sexta-feira, 13 de março de 2015

Lição 11 CPAD - 1° Trimestre 2015

Lições Bíblicas CPAD / Adultos
 
Título: A Lei de Deus — Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias Soares
 



TEXTO ÁUREO: Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa” (Êx 23.1).

 
VERDADE PRÁTICA: O nono mandamento proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo tanto no dia a dia como nos tribunais.

 
OBJETIVO GERAL 

Apresentar o nono mandamento, ressaltando que Deus proíbe a mentira, o mexerico e o testemunho falso contra o próximo, tanto no dia a dia como nos tribunais.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.

Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Tratar a abrangência e o objetivo do nono mandamento.

II. Mostrar o que a legislação mosaica diz a respeito do falso testemunho.

III. Ressaltar que o Deus verdadeiro deseja tão somente a verdade.

IV. Enfatizar o cuidado que devemos ter com relação à mentira.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje estudaremos a respeito do nono mandamento. Com este mandamento aprendemos que Deus se importa com o que sai da nossa boca. Por isso, precisamos ter cuidado. Deus é a Verdade e deseja que nossos relacionamentos sejam pautados na verdade. Atualmente, com o advento das redes sociais, um comentário maldoso e mentiroso pode trazer danos irreparáveis, devido ao número de pessoas que terão acesso a ele. Algumas pessoas já cometeram suicído depois de terem sido vítimas de calúnia e difamação nas redes sociais. No Antigo Testamento, a lei determinava que aquele que cometeu tal delito, o falso testemunho, deveria pagar com a própria vida. A violação do nono mandamento é um atentado contra o próximo e contra o Criador. É um pecado grave na lei divina e um crime na lei dos homens, porém, muitos não se dão conta disso.

 
INTRODUÇÃO

O nono mandamento se aproxima do terceiro, pois envolve a questão da mentira. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” não se refere apenas ao depoimento num tribunal, mas também ao relacionamento diário com aqueles à nossa volta. Aqui temos uma lição para os que agem, ainda que inconscientemente, como se o pecado se restringisse a assassinato, adultério e furto. Ninguém deve pensar que a mentira e o falso testemunho são menos graves que os demais pecados citados no Decálogo. A Bíblia coloca no mesmo nível todo aquele que tem a mentira como estilo de vida.

 
PONTO CENTRAL: A mentira e a falsidade aborrecem a Deus e prejudicam o próximo.

 
I. O NONO MANDAMENTO

1. Abrangência.

O mandamento não se restringe apenas ao campo do processo legal; há implicações vinculadas às atividades da vida diária (Dt 17.13; Lv 19.16). A ruptura desse mandamento podia solapar a característica básica da aliança, a fidelidade de Deus para com o homem, do homem para com Deus e do homem para com seu próximo.

 
2. Objetivo.

É duplo, em defesa da honra e da fé. Trata-se da proteção da honra e da boa reputação no campo social. O propósito divino neste mandamento é erradicar a mentira, a calúnia e a falsidade do meio do povo (v.20; Dt 17.13). E não somente isso, mas também promover o bem-estar social e a fraternidade entre os seres humanos. No tocante à doutrina, o mandamento torna-se uma muralha de proteção contra os falsos ensinos teológicos (2Co 13.8).

 
3. Contexto.

O nono mandamento com suas normas na legislação mosaica mostra a administração da justiça em Israel. O termo “juízes”, em hebraico, shophet, “juiz, árbitro, conselheiro jurídico, governante” (Dt 19.17), é ha-Elohim, literalmente “Deus” na passagem paralela (Êx 22.8,9). A tradução literal seria “perante Deus” como aparece na Septuaginta e na Vulgata Latina. Este uso é padrão para o verdadeiro Deus no Antigo Testamento e não deve ser traduzido como “deuses” por causa do artigo. O emprego de “juízes” aqui é legítimo e ninguém questiona essa tradução. As versões rabínicas empregam “perante a corte”. Os juízes representavam o Deus de Israel nos julgamentos.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): A finalidade do nono mandamento é erradicar a mentira, a calúnia e a falsidade.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, faça a seguinte indagação: “O que significa reputação?” Incentive a participação de todos e ouça os alunos. Explique que reputação é “o conceito, estima, renome que alguém tem num determinado grupo”. Diga que a finalidade do nono mandamento era justamente proteger a reputação do próximo. Em seguida, faça outra indagação: “Como podemos cuidar da reputação do nosso próximo?” Ouça os alunos e diga que uma das maneiras é não mentir ou fazer comentários maldosos a respeito dos irmãos.

 

II. O PROCESSO

1. Responder em juízo.

O mandamento “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16; Dt 5.20) reflete o aspecto legal e isso é conhecido pelos termos usados e por sua regulamentação na lei. O verbo “dizer”, anah, em hebraico, “responder”, abrange amplo significado. É usado para indicar o ato de declarar solenemente (Gn 41.16; Dt 27.14), de testemunhar a favor (Gn 30.33) ou contra (2Sm 1.16). A resposta, aqui, diz respeito aos interrogatórios na corte. Essa característica forense aparece na legislação sobre o tema (Êx 23.2; Dt 19.16-19).

