2º Trimestre de 2014
Lição 4: Dons de Poder
Data: 27 de Abril de 2014
A igreja evangélica precisa despertar para o valor desses dons de poder
TEXTO
ÁUREO:A
minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa
fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus (1Co 2.4,5).
OBJETIVOS:
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
1° Compreender o que significa o dom da fé.
2° Analisar biblicamente os dons de curar.
3° Saber a respeito do dom de maravilhas.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, para
introduzir a lição, indague: “O que é fé?” “Que diferença há entre fé salvífica
e o dom da fé?” Faça as perguntas diretamente aos alunos, individualmente. O
objetivo é avaliar o conhecimento dos alunos a respeito do tema. Depois de ouvi-los
escreva no quadro o esquema abaixo e discuta-o com a turma.
Fé = “Firme fundamento das coisas que se esperam e a
prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1).
Fé salvífica = “Proveniente da proclamação do Evangelho, esta
fé leva-nos a receber a Cristo como Salvador”.
Dom da fé = “Capacidade que o Espírito Santo concede ao
crente para este realizar coisas que transcendem à vida natural”.
O ministério terreno de Jesus foi marcado por inúmeros milagres, principalmente curas. A história eclesiástica comprova que a Igreja do primeiro século também operou maravilhas no poder do Espírito Santo. Entre os primeiros cristãos sobejavam os dons de poder. Se Jesus não mudou e os dons espirituais são para a Igreja de hoje, por que atualmente não vemos as manifestações dos dons de poder em nosso ambiente com mais frequência? Será falta de conhecimento a respeito do assunto? Ou será por causa do mau uso que alguns fazem das dádivas divinas?
Nesta lição estudaremos a respeito dos dons de poder. Veremos como eles são necessários à vida da igreja. Se você deseja recebê-los e usá-los para a glória do nome do Senhor, proporcionando a edificação da igreja, busque-os com fé em oração.
1. O que significa fé?
Na epístola aos
Hebreus lemos que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a
prova das coisas que se não veem” (11.1). Essa é a definição bíblica sobre a
fé, pois mostra a total confiança e dependência em Deus. Aprendemos com o texto
do capítulo 11 de Hebreus, conhecido como a “galeria dos heróis da fé”, que
Deus é poderoso para fazer todas as coisas, sendo a nossa fé em Deus,
fundamental para as operações divinas entre os homens.
2. A fé como dom.
É distinta daquela que
recebemos por ocasião da nossa conversão: a fé salvífica (Rm 10.17; Ef 2.8).
Igualmente, se distingue da fé evidenciada como fruto do Espírito (Gl 5.22). O
dom da fé é a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para este
realizar coisas que transcendem à esfera natural da vida, objetivando sempre a
edificação da igreja. De acordo com o teólogo Stanley Horton, esse dom “é uma
fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial”.
3. Exemplo bíblico do
dom da fé.
Quando guiou o povo de
Israel na saída do Egito e se aproximou do Mar Vermelho, já na iminência de ser
destruído por Faraó, Moisés disse: “Não temais; estai quietos e vede o
livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque os egípcios, que hoje vistes,
nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Ex
14.13,14). Moisés “viu” pela fé o livramento do Senhor antes de o fato
acontecer. Esta é uma boa amostra bíblica do exercício do dom da fé.
1. O que são os dons
de curar?
São recursos de
caráter sobrenatural para atuarem na cura de qualquer tipo de enfermidade. Por
isso a expressão está no plural. Deus é quem cura! Ele concede os “dons”
segundo o conselho da sua vontade, sabedoria e no momento certo. No Antigo
Testamento, o Todo-Poderoso se manifestou ao povo de Israel como “Jeová Rafa” —
O Senhor que sara (Ex 15.26; Sl 103.3). A concessão desses dons à Igreja
deve-se à necessidade de o Evangelho ser anunciado como uma mensagem poderosa
ao não crente, que outrora não tinha fé, mas que agora passou a crer no
Evangelho, arrependendo-se dos seus pecados (Mc 16.17,18; At 3.11-26; 4.23-31).Apesar de o crente ser redimido pelo Senhor através da obra expiatória efetuada por Jesus na cruz do Calvário, ele (o crente) ainda aguarda a redenção do seu próprio corpo. Quando o apóstolo Paulo tratou dos males que afligem à criação como resultado do pecado da humanidade, escreveu que “não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Enquanto não recebermos o novo corpo imortal e incorruptível estaremos sujeitos a toda sorte de doenças.
Os dons de curar são necessários à igreja da atualidade. Num mundo incrédulo em que a medicina se desenvolve rapidamente, o ser humano pensa que pode superar a Deus. A humanidade precisa compreender a sua limitação e convencer-se da sublime realidade de um Deus Todo-Poderoso que, em sua misericórdia e amor, concede sabedoria a homens e mulheres para multiplicar o conhecimento da medicina visando o bem-estar de todos. Quanto aos dons de curas, são manifestações de poder sobrenatural que o Espírito Santo colocou à disposição da Igreja de Cristo para que a humanidade reconheça que Deus tem o poder de sanar todas as doenças.
1. O dom de operação
de maravilhas.
Este dom realiza obras
extraordinárias além do poder humano. O dom de operação de maravilhas altera a
ordem natural das coisas consideradas impossíveis e impensáveis.
2. Exemplos bíblicos.
O ministério terreno
de Jesus foi marcado por operações de maravilhas. O Bom Mestre repreendeu o
vento e o mar, e estes logo se aquietaram (Mt 8.23-27). O nosso Senhor atestou
por muitas vezes o seu poder sobre a natureza criada para sua glória (Jo 1.3).
Podemos destacar outros exemplos de operação de maravilhas no ministério de
Jesus: a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17); a ressurreição da
filha de Jairo (Mc 5.21-43); a ressurreição de Lázaro, morto havia quatro dias
(Jo 11.1-45). Nosso Senhor tem todo o poder sobre a morte, pois para Ele “nada
é impossível” (Lc 1.37). Nosso Deus não mudou. O Pai Celestial deu dons à sua
igreja a fim de que ela atue no mundo moderno com poder e graça.O cristão não tem autorização divina para “determinar”, “decretar” ou “exigir” a cura dos enfermos. A nossa relação com Deus não se dá em forma de barganha. Quem somos nós para exigir de Deus alguma coisa? Somos seres humanos limitados! Se não fosse a graça e a misericórdia de Deus, o que seria de nós? Como discípulos de Cristo, devemos rogar ao Pai, buscando-o de todo o nosso coração para curar os doentes, pois a Palavra de Deus recomenda que oremos pelos enfermos (Tg 5.14). A oração do justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e independe de se ter o dom ou não. Jesus nos ensinou que em seu nome deveríamos impor as mãos sobre os enfermos para que eles sejam curados (Mc 16.18). Nossa responsabilidade é orar pedindo a cura. Quem sara o enfermo, de acordo com a sua soberana vontade, é Deus.
O crente que impõe as mãos sobre o enfermo não pode ser tratado como um ídolo na igreja, principalmente se o enfermo for curado. Nem podemos imaginar que porque aconteceu o milagre aquela vez, sempre haverá outros milagres. Que o Altíssimo tenha misericórdia e proteja-nos dessa pretensão! Quem opera os sinais e as maravilhas é o Senhor, não o homem. Toda ação decorrente dos dons vem do Espírito Santo e, por isso, não podemos agendar dias nem marcar horários para sua operação. Façamos a obra de Deus com honestidade e decência!
Deus pode conceder a seus servos o dom da fé, dons de curar e o de operação de milagres, mas sempre de acordo com a sua vontade e graça. Lembre-se de que os dons de poder contribuem para legitimar a pregação do Evangelho. Infelizmente, há pessoas que querem utilizar essas dádivas para obterem lucros financeiros e enriquecimento pessoal. Isto envergonha o nome de Jesus e mancha a idoneidade da Igreja na sociedade. Quem procede desta forma esta suscetível ao juízo de Deus, que virá no tempo próprio. Que nós, a Igreja, o povo do Senhor, façamos uso dos dons de poder para propagar o Evangelho de nosso Senhor e glorificar o nome do Pai no poder do Espírito Santo!
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
SOUZA, Estêvam Ângelo
de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012.
EXERCÍCIOS
1. Defina fé segundo Hebreus 11.1.
R. “A fé é o firme fundamento das coisas que se
esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1).
2. O que é o dom da fé?
R. É a capacidade que o Espírito Santo concede ao
crente para este realizar coisas que transcendem à esfera natural da vida.
R. Recursos de caráter sobrenatural para atuarem
na cura de qualquer tipo de enfermidade.
R. A operação de maravilhas realiza obras
extraordinárias que o ser humano jamais poderia fazer.
