LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O
Deus de toda provisão — Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às
crises
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos” (Gn 22.8).
VERDADE
PRÁTICA: A declaração de Abraão se cumpriu plenamente quando Cristo morreu na
cruz para perdão dos nossos pecados.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.I. Mostrar que é necessário ter fé para subir ao monte do sacrifício;
II. Compreender que a
fé de Abraão o fez vencer a provação no monte do sacrifício;
III. Explicar que Jesus
é o Cordeiro de Deus que subiu ao monte do sacrifício por amor a nós.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado professor, estudaremos a respeito da prova
mais difícil enfrentada pelo patriarca Abraão. Ele durante anos enfrentou a
crise da esterilidade de sua esposa e teve que esperar anos até que se
cumprisse a promessa do seu herdeiro. O Deus que lhe deu de forma milagrosa um
filho, seu único herdeiro, pede para que esse filho seja oferecido em
sacrifício. Isso nos mostra que embora o Senhor nos ame, Ele também nos prova.
Abraão foi provado e revelou o quanto amava a Deus. O Senhor era mais
importante para ele do que o seu Isaque. Nunca permita que nada ocupe o lugar
de Deus em seu coração.
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos a respeito do teste mais difícil que Abraão poderia
experimentar. Veremos também que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu em
nosso lugar para a nossa salvação.Deus estava provando a fé de Abraão, bem como o seu amor e fidelidade. Em meio à provação, Abraão não duvidou do poder sustentador de Jeová-Jirê, o Deus que provê. O Senhor pediu que Abraão sacrificasse o seu único filho, o filho da promessa. Pela fé, Abraão obedeceu à ordem de Deus indo ao lugar do sacrifício com seu filho Isaque.
I. FÉ PARA
SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO
1. Abraão é provado.
Abraão faz parte da galeria dos
heróis da fé (Hb 11). Ele é conhecido como o “pai da fé”. A prova a que Abraão
fora submetido parece um paradoxo diante do Deus amoroso, justo e que jamais
aceitaria um sacrifício humano. Deus pediu a Abraão algo fora do comum, visto
que sacrifícios humanos eram praticados nas religiões pagãs. Mas o desafio foi
feito e Abraão teria de provar sua lealdade e seu amor ao Senhor. Em outras
ocasiões Abraão falhou como homem e desobedeceu a Deus, mas Ele não o
abandonou. O Senhor via em Abraão qualidades que eram superiores às suas
fraquezas. E o patriarca precisava aprender a depender de Deus. As dificuldades
e provações fizeram com que Abraão desenvolvesse uma intimidade maior com o
Senhor. Abraão já havia experimentado alguns momentos de frustração e amargura
que lhe fizeram avaliar melhor suas decisões para com Deus.
2. No limite da
capacidade humana.
O
apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, declarou: “Não veio sobre vós
tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do
que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais
suportar” (1Co 10.13). A prova a que Abraão fora submetido fez com ele chegasse
ao máximo da sua capacidade espiritual e emocional.
3. Um pedido
difícil.
O
pedido de Deus parecia ser ilógico, impróprio, irracional e impossível de ser
aceito. Deus havia pedido, em holocausto, o seu único filho, “o filho da
promessa”. Tem-se a impressão de que Deus estava pedindo a devolução de algo
que dera ao seu amigo. Abraão, entretanto, em momento algum se negou a obedecer
a Deus. Quantas vezes, em meio às dificuldades e provações, dizemos para Deus
que não podemos obedecê-lo, que não podemos suportar o que Ele nos pede. Deus
não quer o nosso mal, pois nos prova para que o conheçamos melhor.
SÍNTESE DO
TÓPICO (I): É necessário ter fé para subir o monte do
sacrifício.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
A prova no limite
da capacidade humana (1Co 10.13)
Abraão
chegou ao máximo de sua capacidade emocional e intelectual para aceitar o
desafio que Deus lhe fizera. Foi-lhe pedido algo impossível mediante a lógica
do propósito divino para sua vida. Deus lhe pediu em holocausto ‘o filho da
promessa’. Além da relação espiritual da existência desse filho, com a relação
emocional familiar entre Abraão e Isaque e sua mãe, o velho Abraão não podia
entender as razões de Deus. Era como se Deus estivesse pedindo devolução de
algo que havia dado a Abraão. Isto se tornou um desafio a sua lógica, a sua
racionalidade. Era, de fato, uma prova que superava todas as demais
experimentadas pelo velho patriarca. Abraão pareceu chegar ao limiar da prova,
do desânimo, da desistência. Na infinita sabedoria divina, somos conduzidos, às
vezes, ao limite de nossa resistência para aprendermos a confiar no exaurível
poder de sustentação de Deus. Quantas vezes confessamos nossas limitações e
dizemos: ‘Não posso mais!’, ‘Não aguento mais!’, ‘Estou sem forças para
reagir!’. Então Deus entra em ação e suaviza o nosso sacrifício. Ele não deixa
que nossas resistências estourem sem que saibamos que Ele nos prova para que o
conheçamos melhor (CABRAL, Elienai. Abraão: As experiências de nosso pai na
fé. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, pp.173-74).
