LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A
Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Comentarista:
Claiton Ivan Pommerening
Lição
7: A
Salvação pela Graça
Data: 12 de Novembro de 2017
TEXTO ÁUREO:“Pois
assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação de vida” (Rm 5.18).
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar o propósito da Lei e da graça;
II. Discutir a respeito do favor imerecido de Deus;
III. Salientar para o escândalo da graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a)
professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da maravilhosa
graça de Jesus. A nossa salvação é resultado desta graça, ou seja, do favor imerecido
de Deus à humanidade pecadora. Ninguém pode receber a salvação por méritos
próprios ou pela observância da Lei, pois o seu propósito, segundo o apóstolo
Paulo, era somente apontar o pecado a fim de nos conduzir a Cristo (Gl 3.24).Embora a lição não trate a respeito do legalismo, acreditamos ser importante ressaltar que ele é antagônico, adverso à graça. Por isso, no decorrer da lição enfatize que o homem é salvo unicamente pela fé em Cristo Jesus, pela graça, e não pelas obras da Lei ou pelo seu esforço em tentar agradar a Deus.
INTRODUÇÃO
A Lei no Antigo Testamento tem a
função de instruir e ensinar ao povo o que Deus estabeleceu aos israelitas a
fim de eles terem um convívio próspero, pacífico e harmonioso na terra de
Canaã. Os mandamentos contêm preceitos indispensáveis de moral, de ética e de
vida religiosa, sem os quais o povo viveria num caos. Entretanto, na
impossibilidade de os seres humanos cumprirem plenamente a Lei para tornarem-se
justos, Deus nos outorgou a sua maravilhosa graça.
1. O propósito da Lei.
A Lei tem o propósito espiritual
de mostrar quão terrível é o pecado — “pela lei vem o conhecimento do pecado”
(Rm 3.20) —, bem como o propósito concreto de preservar o povo de Israel do
pecado. Mais tarde, a Lei também revelaria quão grande é a necessidade do ser
humano, pela graça, obter a salvação, pois era impossível cumprir plenamente a
Lei de Deus no Antigo Testamento (Rm 7.19; Tg 2.10). Entretanto, sob o ponto de
vista dos aspectos morais da Lei, há princípios que continuam vigorando até os
dias atuais. Esses princípios, conforme resumidos no Decálogo — os Dez
Mandamentos —, representam nossas obrigações éticas para com Deus e com o
próximo (Êx 20.1-17). Esse é o caminho traçado pelo Altíssimo para nós no
processo de santificação efetivado pelo Espírito Santo (Jo 14.15; Jo 16.8-10).
Nesse sentido, a própria lei moral de Deus é uma expressão de sua graça que
representa a revelação clara de sua vontade santa, justa e boa (Rm 7.12).
2. A Lei nos conduziu a Cristo.
A Lei foi uma espécie de guia
para encontrarmos a Cristo por meio da graça (Gl 3.24). Ela nos convence, pela
impossibilidade de ser cumprida, de que não podemos alcançar a salvação sem
Cristo. Desse modo, quando a Lei se faz a própria justiça do homem, como mérito
dele, ela se torna depreciativa, impossibilitando o ser humano de alcançar a
salvação que só é possível mediante o evangelho da graça de Deus (Ef 2.8).
3. A graça revela que a Lei é imperfeita.
Paulo constata a superioridade do
Espírito em relação à Lei (Gl 5.18) e, que por isso, morremos para a Lei (Rm
7.4; Gl 2.19). Assim, o escritor aos Hebreus revela que a Lei é imperfeita (Hb
8.6,7,13) e o apóstolo João afirma que foi Cristo quem trouxe a graça e a
verdade (Jo 1.17). Sim, a graça é superior à lei! Logo, segundo as Escrituras,
só existe a Lei por causa do pecado e para apontá-lo: “Que diremos, pois? É a
lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei” (Rm
7.7).
A Finalidade da Lei
Talvez em nenhuma outra passagem
da Escritura o objetivo da lei esteja tão bem explicado como na carta aos
Gálatas. O apóstolo Paulo pergunta para que é a lei, e em seguida responde:
‘Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem
a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro’.
