LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O desafio da evangelização — Obedecendo o ide do
Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura
Comentarista: Claudionor de Andrade
TEXTO
ÁUREO: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com
eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!”
(Mc 16.20).
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar o que é
evangelização integral.
II. Conscientizar da
importância do discipulado integral.
III. Compreender as
características da igreja da evangelização integral.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado
professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre.
Esperamos que as lições tenham causado um grande despertamento em seus alunos,
contribuindo para que a Igreja cumpra a sua missão primordial nessa última
hora.Não precisamos de estratégias mirabolantes para dar cumprimento a nossa missão. Carecemos é de ser obedientes e cheios do poder do Espírito Santo. Sem Ele não podemos cumprir a nossa missão de modo integral. Os discípulos de Jesus ficaram na cidade de Jerusalém até que do alto foram revestidos de poder. Depois, eles saíram e alcançaram Samaria, Judeia e os confins da terra, cumprindo com êxito a missão que lhes foi confiada pelo Senhor.
Jesus nos confiou uma importante missão, por isso, não sejamos negligentes, pois ainda existem muitos que precisam ouvir as Boas-Novas e se entregarem a Cristo. Esses aguardam por você.
INTRODUÇÃO
A Igreja Primitiva não
precisou de mais do que uma geração para levar o Evangelho de Cristo aos
confins do Império Romano. Seguindo o modelo que lhes deixara o Senhor, os
discípulos, no poder do Espírito Santo, evangelizaram simultaneamente
Jerusalém, a Judeia e Samaria até chegarem à capital de Roma, no Ocidente.Se levarmos em conta o modelo autenticamente pentecostal de evangelização, cumpriremos, em tempo recorde, o programa divino para alcançar tanto o nosso bairro quanto as nações mais distantes. Mas, para isso, temos de nos voltar ao método de evangelização simples, mas eficaz, dos primeiros evangelistas e missionários.
Não carecemos de nenhum
método inovador, nem de fórmulas extravagantes, para cumprir plenamente o
cronograma divino do anúncio universal do Evangelho.
1. Evangelização integral.
Consiste na proclamação simultânea do Evangelho em
todos os âmbitos: local, nacional e transcultural. O modelo de Atos 1.8 implica
uma ação conjunta, ou seja, evangelizando Samaria, Judeia e os confins da terra
ao mesmo tempo. Jesus não ordenou aos discípulos evangelizar primeiro
Jerusalém, depois a Judeia, em seguida Samaria e, finalmente, os confins da
terra. O seu plano-diretor era bem claro e objetivo: “e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”.
Isso implica uma ação da Igreja (At 13.1-5).A evangelização mundial, para ser bem-sucedida, tem de funcionar de acordo com o manual que nos deixou o Senhor Jesus no Novo Testamento.
2. Avivamento e
evangelização.
Nenhum plano evangelístico,
ainda que bem elaborado, terá êxito a menos que retornemos ao cenáculo. Sem o
batismo com o Espírito Santo, não teremos o poder necessário para anunciar o
Evangelho de Cristo. Evangelismo e Pentecostes são temas gêmeos, inseparáveis.
O poder do alto é insubstituível na vida da igreja.A evangelização integral requer o revestimento de poder daquele que se predispõe a falar de Cristo no bairro, na cidade, no país e no exterior.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, reproduza o
quadro abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos o que é evangelização
integral. Explique que a evangelização integral vai além do anúncio das
Boas-Novas. É preciso ter uma visão integral do homem (corpo, alma e espírito).
Conclua enfatizado que a evangelização integral é uma ordenança de Jesus para a
sua Igreja.CONHEÇA MAIS
Uma igreja missionária
Sob a orientação do
Espírito Santo, a igreja de Antioquia comissiona Barnabé e Paulo como os
primeiros missionários oficiais do cristianismo (At 13.1-3). Sua aventura
inicial acontece na ilha de Chipre, onde Paulo amaldiçoa um bruxo com cegueira
e testemunha a conversão do procônsul romano (vv.4-12). Em Antioquia da Psídia,
Paulo prega primeiramente numa sinagoga judaica, onde sua mensagem sobre Jesus
suscita grande interesse (vv.13-43)”. Para conhecer mais, leia Guia do Leitor
da Bíblia, CPAD, p.720.
A evangelização integral
deve ser acompanhada do discipulado integral, que compreende as seguintes
ações: doutrinação, integração, treinamento e identificação.
1. Doutrinação.
A doutrinação do novo convertido consiste no ensino
das verdades centrais da fé cristã, para que ele pense, aja e viva de acordo
com o mandamento de Cristo. Dessa forma, poderá ele guardar todas as coisas
ordenadas pelo Senhor, até o arrebatamento da Igreja (Mt 28.20).A doutrinação deve ser iniciada no ato da conversão, tendo continuidade durante toda a vida cristã (At 2.41-43).