II. PROVAÇÃO NO
MONTE DO SACRIFÍCIO
1. Amor, obediência e fé no monte do sacrifício.
Esses três elementos eram a essência
da prova a que Abraão estava sendo submetido. O primeiro elemento era o seu
amor para com Deus. O Senhor queria provar se Ele estava em primeiro lugar no
coração de Abraão. Deus tem de estar em primeiro lugar em nossos corações.
Abraão amava o seu filho Isaque, mas obedecendo a Deus, deixou claro que era o
Senhor que ocupava o primeiro lugar em sua vida. O segundo elemento era a
obediência. Abraão prontamente obedeceu ao pedido que o Senhor lhe fizera,
mesmo não compreendendo o porquê de tal petição. O terceiro elemento envolvido
nessa prova era a fé. Se antes, em algumas circunstâncias, Abraão vacilou, como
no caso de ter um filho com Agar, agora, amadurecido pelas crises, ele confia
plenamente em Deus. Abraão confiou que Deus seria capaz de operar um milagre.
2. O clímax da
prova.
Depois
de três dias de viagem, Abraão, Isaque e os moços que estavam com eles chegaram
à terra de Moriá (Gn 22.4). Os dois moços ficaram ao pé do monte, e Abraão e
seu filho tomaram a lenha e o cutelo e subiram ao monte do sacrifício (Gn
22.4-6). Na subida, o pai e o filho conversavam. Isaque não sabia como seria
feito esse sacrifício, pois eles não tinham consigo um animal (um cordeiro)
para o holocausto. Isaque perguntou ao seu pai: “[...] Onde está o cordeiro
para o holocausto?” (Gn 22.7), e Abraão, de forma incisiva e confiante,
respondeu: [...] “Deus proverá para si o cordeiro [...]” (Gn 22.8).
3. O momento decisivo
da prova.
O
caminho da obediência pode parecer o mais difícil, mas não impossível, porque
Deus age no momento certo. O pai e o filho chegaram ao local do sacrifício.
Abraão conhecia a fidelidade de Deus, e por isso não se desesperou. Isaque era
um filho obediente, um menino de fé. Ele aceitou ser amarrado e colocado sobre
a lenha. Abraão levantou o cutelo para imolar Isaque, mas o anjo do Senhor
bradou forte e não deixou que ele o fizesse. Bem perto deles havia um cordeiro
substituto. A intervenção divina na terra de Moriá (Gn 22.11,12) mostra que um
dia, no Calvário, Jesus morreu em nosso lugar. Ele nos substituiu na cruz,
morrendo por nossos pecados. Na verdade, Abraão viu, pela revelação da fé, o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Moriá”
Este
termo se aplicava à região onde Abraão ofereceu Isaque (Gn 22.2), e ao local do
Templo de Salomão (2Cr 3.1). Alguns desafiaram esta identificação devido às
variantes textuais em 2 Crônicas 3.1, e por causa de sua proximidade a Berseba.
Entretanto, com um jumento carregado, Abraão poderia ter levado 3 dias para
viajar 80 quilômetros de distância até Moriá (Gn 22.4). Não há opositores e
nenhuma razão adequada para se duvidar de que o monte Moriá (Gn 22.2), a eira
de Araúna, o jebuseu (2Sm 24.16), e o local do Templo de Salomão (2Cr 3.1)
sejam praticamente idênticos (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2009, p.1307).
CONHEÇA
MAIS
Cordeiro
Por
todo o Antigo Testamento, o cordeiro é tido como o animal preferido para o
sacrifício. É o mais frequentemente especificado na lei levítica do sacrifício.
Assim, é apropriado que o inocente, inofensivo cordeiro seja o principal
símbolo sacrificial do Antigo Testamento. Jesus, o inocente Cordeiro de Deus,
ofereceu-se como sacrifício por nós. Ele tomou nosso lugar, como o carneiro de
Gênesis 22 tomou o lugar de Isaque. “Através do seu sofrimento, o inocente
Filho de Deus expiou nossos pecados e nos tornou limpos” (Jo 1.29,36; 1Pe
1.19). Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.38.
III. JESUS, O
CORDEIRO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO
1. O sacrifício do Cordeiro de Deus (Jo 1.29).
O Deus que proveu um cordeiro para
substituir Isaque no monte do sacrifício é o mesmo que enviou seu Filho para
nos substituir na cruz do Calvário. Deus entregou seu Cordeiro, Jesus Cristo,
para morrer por nós. O sacrifício de Jesus foi necessário para o perdão dos
nossos pecados.
2. A reconciliação mediante o sacrifício do
Cordeiro.
