sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Legado de Elias


A vida e o ministério de Elias deixam muitas lições para os cristãos deste tempo. Ele foi um homem de Deus que foi relevante para a sua época.

Apesar da crise estatal, e das suas próprias limitações humanas, foi uma voz profética para aquela geração.

Nesta lição de domingo, trataremos a respeito do seu legado, sua sucessão por Eliseu, e as qualidades que fazem com que ele seja digno de ser lembrado.

O mesmo poder que esteve sobre Elias está disponível para os cristãos hoje (Ef. 3.20-21), não apenas em porção dobrada, mas em abundância (Jo. 16.23).

Para recebermos precisamos orar, pois esta é a vontade Deus, dar o Seu Espírito à Igreja (Lc. 11.11-13).

Lições Bíblicas CPAD - 2° Trimestre 2013

 

FIQUE POR DENTRO DO TEMA DA REVISTA EBD JOVENS E ADULTOS 2° TRIMESTRE 2013 CPAD

"A FAMÍLIA CRISTÃ NO SÉCULO XXI:

PROTEGENDO SEU LAR DOS ATAQUES DO INIMIGO"

 
 
 


Confira as Lições:

 
Lição 1 - Família, Criação de Deus

Lição 2 - O Casamento Bíblico

Lição 3 - As Bases do Casamento Cristão

Lição 4 - A Família Sob Ataque

Lição 5 - Conflitos na Família

Lição 6 - A Infidelidade Conjugal

Lição 7 - O Divórcio

Lição 8 - Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais

Lição 9 - A Família e a Sexualidade

Lição 10 - A Necessidade e a Urgência do Culto Doméstico

Lição 11 - A Família e a Escola Dominical

Lição 12 - A Família e a Igreja

Lição 13 - Eu e Minha Casa Serviremos ao Senhor

Lição 8 CPAD - 1° Trimestre 2013


Lições Bíblicas CPAD
 



1º Trimestre de 2013

Título: Elias e Eliseu — Um ministério de poder para toda a Igreja

Lição 8: O legado de Elias

Data: 24 de Fevereiro de 2013

TEXTO ÁUREO: E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias(2 Rs 3.11).

VERDADE PRÁTICA: Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Reis 19.16,17,19-21.

 

INTERAÇÃO

A lição de hoje tem como objetivo refletir acerca do legado de Elias. Aprendemos com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são aqueles que têm o coração disposto a. servir. Elias serviu a Deus com integridade e foi um modelo para o seu sucessor, Eliseu. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias encerrou-se. Todavia, ele, como profeta do Senhor, não foi pego de surpresa. Como um líder fiel e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor.

OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Reconhecer o caráter divino da vocação e chamada de Elias. Detalhar os princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias. Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.

 

INTRODUÇÃO

Palavra Chave: Sucessor: Aquele que sucede a outrem ou que o substitui em cargo, funções.

O teólogo norte-americano A. W. Tozer disse certa vez que “nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!”. Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor, Eliseu. Elias exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e, sem dúvida, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor, bem como em prepará-lo da forma correta. Esta lição nos ensinará como se deu esse processo e como podemos aprender com ele.

I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS

1. Uma volta às origens.
Elias fez um longo percurso até chegar ao Monte Horebe, também conhecido na literatura bíblica como Monte Sinai (Êx 3.1; 19.1,2). De Berseba até ao monte Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi nesse Monte que o Senhor havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o grande EU SOU (Êx 3.14). Posteriormente, foi nesse mesmo monte que o Senhor revelou a Lei a Moisés (Êx 19 - 20). A distância era grande, mas Elias necessitava voltar às origens da sua fé! Sem dúvidas, esses fatos estavam na mente de Elias quando ele para ali se dirigiu. Para reorientar a caminhada, nada melhor do que uma volta às origens!

2. Uma revelação transformadora.
Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio Senhor trata de dialogar com o profeta. É nesse diálogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes: Deus continuava sendo Senhor da história e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs 19.9-14). O Senhor revela, então, ao profeta a existência de sete mil remanescentes da adoração a Deus (1 Rs 19.18). Quem eram? Ninguém sabe, mas com certeza pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao Senhor. Foi o próprio Deus quem os havia conservado. Mas a revelação continuou: Deus revelou a Elias a necessidade de um sucessor (1 Rs 19.16). Deus agora tinha outros planos para Elias. Deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos descartáveis, mas ninguém é insubstituível.

II. ELIAS NA CASA DE ELISEU

1. A exclusividade da chamada.
O texto de 1 Reis 19.19-21, que trata sobre a vocação de Eliseu, é rico em detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato. Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida, Eliseu fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama para o seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze juntas de bois! A obra de Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação! Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um “servir”. Eliseu passou a servir a Elias.

