LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: As Obras
da Carne e o Fruto do Espírito — Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel
Gomes
TEXTO ÁUREO: “Melhor é
o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma
uma cidade” (Pv 16.32).
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Saber que a temperança nos ajuda a ter o domínio das inclinações
carnais;
II. Mostrar que a prostituição e a glutonaria são um descontrole da
natureza humana;
III. Compreender que o crente precisa viver em santidade, deixando os
excessos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a temperança, fruto do Espírito, em contraposição a
prostituição e a glutonaria, obras da carne. Como crentes precisamos ter uma
vida moderada, equilibrada e santa. A prostituição e a glutonaria são um pecado
contra o nosso corpo, que é morada do Espírito Santo. Tudo que agride o nosso
corpo é pecado, pois fere e macula a morada de Deus. Jamais podemos nos
esquecer que o nosso corpo é habitação do Espírito Santo, por isso, precisamos
cuidar bem dele evitando tudo que possa manchá-lo e fazê-lo adoecer.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que o
crente deve ser livre de qualquer intemperança. Ele precisa ter o fruto do
Espírito Santo, vivendo com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o
nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações. Estudaremos a temperança como
um dos aspectos do fruto do Espírito em oposição à glutonaria e à prostituição.
1. Vivendo de modo sóbrio.
Podemos comparar o crente que
vive segundo a carne, dominado pela velha natureza, a um vulcão ativo que está
sempre prestes a entrar em erupção. O que o vulcão lança de seu interior? Gases
venenosos lavam incandescentes e fogo. A erupção pode devastar cidades inteiras
e fazer milhares de vítimas. Assim é o crente que não tem o fruto do Espírito.
Do seu interior, procede somente aquilo que é mau (Lc 6.45). Precisamos ser
comedidos em nossas palavras e atitudes, procurando ser cheios do Espírito
Santo diariamente (Ef 5.18). Fomos salvos pela graça divina e essa graça nos
ensina a rejeitar as obras da carne e a vivermos de modo sóbrio, justo e
piedoso (Tt 2.11).No grego, a palavra temperança é enkráteia, que significa autocontrole, disciplina (2Pe 1.6; Tt 1.8). Este vocábulo é também utilizado por Paulo para tratar a respeito da pureza sexual (1Co 7.9). Já em 1 Coríntios 9.25, ele é empregado para destacar a disciplina de um atleta. Paulo desejava que os crentes entendessem que é o Espírito Santo que nos ajuda a ser disciplinados e comedidos. Com a ajuda de Deus, Paulo tinha suas vontades e desejos em sujeição (1Co 9.27).
Talvez você pense que as palavras mansidão e temperança sejam sinônimas, porém existe diferença entre elas. Mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou irar-se no momento certo. Já a temperança está relacionada à questão do impulso sexual, glutonaria e às questões da carne.
2. Temperança e qualidade de vida.
Temperança significa ter
controle sobre seus desejos e atitudes. Quem tem temperança tem qualidade de
vida. Deus não proíbe você de comer, beber e ter uma vida de conforto e
felicidade. Contudo, Ele deseja que vivamos de modo sóbrio e equilibrado. Uma
pessoa que tem domínio próprio sabe se controlar em toda e qualquer situação.
Por não terem a temperança como fruto do Espírito, muitos estão vivendo sem
pudor, cometendo toda a sorte de excessos, envergonhando o nome de Cristo e a
Igreja do Senhor. Sabemos que o que é nascido da carne é carne, mas o que é
nascido do Espírito é espírito, logo vive de modo equilibrado e não tem prazer
nas concupiscências desse mundo (Jo 3.6). Precisamos diariamente nos encher do
Espírito Santo para não cumprirmos os desejos da carne (Gl 5.16). As obras da
carne são conhecidas, e sua mortificação só é possível quando somos
completamente dominados pelo poder do Espírito Santo.
3. A temperança na vida de Cristo.
Jesus se fez homem e habitou
entre nós (Jo 1.14), mas Ele não pecou e jamais experimentou as obras da carne.
Jesus era cheio do Espírito Santo (Lc 4.18), razão pela qual pôde vencer as
tentações da carne, do mundo e do Diabo (Hb 4.15). A velha natureza deseja
apenas o que é desse mundo: comida, bebida e prazeres pecaminosos. Porém,
quando vivemos orientados e guiados pelo Espírito, somos equilibrados e não
deixamos que as paixões carnais nos vencessem.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A palavra grega egkrateia
significa ‘temperança’ ou ‘domínio próprio’ até sobre paixões sensuais. Inclui,
portanto, a castidade. Essa ênfase não aparece nos textos de Romanos 12 e 1
Coríntios 12—14. Por outro lado, o contexto anterior oferece um tratamento
completo do assunto. Em Efésios 4.17-22, a vida nova é contrastada nitidamente
com a antiga. A imoralidade não tem lugar na vida de uma pessoa que procura ser
vaso de bênçãos nas mãos de Deus. Se o viver santo não acompanhar os dons, o
nome de Cristo é envergonhado. O ministério verdadeiramente eficaz perde seu
impacto. Os milagres talvez continuem durante algum tempo, mas Deus não recebe
nenhuma glória. Os milagres não garantem a santidade, porém a santidade é vital
para o verdadeiro ministério espiritual” (HORTON, Stanley H. Teologia
Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996,
p.492).
