Lições Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As
ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Data: 13 de Setembro de 2015
TEXTO ÁUREO: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as
coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros,
como já te mandei” (Tt 1.5).
VERDADE PRÁTICA:
A igreja local deve subordinar-se à
orientação de Deus, através de sua Palavra, que é o “Manual de Administração
Eclesiástica” por excelência.
OBJETIVO GERAL: Apresentar
os requisitos bíblicos para formar um ministro do Evangelho.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Explicar o panorama da epístola a Tito.
II. Conscientizar sobre as qualificações dos pastores segundo a epístola.III. Destacar a percepção de pureza que a epístola apresenta.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Caro professor, é importante que você compreenda e ressalte para os
alunos o objetivo da epístola de Tito: Aconselhar o jovem pastor sobre a tarefa
de “pôr em ordem” o que Paulo havia deixado inacabado nas igrejas de Creta.
Outro ponto importante é saber que essa epístola tem algumas características
especiais: (1) Ela possui dois resumos sobre a natureza da salvação em Jesus
Cristo (2.11-14; 3.4-7); (2) A igreja e o ministério de Tito deveriam estar
edificados sobre firmes alicerces espirituais e éticos (2.11-15); (3) Contém
uma das duas listas do Novo Testamento sobre as qualificações necessárias ao
ministério de uma igreja (1.5-9; cf. 1Tm 3.1-13). Além dessas informações, para
aprofundá-las, pesquise em bons comentários bíblicos sobre o panorama dessa
epístola.
INTRODUÇÃO
Com esta lição
estaremos iniciando o estudo da Epístola de Tito. Timóteo recebeu a incumbência
de exortar uma igreja que estava sofrendo com os ataques dos falsos mestres. A
missão de Tito era semelhante a de Timóteo, mas com um encargo a mais, que foi
o de estabelecer presbíteros, “em cada cidade”, pondo “em ordem” a Igreja.
Paulo mostra, na Carta a Tito, que não era apenas pregador, ensinador e “doutor
dos gentios”, mas também um administrador eclesiástico.
1. O intento da Epístola.
Qual era o
principal propósito da Epístola de Tito? O objetivo de Paulo era dar conselhos
ao jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que ele havia recebido.
Tito recebeu a incumbência de supervisionar e organizar as igrejas na ilha de
Creta. Paulo havia visitado a ilha com Tito e o deixou ali com esta importante
incumbência (v.5).
2. Data em que foi escrita.
Acredita-se que foi
escrita no ano de 64.d.C., aproximadamente. A carta a Tito foi escrita na mesma
época da Primeira Carta a Timóteo. Provavelmente foi redigida na Macedônia,
durante as viagens que Paulo fez quando esteve sob a custódia dos romanos.
3. Um viver correto.
Como ministro do
evangelho, Paulo exige ordem na igreja e que os irmãos vivam de maneira
correta, santa. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, a ilha de
Creta era conhecida pela preguiça, glutonaria e maldade de seus habitantes. Ao
aceitar a Cristo como Salvador, o novo convertido torna-se santo pela lavagem
da regeneração do Espírito (Tt 3.5), por meio da Palavra de Deus (Ef 5.26). A
santificação é também um processo gradual e contínuo que conduz ao
aperfeiçoamento do caráter e da vida espiritual do crente, tornando-o
participante da natureza divina (2Pe 1.4). Sem a santificação, jamais alguém
verá a Deus (Hb 12.14).
Tito, como 1 e 2
Timóteo, é uma carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É
chamada de ‘epístola pastoral’ porque trata de assuntos relacionados com ordem
e o ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (Gl 2.3), tornou-se íntimo
companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado
nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento
entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se (1) nas treze referências a Tito nas epístolas
de Paulo, (2) no fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de
Paulo (1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2Co 8.23), (3) pela
sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão importante a
Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2Co 2.12,13; 7.6-15;
8.6,16-24), e (4) pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em Creta (1.5)”
(Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995, pp.1886-87).
