LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: As Obras da Carne e o Fruto do Espírito
— Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
TEXTO ÁUREO: “Antes, sede uns para com os
outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
I. Reconhecer que a benignidade se fundamenta no amor;
II. Mostrar que a porfia se fundamenta na inveja e no orgulho;
III. Explicar porque precisamos nos revestir de benignidade.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Na lição de
hoje estudaremos a benignidade como um aspecto do fruto do Espírito. Vivemos em
uma sociedade onde temos visto o avanço da maldade e da violência. O mundo, que
jaz no Maligno, está carente de pessoas benignas. Esse fruto nos ajuda a
identificar aqueles que são discípulos de Cristo. Como saber se estamos diante
de um crente verdadeiro? Observe se sua fala e atitudes revelam bondade. Quem
já experimentou do amor de Cristo é benigno, pois a salvação é resultado da
bondade e graça do Pai. Fomos salvos por sua graça, sua bondade.Incentive seus alunos a desenvolverem esse fruto, mesmo vivendo em um mundo hostil e mau, pois somente sendo benignos poderemos revelar o amor do Pai ao mundo. Lembre-se que antes das pessoas olharem para Cristo, elas vão olhar para você, para suas atitudes e ações.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos mais um
aspecto do fruto do Espírito, a benignidade e mais um aspecto das obras da
carne, a porfia. Veremos que o crente cheio do Espírito tem um coração benigno
e procura ter relacionamentos saudáveis, evitando discussões, disputas e
polêmicas. O conselho de Paulo a Timóteo foi para que ele fugisse das
discussões, polêmicas e debates acerca da lei, pois tais discussões são inúteis
e não acrescentam nada à fé dos irmãos (Tt 3.9).
I. A BENIGNIDADE FUNDAMENTA-SE NO AMOR
1. O que é benignidade?
Você conhece o significado dessa
palavra? Benignidade significa índole boa, bom caráter; benevolência,
humanidade e bondade. No crente, essas características não são o resultado de
uma boa formação acadêmica ou de uma família funcional. É o resultado do fruto
do Espírito. Não conseguimos ser bondosos pelo nosso próprio esforço. A bondade
que estamos estudando vem de Deus, pois Ele é a fonte de toda benevolência e
amor (1Jo 4.8). Deus é amor, logo, a benignidade é uma das características do
crente.
2. Jesus, exemplo de benignidade.
Jesus, como homem perfeito, é o nosso
maior exemplo de benignidade e amor (Jo 3.16). Ele amou os ricos e os pobres e
sempre ajudou a todos que foram até Ele, como por exemplo, a mulher Cananeia
cuja filha estava miseravelmente endemoninhada (Mt 15.21-28). A princípio,
parece que Jesus não estava se importando com o clamor daquela mãe. Porém, o
Mestre estava testando a fé daquela mulher. Jesus mesmo declarou: “Ó mulher,
grande é a tua fé” (Mt 15.28). Jesus, em sua bondade, não se prendeu a debates
religiosos ou políticos, pois sabia que a sua missão era salvar e resgatar os
que estavam perdidos (Lc 19.10).
3. A benignidade na prática.
O evangelista Billy Graham disse que é
muito fácil ser indelicado e impaciente com os que erram e falham. É fácil ser
bondoso e gentil com quem nos trata bem, mas precisamos ser benignos com
aqueles que erram, tropeça e ainda nos tratam mal. Para isso, precisamos ser
cheios do Espírito Santo (Ef 5.18). A Terceira Pessoa da Trindade, habitando em
nosso interior, nos leva a ser bondosos em todas as circunstâncias. Muitas
pessoas rejeitam o cristianismo porque alguns cristãos não amam como o seu
Mestre. Jesus foi gentil para com os publicanos e os pecadores. Ele se
assentava e comia com essas pessoas (Mt 9.11,12). O Mestre também fez questão
de pousar na casa do publicano Zaqueu (Lc 19.1-10). Os publicanos, por serem os
cobradores de impostos, eram odiados pelo povo, pois em geral, cobravam mais do
que as pessoas deviam. Na cruz, Jesus demonstrou benignidade ao atender ao
pedido de um salteador (Lc 23.42,43).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A palavra benignidade em
Gálatas 5.22 é tradução do termo grego cherestotes, que significa
bondade como qualidade de pureza e também como disposição afável de caráter e
atitudes. Abrange ternura, compaixão e brandura.Em Mateus 11.30, a palavra chrestotes é usada para descrever o jugo de Jesus. Ele disse: ‘Porque o meu jugo é suave [chrestos], e o meu fardo é leve’. O jugo de Cristo fala do desenvolvimento de uma vida disciplinada através da obediência, submissão, companheirismo, serviço e cooperação. É uma relação cortês, gentil e aprazível (benigna) porque está baseada no compromisso e amor, e não na força e servidão. Temos um Mestre a quem servir, porque o amamos, e também servimos uns aos outros em razão de nosso amor por Ele. Servir sem amor é intolerável — servir por amor é o mais alto privilégio.
