LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: As Obras da Carne e o Fruto do Espírito
— Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
I. Compreender a singularidade da videira
e seus ramos;
II. Mostrar o fundamento da frutificação
espiritual;
III. Explicar que fomos chamados para
frutificar.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Graças a Deus
por mais um trimestre concluído. Com certeza você e seus alunos estão
experimentando um tempo de frutificação. Fomos chamados pelo Pai para
produzirmos bons frutos a fim de que o nome dEle seja glorificado. Os dons
espirituais são importantes para o crente, mas estes precisam ser acompanhados
do fruto, pois o fruto está relacionado ao caráter de Cristo em nós. Ele
evidencia a nossa comunhão com o Pai e o quanto temos aprendido com Ele. Ore
por seus alunos. Peça ao Senhor que todos possam ter uma vida frutífera até a
volta de Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre,
estudaremos a respeito da frutificação na vida do crente. Você tem produzido o
fruto do Espírito? Precisamos frutificar! Por isso, necessitamos estar ligados
à Videira Verdadeira. É Cristo em nós que nos permite produzir o fruto do
Espírito. Sem Ele nada podemos (Jo 15.4). O propósito de uma vida frutífera é
tão somente glorificar o Pai (Jo 15.8).
I. A VIDEIRA E SEU RAMOS
1. A parábola da vinha.
No texto da Leitura Bíblica em Classe,
encontramos uma parábola, ou alegoria, a respeito da videira. A videira é o
próprio Senhor Jesus Cristo e os ramos são todos os discípulos de Cristo. Como discípulos
precisaram estar ligados à videira para termos uma vida frutífera (Jo 15.1).
Como lavrador, o Pai tem cuidado de nós com zelo e amor para que possamos
produzir frutos em abundância. Fomos alcançados unicamente pela graça divina, e
a única coisa que Ele exige de nós é que venhamos a frutificar.
2. Condição para ser produtivo.
Segundo os agrônomos, a videira leva
três anos para dar os primeiros frutos. As uvas não nascem logo depois da
semente germinar no solo. É preciso tempo e muitos cuidados. Na vida espiritual,
é preciso discipulado, ensino da Palavra de Deus. Contudo, para ser frutífero é
imprescindível estar ligado a Cristo, a Videira Verdadeira. Longe dEle não
existe vida, apenas morte. Quando os ramos se afastam da Videira, logo deixam
de receber da sua seiva, tornando-se secos e infrutíferos.
3. A poda.
Podar é aparar os ramos que estão
atrapalhando o desenvolvimento da planta. A poda ajuda a produzir novos ramos,
fazendo com que a produção de frutos seja maior. Na vida espiritual, também
somos podados e cuidados pelo Senhor. Ele retira de nós tudo que nos impede de
frutificar. Contudo, se depois de cuidados não produzirmos frutos, não resta
alternativa a não ser o corte e o descarte no fogo (Jo 15.2). Na vinha do
Senhor, não há ramos para enfeitar, todos precisam ser frutíferos.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
A poda dos ramos (Jo 15.1-10)
‘Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai
é o lavrador’. Neste versículo, ‘eu’ e ‘verdadeira’ em grego são enfáticos.
Assim, em contraste com os outros (os líderes religiosos) que reivindicam ser
parte do verdadeiro povo de Deus, Jesus e seus seguidores emergem como o
verdadeiro povo. Isto enfatiza sua singularidade como o caminho para Deus.No versículo 2, surge o assunto desta seção: a santificação. A palavra que a expressa é o verbo ‘limpar’ (cortar, desbastar, podar). Esta palavra pertence ao aspecto religioso de ‘tornar santo’ ou ‘santificar’. O que se presume, então, é uma visão da Igreja discutida acima, mas o que fica óbvio é que Deus limpa o crente; e esta alegoria da vinha apropriadamente expressa isso. Também deve ser observado que a santificação é um processo normal do discipulado. O propósito da poda é aumentar a frutificação.
