Lições Bíblicas CPAD / Adultos
Título: O final de todas as coisas — Esperança
e glória para os salvos
Comentarista: Elinaldo Renovato
TEXTO ÁUREO: “Sabe,
porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2Tm
3.1).
VERDADE PRÁTICA: O estudo da Escatologia bíblica traz ao
coração dos salvos a esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus
Cristo.
OBJETIVO GERAL: Explicar o
real significado da Escatologia Bíblica.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Definir a Escatologia;
II. Mostrar a preocupação do homem com os fins dos tempos;
III. Explicar algumas das diferentes interpretações escatológicas.
INTERAÇÃO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, neste primeiro trimestre do ano estudaremos a respeito das últimas
coisas, pois em breve Jesus virá! Muitos já não creem na Segunda Vinda de
Cristo, por isso, desprezam as profecias bíblicas. Todavia, Jesus virá como um
ladrão, na hora que ninguém espera. Este glorioso dia não nos pegará de
surpresa, pois somos do Senhor e aguardamos a sua vinda a qualquer momento.O comentarista do trimestre é o pastor Elinaldo Renovato de Lima — autor de diversos livros, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN.
Que o estudo de cada lição possa trazer esperança ao seu coração, pois breve Ele virá e estaremos para todo o sempre em sua presença.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade
ímpar de estudar a respeito do tempo do fim. Nesta primeira lição, examinaremos
a Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz
esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador
voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para
os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As
previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: “Os ímpios serão
lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).
Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do
Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão
(Mt 28.19,20).
PONTO CENTRAL: O estudo da Escatologia Bíblica traz
esperança para os salvos em Jesus Cristo.
I. O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição.
A palavra escatologia tem origem em dois
termos gregos: escathos, “último”, e logos, “estudo”, “mensagem”,
“palavra”. O termo grego cognato é que significa “últimas coisas”. Daí vem à
expressão “estudo”, ou “doutrina” das “últimas coisas”. Portanto, escatologia é
o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a “doutrina
das últimas coisas”. A escatologia estuda os seguintes temas: Estado
Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento
Final e o Estado Perfeito Eterno.
2. A escatologia e a volta de Jesus.
O estudo da escatologia bíblica mostra
que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode
acontecer a qualquer momento: “Portanto, estai vós também apercebidos; porque
virá o Filho do Homem à hora que não imaginais” (Lc 12.40). Muitos desprezam e
desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve
Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Embora lide com eventos futuros, a
escatologia tem suas raízes tanto na vida, morte e ressurreição históricas de
Cristo como em seu futuro retorno. Como afirma Berkouwer: ‘Não é o
desconhecimento do futuro, mas sim seu conhecimento que é fundamental na reflexão
escatológica’. A verdadeira questão é ‘se as expectativas bíblicas são certas
ou incertas, duvidosas ou inevitáveis’.Eis uma verdade com a qual quase todos os teólogos evangélicos concordam: Jesus voltará. Os cristãos fundamentam sua esperança nesta promessa, que foi claramente firmada por Cristo (Mt 24.27-31). Nas parábolas dos dois servos (Mt 24.45-51), das dez virgens (Mt 25.1-13) e dos talentos (Mt 25.14-30), Jesus assegurou que voltaria. Ele virá sobre as nuvens (Mt 26.64; Ap 1.7), à vista de todos (Mt 24.30), chegará ao mesmo lugar do qual partiu (Zc 14.4; At 1.11) e em um momento que apenas o Pai conhece (Mc 13.32).
Embora os estudiosos normalmente concordem que Jesus voltará, existem diferentes opiniões sobre os detalhes das circunstâncias que levarão ou se seguirão ao retorno de Cristo. Estas diferentes opiniões estão relacionadas à sequência dos eventos do fim, à Grande Tribulação, ao Milênio e ao futuro de Israel” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.168).
II. A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
1. Os discípulos de Jesus.
Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao
Mestre: “[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua
vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do
primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um
assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século
algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala
sobre os “escarnecedores” que dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?”. Infelizmente,
hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se cumprirá e
que o fim não virá (2Pe 3.3,4).
2. As previsões falsas sobre o futuro.
O homem sempre se preocupou com o fim
dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões
quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já
marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois
todos erram.
3. Falsos profetas.
Certo pastor marcou o arrebatamento da
Igreja para o ano de 1993 e o início da Grande Tribulação, considerando que o
ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro “profeta”, baseado em cálculos
matemáticos, somando ou subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem
bíblica dos tempos, assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro
de 1986 às 17 horas em Jerusalém! Marcou o “fim do mundo” para março de 1987.
Mais um falso profeta foi desmoralizado.Marcos 13.32 assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42 alerta: ‘Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Paulo escreve: ‘porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite’ (1Ts 5.2). Estas passagens indicam que Jesus pode retornar a qualquer momento advertindo-nos para estarmos prontos.
Já outras passagens trazem sinais que precederão a volta de Cristo. O próprio Jesus mencionou sinais que marcariam o fim dos tempos como lemos em Mateus 24.1-14” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.169).
III. INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Existem diferentes interpretações
escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição,
porém estudaremos algumas:
1. Futurista.
Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai
se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos
subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os
últimos tempos. Essa corrente, porém, subdivide-se em:
a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da
Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que
“interpretam a Bíblia literalmente encontram razões fortes para crer que o
arrebatamento será pré-tribulacional”. O ensino a respeito do arrebatamento é
uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido
quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua
Igreja.
É importante ressaltar que a corrente Pré-tribulacionista
está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os Pré-tribulacionista
os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da
Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel
para a restauração do plano de Deus.
b)
Pré-milenista. Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio,
quando Cristo virá reinar sobre a Terra.
Grandes partes dos cristãos do primeiro
século eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade “tal
posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela
filosofia grega, passou a ensinar que o Milênio nada mais era que uma
referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações”.
c)
Midi-tribulacionistas. Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio
da Tribulação.
d)
Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar pela Grande
Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus.
Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria
guardá-la “da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os
que habitam na terra” (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando
começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos “[...] esperar dos céus a
seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira
futura” (1Ts 1.10).
2. Histórica.
Considera que o Apocalipse
é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal
entendimento não corresponde à realidade bíblica.
3. Preterista.
Os preteristas entendem que o Apocalipse
já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de
Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos
tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como
o Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17), a Grande Tribulação ou “a hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo” (Ap 3.10), a Vinda de Cristo em
glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5).
4. Simbolista.
É também chamada de
interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é “espiritualizado”, simbólico;
nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. Nessa
linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um
período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está
vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será
literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que
Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma
ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos
salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão
literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Os termos pré-milenismo, amilenialismo e
pós-milenialismo existem porque Apocalipse 20 fala sobre um reinado milenial de
Cristo, que terá lugar logo após o seu retorno (retratado em Apocalipse 19).
Uma teologia sólida deve ser desenvolvida a partir da própria Bíblia e as
Escrituras ensinam apenas um ponto de vista. O amilenialismo e o pós-milenialismo
não são encontrados em nenhuma parte, mas o pré-milenialismo é percebido ao
longo de toda a Bíblia. A força do pré-milenialismo está no texto das
Escrituras.O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. Isso ocorrerá após o período da Tribulação e antes do estabelecimento de um novo céu e uma nova terra (Ap 20).
Ryrie observa: ‘Todas as formas de pré-milenialismo entendem que o Milênio segue à segunda vinda de Cristo. A sua duração será de mil anos; a sua localização será na terra; o seu governo será teocrático com a presença pessoal de Cristo reinando como Rei’.
Dentro do pré-milenialismo, em geral, existe uma variedade de pontos de vista acerca do arrebatamento da Igreja, os quais incluem o pré-milenialismo pré-tribulacional, e pós-tribulacional. “Em outras palavras, os pré-milenialistas estão divididos quanto as suas opiniões de quando o arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e ao Milênio” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.348).
CONCLUSÃO
Defendemos a interpretação futurista,
que se revela como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a
qual a Bíblia interpreta-se a si mesma.Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação.
A respeito da Escatologia Bíblica,
responda:
1° Defina “escatologia”.
Resp: A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos,
“último”, e logos, “estudo”, “mensagem”, “palavra”. O termo grego cognato é éschata,
que significa “últimas coisas”. Daí vem à expressão “estudo”, ou “doutrina” das
“últimas coisas”.
2° Quais os temas estudados pela
escatologia?
Resp: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação,
Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.
3° Quando se dará a volta de Cristo?
Resp: A qualquer momento Cristo poderá voltar.
4° Cite três interpretações
escatológicas a respeito do fim.
Resp: Pré-tribulacionista, Pré-milenista, Midi-tribulacionistas.
5° O que a corrente Preterista entende a
respeito do Apocalipse?
Resp: Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na
época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C..
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
Escatologia, o estudo das Últimas Coisas
Esperança: o fundamento da Escatologia
Bíblica.
O único motivo por que a promessa da
nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e
do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos
(Rm 8.24,25)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD,
p.610). De fato, não alcançamos a plena redenção do nosso corpo; a nova
realidade de uma transformação radical nos termos que o apóstolo Paulo escreveu
em 1 Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com
voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo
ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17). Ao anunciar esta promessa, o apóstolo
conclui: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18).A sentença acima, pronunciada pelo apóstolo dos gentios, demonstra que a “esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E que, por isso, devemos reforçar tal esperança consolando uns aos outros com a memória dessa promessa. A razão de aguardarmos algo que ainda não ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação do Reino de Deus no mundo”. Por isso, essa esperança se inicia e permanece em nós por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo sem esperança, já condenado como filhos da ira, com uma natureza essencialmente alienada de Deus e do seu plano de salvação. Mas, “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). Aqui, está a razão da nossa esperança! Se o Pai, por intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo, significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso, a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia Bíblica.
Enfatize a esperança cristã
Ao iniciar a primeira lição deste
trimestre, antes de abordar o conceito da Escatologia, a preocupação com os
fins dos tempos e as linhas de interpretações do livro de Apocalipse, dê ênfase
ao tema da "esperança". A doutrina das últimas coisas não pode ser
ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas. À luz da Palavra de Deus,
sempre que os autores bíblicos trataram do assunto, eles tinham como alvo de
consolar, confortar e animar o povo de Deus.
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