A palavra chrestos também é usada em Lucas 5.39 para descrever o vinho velho, que é melhor ou doce. Não há amargura nesse vinho. Esta ideia nos ajuda a entender melhor o que o apóstolo Paulo nos diz em Efésios 4.31,32 e 5.1,2 (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, p.90).
Porfia
Erithia denota ambição, egoísmo, rivalidade,
sendo voluntariosidade a ideia subjacente na palavra; por conseguinte, denota
‘fazedor de partidos de divisões’. É derivado, não de éris, ‘discussão’,
mas de erithos, ‘mercenário, pessoa capaz de tudo por dinheiro’; por
conseguinte, o significado de ‘buscar ganhar seguidores’, facções, ‘porfias,
contendas’. É traduzido em 2 Coríntios 12.20 por ‘porfias’, não é improvável
que o significado aqui seja rivalidade ou ambições vis (todas as outras
palavras na lista expressam ideias abstratas em vez de facções). Também ocorre
em Gálatas 5.20; Fp 1.17; 2.3; Tg 3.14,16. Em Romanos 2.8 é traduzido como
adjetivo, “contencioso”. Para conhecer mais leia, Dicionário Vine, CPAD,
p.884.
II. A PORFIA FUNDAMENTA-SE NA INVEJA E
NO ORGULHO
1. Inimizade e porfia.
Embora estas duas palavras pareçam ter o
mesmo significado, elas são distintas. Segundo o Dicionário Houaiss,
inimizade é ódio, indisposição e malquerença; porfia significa contendas de
palavras, discussão, disputa e polêmica. Embora tenham significados distintos,
elas são obras da carne, da velha natureza, por isso, devemos fugir de tais
ações (Gl 5.20,21).
2. Evódia e Síntique.
Eram irmãs valorosas que serviam a Deus
na igreja de Filipos (Fp 4.2). Tudo indica que essas irmãs se deixaram levar
pela velha natureza e estavam envolvidas em alguma porfia. Não sabemos ao certo
o motivo da diferença entre elas. Alguns autores dizem que foram questões
pessoais, outros que se tratava de uma disputa por questões eclesiásticas.
Porém, tal atitude era reprovável. Então, Paulo exorta ambas para que acabem de
uma vez por todas com as diferenças. O apóstolo, como líder daquela igreja, não
procurou saber quem estava com a razão, mas com amor e firmeza ordenou que elas
parassem com tal atitude. Em meio às porfias não existem vencedores. Todos
acabam perdendo e dando lugar ao Diabo (Ef 4.27).
3. Miriã e Arão.
Moisés havia sido escolhido pelo Senhor
para conduzir o seu povo até Canaã, e uma das suas características mais
marcantes era a mansidão e a humildade (Nm 12.3). Todo líder precisa dessas
duas características para que tenha uma liderança bem-sucedida. Certo dia,
Miriã e Arão, irmãos de Moisés, ficaram indignados pelo fato de ele ter se
casado com uma mulher cuxita (Nm 12.1). Eles não estavam preocupados com
Moisés, mas, por trás da porfia, também havia outro sentimento, a inveja. Eles
certamente desejavam a liderança do irmão. Um sentimento carnal traz consigo
outros sentimentos, despertando o que há de pior em cada pessoa. As
consequências da inveja e da porfia foram terríveis para Miriã e para todo o
povo, pois tiveram que ficar retidos, em um lugar, até que Miriã pudesse se
ajuntar novamente à congregação (Nm 12.15). Tenha cuidado com a porfia, pois
ela trará prejuízos a você e ao povo de Deus.
