quarta-feira, 10 de junho de 2015

Lição 11 CPAD - 2° Trimestre 2015


Lições Bíblicas CPAD / Adultos

Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado

Comentarista: José Gonçalves






TEXTOÁUREO: Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7).

 
VERDADE PRÁTICA: A Páscoa comemorava a libertação do Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado.


 
OBJETIVO GERAL: Explicar a instituição da Ceia do Senhor como ordenança.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Analisar os antecedentes históricos da última ceia de Jesus.

II. Expor a dinâmica da preparação, celebração e a substituição da Páscoa pela celebração da Ceia do Senhor.

III. Elencar os dois elementos da última ceia.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor, estamos diante de um texto que narra uma das mais importantes celebrações da Igreja Cristã: Lucas 22, a Ceia do Senhor. A aula desta semana deve ser iniciada explicando aos alunos os antecedentes históricos da instituição da Ceia do Senhor. Quando o Senhor Jesus Cristo instituiu a Ceia, na ocasião, Ele estava celebrando a páscoa judaica. Como um marco representativo da liberação do povo de Israel do Egito — pois foi assim que a Páscoa ficou conhecida —, a Ceia do Senhor seria um marco representativo do ato de amor que Jesus Cristo fez em nosso favor, entregando-se à morte, e morte de cruz, por amor. Explicar tão significativa celebração é o objetivo da aula desta semana.

 
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Páscoa era uma das festas mais importantes do judaísmo, e a sua celebração era carregada de valor simbólico. O seu ritual era metódico e meticuloso, pois lembrava um dos momentos mais importantes da história do povo de Deus da Antiga Aliança — a libertação do cativeiro egípcio! A sua celebração anual mobilizava toda a nação judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por ocasião da celebração da última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos. Sabedor de que a Páscoa era apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma figura da qual Ele era o cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por poder celebrá-la na companhia de seus discípulos. Apenas algumas horas depois, o Filho do Homem estaria libertando o seu povo, não mais de um cativeiro humano, mas do cativeiro do pecado!

 
PONTO CENTRAL: A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até a sua vinda.

 

I. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA

1. A instituição da páscoa judaica.
A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera. A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de “passar por cima”. Essa festa tem sua origem nos dias que antecedem o êxodo dos israelitas do Egito, conforme narrado em Êxodo 12. Até esse momento, Faraó relutava em deixar os israelitas partirem conforme a determinação do Senhor. A consequência dessa obstinação do governante egípcio foi o julgamento divino que veio na forma de uma grande mortandade nos lares egípcios. Somente os primogênitos das famílias egípcias seriam atingidos, pois os hebreus estavam protegidos com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12.13). O sangue do cordeiro era um tipo do sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; 1Co 5.7).

 

2. O ritual da páscoa judaica.
A páscoa judaica obedecia a um ritual detalhado (Dt 16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os preparativos teriam início aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou cabrito, para cada família. A família, sendo pequena poderia então convidar o vizinho. O cordeiro, que seria guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser de um ano e sem defeito. No final do décimo quarto dia era imolado. O sangue era posto sobre as ombreiras e vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro deveria ser comido assado e com pães asmos e ervas amargas. O resto que sobrasse deveria ser queimado. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.

 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

A refeição da Páscoa era parte importante da festividade. Exigia o sacrifício e a assadura de um cordeiro, pães sem fermento ervam amargas e vinho. A pessoa devia comer a refeição da Páscoa na posição reclinada e depois do pôr-do-sol (no início do décimo quinto dia de nisã). Assim, antes que a refeição da Páscoa fosse celebrada, preparações cuidadosas tinham de ser feitas.
Lucas reconta como Jesus se prepara para comer a última refeição da Páscoa com os discípulos antes de sua morte. A expressão ‘o dia da Festa dos Pães Asmos’ se refere provavelmente ao dia antes da refeição, o décimo quarto dia de nisã, quando os judeus retiravam todo o fermento de suas casas em preparação à festa. Jesus instrui Pedro e João a fazerem os arranjos necessários, mas eles não têm ideia de onde Ele quer fazer a comemoração. Pelo fato de Jesus saber que Judas concordou em entregá-lo aos líderes religiosos (vv.21,22), Ele manteve o lugar da refeição em segredo. Durante a refeição da Páscoa, todos os judeus estariam a portas fechadas, e tal oportunidade ofereceria ocasião conveniente para Judas entregar Jesus às autoridades. “Mas Jesus será preso na hora em que Ele escolher, e não quando os inimigos escolherem” (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.460).