E mais adiante: ‘De maneira que a lei serviu de aio, para nos conduzir a
Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados’ (Gl 3.19,24).Do texto bíblico, e à luz de todo o contexto, percebe-se que a lei, embora ordenada para o bem, não conseguiu justificar ninguém. Pelo contrário, foi alvo de muitas transgressões e culpas que deveriam levar o homem a conhecer a sua própria miséria e impotência e, partindo daí, a se humilhar diante de Deus, arrepender-se e a ser salvo mediante a fé. Todavia, em si mesmo, a lei não tinha poder algum para levar o homem ao Criador: ‘E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé’ (Gl 3.11).
A lei, portanto, serviu ao israelita, a quem foi dada, como um pedagogo, ou aio, até que a fé viesse. Mas depois que a fé veio, não estamos mais sujeitos ao pedagogo. Em outras palavras, o objetivo último da lei é fazer que o pecador sinta a necessidade de justificação e perdão, e levá-lo, ao final, a confiar em Jesus Cristo e a recebê-lo como seu único Salvador e Senhor, recebendo dele a salvação do pecado e da consequência deste, a morte espiritual” (ALMEIDA, Abraão. O Sábado, a Lei e a Graça. 19ª Edição. RJ: CPAD, 2015, pp.46,47).
II. O FAVOR IMERECIDO DE DEUS
1. Superabundante graça.
Não há pecador, por pior que seja, que não possa
ser alcançado pela graça divina, pois onde abundou o pecado, que foi exposto
pela Lei, superabundou a graça de Deus (Rm 5.20). Por meio da compreensão dessa
maravilhosa graça, o apóstolo João escreveu: “se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).
2. Fé e graça.
A graça opera mediante a fé no
sacrifício vicário de Cristo Jesus. Ambas, fé e graça, atuam juntamente na obra
de salvação: a graça, o presente imerecido de Deus; a fé, a contrapartida
humana à obra de Cristo. Nesse sentido, não é a fé que opera a salvação, mas a
graça de Deus que atua mediante a fé do crente no Filho de Deus (Rm 3.28; 5.2;
Fp 3.9).
3. A graça não é salvo conduto para pecar.
Segundo o ensino das Sagradas
Escrituras, a graça jamais pode ser vista como um salvo conduto para a prática
do pecado ou da libertinagem (Gl 5.13). Pelo contrário, a graça de Deus nos
convoca à obediência ao doador da graça, pois quando se ama fazemos de tudo
para agradar a pessoa amada. Por isso, o amor de Cristo nos “constrange” (2Co
5.14) a fazer algo que agrade ao Pai (1Ts 4.1). Logo, quem é alcançado pela
graça compreende o quanto somos devedores a Deus e aos irmãos (Rm 13.8) e, por
isso, desejamos amar o outro como Cristo amou (Jo 13.35). Os que estão sob a
liberdade da graça vivem a santidade que reflete a beleza de Cristo no homem
interior, onde este se revela vivo para Deus, mas morto para o pecado (Rm
6.11,13).
Graça
As palavras mais frequentemente
usadas no Antigo Testamento para transmitir a ideia de graça são chanan
(‘demonstrar favor’ ou ‘ser gracioso’) e suas formas derivadas (especialmente chen)
e chesedh (‘bondade fiel’ ou ‘amor infalível’). A primeira refere-se
usualmente ao favor de livrar o seu povo dos inimigos (2Rs 13.23) ou aos rogos
pelo perdão de pecados (Sl 41.4). Isaías revela que o Senhor anseia por ser
gracioso com o seu povo (Is 30.18). Mas a salvação pessoal não é o assunto de
nenhum desses textos. O substantivo chen aparece principalmente na frase
‘achar favor aos olhos de alguém’ (dos homens: Gn 30.27; 1Sm 20.29; de Deus: Êx
34.9; 2Sm 15.25). Chesedh contém sempre um elemento de lealdade às
alianças e promessas, expresso espontaneamente em atos de misericórdia e amor.É um ‘conceito central que expressa mais claramente seu modo de entender o evento da salvação... demonstrando livre graça imerecida. O elemento da liberdade... é essencial’. Paulo enfatiza ‘a ação de Deus, e a graça concretizada na cruz de Cristo’. Em Efésios 1.7, Paulo afirma: ‘Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, pois pela graça sois salvos’ (Ef 2.5,8)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.344,345).