R. A ressurreição do filho da viúva de Naim, a
ressurreição da filha de Jairo e a ressurreição de Lázaro.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
Diferença entre dom
de fé e a operação de milagres
A operação do dom de
fé tem algo de semelhante ao dom de operação de milagres, mas esses dons se
distinguem pelo fato de o dom de fé operar sem que, às vezes, seja visto seu
efeito instantâneo, enquanto a operação de milagres tem efeito imediato.Quando Jesus se aproximou da figueira sem fruto, disse: ‘Nunca mais coma alguém fruto de ti. E seus discípulos ouviram isto’ (Mc 11.14). Os discípulos simplesmente ouviram as palavras de Jesus. Parecia que nada havia acontecido. Entretanto, ‘passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz’ (Mc 11.20). Enquanto o dom de operação de milagres tem ação instantânea, o dom de fé opera com os mesmos resultados, embora não seja de modo tão espetacular. De certa maneira a fé sobrenatural é acessível a quase todos os crentes na igreja, e pela fé tudo podemos conseguir, pois ‘tudo é possível ao que crê’” (SOUZA, Estêvam Ângelo de. Nos Domínios do Espírito. 2 ed., RJ: CPAD, 1987, p.185).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
Dons de Curas
No grego, as palavras
dons e curas estão no plural. Alguns entendem que isso significa que há uma
variedade de formas desse dom. Entre os que pensam assim, há quem entenda que
certas pessoas têm um dom de curar um tipo de doença ou enfermidade, ao passo que
outros curam outro tipo. Filipe, por exemplo, foi especialmente usado para
curar os paralíticos e os coxos (At 8.7). Outros, ainda, entendem que Deus dá a
uma pessoa um dom na forma de um suprimento de curas numa ocasião específica,
ao passo que outro suprimento é dado em outra ocasião, talvez a outra pessoa,
mas provavelmente no ministério do evangelista.Ainda outros entendem que toda cura é um dom especial, isto é, o dom é para o enfermo que tem a necessidade. Logo, segundo esse ponto de vista, o Espírito Santo não torna os homens curadores. Pelo contrário, Ele providencia um novo ministério de cura para cada necessidade, à medida que ela surge na Igreja. Por exemplo, a virtude (poder) que flui para dentro do corpo da mulher com o fluxo de sangue trouxe para ela um gracioso dom de cura (Mt 9.20-22). Atos 3.6 diz, literalmente: ‘O que tenho, isso te dou’. Isso está no singular e indica um dom específico dado a Pedro para este dar ao coxo. Não parece significar que tinha um reservatório de dons de curas dentro de si, mas um novo dom para cada enfermo a quem ministrava” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.297).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Dons de Poder: Nesta lição,
estudaremos os dons de poder. Neste grupo está relacionado o dom da fé, os de
curar e o de operação de milagres.
O dom da fé — O que é a fé? Há na Bíblia pelo menos três tipos
de fé: a comum, a salvífica e o dom da fé. A melhor definição de fé pode ser
encontrada em Hebreus 11.1. Todo cristão possui esse tipo de fé. Já a fé que
leva o homem à salvação é resultado da pregação da Palavra e do convencimento
do Espírito Santo. É bom ressaltar que a fé é sempre o resultado da graça
divina. Sem a ação divina, não conseguimos crer. A Igreja precisa viver pela
fé, como Jesus afirmou em Marcos 9.23. Sem fé não podemos agradar a Deus,
todavia o dom da fé é algo específico. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal
o dom da fé “é uma medida incomum de confiança no poder de Deus”. Mediante este
dom, os cristãos do primeiro século fizeram muitas maravilhas, levando a igreja
a experimentar um crescimento vertiginoso.
O dom de curar — Temos um Deus que se apresentou ao Seu povo, no
Antigo Testamento, como Jeová Rafa, o Deus que sara (Ex 15.27). No Novo
Testamento, podemos ver que Jesus curou muitos enfermos, glorificando o nome do
Pai. Na Igreja do primeiro século, o evangelho era confirmado mediante a
operação de curas (At 4.24-31). Este dom não cessou. Deus continua curando os
enfermos mediante os dons de curar. Em 1 Coríntios 12.9b a palavra cura é
utilizada no plural, isto indica que há cura para os vários tipos de moléstias.
Por que, mesmo havendo os dons de curar à disposição da igreja, nem todos são
curados? Deus é soberano e não sabemos por que uns recebem a cura e outros não.
Mas para Deus não há impossíveis. Paulo não pôde curar as frequentes
enfermidades de seu filho na fé, Timóteo (1Tm 5.23). Certamente, na Igreja
Primitiva, também havia pessoas enfermas. Todavia, Deus concedeu à Sua Igreja
os dons de curar.
Operação de maravilhas — Este dom está relacionado ao dom da fé e cura. E
como os dons de curar, a palavra dons aqui aparece novamente no plural. Segundo
o Comentário Bíblico Pentecostal “este dom parece ter sido uma das
credenciais dos apóstolos, mas não era restrito a eles” (Rm 15.19). Os sinais e
prodígios faziam parte da Igreja Primitiva. Os crentes buscavam com poder os
sinais milagrosos a fim de que muitos recebessem Cristo como Salvador. Podemos
ver, em especial no livro de Atos, a manifestação deste dom. Pedro possuía este
dom e fez uso dele ao orar por Dorcas (At 9.40). Dorcas impactou sua comunidade
com seus talentos e Pedro com o dom de maravilhas. O milagre realizado na vida
de Dorcas foi notório em Jope (At 9.42).
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