 
II. A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA

1. A preparação.
Ao responder à pergunta dos discípulos sobre onde se daria os preparativos da Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro de água (Lc 22.10). Lucas deixa claro que Cristo, como filho de Deus e capacitado pelo Espírito Santo, possuía conhecimento prévio dos fatos. O expositor bíblico Anthony Lee Ash, observa que o homem com um cântaro de água seria facilmente notado, pois esse era um trabalho de mulher. Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas durante a festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo dos vários elementos da refeição.

 
2. A celebração e substituição.

Jesus possuía consciência de que a sua morte na cruz se aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual o cordeiro da Páscoa era apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de cordeiros foram sacrificados em Jerusalém nessa data, mas somente Jesus era o “Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo” (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica marcou a libertação do sofrimento do cativeiro egípcio, agora Jesus, através do seu sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João fazem os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a celebração da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20). No contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1Co 11.20,23).

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma ordenança para toda a Igreja.

 
III. OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA

1. O vinho.
O terceiro Evangelho faz referência ao uso do cálice por duas vezes, a primeira delas antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa reversão da ordem dos elementos não modifica em nada o significado da Ceia. Nesse particular, a liturgia cristã segue o modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso do vinho é precedido pelo pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou: “Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22.20). O sentido desse texto é que o vinho é um símbolo da Nova Aliança que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13; 24.8; Zc 9.11; Is 53.12).

 

2. O pão.
Após tomar o pão, dar graças e partir, Jesus disse: “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim” (Lc 22.19). Jesus usa a expressão: “isto é o meu corpo” com sentido metafórico, da mesma forma que Ele disse: “Eu sou a porta” (Jo 10.9). O pão era um símbolo do corpo de Jesus da mesma forma que o vinho era do seu sangue. A palavra “oferecida” traduz o verbo grego didomi, que também possui o sentido de entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de Isaías 53.6,10,12, onde há uma clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14; Lv 22.14). O corpo de Jesus seria oferecido vicariamente em favor dos pecadores.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza o sangue de Jesus; o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.

 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Devido, em grande parte, à conotação um tanto mística que acompanha a palavra ‘sacramento’, a maioria dos pentecostais e evangélicos prefere o termo ‘ordenança’ para expressar o seu modo de entender o batismo e a Ceia do Senhor. Já na era da Reforma, alguns levantavam objeções à palavra ‘sacramentos’. Preferiam falar em ‘sinais’ ou ‘selos’ da graça. Tanto Lutero quanto Calvino empregavam o termo ‘sacramento’, mas chamavam atenção para o fato de que o usavam num sentido teológico diferente da implicação original da palavra em latim. O colega de Lutero, Philipp Melanchthon, preferia empregar o termo signis (‘sinal’). Hoje, alguns que não se consideram ‘sacramentalistas’, ou seja, que não acham que a graça salvífica seja transmitida através dos sacramentos continuam usando os termos ‘sacramento’ e ‘ordenança’ de modo sinônimo. Devemos interpretar cuidadosamente o sentido do termo de acordo com a relevância e implicações atribuídas à cerimônia pelos participantes. As ordenanças, determinadas por Cristo e celebradas por causa do seu mandamento e exemplo, não são vistas pela maioria dos pentecostais e evangélicos como capazes de produzir por si mesmas uma mudança espiritual, mas como símbolos ou formas de proclamação daquilo que Cristo já levou a efeito espiritualmente nas suas vidas” (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.560).

