZANDO OS DOZE PROFETAS MENORES

O título atribuído a esses profetas com “menores” não tem a ver com a pouca relevância que por acaso alguém possa atribuir a esses textos. A palavra “menores” vem dos latinos que comparavam o tamanho dos livros com a dos outros profetas, considerados “maiores”, em virtude da extensão dos livros. Os pais da Igreja, dentre eles Agostinho de Hipona (345-430), se referiam aos livros desses profetas como “os doze”. Para compreendermos melhor a mensagem desses doze profetas é preciso contextua lizá-los na história de Israel. Para tanto, faz-se necessário ressaltar que alguns deles profetizaram para o Reino do Norte outro para o Sul, alguns deles antes do cativeiro e outros depois do cativeiro. Obadias, Joel e Jonas foram profetas do século nono antes de Cristo, no período do governo assírio. Oséias, Amós e Miquéias foram profetas do século oitavo antes de Cristo, ainda no período do governo assírio. Sofonias, Naum e Habacuque foram profetas do século sétimo antes de Cristo, o período do governo caldeu. Ageu, Zacarias e Malaquias são profetas pós-exílicos, isto é, do período posterior ao retorno do povo de Judá do cativeiro babilônico. Esses profetas foram guiados pelo Espírito Santo para revelarem a mensagem de Deus, eles se reconheciam como tais, eram arautos do Senhor (Ag. 1.3; Am. 3.7; Mq. 3.8). A palavra profética é atual porque trata a respeito de temas que vão além do contexto daquela época, eles chamaram o povo para um relacionamento fiel com Deus (Oséias), para o derramamento do Espírito Santo (Joel), para a justiça social (Amós), a necessidade da retribuição (Obadias), o valor da misericórdia divina (Jonas), a importância da obediência (Miquéias), o limite da tolerância divina (Naum), a soberania de Deus (Habacuque), o juízo vindouro (Sofonias), o compromisso do povo da aliança (Ageu), o reinado messiânico (Zacarias) e a sacralidade da família (Malaquias).

 
CONCLUSÃO

A mensagem geral dos profetas menores pode ser resumida a partir da declaração de Mq. 6.8. E essa palavra se aplica perfeitamente à Igreja dos dias atuais, ao longo dos próximos estudos, veremos, através das exortações dos arautos de Deus, que o Senhor deseja que promovamos a justiça, que sejamos fieis a Deus, e, sobretudo, que vivamos em obediência.



BIBLIOGRAFIA

BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.

IRONSIDE, H. A. The minor prophets. Grand Rapids: Kregel, 2004.