Porfia
Erithia ou eritheia denota ‘ambição, egoísmo, rivalidade’, sendo
voluntariosidade a ideia subjacente na palavra; por conseguinte, denota
‘fazedor de partido de divisões’. É derivado, não de eris, ‘discussão’,
mas de erithos, ‘mercenário, pessoa capaz de tudo por dinheiro’; por
conseguinte, o significado de ‘buscar ganhar seguidores’, ‘facções, porfias,
contendas’. É traduzido em 2Co 12.20 por ‘porfias’, não é improvável que o
significado aqui seja rivalidade ou ambições vis (todas as outras palavras na
lista expressam ideias abstratas em vez de facções). Também ocorre em Gl 5.20;
Fp 1.17; 2.3; Tg 3.14,16. Em Rm 2.8, é traduzido como adjetivo, ‘contencioso’.
A ordem ‘pendências, invejas, iras, porfias’, é a mesma em 2Co 12.20 e Gl 5.20.
A ‘porfia’ é fruto do ciúme. “Contraste com o adjetivo sinônimo hairetikos, que
ocorre em Tt 3.10, ‘faccioso’ (ARA), que causa divisão, não necessariamente
‘herege’ (RC), no sentido de manter falsa doutrina” (Dicionário Vine: O
significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, pp.884-85).
1. Retirando as vestes velhas.
Paulo exorta os crentes de Colossos a se
despirem da velha natureza, deixando de lado a ira, a malícia, a maledicência e
as palavras torpes (Cl 3.8). Como filhos de Deus, precisamos nos revestir de
vestes novas, ou seja, novas atitudes, a fim de anunciar ao mundo a benignidade
de Deus (1Pe 2.9). Vivemos neste mundo, mas não podemos nos conformar com a sua
maneira de viver e pensar (Rm 12.1). Precisamos de santidade, pois sem ela
jamais poderemos agradar ao Senhor e nem vê-lo (Hb 12.14).
2. Sede benignos.
A benignidade é um antídoto e um escudo
contra as porfias. Tornamo-nos benignos porque fomos perdoados e justificados
por Jesus Cristo e agora o Espírito Santo habita em nós e nos ajuda a viver de
modo santo e justo. Fomos perdoados por Cristo. Por isso, precisamos também
conceder o perdão àqueles que nos ofendem e magoam (Mt 6.12,14, 15). De certa
forma, é até fácil agir com bondade com aqueles que agem conosco dessa mesma
forma, mas precisamos ser benignos com aqueles que nos odeiam e nos maltratam.
Jesus nos ensinou a amarmos até mesmo os nossos inimigos (Mt 5.44).
3. Imitando a conduta de Paulo.
O apóstolo Paulo tinha uma vida ilibada,
e como líder, era um exemplo para os crentes de Corinto. Sua maneira de viver
era tão santa que ele desafiou os crentes a serem seus imitadores (1Co 11.1).
Sua família, seus amigos e seus irmãos em Cristo podem imitar seus atos e suas
ações? Paulo seguia o exemplo de Jesus. Precisamos também seguir o exemplo do
Mestre e nos tornarmos semelhantes a Ele. Não podemos nos esquecer de que ser
cristão é ser semelhante a Cristo. Jesus deve ser o padrão para o nosso viver.
Ele tinha uma vida social intensa; ia a casamentos (Jo 2.1-12), jantares na
casa dos amigos (Jo 12.1-11), mas não se deixou seduzir pelas coisas desse
mundo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Cristo é nosso exemplo de como andar em
amor, como oferta de cheiro perfumado. As ofertas pelo pecado descritas no
Antigo Testamento não eram perfumadas. Mas isto é dito acerca de Jesus, nossa
oferta pelo pecado, que se deu em ternura, compaixão e brandura, porque Ele nos
amou. Jesus demonstrou em sua forma mais elevada o significado de ser benigno e
misericordioso uns para com os outros. É por isso que para o apóstolo Paulo Ele
era a oferta de cheiro perfumado, oferecida em amor.Em 1 Pedro 2.3, a versão Almeida Revista e Atualizada traduz o termo grego chrestotes ou (chrestos) por ‘bondoso’; ‘Se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso’. Referência semelhante no Antigo Testamento ocorre em Salmos 34.8: ‘Provai e vede que o Senhor é bom’, o que fala de brandura. Estes versículos bíblicos dizem respeito a experimentar de modo pessoal a benignidade de Deus (GILBERTO, Antônio. O fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.91).
