Lições
Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho —
As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima
Data: 27 de Setembro de 2015
TEXTO ÁUREO: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os
homens” (Tt 2.11).
OBJETIVO GERAL: Ensinar
que a Graça de Deus é a mais extraordinária e maravilhosa manifestação do seu
amor pela humanidade, por intermédio de Jesus Cristo, o seu Filho..
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Explicar
as diversas manifestações da graça de Deus.
II.
Esclarecer
a relação do crente em relação às autoridades e ao próximo.
III.
Propor
uma experiência de boas obras e o trato com os “hereges”.
Prezado professor, chegamos ao final de mais um
trimestre. Este momento deve ser uma oportunidade para analisar os passos
educativos dados até aqui. Avalie o seu método. Ele alcançou os objetivos das
aulas? Permitiu a você alcançar o objetivo do trimestre? Seus alunos cresceram
espiritual e culturalmente? São perguntas que só você pode fazer e buscar as
respostas com muita humildade. A tarefa do professor da Escola Dominical sempre
será uma tarefa inacabada, pois sabemos que poderíamos dar mais, ensinar melhor
e prover conhecimentos que fazem sentido à vida dos nossos alunos. Aproveite
esse tempo para refletir mais conscientemente a sua prática educativa.
Nesta última lição do trimestre estudaremos a respeito da graça divina. A graça de Deus é a mais extraordinária manifestação do seu amor para com a humanidade. Mas esta só pode usufruir os benefícios desse recurso divino, se reconhecer o seu estado miserável, em termos espirituais, e converter-se mediante a aceitação de Cristo como Salvador.
1.
A graça comum.
Graça
vem da palavra hebraica hessed, e do termo grego charis, cujo
sentido mais comum é o de “favor imerecido que Deus concede ao homem, por seu
amor, bondade e misericórdia”. A partir dessa conceituação, podemos ver a
“graça comum”, pela qual Deus dá aos homens as estações do ano, o dia, a noite,
a própria vida, ou seja, todas as coisas (At 17.25b).
2.
A graça salvadora.
“Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (2.11).
Está à disposição de “todos os homens”, mas só é alcançada por aqueles que
creem em Deus, e aceitam a Cristo Jesus como seu único e suficiente Salvador.
Por intermédio dela, Deus salva, justifica e adota o pecador como filho (Jo
1.12).
3.
Graça justificadora e regeneradora.
A
Graça de Deus é a fonte da justificação do homem (Rm 3.21-26). Uma vez nascida
de novo, a pessoa passa a ser “nova criatura” (2Co 5.17), tomando parte na
família de Deus: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas
concidadãos dos Santos e da família de Deus” (Ef 2.19).
4.
Graça santificadora.
A
graça de Deus só pode ser eficaz, na vida do convertido, se ele se dispuser a
negar-se a si mesmo para ter uma vida de santidade. A falta de santificação
anula os efeitos da regeneração e da justificação. Diz a Bíblia: “Segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Professor,
explique aos alunos o conceito de “graça comum”, dizendo que se trata de uma
abordagem eminentemente da teologia reformada. É uma tentativa de se responder
uma questão angustiante observada na existência dos santos, bem como observou o
salmista Asafe (Salmo 73). Se o salário do pecado é a morte, por que as pessoas
que pecam não morrem imediatamente e não vão definitivamente para o inferno,
mas desfrutam de bênçãos incontáveis na terra? Ainda, como pode Deus dispensar
bênçãos a pecadores que merecem apenas, e somente, a morte, mesmo as pessoas
que serão condenadas para sempre ao inferno? Neste contexto é que a doutrina da
“graça comum” traz uma resposta bíblica acerca da questão. É uma graça pela
qual Deus dá aos seres humanos bênçãos ou dádivas inumeráveis que não fazem
parte da salvação. Ou seja, não significa que quem as recebe já é salvo. A base
bíblica para esse entendimento é a graça manifestada por Deus na esfera física
da vida (Gn 3.18; Mt 5.44,45; At 14.16,17); na esfera intelectual (Jo 1.9; Rm
1.21; At 17.22,23); na esfera da criatividade (Gn 4.17,22); na esfera da
sociedade (Gn 4.17,19,26; Rm 13.3,4); na esfera religiosa (1Tm 2.2; Mt 7.22; Lc
6.35,36). Ou seja, não é porque o mal reinante no ser humano é fruto do pecado
original que ele fará somente obras más. Não, a Graça de Deus opera em todos os
homens e faz com que eles façam coisas boas também.
II. A CONDUTA DO SALVO EM JESUS
1.
Sujeição às autoridades (v.1).
O
cristão sincero deve obedecer aos governantes e autoridades constituídas, desde
que estes não desrespeitem a Lei de Deus. Jesus mandou dar “a César o que é de
César” e “a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21).
2.
O relacionamento do cristão (v.2).
Aqui,
vemos quatro comportamentos éticos, exigidos dos cristãos. Vejamos:
a) Não infamar a ninguém.
É pecado muito grave caluniar alguém, seja na igreja, seja fora dela. É
passível de sanção judicial ou condenação na justiça humana. Muito mais, na Lei
de Deus. Normalmente, a infâmia é ditada com intenção de prejudicar o outro. O
cristão deve cultivar o fruto do Espírito da “benignidade”, que é a qualidade
de quem só faz o bem (Gl 5.22).
b) Não ser contencioso.
Contendas nas igrejas geralmente têm resultados muito prejudiciais.
Infelizmente em algumas reuniões, até mesmo de ministros cristãos, vemos
pessoas contendendo umas com as outros, por causa de interesses políticos ou
pessoais. Isso não agrada a Deus (2Tm 2.24).
c)
Ser modesto.
A modéstia deve ser evidente na vida de homens e mulheres cristãos. Revela a
simplicidade exortada por Jesus, em seu evangelho: “Eis que vos envio como ovelhas
ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como
as pombas” (Mt 10.16).
d) Mostrar “mansidão para com todos os homens”.
Deve ser característica marcante, do servo de Deus, ser “manso e humilde de
coração”, como Jesus ensinou (Mt 11.29). Além de não ser interessante a
contenda, no meio cristão, o crente precisa ser “manso para com todos, apto
para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24b).
3.
A lavagem da renovação do Espírito Santo (v.3).
Vivíamos
entregues ao pecado e longe de Deus, mas Cristo nos salvou e nos purificou.
Como novas criaturas não temos mais prazer no pecado. Observe, a seguir,
algumas características, segundo Paulo que caracterizam o homem que vive
segundo a carne:
a) Insensatez. Refere-se à velha vida,
plena de loucura, imprudência, leviandade e incoerência, que leva muitos à
perdição eterna. Na parábola das dez virgens, Jesus chama a atenção para as
cinco “loucas” ou insensatas, que não se preveniram com o azeite para esperar o
noivo (Mt 25.1-13). Jesus também falou sobre o homem “insensato”, que edifica
sua casa sobre a areia (Mt 7.26). O desastre espiritual torna-se inevitável.
b) Desobediência. A desobediência foi o
primeiro pecado cometido pelo homem (Rm 5.19). E desde então é a “mãe” de todos
os pecados, cometidos, em todos os tempos (Rm 11.30), por aqueles que são
“filhos da desobediência” (Ef 2.2; 5.6; Cl 3.6).
c) Extravio. Sem Deus, sem a salvação em
Cristo, o homem é um perdido, como ovelha sem pastor (Mt 9.36). É uma situação
difícil e por vezes desesperadora. Mas é feliz quem faz como o “filho pródigo”,
que tomou a decisão sábia de retornar humilhado à casa do pai, onde foi
recebido com amor e misericórdia (Lc 15.18-24).
d) Servindo a “várias concupiscências e deleites”.
Outra tradução fala de “paixões e prazeres”, que dominam a vida do homem sem
Deus. Os deleites da carne impedem que o homem se converta a Deus de verdade,
sufocado pelos “espinhos” da vida (Lc 8.14). As concupiscências da vida, ou os
desejos exacerbados da carne são impedimento para uma vida de santidade e
fidelidade a Jesus (1Pe 4.3; Jd 16).
e) “Vivendo em malícia e inveja”.
Malícia é sinônimo de maldade, perversidade, malignidade, o que não deve fazer
parte da vida cristã (Ef 4.31; Cl 3.8); a inveja é outro sentimento indigno
para um cristão sincero. A inveja é “a podridão dos ossos” (Pv 14.30).
f) Odiosos, odiando “uns aos outros”.
A “lavagem da regeneração do Espírito Santo” nos faz “justificados pela sua
graça” e herdeiros da vida eterna (3.4-7). João adverte-nos ao dizer que
“qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida
tem permanente nele a vida eterna” (1Jo 3.15). No Antigo Testamento, só era
homicida quem matasse alguém com algum tipo de objeto perigoso. No evangelho da
graça de Deus, é homicida quem, no coração, odeia o seu irmão.
A
Natureza da Política
“A
essência da política é a luta por poder e influência. Todos os grupos e
instituições sociais precisam de métodos para tomar decisões para seus membros.
A política nos ajuda a fazer isso. A palavra grega da qual política é derivada
é polis, que significa ‘cidade’. Política no sentido clássico envolve a
arte de fazer uma cidade funcionar bem. Também ajuda a administrar nossas
organizações e governos. Quando nosso sistema político é saudável, mantemos a
ordem, provemos a segurança e obtemos a capacidade de fazer coisas como comunidade
que não poderíamos fazer bem individualmente. Votamos as leis, fazemos a
polícia impô-las, arrecadamos impostos para estradas, sistemas de esgoto,
escolas públicas e apoio nas pesquisas de câncer. Em nossas organizações
particulares, um sistema político sadio nos ajuda a adotar orçamentos, avaliar
pessoal, estabelecer e cumprir políticas e regras e escolher líderes. No melhor
dos casos, a política melhora a vida de um grupo ou comunidade. A política toma
uma variedade de formas, como eleições, debates, subornos, contribuições de
campanha, revoltas ou telefonemas para legisladores. Como vê, alistei maneiras
nobres e ignóbeis de influenciar as decisões de um sistema político. Algumas
delas são formais, como as eleições, ao passo que outras são informais, como
telefonar para vereadores, deputados e senadores e pressioná-los a votar do
nosso modo” (PALMER, Michael D. Panorama do Pensamento Cristão. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2001, p.447).
