Lições
Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A
atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Lição 12: Lança o teu pão sobre as águas
Data: 22
de Dezembro de 2013
TEXTO ÁURE: “Lança o teu pão sobre as águas, porque,
depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11.1).
VERDADE
PRÁTICA: Lançar o pão sobre as águas é fazer o bem e ter esperança quanto
a um futuro desconhecido.
INTERAÇÃO
A lei da semeadura
é revelada pelo apóstolo Paulo em Gálatas 6.7. O que esta lei diz? “Tudo o que
o homem semear, isso também ceifará”. Paulo está mostrando que um nascido de
novo e seguidor de Cristo Jesus, por obra iluminadora do Espírito Santo, não
pode deliberadamente semear na carne ao mesmo tempo em que anda no Espírito:
“Quem semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no
Espírito ceifará a vida eterna” (v.8). O contexto de Gálatas seis remete-nos a
ideia de os crentes levarem a carga um dos outros para fazer o bem. Isto é
semear para a vida eterna. O contrário é semear corrupção.
OBJETIVOS: Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
1° Saber como viver uma vida com propósito.
2° Decidir viver uma vida dinâmica com fé e esperança.
3° Viver a vida com responsabilidade diante de Deus e dos
homens.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Prezado professor, para lhe auxiliar na conclusão do terceiro
tópico da lição, reproduza o esquema abaixo conforme as suas possibilidades. O
professor deverá, ao longo da semana, estudar sistematicamente os capítulos 8 e
9 de 2 Coríntios. O Comentário Pentecostal Novo Testamento, editado pela
CPAD, muito lhe ajudará. Com o auxílio do esquema explique aos alunos que os
capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios contém instruções sobre ofertas dirigidas aos
crentes pobres de Jerusalém. As palavras do apóstolo Paulo nesses capítulos
estabelecem o ensino mais completo do Novo Testamento sobre a contribuição
financeira cristã para ajudar os necessitados.
2 CORÍNTIOS 8
1. Riquezas da sua generosidade. Os
princípios contidos neste capítulo são os seguintes:
a) Aquilo que possuímos pertence a Deus (v.5).
b) Temos de tomar a decisão firme em servir a Deus e não ao
dinheiro (v.5; cf. Mt 6.24).
c) A contribuição é feita para ajudar aos necessitados (v.14;
9.12; Gl 2.10).
d) A contribuição para os necessitados é considerada uma prova
do amor cristão (v.24) e deve ser realizada de modo sacrifical (v.3) e
voluntária (9.7).
2. Jesus Cristo... Se fez pobre...
Deus, em Jesus Cristo, se fez pobre e, por isso, agora nós
participamos das riquezas da eternidade. O Altíssimo quer uma atitude idêntica
operando em nosso ser como evidência da sua graça infinita (Lc 12.15; Ef 1.3;
Fp 4.11-13; Hb 11.26).
2 CORÍNTIOS 9
1. Pouco... Ceifará. O cristão pode contribuir
generosamente ou com avareza. [...] Paulo não fala primeiramente da quantidade
ofertada, mas da qualidade dos desejos e dos motivos do nosso coração ao
ofertarmos.
2. Abundar em vós toda a graça. O crente
deve contribuir com o que pode para ajudar os necessitados. Ele verá que a
graça de Deus é suficiente para suprir as suas próprias necessidades a fim de
que seja fecundo em toda boa obra (Mt 10.41,42; Lc 6.38).
3. Em tudo enriqueçais. Para que a generosidade seja
manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e
compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos e daquilo que temos,
resulta em: (1) suprir as necessidades dos nossos irmãos mais pobres; (2)
louvor e ação de graças a Deus (v.12) e (3) amor recíproco da parte daqueles
que recebem a ajuda (v.14).
Palavra Chave: Lançar: Jogar, estender, projetar,
atirar, etc.
INTRODUÇÃO
Nos capítulos anteriores de Eclesiastes, Salomão destacou os
problemas da vida. Esta é apresentada totalmente imprevisível, cheias de altos
e baixos, e muitas vezes sem explicação lógica ou racional. É com tal
perplexidade que o sábio enxerga as injustiças contra o justo e a prosperidade
do perverso.
Quanta ambiguidade! O que fazer diante de tudo isso? Ficar
inerte? Ou enfrentar a arena da vida? A lição dessa semana abordará a postura
que o pregador tomou, diante de Deus, em relação às questões da vida. Veremos
que o capítulo 11 de Eclesiastes mostra o Senhor nosso Deus como o centro da
nossa vida, pois sem Ele ela torna-se vazia e sem sentido.
I. VIVENDO
COM PROPÓSITO
1. Tomando uma atitude.
Em nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme
e sábia atitude. Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas. A
palavra hebraica traduzida como “lançar” é shalah, que significa enviar,
mandar embora, deixar ir. Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não
fique aí parado! Glorifique a Deus com a sua atitude”.