CONCLUSÃO
Se realmente desejamos expressar um
cristianismo vivo, autêntico, precisamos excluir do nosso meio as porfias, pois
são obras da carne e maculam corpo de Cristo. Precisamos seguir o exemplo de
Jesus Cristo, que, com sua benignidade, atraía as pessoas para se reconciliarem
com Deus. Jesus manifestou sua benignidade curando os enfermos, libertando os
oprimidos pelo Diabo e morrendo na cruz pelas nossas ofensas e delitos.
PARA REFLETIR
A respeito da benignidade, um escudo
protetor contra as porfias, responda:
1° O que é benignidade?
Resp: Benignidade significa índole boa, bom
caráter; benevolência, humanidade e bondade.
2° Quem é a fonte de toda benignidade?
Rep: Deus é a fonte de toda bondade.
3° Por que os publicanos eram odiados
pelo povo?
Resp: Os publicanos, por serem os cobradores
de impostos, eram odiados pelo povo, pois em geral, cobravam mais do que as
pessoas deviam.
4° Segundo a lição, a porfia se
fundamenta em quê?
Resp: Fundamenta-se na inveja e no orgulho.
5° Cite dois exemplos bíblicos de porfia
na igreja de Filipos.
Resp: Evódia e Síntique.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Benignidade, um escudo protetor contra as porfias
Ao longo dos Evangelhos, nosso Senhor
nos ensina, a partir de seu exemplo, como tratar pessoas que tinham algum
desvio moral grave. Em nenhum momento nosso Senhor chegou a detratá-las,
condenando-as sumariamente. Embora o mestre de Nazaré jamais tenha corroborado
com os pecados dessas pessoas, pois muitas vezes ele afirmava “não peques mais”,
Jesus as tratavas com muita benevolência, humanidade e bondade. Isso é ser
benigno!
Sobre a benignidade
O termo benignidade remonta a ideia de
generosidade, isto é, uma sensibilidade emocional e espiritual para com os
outros. E a ideia de discernir o limite de carga de cada pessoa, ajudá-la a
aliviá-la. Esse é o sentido de benignidade em Gálatas 5.22. Quantas pessoas que
nos deparamos estão com uma carga pesadíssima em suas vidas?! Às vezes, com o
histórico de erros cometidos no passado, cuja última coisa que elas precisam é
de um tratamento desrespeitoso e sem misericórdia. Por isso devemos ser
generosos em anunciar o Evangelho ao pecador, com ternura, compaixão e muito
respeito, fazendo tudo no “espírito” do Evangelho.
Sobre a porfia
Diferentemente da benignidade, porfiar é
discutir, disputar, polemizar, demonstrar superioridade ao outro. Não por
acaso, a porfia está fundamentada no orgulho e na inveja. É uma obra
eminentemente da nossa velha natureza. Por isso, o único antídoto para não cair
na cilada da porfia é firmar um compromisso verdadeiro de imitar a Cristo em
tudo. Ora, se olharmos para o Evangelho de nosso Senhor, constatamos que Jesus
Cristo sempre evitou à discussão, a disputa, a polêmica, o que não significava
ensinar sem convicção e autoridade. Pelo contrário, o exemplo de Jesus era tão
retumbante que era impossível às pessoas não se sensibilizarem pela sua
benignidade.Num tempo onde as pessoas não têm muita paciência com as outras, desejam por qualquer motivo sobrepor a opinião das outras pessoas, é importantíssimo olhar para o Evangelho de Jesus, compreendê-lo e aplicá-lo na vida. Os filhos da Igreja precisam ser amados e bem cuidados para glória de Deus. As pessoas que abordamos nas ruas para falarmos do amor de Deus precisam estar em contato direto com esse fruto do Espírito manifestado em nossa vida. Deus abençoe!
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