III.
AS BOAS OBRAS E O TRATO COM OS HEREGES
1.
A prática das boas obras (v.8).
Praticar
boas obras faz parte do dia a dia do servo ou da serva de Deus. “Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Quem está em Cristo tem prazer em
praticar aquilo que é bom e agradável ao seu próximo e a Deus.
2.
Como tratar com os hereges (v.10).
Paulo
ensina que devemos evitar os falsos mestres, não nos envolvendo em suas
discussões tolas. Muitas vezes acabamos discutindo e dando uma atenção
demasiada aos ensinos que são contrários a Palavra de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A
segunda proibição que Paulo faz é contra os facciosos, aqueles que causam
divisões por meio de discordâncias. ‘Depois de uma e outra admoestação,
evita-o’, ou seja, tente ajudá-lo corrigindo o seu erro através de advertências
ou aconselhamento. Tais inimigos só devem ter duas chances e então devem ser
evitados.
A
razão pela qual o ‘herege’ deve ser rejeitado é justamente esta; em sua
divisão, ‘tal’ homem demonstra que ‘está pervertido e peca, estando já em si
mesmo condenado’. Ao persistir em seu comportamento divisor, o ‘falso mestre’
tornou-se pervertido ou ‘continua em seu pecado’, deste modo ‘se
autocondenando’. Isto é, por sua própria persistência no comportamento
pecaminoso, condenou a si mesmo, colocando-se de fora, sendo consequentemente
rejeitado por Tito e pela igreja” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1515).
A
graça de Deus é a fonte da salvação do homem. É favor jamais merecido por
qualquer pessoa, e manifesta o seu amor e sua benignidade para com o pecador.
Essa graça é manifestada “a todos os homens”, mas só é eficaz, na vida de quem
aceita a Cristo como Salvador pessoal.
A
respeito das Cartas Pastorais:
1°
O que é graça?
Resp:
É o favor imerecido que Deus concede ao homem, por seu amor, bondade e
misericórdia.Resp: Crendo em Deus e aceitando Jesus como o nosso único e suficiente Salvador.
Resp: A graça de Deus.
Resp: Qualquer que aborrece o seu irmão.
Resp: Devemos evitá-los, não nos envolvendo em discussões tolas.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A
manifestação da Graça da Salvação
Um
dia, estávamos mortos em nossos delitos e pecados; separados de Deus, em completa
iniquidade, aguardando o justo julgamento de juízo de Deus para nós (Ef 2.2,3).
Andávamos segundo o curso deste mundo, um mundo sem Deus, onde os seus valores
e pensamentos opõem-se frontalmente aos valores e os pensamentos de Deus.
Éramos filhos da desobediência, esta, por sua vez, operava em nós as obras da
carne, segundo as astúcias do príncipe das potestades do ar.
Quem
guiava a nossa mente e coração não era o Espírito de Deus, mas os desejos da
nossa carne. Fazíamos o que bem entendêssemos. Buscávamos somente preencher as
pulsões da carne, o vazio da alma e o desejo do coração com as coisas materiais
e ilusórias. Éramos integralmente hedonistas! Para nós, a felicidade resumia-se
na saciedade do prazer.Éramos, por natureza, filhos da ira, igualmente como tantos outros o são hoje. “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.4-7).
Hoje, a nossa situação mudou radicalmente. O Deus rico em misericórdia e de um infinito amor por nós, os pecadores deliberados, mortos em ofensas, graciosamente nos “vivificou”, fez-nos reviver para a vida: tudo isso foi pela graça. Não foi por mérito nosso, pois se fosse por mérito, pelo mérito merecíamos o inferno. Mas pela graça Ele mudou o quadro da nossa situação. Graça não tem o porquê?! Graça é aceitar livremente e espontaneamente a bondade, a misericórdia e a infinitude do amor de Deus, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.10).
Deus, o nosso Pai, por intermédio de Jesus Cristo, o seu Filho, é o autor da salvação. Por isso, a graça da Salvação é obra somente de Deus. É Graça de Deus! Ser humano nenhum, que se intitule representante de Deus, tem o direito de dizer quem vai e quem não vai para o inferno. Ele não tem esse poder. Só quem conhece o coração do homem é Deus e sua própria consciência. Sejamos livres na plena Graça de Deus! A nós, é o que basta!
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