2. Integração.
Sem a integração social do
novo crente, sua doutrinação torna-se ineficaz. O novo convertido precisa
sentir que é parte da família de Deus. Não se trata de um mero exercício
sociológico, mas do compartilhamento do amor cristão (At 2.44).João sabia que, se os cristãos não se amassem mutuamente, jamais se sentiriam parte do corpo de Cristo. Por isso, não cessava de exortar a Igreja. O amor que integra não compreende apenas palavras, mas ações efetivas (1Jo 3.18).
3. Treinamento.
Ainda na fase da
doutrinação e da integração, o novo convertido deve ser treinado a fazer novos
discípulos. A libertação do endemoninhado gadareno ilustra muito bem esta etapa
do discipulado radical. Tão logo Jesus o livrou daquela legião, recomendou-lhe:
“Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus [...]” (Lc 8.39).
E, no mesmo instante, o homem saiu a apregoar quão grandes coisas fizera-lhe o
Senhor.
4. Identificação.
Esta fase somente será
eficaz se as anteriores forem bem executadas. A plenitude do discipulado
radical será levar o novo crente a ser conhecido, através de seu testemunho e
postura, como seguidor de Cristo. Os crentes primitivos, em virtude de seu
compromisso com Jesus, eram conhecidos como cristãos (At 11.26).Hoje, mais do que nunca, devido à brevidade e a urgência destes dias, carecemos de homens, mulheres e crianças que sejam identificados como discípulos de Jesus Cristo (Jo 8.31).
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, reproduza o
quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos o que é o discipulado
integral. Explique que o novo convertido é alguém que experimentou o novo
nascimento. Ninguém pode fazer parte do Reino de Deus se não nascer de novo (Jo
3.3). Mediante a fé em Jesus, experimentamos uma profunda transformação de
vida. Essa mudança radical não é apenas exterior, mas interior. Temos visto que
atualmente muitos apresentam um belo exterior, são bem apresentáveis, possuem
uma boa oratória, mas interiormente estão cheios de podridão e imundícia.
Segundo Jesus, estes são como sepulcros caiados (Mt 23.27). Eles acabam
impedindo, devido ao mau testemunho, que muitos entrem no Reino de Deus e que a
Igreja cumpra a sua missão integral.Aqueles que experimentaram o novo nascimento precisam crescer na graça e no conhecimento de Cristo; para isso é preciso um discipulado eficiente.
III. A IGREJA DA EVANGELIZAÇÃO
INTEGRAL
A igreja da evangelização
integral é caracterizada por três ações básicas na divulgação do Evangelho de
Cristo: promoção, comissão e manutenção.
1. Promoção.
À semelhança de Antioquia, a igreja da
evangelização integral não vive de si e para si. Antes, promove a proclamação
de Cristo em todos os âmbitos (At 13.1-3). Ela é evangelística e missionária.
Para ela, não existe maior evento do que evangelizar e fazer missões. Que o
Senhor avive nossas igrejas, impulsionando-as aos confins da Terra.
2. Comissão.
Na evangelização integral,
a igreja tem de agir como a agência evangelizadora e missionária por
excelência. Nenhuma organização pode substituí-la nessa tarefa. Discorrendo
sobre os pressupostos da evangelização mundial, o apóstolo Paulo pergunta:
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem
não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não
forem enviados? [...]” (Rm 10.14.15).
3. Manutenção.
No auge da prosperidade
econômica do Brasil, o que fizemos em prol da evangelização mundial? Sabemos
que algumas igrejas aproveitaram aquele momento para chegar aos confins da
Terra. Outras, porém, viveram apenas para si, como se aquele instante não
tivesse fim.As igrejas da Macedônia, apesar de pobres, enriqueceram a muitos, sustentando obreiros e missionários (2Co 8.1-7). Nesta crise que ora atravessamos, demonstremos a nossa fé, mantendo as frentes evangelísticas já iniciadas e abrindo outras.
SUBSÍDIO
DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
O que é a integração total
do novo convertido
Integrar é juntar,
incorporar, tornar parte. Quando falamos em integrar o novo-convertido, estamos
falando simplesmente disto: fazê-lo parte do corpo visível do Senhor — a igreja
local. A sua união ao corpo místico de Cristo é obra do Espírito Santo;
cabe-nos, entretanto, a missão de levá-lo pela mão em seus primeiros passos na
fé, e de ajudá-lo a ocupar o seu lugar na comunidade dos salvos.Na maioria das vezes, as igrejas limitam-se a orar pelas pessoas no ato da conversão, quando ela manifesta, de alguma forma, o desejo de receber a Jesus como Salvador. Os cuidados com o novo crente resumem-se a preencher uma ficha com seus dados pessoais, oferecer-lhe, às vezes, um Novo Testamento, e, quando muito, visitá-lo em casa depois de alguns dias.