Podemos aplicar essa palavra também à obra missionária. Deus é
quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu Reino (Jz 6.8; Is 6.8; Jr
1.7), pois com igual determinação e amor, enviou o seu Filho a realizar a mais
sublime das missões: Salvar o mundo (Is 61.1; Jo 3.16).
2. Evitando a passividade.
Não devemos agir com passividade (Ec 11.4). A vida meramente
contemplativa nada resolve. É necessário e urgente fazer o bem. Por isso, o
pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao necessitado.
“Lançar o pão”, portanto, significa ser condescendente com os
pobres (Ec 11.1,2). Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar
a miséria alheia. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv
31.14). A igreja apostólica demonstrou a mesma preocupação (Gl 2.10).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Viver com propósito implica em tomar atitude evitando a
passividade.
II.
VIVENDO COM DINAMISMO
1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado).
Em relação ao texto de Eclesiastes 11.3, o escritor Derek Kidner
destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico portador de leis
próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens. Ele igualmente destaca
o relato da árvore caída: ela não pediu licença para tombar e não houve homem
que a impedisse de cair. Aqui, a vida mostra-se de forma imprevisível. Ela não
é composta apenas de bons momentos, mas também de períodos desagradáveis.
Então, o que fazer? Ficar aprisionado pela experiência passada sobre a qual
nada mais se pode fazer, ou enfrentar o futuro com fé e coragem?
2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente).
Em Provérbios, Salomão usa frequentemente a linguagem metafórica
para compartilhar as suas ideias. Uma metáfora que revela bem esse recurso é a
da formiga e do preguiçoso (Pv 6.6). Em Eclesiastes, encontramos o mesmo
princípio na metáfora do vento (Ec 11.4). Não são poucos os intérpretes da
Bíblia que observam, nesse texto, a ideia de movimento e imprevisibilidade da
vida.
O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens mostram-se
imprevisíveis. Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem tomar uma
firme e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar que o
vento e as nuvens passem. Dessa forma, o ser humano assiste a existência passar
sem nada realizar de concreto. Quem tem fé não age assim.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O texto de Eclesiastes 1.3-5 remonta a ideia de movimento e
imprevisibilidade da vida.
III.
VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
1. Plantando a semente.
Outra metáfora usada por Salomão é a do plantio (11.6). Essa
figura descreve a atividade do agricultor. Ela ensina a arte de semear a vida.
E isso requer ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência que
geralmente colhemos o que plantamos (Gl 6.7).
Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para semear. Assim,
a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e difícil diante
dos grandes obstáculos e desafios da existência humana. Nessa estrada, muitos
até desistem de semear e terminam vencidos pelas dificuldades intransponíveis
que ela lhes impõe.
2. Germinando a semente.
A metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não
podemos fazer a semente germinar (Ec 11.6). Salomão observa a vida como um
grande campo de solos variáveis. Ao agricultor, pois, resta saber em qual
valerá a pena semear, pois a semente não germinará em qualquer terreno.
Muitos fatores devem ser levados em conta na germinação da
semente: a qualidade do solo, o clima, etc. É urgente que o agricultor
persevere nesse empreendimento, mas que igualmente tenha fé e esperança de que
a semente germinará. De nada adianta observar o caos em que se encontra a
sociedade e não tomar nenhuma atitude. Façamos a nossa parte como agricultores
do Reino de Deus: semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a
criatura humana (Lc 8.5-15) e auxiliar o próximo necessitado (2Co 8-9).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Devemos plantar sementes para vida, germinando a Palavra de Deus
e cuidando do próximo necessitado.
IV.
VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
1. Fazendo escolhas responsáveis.
Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens. Eles são
convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as ocasiões, como
pessoas responsáveis e tementes a Deus. Assim, reconhecerão o Pai Celeste como
a sua satisfação maior.
2. Assumindo as consequências.
Há uma razão para vivermos de maneira alegre, mas ao mesmo tempo
de forma responsável e santa. Nossas ações trazem consequências. Tal como o
sábio disse no versículo 10. Viver a vida com intensidade não é agir de forma
desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido: glorificar
a Deus.
Portanto, jovem, viva a vida com intensidade, mas não se
esqueça: glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor nos
pedirá conta. Vivendo assim, quando a velhice chegar, não teremos o que
lamentar.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Viver com responsabilidade é fazer escolhas responsáveis na vida
assumindo as suas consequências.
CONCLUSÃO
O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta
à mesmice. É um convite a mergulharmos na fé e agir de acordo com a vontade de
Deus, não temendo as dificuldades que virão pela frente. É lançar-se para
semear. É alegrar-se com as maravilhas que o Senhor nos presenteou. Mas
significa igualmente afastar-se do pecado e da iniquidade, pois, no final,
teremos de dar conta de todos os nossos atos perante Deus.
Então, glorifiquemos ao Senhor com a nossa existência.
VOCABULÁRIO
Ambiguidade: Característica ou condição do que é ambíguo;
dois sentidos diferentes.