Os versículos 3 a 5 falam da união de Jesus e os crentes em termos figurativos dos ramos e do tronco. Jesus expressa o fato dessa união de palavras: ‘Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado’ (v.3). Mas resultado dessa união é o processo de crescimento — em termos figurativos: dar frutos. Considerando que um ramo não pode dar frutos a menos que esteja ligado ao tronco (a pessoa tem que permanecer em Cristo), o fruto tem um significado certo. No contexto dos capítulos 13 a 17, o fruto é o amor, característica fundamental de Deus. Para poder viver como Deus, a pessoa tem de nascer de novo e segui-lo. Este amor tem de ser desenvolvido pelo ‘processo da poda’ (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4ª Edição. Volume 1. RJ: CPAD, 2009, p.586).
CONHEÇA MAIS
Sendo produtivos
Uma videira que produz muito fruto
glorifica a Deus, pois Ele envia diariamente a luz do sol e a chuva para fazer
crescer as colheitas, e nutre constantemente cada planta, preparando-a para
florescer. Que momento de glória será para o Senhor quando a colheita for
trazida aos celeiros, madura e pronta para usar! Ele fez isto acontecer! Esta
analogia agrícola mostra como Deus é glorificado quando estamos em um
relacionamento correto com Ele e começamos a ‘dar muito fruto’ em nossas
vidas”. Para conhecer mais, leia Comentário do Novo Testamento Aplicação
Pessoal, CPAD, p.578.
II. O FUNDAMENTO DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL
1. Firmados no amor de Cristo.
O amor é o fruto excelente (Gl 5.22).
Fomos alcançados pela graça e o amor de Cristo (Rm 3.24). A graça divina, além
de destruir os pecados, enxerta em nós a semente do amor. O amor nos ajuda a
vencer os efeitos da arrogância, o egoísmo e a incredulidade.Cristo é o nosso exemplo por excelência de amor altruísta. Ele se sacrificou pelos pecadores (Jo 3.16). O que nos identifica como discípulos de Jesus é o amor. O amor nos leva a servir ao nosso próximo e esse servir é sem interesses ou vantagens materiais.
2. Por que o amor é à base da frutificação?
Porque ele é o alicerce de todas as
virtudes (1Co 13.13). Não podemos nos esquecer de que o amor deve ser revelado
em atitudes. Não adianta dizer que ama e tem fé se não tiver as boas obras (Tg
2.14). A fé sem obras e sem amor é morta (Tg 2.17,26). O amor precisa ser visto
mediante as nossas obras. Existem muitas pessoas carentes e necessitadas que
precisam do nosso amor e ajuda.
3. Cheios do Espírito e de amor.
O amor é gerado em nossos corações pela
ação do Espírito Santo. Não podemos nos esquecer de que somos templo, habitação
do Consolador. Esta virtude era uma das características mais marcantes da
Igreja Primitiva. Por quê? Porque todos ali eram cheios do Espírito. O amor
fazia com que repartissem seus bens: “Não havia, pois, entre eles necessitado
algum [...]” (At 4.34). Levava também os crentes a amarem, mesmo sofrendo
perseguição e morte (At 7.60).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O princípio da frutificação está
revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.1). Note que a lei agrária
estabelecida por Deus determina que cada planta e árvore produza fruto segundo
a sua espécie.A frutificação espiritual segue o mesmo princípio. João Batista, o precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer-se da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus.
De que tipo de fruto Jesus estava falando em João 15.1-16? A resposta nos é dada em Gálatas 5.22: ‘O fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança’. Em outras palavras, o fruto do Espírito é no crente a existência de um caráter semelhante a Cristo: um caráter que testemunha de Jesus e que o revela em seu viver diário. É a breve vida de Cristo manifesta no cristão. Como é que o povo à nossa volta está vendo Cristo em nós? Em família, no emprego, nas viagens, na escola, na igreja, nos relacionamentos pessoais, nos tratos, no lazer, no porte em geral, na vida cristã?”(Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1723)”.
III. CHAMADOS PARA FRUTIFICAR
1. Revestidos de amor.
Em Colossenses 3.12, Paulo orienta os
crentes para que se vistam de misericórdia, benignidade, mansidão e
longanimidade. Busquemos “as coisa que são de cima” (Cl 3.1,2). Suas atitudes
devem refletir tal verdade. Mediante a fé no sacrifício de Cristo, já retiramos
a “roupa velha”, nossos trapos de imundícia, que é a natureza pecaminosa.
