Lição 1
A ATUALIDADE DOS PROFETAS
MENORES
Texto Áureo: Rm. 12..26 – Leitura
Bíblica: II Pe. 1.16-21
Prof. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
Quase um quarto da Bíblia é composta de livro
proféticos, mas, paradoxalmente, pouca atenção tem sido dispensada a esses
livros. A mensagem dos profetas, ainda hoje, são impopulares, por isso são
evitadas nos púlpitos de algumas igrejas. Ao longo deste trimestre estudaremos
os profetas menores, destacando sua atualidade para igreja contemporânea. Na
aula de hoje destacaremos o caráter da mensagem profética e apresentaremos os
doze profetas menores que serão estudados nas próximas
lições.
1. A MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR OS
PROFETAS
Alguns estudiosos fazem objeção ao estudo dos profetas
porque, para eles, como estamos na Nova Aliança (Rm. 15.4), essa seria uma
mensagem desnecessária. Para os crentes poucos afeitos ao estudo da Escritura,
por isso não frequentam a Escola Dominical e muito menos os cultos de ensino,
não é preciso conhecer essa mensagem para ir ao céu. Esses, muitos outros pouco
afeitos ao estudo, acham que é perder tempo demais com uma mensagem
desinteressante. Mas tantos os estudiosos que enfocam apenas o Novo Testamento,
quanto àqueles que têm preguiça de estudar a Palavra, estão equivocados, pois
deixar de ler a mensagem profética, e a Bíblia como um todo, é um desrespeito à
inspiração – theopneustia em grego – da Escritura, que é útil – em todas as
épocas – para a instrução e santificação daqueles que dizem seguir a Cristo (II
Tm. 3.16; II Pe. 1.19-21). O Antigo Testamento, e nele os livros proféticos, era
a Bíblia que Jesus lia, esse era o texto que os apóstolos citavam quando faziam
alusão à mensagem profética, por esse motivo não podem ser dispensados pela
igreja cristã. Mateus cita os profetas 67 vezes, como em Mt. 1.23; 2.6, isso
mostra que essa parte da Bíblia é importante. Os primeiros sermões apostólicos
eram fundamentados nas Escrituras (At. 2.17-34; 3. 22-25; 7). O livro de Romanos
contem 60 citações ao Antigo Testamento, como Rm. 1.16,17, em referência a Hc.
2.4. A Epístola aos Hebreus contém 59 citações do Antigo Testamento, exemplos
Hb. 5.10,11; 9.5).
2. A INSTITUIÇÃO PROFÉTICA NO ANTIGO
TESTAMENTO
Os profetas foram instituídos pelo próprio Deus, em Dt.
18.9-22 nos deparamos com a orientação divina em relação à mensagem profética. O
povo de Israel recebeu do Senhor a Lei (Torah) e essa deveria servir de
instrução para a nação. Mas diante das superstições do povo, ao se deixar
influenciar pelas nações vizinhas, a mensagem dos profetas seria importante, a
fim de conduzir a nação aos caminhos do Senhor. O profeta do Antigo Testamento
era um porta voz de Deus – nabbi em hebraico – ele não apenas predizia o futuro,
mas, principalmente, alertava o povo em relação aos pecados. Os profetas
recebiam as mensagens do Senhor de formas variadas, às vezes, através de sonhos
e visões. Outra palavra para profeta no Antigo Testamento é roeh, e sendo
traduzida comumente por vidente. As palavras nabbi e roeh se distinguem no que
tange à relação entre o profeta e Deus (roeh) e entre o profeta e o povo
(habbi). Mas os profetas não falavam de si mesmos, eles anunciavam sob a
inspiração divina, nisto repousa a autoridade da mensagem proferida por eles.
Eles diziam: “assim diz o Senhor”, e não “assim digo eu”, atestando, assim, a
confiabilidade da Palavra revelada.
3. CONTEXTUALIZANDO OS DOZE PROFETAS
MENORES
O título atribuído a esses profetas com “menores” não
tem a ver com a pouca relevância que por acaso alguém possa atribuir a esses
textos. A palavra “menores” vem dos latinos que comparavam o tamanho dos livros
com a dos outros profetas, considerados “maiores”, em virtude da extensão dos
livros. Os pais da Igreja, dentre eles Agostinho de Hipona (345-430), se
referiam aos livros desses profetas como “os doze”. Para compreendermos melhor a
mensagem desses doze profetas é preciso contextua lizá-los na história de Israel.
Para tanto, faz-se necessário ressaltar que alguns deles profetizaram para o
Reino do Norte outro para o Sul, alguns deles antes do cativeiro e outros depois
do cativeiro. Obadias, Joel e Jonas foram profetas do século nono antes de
Cristo, no período do governo assírio. Oséias, Amós e Miquéias foram profetas do
século oitavo antes de Cristo, ainda no período do governo assírio. Sofonias,
Naum e Habacuque foram profetas do século sétimo antes de Cristo, o período do
governo caldeu. Ageu, Zacarias e Malaquias são profetas pós-exílicos, isto é, do
período posterior ao retorno do povo de Judá do cativeiro babilônico. Esses
profetas foram guiados pelo Espírito Santo para revelarem a mensagem de Deus,
eles se reconheciam como tais, eram arautos do Senhor (Ag. 1.3; Am. 3.7; Mq.
3.8). A palavra profética é atual porque trata a respeito de temas que vão além
do contexto daquela época, eles chamaram o povo para um relacionamento fiel com
Deus (Oséias), para o derramamento do Espírito Santo (Joel), para a justiça
social (Amós), a necessidade da retribuição (Obadias), o valor da misericórdia
divina (Jonas), a importância da obediência (Miquéias), o limite da tolerância
divina (Naum), a soberania de Deus (Habacuque), o juízo vindouro (Sofonias), o
compromisso do povo da aliança (Ageu), o reinado messiânico (Zacarias) e a
sacralidade da família (Malaquias).
CONCLUSÃO
A mensagem geral dos profetas menores pode ser resumida
a partir da declaração de Mq. 6.8. E essa palavra se aplica perfeitamente à
Igreja dos dias atuais, ao longo dos próximos estudos, veremos, através das
exortações dos arautos de Deus, que o Senhor deseja que promovamos a justiça,
que sejamos fieis a Deus, e, sobretudo, que vivamos em obediência.
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids:
Bakerbooks, 2006.
IRONSIDE, H. A. The minor prophets. Grand
Rapids: Kregel, 2004.
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