2. A autoridade da chamada.
Quando Elias encontrou a Eliseu, o texto sagrado registra: “E lançou o seu manto sobre ele” (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto é símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Com esse gesto, Eliseu estava sendo credenciado para o ofício profético. De nada adianta o ofício se a unção não o acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um ministério marcado por

III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU

1. As virtudes de Eliseu.
O relato de 2 Reis 2.1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu. Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o discípulo à prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa história. Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo assunto aos céus! (2 Rs 2.12).

2. A nobreza de um pedido.
O pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus é algo que merece uma reflexão à parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a nobreza da sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu não teve dúvidas, e pediu: “Que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9). Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas; queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do pedido de Eliseu como se agradara do pedido de Salomão (1 Rs 3.10).

Muitas vezes as pessoas preferem aquilo que é medíocre em vez do que é nobre. Preferem escolher o que satisfaz o ego em vez de escolher o que agrada e alegra a Deus.

IV. O LEGADO DE ELIAS

1. Espiritual.
Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs 18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse legado como herança.

2. Moral.
O profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também portador de singulares predicados morais. O seu valor e coragem são perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injusto, era bem patente na vida de Elias. Por isso ele teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe, quando este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20).

Eliseu aprendera que ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos.

CONCLUSÃO

A história de Elias e de seu sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias, aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas. Aprendemos que a história do reino de Deus é construída por homens que se dispõem a obedecê-lo.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. De que forma o Senhor corrigiu a compreensão que Elias possuía dos fatos?

R. Mostrando a ele que havia ainda sete mil fiéis e, portanto, ele não havia trabalhado em vão.

2. De que forma Eliseu reagiu ã chamada divina?

R. Sacrificando os animais e deixando o convívio familiar para acompanhar Elias.

3. De que forma Eliseu demonstrou ser um homem virtuoso?

R. Demonstrando discernimento, perseverança e vigilância.

4. Cite os legados deixados pelo profeta Elias listados na lição.

R. Moral e espiritual.

5. Como podemos perceber o valore coragem de Elias no relato bíblico?

R. Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliográfico

“Eliseu, o sucessor

Poucos substitutos nas Escrituras foram tão eficientes quanto Eliseu que foi o sucessor de Elias como profeta de Deus para Israel. Mas Eliseu teve o profeta Elias como um grande exemplo a ser seguido. Ele permaneceu com Elias até os últimos momentos da vida do seu mestre na terra. Estava disposto a seguir e aprender a fim de receber poder para fazer o trabalho o qual Deus o havia chamado.

Tanto Elias como Eliseu concentraram seus esforços nas necessidades do povo que estava ao seu redor. O impetuoso Elias confrontou e expôs a idolatria, ajudando a criar uma atmosfera onde o povo pudesse adorar a Deus livre e publicamente. Eliseu então agiu com a finalidade de demonstrar a poderosa natureza de Deus, ainda que cuidadosa, para todos aqueles que vieram a ele em busca de ajuda. Ele passou mais tempo cuidando compassivamente do povo do que em conflitos contra o mal. A Bíblia registra 18 encontros entre Eliseu e as pessoas necessitadas. Eliseu teve uma visão mais ampla e de maior alcance na vida do que a maioria das pessoas, porque reconheceu que em Deus havia mais bênçãos a favor da vida. Ele sabia que tudo o que somos e temos vem de Deus” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1 ed., RJ: CPAD, 2004, p.516).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O legado de Elias

A Bíblia nos mostra que Elias deixou uma herança para as gerações posteriores, e seu legado foi visto na pessoa de Eliseu, em atitudes, milagres e espiritualidade. Sobre esse assunto, duas observações devem ser feitas:

Onde Eliseu estava por ocasião de sua chamada. A Palavra nos diz que Eliseu estava “lavrando com doze juntas de bois” quando Elias, por orientação divina, o escolheu para ser profeta em seu lugar. Não raro, a Bíblia nos apresenta profetas de Deus que tinham uma vida produtiva na sociedade, que contribuíam com seu trabalho. Eliseu estava lavrando a terra quando foi chamado por Deus. Amós era boiadeiro, e foi escolhido por Deus para falar nos reinados de Uzias, em Judá, e de Jeroboão II, em Israel. Daniel, além de profeta, era um exímio administrador, e ocupou diversos cargos fora dos limites de Israel. Portanto, Deus nos quer como seus servos e tendo uma vida produtiva na sociedade em que vivemos.