O novo convertido dá os primeiros passos na vida cristã, já participando dos trabalhos tradicionais da igreja, tentando digerir o ‘sólido mantimento’ sem antes haver recebido o leite dos ‘primeiros rudimentos da palavra de Deus’ (Hb 5.12). Quanto desestímulo e prejuízo esse descaso poderá trazer. A igreja precisa conscientizar-se da importância da integração total do novo convertido, para que ele não venha a sentir-se excluído ou desmotivado.
A recepção e os primeiros contatos servem para deixá-lo à vontade e despertar nele o interesse em voltar à casa de Deus. Contudo, o papel da igreja vai além; cabe-lhe promover a integração espiritual eclesiástica, doutrinária, social, emocional e cultural do novo crente, bem como envolvê-lo no serviço cristão. Isto é integração total” (DORETO, Marli; DORETO, Maísa; DORETO, Marta. Manual de Integração do Novo Convertido. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.19,20 ).
CONCLUSÃO
Que a evangelização
integral caracterize nossas igrejas nesses dias difíceis e trabalhosos. A crise
que perturba o nosso país poderá não ser a última. Outras mais agudas poderão
surgir. Mas, amparados pelo Autor e Consumador da nossa fé, não desanimemos.
Caminhemos de vitória em vitória, evangelizando e fazendo missões, até que o
Senhor nos venha buscar.
A respeito da evangelização
integral, responda:
1° O que é a evangelização integral?
Resp: Consiste na proclamação simultânea do Evangelho em todos os âmbitos: local, nacional e transcultural.
2° Por que a evangelização
tem de ser simultânea e global?
Resp: Porque Jesus não ordenou
aos discípulos evangelizar primeiro Jerusalém, depois a Judeia, em seguida
Samaria e, finalmente, os confins da terra. O seu plano-diretor era bem claro e
objetivo: “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra”.
3° Quais as características
da evangelização integral?
Resp: Doutrinação, integração,
treinamento e identificação.
4° O que é o discipulado
integral?
Resp: É quando “a igreja promove
a integração espiritual eclesiástica, doutrinária, social, emocional e cultural
do novo crente, bem como envolvê-lo no serviço cristão”.
5° O que é uma
evangelização autenticamente pentecostal?
Resp: É uma evangelização
realizada pelos crentes cheios do Espírito Santo.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A evangelização integral
nesta Última Hora
O ser humano foi
constituído por duas dimensões (material e imaterial) em sua própria natureza e
precisa ser compreendido holisticamente pela Igreja para que uma prática
bíblica e teologicamente adequada na evangelização. Aqui podemos remontar uma
postulação do teólogo John Stott, um dos maiores pregadores do século XX,
quando ele observa a natureza global do ser humano. Para Stott, pela Palavra de
Deus o nosso próximo é uma pessoa humana criada por Deus. Essa pessoa humana
não é uma alma sem corpo, nem corpo sem alma, muito menos corpo-alma em
isolamento. Ora, Deus criou o ser humano como ser espiritual, físico e social,
isto é, integral. E segundo esta integralidade é que devemos pensar a nossa
prática de evangelização.Assim, é possível compreender John Stott quando diz que a sentença “Pregarás o Evangelho” não substitui a “Amarás o teu próximo”. Ambas as sentenças se complementam e sustentam-se por si mesmas, denotando suas autonomias teológicas para fazer cumprir a “doutrina” sistematizada em dois pilares por Jesus de Nazaré: a primeira “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”; a segunda “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
A Missão da Igreja Cristã permeará esses dois eixos, apontando que o homem precisa de salvação para o porvir (restauração da comunhão do homem com o Deus eterno), mas também de redenção para o presente. O ser humano inserido num contexto de um mundo injusto e mal, precisa ser compreendido pela Igreja numa perspectiva global. Onde ele entenda a sua função de existir para Deus e servir o próximo (Mc 12.30,31).
Segundo Nancy Pearcy, essa mensagem denota “o nosso valor e dignidade [...] fundamentados no fato de que somos criados à imagem de Deus, chamados para sermos seus representantes na terra”. Numa perspectiva profundamente bíblica, a Igreja é chamada por Deus à resgata a dignidade humana perdida no Éden após a Queda, mas estabelecida pelo Altíssimo desde a fundação do mundo (Gn 1.26). A salvação em Cristo recupera a imagem de Deus em nós. Então, agora podemos exercer o modelo bíblico de uma ação evangelizadora integral para mundo. Entretanto, precisamos confessar que muitas vezes enfatizamos mais o “ide” que o “amai”. Estas duas ordens não podem ser encaradas de maneira excludentes entre si. Necessitamos de resgatar a verdade bíblica que denota dois mandamentos que independem um do outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário