LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: As Obras da Carne e o Fruto do Espírito
— Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
TEXTO ÁUREO: “Qualquer que aborrece a seu
irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida
eterna” (1Jo 3.15).
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Reconhecer que a bondade é o firme compromisso do crente para o benefício dos
outros;
II. Mostrar que o homicídio é a destruição do próximo, por isso, Deus condena tal
atitude;
III. Explicar por que precisamos ser bondosos e misericordiosos.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Você está
gostando de estudar a respeito do fruto do Espírito? Se as lições estão
contribuindo para edificar sua vida, certamente vão também edificar seus
alunos. Vamos estudar mais um aspecto do fruto do Espírito, a bondade. Seu
coração já foi transformado pelo Filho de Deus? Então, já foi enxertada em seu
interior a “semente” da benevolência. Vivemos em uma sociedade onde as pessoas
acreditam, erroneamente, que ser bom é ser fraco. Mas, tal virtude revela um
caráter maduro e forte, leal a Deus e ao próximo. Como discípulos de Jesus,
nosso exemplo maior de bondade, precisamos evidenciar nossa afabilidade por
intermédio de ações e palavras. Não basta apenas dizer que é bondoso, as
pessoas precisam ver esse aspecto do fruto do Espírito em suas palavras e
ações, em seu dia a dia.
INTRODUÇÃO
Você já teve o coração transformado e
regenerado pelo Senhor Jesus? Então, não há mais espaço, em sua vida, para
sentimentos e desejos que faziam parte da sua velha natureza. Na lição de hoje,
veremos que os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, falso
testemunho e blasfêmias procedem do interior do homem, ou seja, da velha
natureza adâmica (Mt 15.18,19).
1. A bondade como fruto do Espírito.
Podemos afirmar que a bondade e a
benignidade são frutos gêmeos. A palavra grega para bondade é agathosüne,
e esta palavra pode ser aplicada em relação a Deus como um ser perfeito e
completo (Mc 10.18), e em relação à benevolência de alguém (Mt 12.35; At 11.24;
1Pe 2.18). Como um dos aspectos do fruto do Espírito, podemos dizer que a
bondade é uma qualidade nobre, gerada por Deus, nos corações daqueles que
experimentaram o novo nascimento (Jo 3.3). Quem já experimentou a regeneração,
em Jesus Cristo, é nova criatura e naturalmente inclinado a fazer o bem (2Co
5.17).2. A bondade de Deus é singular.
Ele é bom para todos os homens, independentemente da condição destes (Sl 145.9). A bondade do Pai pode ser revelada na sua provisão, pois Ele faz com que o sol e a chuva se levante sobre os justos e injustos (Mt 5.45). Contudo, a maior prova da bondade de Deus está no fato de Ele ter enviado seu Filho unigênito para morrer por nós, homens pecadores e maus por natureza (Jo 3.16; Rm 5.8). Em geral costumamos agir bondosamente somente com aqueles que nos tratam com benevolência, mas o Criador é bom para com todos; e, como filhos seus, precisamos seguir o seu exemplo.
3. Um homem bondoso e uma mulher
bondosa.
Na Bíblia, encontramos vívidos exemplos
de homens bondosos, e Jó é um desses homens. Ele não era somente justo e
paciente, mas também bondoso para com os outros (Jó 29.15-17; 31.32) e para com
seus filhos, oferecendo a Deus holocaustos por eles (Jó 1.5). Dorcas era uma
discípula que usava do ofício de costureira para abençoar os pobres (At
9.36,39). O texto bíblico afirma que “ela estava cheia de boas obras e esmolas”
(At 9.36). Suas ações em favor dos necessitados demonstravam a sua bondade e o
seu amor e devoção a Deus. Quem ama ao Senhor ama também o próximo, mas esse
amor precisa ser manifesto em ações. Não basta dizer que amamos; é preciso
mostrar esse amor por meio de ações. O que você tem feito para demonstrar a sua
bondade pelo próximo?
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Bondade como fruto do Espírito é tradução de uma palavra grega que é encontrada apenas quatro vezes na Bíblia: agathosune. Quando comparada com chrestotes vemos que a bondade é a prática ou a expressão da benignidade, ou seja, fazer aquilo que é bom. O termo agathosune só é usado nos escritos de Paulo nas seguintes passagens: Romanos 14.14; Gálatas 5.22; Efésios 5.9; 2 Tessalonicenses 1.11.
No primeiro destes textos, Romanos 15.14-16, Paulo reconhece que os cristãos romanos estão prontos para ministrar uns aos outros e, portanto, os exorta a ministrar, lembrando-os de sua chamada para ser ministro (literalmente, servo) de Jesus Cristo. No versículo 16 (NVI), Paulo se compara a um sacerdote que oferece a Deus os gentios salvos como oferta santificada pelo Espírito Santo. Em todos estes versículos é vista a expressão da bondade.
Bondade, então, fala de serviço ou ministério uns aos outros, um espírito de generosidade posto em ação; diz respeito a servir e dar. É o resultado natural da benignidade — a qualidade interior de ternura, compaixão e brandura. Tudo isso está resumido na palavra amor. O amor é benigno, que é o oposto do maligno. O amor é bom, sempre buscando ministrar às necessidades dos outros (GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.92).
Bondade
O Espírito Santo transmite esta virtude
como um fruto, para que cada um do bom tesouro possa tirar o bem (Lc 6.45).
Barnabé foi cheio do Espírito Santo e por isso se tornou um homem bom (At
11.24). Ele deixou um brilhante exemplo de que maneira esse fruto se manifesta.
O seu coração era aberto para doar (At 4.37). Ele viu o que a graça de Deus
havia operado (At 11.23), por isso conseguiu ajudar a Saulo (At 9.26-28;
11.25-26)”. Para conhecer mais leia, Teologia Sistemática — Coleção
Ensino Teológico, CPAD, p.28.
1. Não matarás.
Em Êxodo 20.13, temos uma ordem de Deus
em favor da preservação da vida. A ordenança divina é bem clara, de forma que
até uma criança pode compreender: “Não matarás” (Êx 20.13; Dt 5.17).
Encontramos, em todo o Pentateuco, várias advertências a respeito da violência
contra a vida. Deus é bom. Por isso, Ele estabeleceu leis para os homicídios
dolosos, ou seja, quando uma pessoa mata a outra intencionalmente (Dt 27.24,25)
e culposos, quando não há intenção de matar (Dt 19.4-6). O Senhor Jesus, nosso
maior exemplo de bondade e amor, reforçou a legislação divina ao ensinar que
podemos atentar contra a vida do nosso próximo até mesmo por palavras (Mt 5.21,
22). O apóstolo João também deixa claro que quem aborrece o seu irmão é
homicida (1 Jo 3.15). Que venhamos a amar o próximo, cuidar dele e preservar a
sua vida, pois esta é a vontade de Deus para nós.
2. Aborto, a morte de um inocente
indefeso.
Quando falamos em homicídio, estamos
também nos referindo ao aborto. Este ato perverso está inserido no sexto
mandamento, pois é um atentado contra a vida de um indefeso, além de ser um ato
contra Deus, que é o doador da vida (Is 45.12; Mt 10.28). O aborto, segundo o
Código Penal Brasileiro, é também um crime. Embora faça parte do Código Penal,
alguns, erroneamente, acreditam que o aborto deve ser uma escolha da mulher.
Mas o Criador não permite que nós, seres criados, venhamos a decidir quem deve
ou não viver. Deus nos criou nos conhece e nos ama desde quando nosso corpo
ainda estava sendo formado no ventre de nossa mãe (Sl 139.16).
3. O primeiro homicídio.
Logo no primeiro livro da Bíblia,
Gênesis, encontramos o triste relato do primeiro homicídio depois da Queda (Gn
4.8-11). Caim matou seu irmão porque deixou seu coração ser dominado pela
inveja e o ciúme. O texto bíblico diz que o próprio Deus amaldiçoou Caim numa
forma de punição pelo seu ato (Gn 4.15). Homem algum pode zombar de Deus,
porque todo o pecado tem a sua recompensa (Gl 6.7).
O sexto mandamento
Não matarás (20.13). ‘Assassinar’ é
mais precioso aqui do que ‘matar’. A palavra hebraica rasah é a única
sem paralelo em outras sociedades do segundo milênio a.C. Ela identifica ‘morte
de pessoas’ e inclui assassinatos premeditados executados com hostil intenção e
mortes acidentais ou homicídios culposo. Dentro da comunidade da aliança,
precisava-se tomar um grande cuidado para que ninguém perdesse a vida, mesmo
por acidente. O termo rasah não é aplicado em mortes na guerra ou em
execuções judiciais” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2005, p.64).
Cidades de Refúgio
Entre as 48 cidades dadas aos levitas em
Israel, seis, por ordem de Deus, foram indicadas como cidades de refúgio, ou
asilo, para o ‘homicida’ (Nm 35.6,7). O próprio Moisés escolheu três delas no
lado leste do rio Jordão: Bezer para os rubenitas, Ramote, em Gileade, para os
gaditas; Golã, em Basã, para os manassitas (Dt 4.41-43). Mais tarde, na época
de Josué, as outras três foram indicadas na parte oeste do Jordão. Elas estavam
convenientemente situadas nas regiões norte, central e sul da terra que
habitavam. Seriam construídas e mantidas abertas estradas para essas
importantes cidades (Dt 19.3).Em Hebreus 6.18 está indicado que as cidades de refúgio eram um tipo de Cristo. O apóstolo faz alusão a isso quando fala daqueles que fugiram procurando um refúgio, e também da esperança oferecida a eles. Nós procuramos o refúgio em Cristo, e nele estamos a salvo do Vingador do sangue divino (Rm 5.9) [PFEIFFER, Charles F. (Ed.) Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, pp.417-18].
1. Servindo ao outro com amor.
Jesus deve ser o nosso exemplo de
serviço e amor. Ele declarou que não veio ao mundo para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida por nós (Mt 20.28). Vivemos em um mundo egoísta, onde
as pessoas só querem ser servidas. Por isso, precisamos, como sal e luz desse
mundo, mostrarem-lhes o nosso serviço e compaixão (Mt 5.13,14). Paulo exortou
os crentes da Galacia para que levassem as cargas uns dos outros (Gl 6.2). Para
realizamos tal atos precisaram amar, pois levar a carga do outro significa
ajudar o irmão que está enfermo, enfrentando tribulação ou enfrentando
necessidade financeira. Você tem ajudado seus irmãos a carregarem suas cargas
ou você tem ainda acrescentado mais peso a elas?
2. Ajudando o ferido.
Vivemos dias difíceis, nos quais o
egoísmo tem imperado em nossa sociedade (2Tm 3.1). Precisamos demonstrar ao
mundo o amor de Deus mediante as nossas ações enquanto ainda temos tempo, pois
sabemos que, em breve, Jesus virá. Que não venhamos a agir como o sacerdote e o
levita da parábola do Bom Samaritano, mas que sejamos como aquele que acolhe e
ajuda ao ferido (Lc 10.25-37).
3. Ajudando os irmãos.
Paulo ensinou aos gálatas a fazerem o
bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé (Gl 6.10). Quantos irmãos,
em nossas igrejas, estão carecendo de uma ajuda financeira, de uma oração ou de
uma palavra de consolo. Mas, às vezes, nos tornamos indiferentes à dor do outro
e nos esquecemos de ajudar aqueles que estão perto de nós. Não espere que seu
irmão peça a sua ajuda se você sabe que ele está enfrentando alguma dificuldade
e pode ajudá-lo, ajude-o. Também não espere receber recompensa: faça por amor e
bondade. A recompensa virá do Senhor quando então recebemos os nossos galardões
(Mt 10.41,42).
SÍNTESE DO TÓPICO (III): O crente cheio do Espírito Santo é bondoso e
misericordioso.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A história do bom samaritano ensina ao
doutor da lei que o seu próximo é qualquer um que ele encontrar que tenha uma
necessidade. Jesus encerra a história com a pergunta: ‘Qual, pois, destes três
te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?’. O
doutor da lei sabe a resposta, mas ele não pode deixar de falar a menosprezada
palavra ‘samaritano’ e ainda querer escolher seu próximo. Por isso ele só se
refere a ele como ‘O que usou de misericórdia para com ele’ (v.37).A resposta do doutor da lei está correta, porque o samaritano é aquele que agiu com o próximo. Mostrando compaixão, ele se alinhou com o amor a Deus e ao próximo. Ao contrário do sacerdote ou do levita, ele se submeteu ao mandamento de amor que resume toda a lei. Semelhantemente, Jesus quer que o doutor da lei responda a Deus e ao próximo de maneira própria de criança. Ele lhe fala: ‘Vai e faze da mesma maneira’. O doutor da lei também pode cumprir a ordem de amar a Deus e ao próximo satisfazendo as necessidades dos outros a despeito de raça, cor ou sexo (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Volume 1. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.91).
CONCLUSÃO
Que possamos demonstrar ao mundo e aos
nossos irmãos a bondade de Deus que um dia foi derramado em nossos corações.
Que jamais venhamos aceitar qualquer forma de homicídio, pois somos novas
criaturas e sabemos que Deus abomina tal prática.
A respeito da bondade que confere vida,
responda:
1° De acordo com a lição defina bondade.
Resp: Bondade é uma qualidade nobre, gerada
por Deus, nos corações daqueles que experimentaram o novo nascimento (Jo 3.3).
2° Como a bondade de Deus é revelada a
nós?
Resp: A bondade do Pai pode ser revelada na
sua provisão, pois Ele faz com que o sol e a chuva se levante sobre os justos e
injustos (Mt 5.45).
3° Cite um exemplo bíblico de bondade.
Rep: Jó e Dorcas.
4° Qual a ordenança de Deus a respeito
do homicídio?
Resp: A ordenança divina é bem clara, de
forma que até uma criança pode compreender: “Não matarás” (Êx 20.13; Dt 5.17).
5° Qual o primeiro homicídio registrado
nas Escrituras Sagradas depois da Queda?
Resp: Caim matou seu irmão Abel.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A bondade que confere vida
A única forma de um ser humano mau se
tornar em um ser humano bom de maneira plena é por intermédio da graça de Deus
mediante a fé em Jesus Cristo (Ef 2.8). Somente assim que a pessoa tem a
condição de compreender as implicações destes dois mandamentos do Senhor: “O
primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este
é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc
12.29-31). Por isso devemos compreender que há somente um Deus todo-poderoso,
glorioso e gracioso que devemos amá-lo e honrá-lo com toda a nossa vida. De
modo que esse amor seja direcionado ao próximo que está ao nosso lado como o
bem que fazemos a nós mesmos. Aqui, a bondade como fruto do Espírito começa a
se manifestar.
Neste aspecto, a bondade é um
compromisso que tem a ver com o benefício do outro. É viver a bondade de Deus
até as últimas consequências. Ora, Deus é bom e deseja que todos manifestem sua
bondade por onde passarmos. Uma bondade extraordinária que não pode ser
encontrada em nenhum lugar, senão pela Palavra de Deus, mediante o encontro que
tivemos com Jesus, o Nazareno, cuja vocação nos foi dada sem arrependimento.
Nosso Deus é bondoso, gracioso, maravilhoso, pois assim criou os céus e a
terra. Por isso, no lugar de vingança, oferecemos amor, consolo, disponibilidade
para acolher quem mais precisa de nós. Sempre há alguém que precisa de um
acolhimento verdadeiro e podemos ser o instrumento de Deus para acolhê-lo.Diferentemente da bondade, o homicídio como obra da carne não acolhe a ninguém, pelo contrário, destrói a vida alheia, separando para sempre das pessoas queridas. Sobre o homicídio, a proibição de se tirar a vida do próximo remonta o Decálogo (Ex 20.13): não matarás. Ou seja, todo atentado contra a vida humana é um atentado contra o mandamento de Deus. Todo atentado contra o ser humano inocente, o aborto deliberado, o homicídio pensado e planejamento, é um atentado contra a Criação de Deus. Entretanto, para além do homicídio físico, o apóstolo João também se referiu ao homicídio quando disse: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1Jo 3.15).
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