O exemplo deixado por Elias. Elias deixou um exemplo de dedicação ao trabalho do Senhor. A forma como foi usado por Deus confrontando Acabe é um exemplo para todos os que são seduzidos a adular as lideranças ímpias. Elias também foi um exemplo de obediência em relação à sua substituição. Conforme a orientação de Deus, convocou para o ministério profético Eliseu, que seria seu substituto, um fato que deve nos servir de inspiração: Elias não teve receio de ser substituído por outra pessoa. Não teve medo de Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais “poderoso” nem de ter um ministério mais longo. Elias simplesmente obedeceu a Deus e “formou” Eliseu, deixando para Israel um profeta de grande quilate.

Há líderes que se tornam tão vaidosos que não admitem ser substituídos. Mas Deus espera que o seu trabalho continue, e todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele. Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (Jo 14.12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, porque não o podemos seguir?

 

 

 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Lição 7 CPAD - 1° Trimestre 2013


Lições Bíblicas CPAD
 

 
Jovens e Adultos - Lição 7: A vinha de Nabote

Data: 17 de Fevereiro de 2013

TEXTO ÁUREO

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

VERDADE PRÁTICA

A trama orquestrada pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra Nabote demonstra quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação pessoal.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Reis 21.1-5,15,16.

INTERAÇÃO
Acabe não se contentou com o que tinha — e não era pouco, ele tinha “apenas” o governo da nação de Israel, o reino do Norte, à sua disposição. Ele poderia comprar ou possuir qualquer terra ou vinha em Israel. Mas por que justamente desejou a de Nabote? Uma vinha de valor não apenas financeiro, mas, principalmente, familiar. Não satisfeito, e alimentado pela loucura de sua mulher, Jezabel, Acabe cometeu uma das maiores injustiças narradas nas Sagradas Escrituras. Ele permitiu a morte de Nabote e tomou para si a sua vinha. Eliminemos a cobiça do nosso coração, pois, podemos ser injustos e cruéis com pessoas inocentes.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Identificar o objeto da cobiça de Acabe. Citar as causas da cobiça. Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, na aula desta semana trataremos a respeito da cobiça. A fim de contextualizar a lição, reproduza, de acordo com as suas possibilidades, o esquema abaixo.
Introduza a lição dizendo que a cobiça é uma consequência da visão de mundo que o ser humano possui. Explique que o mundo onde vivemos é orientado por um estilo de vida materialista, hedonista e pragmatista. Todavia, o Evangelho demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano.
O ESPÍRITO DO MUNDO
Materialismo: É o ceticismo a respeito da existência daquilo que é transcendental. Um estilo de vida pautado somente nas coisas materiais. Após essa vida, dizem os materialistas, tudo acaba.
Hedonismo: Ética pautada na busca intensa pelo prazer inteiramente pessoal. O sexo, a paz interior e a prosperidade são os sonhos de vida do ser humano.
Pragmatismo: É o estilo de vida que objetiva o lucro pessoal. Os relacionamentos de ordem sentimental, espiritual e profissional são baseados numa perspectiva de barganha.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave: Cobiça: Desejo veemente de possuir bens materiais; avidez, cupidez.
O episódio envolvendo o rei Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes do registro bíblico. Uma grande injustiça é cometida contra um homem inocente. Triste porque vemos até onde pode chegar um coração cobiçoso. Por outro lado, o fato é um dos que melhor revela a manifestação da justiça divina ante as injustiças dos homens. Acabe matou Nabote e apropriou-se de suas terras. Todavia, não pôde usufruir do fruto de seu pecado, porque o Senhor, através do profeta Elias, o denunciou e o disciplinou.
É triste saber que soberanos, governantes e reis injustos governam, mas é mais maravilhoso saber que um Rei justo governa todo o universo.
I. O OBJETO DA COBIÇA
1. O direito à propriedade no Antigo Israel.
De acordo com o livro de Levítico, a terra pertencia ao Senhor (Lv 25.23). O israelita da Antiga Aliança estava consciente de que o Senhor lhe havia dado o direito de explorar a terra como uma concessão. Assim sendo, ele não poderia vender aquilo que lhe fora dado como herança divina.
O livro de Números destaca esse fato: “Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais” (Nm 36.7). Com isso, o Senhor queria proteger seu povo da cobiça, além de garantir-lhe o direito de cultivar a terra para sua subsistência.
Fica, pois, a lição de que não devemos cobiçar aquilo que é do próximo, nem tampouco jogar fora aquilo que o Senhor nos confiou como despenseiros.
2. A herança de Nabote.
Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito. Diante da insistência do rei, Nabote contra argumentou: não poderia desfazer-se de sua herança (1 Rs 21.3). Nabote era obediente ao Senhor e invocou o poder da lei para proteger-se. Diante desse fato, o rei cobiçoso ficou triste, pois sabia que até mesmo um monarca hebreu precisava submeter-se à lei divina (1 Sm 10.25). Mas Jezabel, sua esposa, que viera de um reino pagão, ficou escandalizada com esse fato, pois entre os reinos gentios os governantes não eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7). Dessa forma, ela arquitetou um plano para apossar-se da vinha de Nabote (1 Rs 21.8-14).
Quantas pessoas têm consciência da ilegalidade de determinada coisa, mas como Acabe ficam à procura de justificativas que a tornem legal. Cuidado! Deus há de julgar os tiranos e malfeitores.
 