O amor, fruto do Espírito, em nossa vida nos conduz:
a) A frutificar em nosso relacionamento
espiritual. Passamos a experimentar uma maior
comunhão com o Pai mediante a oração, o jejum e a leitura da Palavra de Deus.
b) A ter um relacionamento conjugal
frutífero. Se amarmos a Deus amamos também o nosso
cônjuge com um amor altruísta. Amar a esposa é um principio divino para os
maridos: “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a
si mesma se entregou por ela” (Ef 5.25).
c) A ter um relacionamento familiar frutífero. A esposa será submissa ao marido e os
filhos lhe serão obedientes (Ef 5.22, 6.1)
2. Se a Palavra estiver em nós.
Só é possível frutificar se Cristo e
suas palavras estiverem plantados em nós. Essa também é a condição para que as
nossas orações sejam ouvidas e respondidas (Jo 15.7). É por intermédio das
palavras de Jesus, ou seja, por meio de seus ensinamentos, que podemos orar
corretamente, segundo a vontade do Pai. As palavras de Jesus fazem com que
venhamos nos tornar semelhantes a Ele.
3. Cumprindo a lei.
Na Epístola aos Romanos, Paulo trata com
profundidade a respeito da lei. Ele mostra que somente o que ama tem condições
de cumprir a lei: “[...] quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). O
apóstolo também exorta os crentes, afirmando que “o cumprimento da lei é o
amor” (Rm 13.10). O amor de Cristo, em nós, nos ajuda a observar os mandamentos
e princípios divinos para a nossa vida.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Copie no quadro o esquema abaixo. Depois
faça aos alunos a seguinte pergunta: “Qual o propósito da frutificação na vida
do crente?”. Incentive a participação de todos e ouça as respostas dos alunos.
Explique que no Reino de Deus tudo tem um propósito. Em relação ao fruto do
Espírito Santo não é diferente. Em seguida, utilize o quadro para mostrar os
reais propósitos da frutificação espiritual.
CONCLUSÃO
O amor de Deus por nós é singular.
Quando experimentamos desse amor somos transformados e, então, passamos a
produzir o fruto do Espírito. Que venhamos a frutificar em todas as áreas da
nossa vida, a fim de que o nome de Jesus, o nosso amado, seja glorificado e
exaltado.
A respeito de uma vida de frutificação, responda:
1° O que é preciso para o crente frutificar?
Resp: Ele precisa estar ligado à Videira
Verdadeira. É Cristo em nós que nos permite produzir o fruto do Espírito. Sem
Ele nada podemos (Jo 15.4).
2° Qual o propósito de uma vida frutífera?
Resp: O propósito de uma vida frutífera é tão
somente glorificar o Pai (Jo 15.8).
3° No texto de João 15 quem é a videira? Quem são os ramos?
Resp: A videira é o próprio Senhor Jesus
Cristo e os ramos são todos os discípulos de Cristo.
4° O que significa podar?
Resp: Podar é aparar os ramos que estão
atrapalhando o desenvolvimento da planta.
5° Quem é o nosso exemplo perfeito de amor?
Resp: Jesus Cristo.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma vida de frutificação
Por isso, a parábola da vinha ganha uma grande importância em nosso estudo. Fomos chamados para dar fruto no Reino de Deus, onde, segundo o teólogo Benny C. Aker, “Jesus é o tronco, o Pai é o jardineiro e os crentes em Jesus são os ramos” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, p.587). O que João 15 deixa muito claro é que ninguém pode frutificar no Reino de Deus se não estiver firmado em nosso Senhor: “Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer” (15.5). Todo discípulo é chamado por Jesus para dar muito fruto. Mas há uma pergunta imediata que precisa ser feita: Que fruto é este?
O texto bíblico responde taxativamente: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. [...] Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. [...] Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (vv.12, 14,17). De modo que o teólogo Donald Stamps confirma esse entendimento e o amplia conforme Gálatas 5: “Todos os cristãos são escolhidos ‘do mundo’ (v.19) para ‘dar fruto’ para Deus (vv.2, 4,5). Essa frutificação se refere (1) às virtudes espirituais tais como as mencionadas em Gl 5.22,23 — amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (cf. Ef 5.9; Cl 1.10; Hb 12.11; Tg 3.18) e (2) à conversão a Cristo doutras pessoas (4.36,12. 24)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1603).
Portanto, conscientize os alunos a buscarem a frutificar no Reino de Deus, na força do Espírito Santo amando a Deus e ao próximo na perspectiva do Fruto do Espírito.