1. Qualificação dos pastores.
Em sua carta a
Tito, Paulo enfatiza as qualificações do bispo, em relação a família, como
homem casado, fiel à sua esposa e na criação de seus filhos de forma exemplar
(v.6). Paulo diz que os filhos dos ministros, presbíteros ou pastores, não
devem ser “acusados de dissolução”, nem de serem “desobedientes”. No original,
tais adjetivos vêm de anupotaktos, “não sujeito”, “indisciplinado”,
“desobediente”. O exemplo mau dos filhos do sacerdote Eli é referência negativa
para a família dos pastores (1Sm 2.12,31). Paulo mostra que o bispo deve ser
uma pessoa íntegra, irrepreensível, “como despenseiro da casa de Deus” (v.7).
Por outro lado, ensina também que o bispo não pode ser “soberbo”, “iracundo”,
“dado ao vinho”, “não espancador”, “cobiçoso de torpe ganância” (vide os
mercantilistas na atualidade que só trabalham por dinheiro). Paulo instrui que
o obreiro precisa ser “[...] dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado,
justo, santo, temperante” (Tt 1.8).
2. Crentes, porém problemáticos.
Paulo ressalta o
respeito que o presbítero deve ter à doutrina e a autoridade ministerial para
argumentar com os contradizentes (vv.9,10). Entre os crentes da igreja de
Creta, haviam os “complicados” e “contradizentes”, “faladores”, tipos não raros
em igrejas nos tempos presentes. Mas o apóstolo indicou a maneira de tratá-los.
Aos contradizentes e desobedientes ao ensino da Palavra de Deus, Paulo
demonstra não ter nenhuma afinidade com eles, pois são perigosos, não só para a
igreja local, mas para as famílias cristãs, e devem receber a admoestação e
repreensão à altura: “[...] aos quais convém tapar a boca; homens que
transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância”
(v.11). O fato de tais falsos crentes terem espaço para transtornar “casas
inteiras” se devia à realidade das igrejas cristãs em seus primórdios. Elas
funcionavam, em grande parte, nas residências dos convertidos (Rm 16.5; 1Co
16.19; Cl 4.15). Além de desordenados, eles são “faladores” e murmuradores.
3. Não dar ouvidos a ensinos falsos.
Tito, na condição
de “supervisor”, estabelecendo igrejas, “de cidade em cidade”, tinha que
ministrar a palavra de edificação e advertência contra os falsos cristãos.
Deveria repreendê-los de modo veemente. Na verdade, eles eram desviados da verdade.
Mais adiante, Paulo resume como tratar os desviados e hereges: “Ao homem
herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (Tt 3.10).SÍNTESE DO TÓPICO (II): A qualificação dos pastores, segundo a epístola, é fundamental ser observada para que sejam competentes no relacionamento com os crentes problemáticos.
As qualificações dos presbíteros
(1.6-9)
As qualificações no
verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas
relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O
grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma
mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução
[desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado
como um candidato ao presbitério.
Paulo parece estar
usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e
‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável. Neste primeiro
período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e
indistintos.
Paulo chama os
bispos de ‘despenseiros da casa de Deus’. Os despenseiros (pessoas encarregadas
de administrar os negócios de uma casa) eram bem conhecidos daqueles que
viveram no primeiro século. Uma vez que tais pessoas tinham perante o dono da
casa a responsabilidade de cuidar desta, era necessário que fossem
irrepreensíveis. Note também que os bispos não são simplesmente responsáveis
perante Deus como seus servos, cuidando das coisas de Deus” (Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1509).
1. Tudo é puro para os puros (v.15).
Paulo diz que
“todas as coisas são puras para os puros” (Tt 1.15), pois esses procuram viver
segundo a Palavra de Deus. Aqueles que vivem de modo santo não veem mal em
tudo, pois seus olhos são bons, santos. Isso é reflexo de suas mentes e
corações bondosos. Deus nos chamou para sermos santos em todas as esferas e
aspectos da nossa vida (1Pe 1.15). Quem despreza esse ensino não despreza ao
homem, mas sim a Deus.
2. Nada é puro para os impuros
(v.15).