II. AS CAUSAS DA COBIÇA
1. A casa de campo de Acabe.
O livro de 1 Reis destaca que Acabe possuía uma segunda residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. A vinha de Nabote estava, pois, localizada próxima à residência de Acabe (1 Rs 21.1). O rei Acabe possuía uma casa real, uma casa de campo, mas não estava satisfeito enquanto não possuísse a pequena vinha do seu súdito, Nabote. É uma verdade que muitas pessoas, mesmos sendo ricas, não se satisfazem com o que têm. Querem mais e mais, e assim mesmo não conseguem encontrar satisfação. Nenhum ser humano conseguirá satisfazer-se plenamente se o centro da sua satisfação não estiver em Deus.
2. A horta de Acabe.
Acabe estava dominado pelo desejo de “ter”, de “possuir”. Somente a casa de verão, que sem dúvida era majestosa, não lhe satisfazia, queria agora construir ao seu lado uma horta para que seus desejos pudessem ser realizados. Não se importava em quebrar o mandamento divino: “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Mais do que qualquer motivação externa, Acabe estava totalmente dominado pelos desejos cobiçosos de seu coração.
Jamais devemos incorrer no erro de achar que os fins justificam os meios, e assim quebrar a Palavra do Senhor na busca de um desejo meramente egoísta.
 
III. O FRUTO DA COBIÇA
1. Falso testemunho.
As atitudes de Acabe foram acontecendo como reação em cadeia. É evidente que um desejo pecaminoso não pode dar frutos bons. O problema agora não era somente Acabe, mas também sua famigerada mulher, Jezabel (1 Rs 21.7). Foi ela que arquitetou um plano sórdido para apossar-se da propriedade de Nabote. Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas nesse intento, incluindo os nobres do reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe. Por conseguinte, com o pleno consentimento do marido, engendrou o plano, a fim de que Nabote, o Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1 Rs 21.10). Um simples desejo que evoluiu para cobiça e falso testemunho.
2. Assassinato e apropriação indevida.
A trama precisava ser bem feita para não gerar desconfiança. E por isso um jejum deveria ser proclamado, como sinal de lamento por haver Nabote blasfemado contra o Deus de Israel (1 Rs 21.9). Uma prática religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso. Como foi planejado, Nabote e sua família foram apedrejados e mortos injustamente! (1 Rs 21.13). Quantas vezes a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas! Resolvido o problema, agora o rei apoderar-se-ia da vinha de Nabote (1 Rs 21.16). Um abismo chama outro abismo.
O pecado havia evoluído da cobiça para o assassinato!
 
IV. AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA
1. Julgamento divino.
Tanto Acabe como a sua esposa, Jezabel, estavam convencidos de que ninguém mais sabia dos seus intentos. De fato, ninguém dentre o povo soube dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o Tisbita. Tão logo Acabe apossou-se da vinha de Nabote, ordena Deus ao profeta Elias que se apresente ao rei e lhe proclame o juízo divino: “Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo” (1 Rs 21.19,20).
Alguém pode enganar aos homens, mas nunca ao Senhor. Diante dEle todas as coisas estão patentes (Hb 4.13).
2. Arrependimento e morte.
Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença divina de julgamento: arrepender-se ou rejeitar a correção. No caso de Acabe, o texto sagrado destaca que logo após receber a profecia sentenciando a sua morte, ele “rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente. Então, veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita, dizendo: Não viste que Acabe se humilha perante mim? Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa” (1 Rs 21.27-29). Acabe arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de suas ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo!
 
CONCLUSÃO
Lendo a história de Acabe, constatamos logo que o pecado não compensa. Todas as nossas ações terão consequências, e algumas delas extremamente amargosas. Deveríamos medir nossas intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente assim evitaríamos dar vazão aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam a Deus em vez de satisfazer nossos egos. Acabe fracassou porque esqueceu-se da Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor. Quando alguém quebra a Palavra de Deus, na verdade é ele quem está se quebrando!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
HENRY, M. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. De acordo com a lição, por que Nabote recusou vender a sua vinha?
R. Porque a terra era dada como uma concessão e como tal não poderia ser vendida. A lei mosaica ainda proibia um israelita vender a herança de seus pais.
2. Explique o porquê do desejo de Acabe em se apossar da vinha de Nabote.
R. Acabe possuía uma casa de verão e queria construir ao seu lado uma horta.
3. Destaque alguns frutos da cobiça de Acabe.
R. Falso testemunho, apropriação indébita e assassinato.
4. Como Acabe reagiu à sentença de julgamento dada pelo profeta Elias?
R. Com arrependimento.
5. Lendo a história de Acabe, o que podemos constatar?
R. Que o pecado não compensa.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Base legal
O ‘dia de jejum’ que Jezabel proclamou sugere que ela havia convocado os anciãos em assembleia para identificar a causa de algum recente desastre ou dificuldade (cf. Jl 1.14-18). Alguns sugerem que a acusação feita pelos dois vilões era que Nabote abandonara a promessa feita em nome de Deus para vender sua terra ao rei. O fracasso em manter um juramento feito em nome de Deus seria blasfêmia. Nesse caso, após a execução de Nabote, o rei podia legalmente tomar posse da propriedade em disputa. 2 Reis 9.26 acrescenta que os filhos de Nabote foram assassinados ao mesmo tempo. Com nenhum herdeiro vivo, aparentemente não havia ficado ninguém para disputar a reclamação de Acabe pela terra” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.238),
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bíblico
“Tendo Nabote sido tirado do caminho, Acabe toma posse da vinha.
Os anciãos de Jezreel enviaram despreocupadamente a notícia a Jezabel, como se fosse uma notícia agradável: Nabote foi apedrejado e morreu (v.14). Aqui observamos que: tão obsequiosos estavam os anciãos de Jezreel para obedecer as ordens de Jezabel, que ela enviara de Samaria para assassinar Nabote, quanto estavam obsequiosos os anciãos de Samaria para obedecer as ordens de Jeú para assassinar os setenta filhos de Acabe, embora nada fosse feito segundo a lei (2 Rs 10.6,7). Aqueles tiranos, que com suas ordens perversas corrompem as consciências dos seus magistrados inferiores, no fim podem talvez receber o troco caindo sobre eles, e aqueles que se dispõem a fazer uma coisa cruel por eles estarão prontos a fazer outra coisa cruel contra eles” (HENRY, M. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.534).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A vinha de Nabote
Não devemos ficar surpresos quando a injustiça e a maldade forem companheiras das práticas de uma nação quando a mesma se afasta da lei do Senhor. A descrição dada pelo cronista sobre os dias do reinado de Acabe não são agradáveis, e mostram um rei fraco, imaturo e dominado por uma esposa ímpia: “Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, porque Jezabel, sua mulher, o incitava” (1 Rs 21.25).
Ao lado do palácio de Acabe, havia uma vinha que pertencia a um homem chamado Nabote. Entendemos pelo texto que aquela propriedade lhe fora passada por herança: “Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais” (1 Rs 21.3), o que fortalecia a convicção de Nabote de que ele não deveria vendê-la nem trocá-la por outra propriedade. É provável que Nabote tenha sido criado naquele terreno, dedicando-se com seus pais ao cultivo de uvas.
O que fez Acabe diante da resposta de seu súdito? Ficou entristecido, como uma criança mimada, e não quis se alimentar. Ao perceber o que aconteceu, a maligna esposa do rei orquestrou uma farsa para que o rei tivesse um pouco de alegria: escreveu cartas ordenando que homens maus acusassem Nabote de ter blasfemado do Senhor e do rei, para que fosse apedrejado e morto. É curioso ver que pessoas malignas não adoram ao Senhor nem o temem, mas não se furtam de usar o nome do Senhor para perverter o juízo e cometer atrocidades. Mas lembremo-nos de que Deus não se deixa escarnecer nem deixa seu nome ser usado em vão.
O julgamento de Acabe seria terrível, e a sentença seria transmitida por Elias: “Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samaria; eis que está na vinha de Nabote, aonde tem descido para a possuir. E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o SENHOR: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o SENHOR: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo... E também acerca de Jezabel falou o SENHOR, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jezreel” (1 Rs 21.18,19,23). Que isso sirva de lição a todos os que de alguma forma detém o poder e dele abusam: não se pode zombar de Deus utilizando o poder temporal para realizar propósitos pessoais e até malignos. A quem muito for dado muito será cobrado. E todo ato de cobiça, além de reprovado por Deus, será também duramente punido por Deus.