Inerte: Sem atividade ou movimentos próprios.
Condescendente: Indulgente, complacente, transigente.
Fenômeno meteorológico: Série de variáveis que existe na atmosfera como
temperaturas, pressão atmosférica, etc.
Contingente: O que é incerto, duvidoso, acidental.
Aprazimento: Sensação ou emoção agradável.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. O que o sábio quer ensinar ao usar a palavra
hebraica shalah, isto é, lançar?
R. Enviar, mandar embora, deixar ir.
2. Como o escritor Derek Kidner destaca a
metáfora da nuvem?
R. Como um fenômeno meteorológico portador de
leis e o tempo dos homens.
3. Como agricultores do Reino de Deus, o que nos
cabe fazer? Cite as respectivas referências bíblicas.
R. Semear a genuína Palavra de Deus no
coração de toda a criatura humana e auxiliar o próximo necessitado (Lc 8.5-15;
2Co 8-9).
4. Qual a razão para vivermos a vida de maneira
alegre, mas ao mesmo tempo responsável e santa?
R. Nossas ações trazem consequências.
5. Como você tem vivido a sua vida?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Obrigações para Ser Liberal. Respostas às Objeções contra a
Generosidade [Eclesiastes 11] vv.1-6
Como nosso próprio dever nos é recomendado, v.1.
1. Lança o teu pão sobre as águas, teu pão de milho sobre os
lugares baixos (assim alguns o entendem), aludindo ao pai de família, que,
andando, leva a preciosa semente, reservando o pão de milho de sua família para
a semeadura, sabendo que sem isso ele não pode fazer a colheita no próximo ano;
desta maneira, o homem caridoso tira do seu pão de milho para a semente de
milho, priva a si mesmo para suprir aos pobres, para que ele possa semear sobre
todas as águas (Is 3.22), porque assim como ele semeia ele também deve ceifar,
Gálatas 6.7. Nós lemos sobre a ceifa do rio, Isaías 23.3. Águas, nas
Escrituras, são usadas em referência às multidões (Ap 16.5), e há multidões de
pobres (nós não temos falta de objetos de caridade); águas também são usadas em
referência aos enlutados: os pobres são homens de tristezas. Tu deves dar o
pão, o sustento necessário para a vida, não somente dar palavras, mas também
coisas boas, Isaías 58.7. Deve ser o teu pão, aquilo que é honestamente
adquirido; não é caridade, mas injúria, dar aquilo que não é nosso; primeiro,
aja com justiça, e então, ame com piedade” (HENRY, M., Comentário Bíblico
Antigo Testamento — Jó a Cantares de Salomão. 1.ed., RJ: CPAD, 2010,
p.947).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Lança o teu pão sobre as águas
“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias,
o acharás” (Ec 11.1). Salomão inicia o capítulo 11 de Eclesiastes com uma
metáfora. Muitos questionam o que seria lançar o pão sobre as águas. O sábio se
utiliza de uma figura de linguagem para nos fazer um convite à generosidade.
Salomão se afastou de Deus e certamente deve ter experimentado o egoísmo.
Porém, ele conseguiu perceber que o egoísmo torna a vida sem sentido, vazia,
que não compensa, por isso, Deus nos ensina, em sua Palavra, a termos uma vida
generosa. A sociedade está marcada pelo egoísmo, onde não damos mais espaço
para a generosidade. Todavia, nós crentes não podemos nos conformar com a
maneira de pensar deste mundo: “E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
Quem não abre a mão e não lança sementes não terá o que colher.
A generosidade torna-nos mais ricos, pois é um fruto do Espírito (Gl 5.22). As
nações estão enfrentando uma grande crise financeira, em especial a comunidade
europeia. Esta crise tem repercutido em vários países, pois vivemos em uma
economia globalizada. As taxas de juros e a inflação estão subindo. Sabemos que
precisamos economizar, mas Deus tem um compromisso com a sua Palavra. Ele é
fiel e promete recompensar aqueles que são generosos (Dt 15.10,11; Pv 11.25).
Como Igreja do Senhor, não podemos nos esquecer dos necessitados e carentes,
pois Jesus jamais se esqueceu deles (Lc 4.18,19).
Para “lançar o pão sobre as águas”, é preciso ter fé. A fé “é o
firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
veem” (Hb 11.1). Só aquele que crê que Deus supre as nossas carências pode
tomar esta atitude. Não tenha medo de lançar sementes, pois Deus “é poderoso
para fazer [...] além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em
nós opera” (Ef 3.20). Ao invés de olharmos somente para as nossas carências e
necessidades, venhamos a olhar para aqueles que estão necessitados da nossa
ajuda.
Embora tenhamos fé, não podemos prever o nosso amanhã. Viver é
contar com os imprevistos; por isso, acredito que “lançar o pão sobre as águas”
é, diante do inesperado, procurar agir de maneira sábia, fazendo o que é bom
para ajudar o próximo.