De fato, para os
“contaminados e infiéis”, tudo o que eles pensam e praticam é de má natureza. O
motivo pelo qual “nada é puro para os contaminados” é porque “confessam que
conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes,
e reprovados para toda boa obra” (v.16). Esses são hipócritas e maliciosos,
pois dizem uma coisa e fazem outra.
3. Conhecem a Deus, mas o negam com
as atitudes (v.16).
Atualmente muitos
dizem conhecer a Deus, porém, se olharmos para suas atitudes veremos que estes
nunca conheceram ao Senhor. A nossa conduta revela a nossa fé e o nosso
relacionamento com Deus. O que as pessoas aprendem com você ao observar a sua
conduta na igreja e fora dela?
A administração de uma
igreja requer a observância de preceitos e diretrizes, emanadas da Palavra de
Deus, o maior e melhor “manual de administração eclesiástica”. Por isso, Paulo
escreveu três cartas pastorais, visando o estabelecimento, a organização e o
crescimento sadio da Igreja do Senhor Jesus.
PARA REFLETIR
A respeito das
Cartas Pastorais:
1° Qual era o propósito da Epístola
de Tito?
Resp: Dar conselhos ao jovem pastor Tito a
respeito da responsabilidade que ele havia recebido.Resp: Supervisionar e organizar as igrejas na ilha de Creta.
Resp: Aproximadamente no ano 64 d.C.
Resp: Pois estes procuram viver segundo a Palavra de Deus.
Resp: Porque “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra” (v.16).
A organização de uma igreja local
Segundo os estudiosos, a epístola do apóstolo Paulo a Tito foi escrita aproximadamente no 64 d.C., e provavelmente, foi redigida na Macedônia, uma província que fazia fronteira com a Grécia. Por certo, a carta foi escrita no tempo em que Paulo estava sob a custódia dos soldados romanos.
Nesta epístola,
podemos dizer que há pelo menos quatro assuntos principais ensinado pelo
apóstolo Paulo:
(1) O ensino sobre o caráter e as qualificações espirituais necessárias a
todos os que são separados para o ministério na igreja — isto é, “homens
piedosos”, “de caráter cristão comprovado” e “bem sucedidos na direção da sua
família” (1.5-9);
(2) estímulo a Tito para ensinar a “sã doutrina”, repreender e silenciar os
falsos mestres (1.10—2.1);
(3) descrição de Paulo para Tito do devido papel dos anciões (2.1,2), das
mulheres idosas (2.3,4), das mulheres jovens (2.4,5), dos homens jovens (2.6-8)
e dos servos (2.9,10) na comunidade cristã em Creta;
(4) por último, o apóstolo enfatiza que as boas obras e uma vida de
santidade a Deus são o devido fruto da fé genuína (1.16; 2.7,14).
Mediante essa lista
de requisitos, notamos o quanto é importante que, em primeiro lugar, quem se
sente vocacionado para um chamado ministerial, acima de tudo, seja reconhecido
pela Igreja de Cristo. O ministério na vida de uma pessoa não é algo oculto, ou
de conhecimento apenas para quem o deseja, mas é manifesto, reconhecido pela
comunidade local a quem ele serve. O ministério de Deus na vida de um
vocacionado também não é confirmado por uma só pessoa, mas confirmado e
aprovado pela Igreja de Cristo reunida naquela comunidade local. O ministério
vocacional de um escolhido por Deus, que ama o Senhor acima de todas as coisas,
tem de ser reconhecido pelo Corpo de Cristo, a igreja local.
Mas é preciso a
igreja local saber discernir quem é de quem não é vocacionado para o
ministério. Para isso, o nosso Deus manifestou a sua vontade nas Escrituras por
intermédio do apóstolo Paulo sobre as características de como deve ser uma
pessoa vocacionada para o santo ministério. A Igreja de Cristo não pode se
furtar dessa responsabilidade, pois segundo a herança da tradição da Reforma
Protestante: não há um sacerdote como representante de Deus para o povo; muito
pelo contrário, em Cristo, todos somos sacerdotes, a nação santa e o povo
adquirido para propagar o Evangelho.
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