 
CONCLUSÃO

Participar da Ceia do Senhor é um privilégio do qual todo cristão deve se alegrar. Não se trata de um ritual vazio, mas de uma celebração carregada de significado, porque aponta para o sacrifício do calvário. A Ceia celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus, sobre o pecado e suas consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter uma atitude de eterna gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos encontrávamos mortos em nossos delitos. Assim como os antigos judeus não deveriam celebrá-la com fermento em seus lares, da mesma forma não devemos comemorar a Ceia com o velho fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos da sinceridade.

 
PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

1° Quando ocorria a festa da Páscoa?
Resp: A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera.

 
2° A palavra Páscoa é derivada de qual verbo hebraico e qual é o seu significado?
Resp: A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de “passar por cima”.

 
3° O que o vinho na Santa Ceia simboliza?
Resp: O vinho é um símbolo da Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.

 
4° O que simboliza o pão?
Resp: O pão simboliza o corpo de Jesus.

 
O significa, para você, participar da Santa Ceia?
Resp: Resposta livre.

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO



A última Ceia

O ambiente da última Páscoa de Jesus, e a instituição da Ceia do Senhor, é digno de notas extensas. Quem estava na Ceia do Senhor, assentado à mesa? Judas, o traidor; os discípulos que logo após a Ceia do Senhor disputavam sobre quem seria o maior entre eles; estava presente Pedro, que negou Jesus três vezes; no final, todos os discípulos abandonariam o Senhor, exceto o apóstolo João. Esse contexto é significativo quando refletimos sobre a simbologia da ordenança de nosso Senhor.
O ato da Ceia do Senhor demonstra que Ele se entregou em favor de nós, seres humanos imperfeitos, não regenerados e dependentes exclusivamente da graça de Deus. O nosso Senhor estava diante dos seus discípulos, aqueles que os trairia, os negaria, e encontravam-se preocupados acerca de quem é o maior no Reino de Deus. Ele partiu o pão e deu-o para essas pessoas, Ele serviu o suco da vide para essas pessoas. A Ceia do Senhor foi instituída num ambiente onde estavam pessoas com uma natureza absolutamente contrária ao Evangelho. Jesus sabia que seria traído, negado e que pessoas estavam preocupadas com a posição que assumiriam quando o seu reino fosse instaurado. Para esses discípulos, o reino era de perspectiva humana, palaciana e material. Por isso, quando o nosso Senhor foi crucificado e morto, os discípulos dispersaram, pois “Onde estava o reino?”; “Onde estava o Palácio?”; “onde estava o rei?”. Os discípulos simplesmente desanimaram...

Não somos tão diferentes dos discípulos hoje. Talvez, não traímos o Senhor, entregando-o a morte para livrar a nossa pele, por absoluta falta de oportunidade. Quantas vezes quando estamos sob alguma pressão, o nosso pensamento é desistir? Imagine a pressão que o nosso Senhor sentiu e, igualmente, a pressão que o apóstolo João pressentiu ao decidir ficar só, com Maria, a mãe de Jesus e outras mulheres que sofriam o sofrimento do Messias.

Hoje, pela graça de Deus, temos a possibilidade de sentarmo-nos à mesa do Senhor, “comer do seu corpo” e “beber do seu sangue”. Lembrando-se de tão grande e suficiente sacrifício que o nosso Senhor fez por nós. Celebrando a sua presença conosco, pois Ele está vivo, ressuscitou e habita em nós. Igualmente, tendo a esperança de um dia Ele voltar para nos buscar, pois chegará o dia em que o nosso Senhor beberá de novo, mas agora juntamente conosco, do fruto da vide. Portanto, a Ceia do Senhor nos faz olhar para o passado, viver o presente e ter esperança no futuro. Deus está conosco!




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