CONHEÇA MAIS
Graça
Uma das maneiras de Deus
demonstrar sua bondade é através da graça salvífica. No Antigo Testamento, a
ênfase da graça recai sobre o favor demonstrado ao povo da aliança, embora as
demais nações também estejam incluídas. No Novo Testamento, a graça, como dom
imerecido mediante o qual as pessoas são salvas, aparece primariamente nos
escritos de Paulo”. Leia mais em Teologia Sistemática: Uma perspectiva
pentecostal, por Stanley Horton, CPAD, pp.344,45.
III. O ESCÂNDALO DA GRAÇA
1. Seria a graça injusta?
Se comparada com a humana, a justiça divina é imensamente perdoadora.
Logo, sob a ótica humana, a graça se torna injusta. Por esse motivo, a graça é
considerada um escândalo (Cl 2.14; Ef 2.8,9). Pelo fato de não haver
merecimento por parte do recebedor, o apóstolo enfatiza a impossibilidade de a
graça e a lei “andarem juntas”, pois ambas são excludentes: “porquanto pelas
obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gl 2.16); pois como diz Atos dos
Apóstolos: “mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo”
(15.11). Logo, pela lei é impossível o pecador se salvar, mas dependendo única
e exclusivamente da maravilhosa graça de Deus, ele encontrará descanso para a
alma (Mt 11.28-30).
2. A divina graça incompreendida.
Nos dias do apóstolo Paulo,
muitos não compreenderam seus ensinamentos sobre a graça de Deus (2Pe 3.15,16).
Por isso, ao longo da história da Igreja, dois extremos estiveram presentes
acerca da compreensão da graça: (1) Liberdade total para pecar (Rm 6.1,2); (2)
a impossibilidade de receber tão valioso presente (Gl 5.4,5). O primeiro,
naturalmente, leva a pessoa à libertinagem. Entretanto, a Palavra de Deus
mostra que maior castigo sobrevirá sobre os que profanarem o sangue do pacto e
ultrajarem o Espírito da graça (Hb 10.29). O segundo extremo se refere ao
perigo do legalismo, à ideia de que para ser salvo por Deus é preciso dar algo
em troca. Tal atitude pode levar o crente ao orgulho espiritual (Ef 2.8-10) e
gerar toda sorte de comportamentos hipócritas (Mt 23.23).
3. Se deixar presentear pela graça.
Humanamente é impossível ao
crente, alcançado pela graça, retribuir a Deus tão grande salvação. Se fosse
possível, já não seria graça, favor imerecido; mas mérito pessoal que tiraria
de Deus a autoria divina da salvação. Em nosso relacionamento com Ele, quem tem
mérito é seu Filho, Jesus Cristo (Fp 2.9-11). Assim, os que compreendem o favor
inefável de Deus, mediante sua graça, devem deixar-se presentear por ela. Quem
compreende o que significa ser justificado por Deus se permite “embalar nos
braços de amor e de perdão” do Pai. Para os filhos de Deus, cônscios do valor
da graça do Pai, tudo é presente, tudo é dádiva, tudo é favor imerecido!
Portanto, deixe-se presentear pela graça de Deus!Professor(a), para ajudar seus alunos a terem uma compreensão melhor a respeito da graça, reproduza o quadro abaixo e discuta com eles cada um dos tópicos.
CONCLUSÃO
Na lição desta semana, estudamos
a relação da Graça e a Lei; vimos que a graça é favor imerecido; e
compreendemos que ela chega a ser um escândalo para os que não creem. Portanto,
estamos cônscios de que o que nos salva é a graça de Deus mediante a fé somente
(Ef 2.8). E o livre-arbítrio? É possível perder a salvação? São assuntos que
veremos nas próximas lições.