O sacrifico de Jesus nos reconciliou
com Deus. O sacrifício de Jesus Cristo foi único e definitivo para a nossa
reconciliação com Deus (Ef 2.16). Jesus, o Cordeiro de Deus, é o autor e
consumador da nossa fé (Hb 12.2). Sem Ele estaríamos perdidos, longe de Deus e
condenados ao inferno. Temos um Criador que nos ama e que não negou dar o seu
Unigênito para que tivéssemos a vida eterna.
3. A justificação
mediante o Cordeiro de Deus.
Jesus,
o Cordeiro de Deus, assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa
condenação. Na cruz, Cristo cumpriu a nossa pena, justificando-nos perante o
Pai. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé,
temos paz com Deus (Rm 5.1).
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Deus proverá (Gn
22.8)
“Deus proverá” (hb. Jeová-jiré), é uma expressão profética da providência divina
de um sacrifício substituto, um carneiro (v.13). O cumprimento pleno da
declaração de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser
o sacrifício expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o
próprio Pai celestial fez aquilo que ele determinou que Abraão fizesse (Jo
3.16).Isaque era um jovem nessa ocasião, perfeitamente capaz de resistir a seu pai, se assim quisesse. Mas, em total submissão a Deus e obediência ao seu pai, permitiu ser amarrado e deitado sobre o altar, assim como Jesus foi voluntariamente até à cruz.
As Escrituras dizem que Abraão ‘foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque’ (Tg 2.21). Isto é, a fé de Abraão manifestou-se em sincera obediência a Deus. “O lado oculto da verdadeira fé salvadora, inevitavelmente se manifestará numa vida de obediência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.64).
CONCLUSÃO:
Creia
que Deus provê todas as nossas necessidades, em qualquer hora e lugar, desde
que estejamos dispostos a reconhecer sua soberania e suprema vontade.
Aprendemos com Abraão que é perfeitamente possível viver uma vida em
consonância com as exigências divinas.
A respeito da
provisão de Deus no monte do sacrifício, responda:
1° Deus nos dá
tentação além do que podemos suportar? Confirme a resposta com uma referência.
Resp: Não. O apóstolo
Paulo escrevendo aos coríntios declarou: “Não veio sobre vós tentação, senão
humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes,
com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13).
2° O que Deus pediu
a Abraão?
Resp: Deus pediu que ele
sacrificasse seu único filho como oferta.
3° Quantos dias
Abraão e Isaque tiveram que caminhar até chegar à terra de Moriá?
Resp: Acredita-se que
eles caminharam durante três dias.
4° Qual a resposta
de Abraão a Isaque quando perguntou a respeito do animal para o sacrifício?
Resp: “Deus proverá para
si o cordeiro” (Gn 22.8).
5° Quem é o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
Resp: Jesus Cristo.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A provisão de Deus
no Monte do Sacrifício
Um
pai cheio de amor pelo seu filho sobe ao monte Moriá para entregá-lo a fim de
obedecer a Deus. Isaque era o filho da velhice de Abraão e de Sara. Foi uma
promessa feita por Deus quando eles não podiam gerar filhos. Mas num belo dia,
Deus o pediu de volta. Entregá-lo a Deus significava sacrificar literalmente a
vida do pequenino filho de Abraão. É claro que Deus nunca aceitou sacrifícios
onde o ser humano era a vítima. É bom lembrar de que quando Deus deu a ordem a
Abraão para entregar o seu filho não havia nenhum sistema de lei, nenhum código
de preceitos promulgado por Moisés no livro do Êxodo. A relação de Abraão com o
Eterno era face a face, ele e Deus somente. De modo que o sacrifício imposto
por Deus a Abraão era para prová-lo, como Jesus Cristo foi provado na tentação
do deserto. De antemão, Deus estava provendo um cordeiro para tomar o lugar de
Isaque.A história de Abraão torna-se uma metáfora em que Deus proveu o Santo Cordeiro para a humanidade inteira. O Pai entregou o seu único Filho em favor do ser humano caído. Foi a grande reconciliação entre Deus e o ser humano: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longes, já pelo sangue de Cristo chegaram perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.13-16). Deus proveu o seu Filho como verdadeiro Cordeiro para nos reconciliar com Ele mesmo, sem imputar os nossos pecados e lançá-los em nosso rosto (2Co 5.19).
A maior necessidade que havia no coração humano, Deus a preencheu quando enviou o seu único Filho para morrer na Cruz em nosso lugar. A doutrina bíblica da Expiação de Cristo humilha por inteiro qualquer esforço do ser humano para salvar-se. Só Deus poderia suprir essa necessidade humana. Só o Pai poderia promover meios de não mais sermos achados perdidos, condenados e mortos para sempre. Por isso. Cristo chama todos os homens ao Arrependimento, pois a Expiação de Cristo só tem eficácia para o ser humano que se arrepende e crê no Filho de Deus.
Cristo Jesus é a maior provisão de Deus para o problema do pecado do ser humano!
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