 
2. Falso testemunho.

O termo hebraico ed, “testemunho”, emedshaw, literalmente “testemunho vão” (Dt 5.20), ou edshaqer, “falso testemunho” (Êx 20.16), diz respeito a uma mentira, a uma declaração conscientemente falsificada. O termo hebraico shaw, “vão, inutilmente, à toa” (veja lição 5), indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. Aqui se trata de alguém que fala em vão, sem fundamento, que faz acusação sem validade e sem consistência, portanto falso. A tradução de Deuteronômio 5.20, na Septuaginta, acrescenta “com testemunho falso”, assim: “Não testemunharás falsamente contra o teu próximo com testemunho falso”.

 
3. O próximo.

É a primeira vez que o termo aparece no Decálogo. O próximo, em hebraico, rea, indica outra pessoa, vizinho, amigo, parceiro. Essa palavra se refere aos israelitas (Lv 19.18), mas o Senhor Jesus a aplicou a todas as pessoas em seu pronunciamento sobre o segundo e grande mandamento (Mt 22.39). Todavia, a lei já contemplava nessa palavra os estrangeiros (Lv 19.34). Assim, nosso próximo é qualquer pessoa ou eu mesmo, pois devo também ser um próximo, isso está claro quando Jesus manda o judeu e doutor da lei imitar o samaritano (Lc 10.36,37).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O falso testemunho fere ao próximo e principalmente a Deus.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, explique aos alunos que a lei de Deus e as do nosso país reprovam o falso testemunho. Esclareça que de acordo com o código penal brasileiro “o crime de falso testemunho, consiste em fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial, policial ou administrativo. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, ainda que a oferta não seja aceita” (Fonte: www.jusbrasil.com.br).

 
III. A VERDADE

1. Antigo Testamento.

Verdade é aquilo que corresponde aos fatos, em contraste com qualquer coisa enganosa, a mentira (Dt 13.14; 17.4; Is 43.9). O termo hebraico, emet, significa “verdade, fidelidade, firmeza, veracidade”. Daí derivam as palavras emunah, “fé, fidelidade, firmeza” (Hc 2.4), e amen, “amém, verdadeiramente, de fato, assim seja”. É também um atributo divino: o “Deus da verdade” (Sl 31.5). O próprio Deus é a verdade absoluta (Dt 32.4). O Deus verdadeiro espera que seu povo também o seja, pois a ética é a imitação de Deus (Mt 5.48; 1Co 11.1).

 
2. Novo Testamento.

Emprega aletheia, “verdade”, e seus derivados. O termo vem do verbo grego, lanthano / letho, “ocultar ou encobrir algo a alguém”. O prefixo “a” indica negação. Assim, para os gregos, aletheia significa “não oculto, não escondido”. É aquilo que corresponde aos fatos e permanece em oposição à falsidade (At 26.25; Rm 1.25; 9.1). Nisto se alinha com as Escrituras hebraicas. Esta é a verdade como parte da ética. Mas as palavras “como está a verdade em Cristo” (Ef 4.21), dizem respeito a “toda sua plenitude e extensão, encarnada nele; Ele é a perfeita expressão da verdade” (Dicionário Vine). Isso está de acordo com sua própria afirmação (Jo 14.6).

 
3. O que é a verdade?

Foi a pergunta que Pilatos fez a Jesus, mas não esperou pela resposta (Jo 18.37,38). Será que ele estava convencido de que não havia resposta, ou não se interessou de modo algum pelo retorno que Jesus poderia dar? Para os romanos, “verdade”, veritas em latim, significa “precisão, rigor, exatidão de um relato”. Talvez Pilatos estivesse destoado do contexto.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): O Deus da Verdade exige tão somente a verdade.

 
IV. O CUIDADO COM A MENTIRA

1. As testemunhas.

Ninguém podia ser acusado por uma só testemunha, pois a lei exige duas ou três testemunhas (Dt 19.15-20). Era a garantia de um julgamento justo. Mas nem sempre isso era possível. Nabote foi acusado, julgado e condenado conforme a lei, mas era inocente, pois as testemunhas eram falsas (1Rs 21.13). O Senhor Jesus foi vítima de testemunhas falsas (Mc 14.56), da mesma forma que Estêvão (At 6.13). Mesmo com todo o rigor da lei, nunca faltou na história quem se dispusesse a testemunhar falsamente.

 
2. Os danos.

A violação do nono mandamento é um atentado contra a honra e pode destruir a reputação e o bom nome que alguém levou uma vida inteira para construir. Seus efeitos maléficos podem ainda levar a pessoa à morte ou à prisão, destruir casamentos e arruinar famílias. É um pecado grave do qual muitos ainda não se deram conta. A pena contra a falsa testemunha em Israel era a morte; tal pessoa receberá o mesmo que ela tentou fazer ao seu próximo: “será condenado, e o castigo dele será o mesmo que ele queria para o outro” (Dt 19.19, NTLH). Será aplicada a lei de talião (Êx 21.23-25).