A respeito da necessidade do novo nascimento,
responda:
1° Qual é o propósito da Lei?
Resp: A Lei tem o propósito espiritual de mostrar quão terrível é o pecado —
“pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20) — bem como o propósito
concreto de preservar o povo de Israel do pecado.
2° Por que a graça de Deus é superior à Lei?
Resp: Porque ela revela que a Lei é imperfeita. O escritor aos Hebreus revela
que a Lei é imperfeita (Hb 8.6,7,13) e o apóstolo João afirma que foi Cristo
quem trouxe a graça e a verdade (Jo 1.17).
3° Qual é a relação entre Fé e Graça?
Resp: A graça opera mediante a fé no sacrifício vicário de Cristo Jesus.
Ambas, fé e graça, atuam juntamente na obra de salvação: a graça, o presente
imerecido de Deus; a fé, a contrapartida humana à obra de Cristo. Nesse
sentido, não é a fé que opera a salvação, mas a graça de Deus que atua mediante
a fé do crente no Filho de Deus.
4° É possível afirmar que a graça é injusta?
Resp: Se comparada com a humana, a justiça divina é imensamente perdoadora.
Logo, sob a ótica humana, a graça se torna injusta.
5° Qual deve ser nossa atitude diante da graça de
Deus?
Resp: Os que compreendem o favor inefável de Deus, mediante sua graça, devem
deixar-se presentear por ela.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Salvação pela Graça
Uma acusação comum aos
pentecostais é que não conhecemos a graça de Deus. Acusa-nos de legalistas
porque em pleno século XXI preservamos costumes — como os que de quaisquer
igrejas evangélicas também são conservados, embora diferente dos nossos — em
detrimento da graça de Deus, dizem eles. Nesse assunto, os pentecostais também
concordam com a teologia arminiana, em que o fundamento essencial na dinâmica
da salvação é o da graça proveniente e que toda salvação é fruto inteiramente
da graça de Deus. Retomando mais uma vez o auxílio do teólogo arminiano Roger
Olson, passamos a conceituar graça proveniente.
A graça proveniente é uma doutrina elevada da graça
Com graça proveniente se quer
dizer o chamado de Deus no sentido de ser dEle a iniciativa do começo de relação
com uma pessoa que é livre para responder a esse chamado com arrependimento e
fé. Esse processo proveniente da graça, segundo Roger Olson, inclui ao menos
quatro aspectos: chamada, convicção, iluminação e capacitação. Por isso,
alinhado à visão arminiana, o pentecostal não tem dificuldade de pregar a graça
de Deus e, ao mesmo tempo, reconhecer que a chamada para a salvação pode ser
rejeitada pela pessoa. É muito claro para o pentecostal que nenhuma pessoa pode
arrepender-se, crer e ser salva sem o auxílio sobrenatural do Espírito Santo.
Este age do início ao fim do processo salvífico. Entretanto, é preciso que a
pessoa não resista ao Espírito, como fi zeram os fariseu são resistirem
arduamente à mensagem de Jesus Cristo (Mt 12.22-32), mas coopere com o Espírito
reconhecendo a própria condição de pecador e crendo no único Salvador.
O que pensava Armínio acerca da graça de Deus na
salvação?
Segundo Roger Olson, a teologia
de Armínio sempre foi compromissada com a graça de Deus e o teólogo holandês
jamais atribuiu qualquer ef cácia salvífica à bondade ou à força de vontade do
ser humano. Isso é importante destacar, pois é um equívoco pensar que quem
afirma que o ser humano pode resistir a graça de Deus está dizendo que o que
define a salvação é a vontade humana. Nada mais injusto!
Não havia dúvida para Armínio que
a salvação era de graça, provinha de Deus, era um presente incomensurável do
Altíssimo para o homem. Entretanto, o problema para Armínio, e o mesmo para os
pentecostais, era que “de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem
ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida.
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