 
3. O pecado da mentira.

Quem já viu um irmão ser disciplinado ou cortado da comunhão da Igreja pelo pecado de mentira? A Bíblia trata o assunto com seriedade, pois quem se converteu a Cristo precisa deixar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25; Cl 3.9). Os mentirosos constam da lista dos incrédulos, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras, dentre outros (Ap 21.8; 22.15). Na graça, o tema é tratado com profundidade implicando a vida eterna, e não envolvendo tribunais como no sistema mosaico. É desejo, portanto, de todo cristão se parecer com Jesus e é isso o que Deus espera de todos nós (1Pe 1.15,16).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (IV): O cristão verdadeiro não coaduna com a fofoca ou mentira.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, enfatize os danos terríveis que uma mentira pode causar na família, na igreja e no ambiente corporativo. Conclua explicando que, no dia do Juízo, teremos que dar conta ao nosso Senhor de toda palavra ociosa proferida pela nossa boca. Leia com os alunos Mateus 12.36.

 
CONCLUSÃO
Deus se interessa pelo bem-estar de todos os seus filhos e filhas. O desrespeito pelo próximo afronta a Deus. O Senhor Jesus nos ensinou a tratar as pessoas da mesma maneira que gostaríamos de ser tratados (Mt 7.12). Que Deus nos ajude e nos guarde para que possamos viver uma vida irrepreensível.

 

PARA REFLETIR

Sobre o nono mandamento:
 
1° Contra quem eu não devo mentir?

Não devemos mentir contra ninguém. A Bíblia declara que a mentira é pecado e que o Diabo é o pai da mentira.

 
2° Quais prejuízos um falso testemunho acarretará contra uma pessoa?

Os prejuízos são incontáveis. A reputação de uma pessoa pode ser destruída, lares desfeitos, carreira profissional arruinada, devido a um falso testemunho.

 
3° O que é a verdade para você?

Resposta livre. O professor poderá esclarecer ao aluno que a verdade corresponde aos fatos e permanece em oposição à falsidade. É o conhecimento da realidade que o ser humano constata.

 
4° O desrespeito contra o próximo pode afrontar a Deus?

Sim. Deus deseja que venhamos amar e respeitar o nosso próximo.

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Não darás falso testemunho

Nas últimas eleições presidenciais, assistimos a uma onda de boatos entre os políticos que objetivavam fazer a própria manutenção do poder. A busca pelo poder temporal faz as pessoas inventarem casos contra outras sem o menor pudor de que isso não seja verdade. O método é simples: levantar o dolo contra a pessoa, e que esta se vire para dar maiores explicações. Nada mais desumano quanto usarmos subterfúgios contra o nosso próximo!
Na obra “Manual do Pentateuco”, de Victor P. Hamilton, sobre a aplicação do nono mandamento, deparamo-nos com o seguinte comentário “A aplicação original desse mandamento dizia respeito a testemunhos falsos em juízo ou em transações oficiais e negócios em geral” (p.224). Levantar acusações contra pessoas sem ter provas legítimas contra elas seria um ato pecaminoso e monstruoso. Não por acaso Tiago afirma que a língua é um membro capaz de incendiar uma floresta (Tg 3.7). Com a má língua pode-se destruir reputações que levaram anos para serem construídas.
“Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18.37). Jesus de Nazaré tinha o compromisso com a verdade. Os fariseus e os doutores da lei não amavam a verdade e, por isso, não podiam aceitar o ensinamento de Jesus, embora reconhecessem a honestidade do nazareno (Mt 22.16). Já imaginou? Saber que alguém é da verdade e não assumir tal verdade porque o sistema religioso de outrora não o permitia? Ora, quem era do Templo na época de Jesus tinha uma alta reputação social. Passar para o lado de Jesus significava se colocar contra o Sumo-Sacerdote e perder automaticamente os privilégios da religião oficial.
Não podemos perder a nossa condição de sujeito em Jesus por causa do poder temporal. O crente deve sempre escolher andar pela e na verdade em quaisquer lugares. Na família, na escola, no trabalho, nas amizades ou em todo ambiente onde os seres humanos se relacionam entre iguais. “E conhecereis a verdade, e a verdade te libertará” (Jo 8.32). A verdade de Jesus não nos deixa aprisionados, mas livres para sempre!
Portanto, quem é de Jesus não tem outro compromisso que não seja a verdade. A verdade de quem é, do que fala e faz. Não empreste a sua língua para levantar falso testemunho contra alguém. O nosso Senhor foi condenado pelos homens através do falso testemunho de outrem. A vida de Jesus nos ensina o lado que devemos escolher: o melhor é sempre o da verdade.
 
 

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