1. Fugi
da prostituição.
O vocábulo prostituição no grego
é porneia e significa imoralidade, relações sexuais ilícitas. Como novas
criaturas, precisamos abster-nos da prostituição e de todo o tipo de
infidelidade conjugal. Vivemos em uma sociedade que aceita e propaga o sexo
antibíblico e profano. Não podemos nos conformar com esse mundo e não podemos
jamais esquecer de que devemos ser “sal” e “luz” neste mundo (Mt 5.13-16; Rm
12.2).
2. A disciplina em casos de prostituição.
Paulo teve sérios problemas com
a imoralidade na igreja em Corinto (1Co 5.1). Um dos crentes estava mantendo
relacionamento sexual com sua madrasta. O apóstolo tratou esse caso de
imoralidade com seriedade e temor. O pecado precisa de disciplina, pois, caso
contrário, haverá a corrupção generalizada (vv.6-8). O propósito da disciplina
não é humilhar ou ferir aquele que pecou, mas preservar a pureza moral na
igreja. A Palavra de Deus nos adverte a fugir da prostituição: “Fugi da
prostituição [...]” (1Co 6.18). Nosso corpo pertence ao Senhor, pois Ele nos
criou (1Co 6.13). Que jamais venhamos a usar nossos membros para a
prostituição, mas para manifestar a glória de Deus.
3. A glutonaria e seus males.
Glutão é aquele que come em
excesso e com voracidade. Tal atitude revela falta de equilíbrio espiritual e
emocional. Até mesmo na hora de nos alimentarmos precisamos ter parcimônia.
Enquanto a prostituição é um pecado com o corpo, a glutonaria é um pecado contra
o corpo. Salomão adverte aos que comem em excesso (Pv 23.2). Nosso corpo é
templo do Espírito Santo, por isso, precisamos cuidar bem dele, tendo uma
alimentação saudável e equilibrada (1Co 6.19). Muitos estão enfrentando sérios
problemas de saúde porque não foram equilibrados em sua alimentação. Sabemos
que a gordura, o sal e o açúcar em excesso trazem sérios prejuízos para a nossa
saúde. Porém, muitos continuam a ingerir tais alimentos, mesmo sabendo que
trarão sérios prejuízos à saúde. Muitos maltratam o corpo e depois ficam a
clamar a Deus por um milagre. Façamos a nossa parte.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Prostituição
A Bíblia defende
consistentemente a pureza moral e mantém uma posição firme contra a
prostituição de qualquer tipo. Várias proibições podem ser encontradas na lei
mosaica (Lv 19.29; 21.7,14; Dt 22.21). O livro de Provérbios está repleto de
advertências àqueles que desejam procurar prostitutas. Os mesmos riscos eram
enfrentados pelos crentes do Novo Testamento, pois vários cultos da fertilidade
ainda prevaleciam no Império Romano e o aspecto geral da moralidade no primeiro
século era bastante baixo. A proibição contra a prostituição era incluída nas
proibições gerais sobre os relacionamentos sexuais ilícitos, claramente
expressas no Novo Testamento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2009, p.1254).Truphe, ‘luxo, suntuosidade, afetação, diversão, festança, folia’, é encontrada em 2Pe 2.13 (‘deleites’, literalmente, ‘contando se divertir no dia do prazer’). Em Lucas 7.25, é usada com a preposição em, ‘em’, e traduzido por ‘em delícias’.
Komos, ‘divertimento, folia, pândega, orgia’, a concomitância e consequência da bebedeira, são traduzidas no plural em Romanos 13.13; Gl 5.21 e 1Pe 4.3 (‘glutonarias’).
Gaster (glutão) denota ‘barriga, ventre’. É usado em Tito 1.12, com o adjetivo argos, ‘ocioso, preguiçoso’, metaforicamente, para significar glutão; em outro lugar, ocorre em Lucas 1.31” (Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.676).
Temperança
A temperança não é apenas
moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas
que precisam se controlar em tudo para serem vitoriosos (1 Coríntios 9.25). O
Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos
os impulsos e tendências da carne. Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a
desenvolver o autocontrole que domina esses desejos, impulsos, paixões e
apetites. O autocontrole não aparece automaticamente. O que o Espírito faz é
ajudar-nos a disciplinar a nós mesmos”. Para conhecer mais leia A Doutrina do
Espírito Santo, CPAD, p.194.
III. VIVENDO EM SANTIFICAÇÃO E DEIXANDO OS EXCESSOS
1. Agradando
a Deus em tudo.
Pela graça de Jesus, somos salvos e já experimentamos a regeneração.
Como novas criaturas, precisamos viver de modo a agradar ao Senhor. Seja santo
na sua maneira de vestir, falar, comer, em seus relacionamentos, etc. Quem ama
a Deus, deseja agradá-lo em tudo e tem prazer em cumprir a sua lei. A Bíblia
diz que nos últimos dias, por aumentar a iniqüidade, o amor de muitos esfriaria
(Mt 24.12). É o que temos visto. Falta amor genuíno para com o Pai e, logo,
também falta santidade, moderação e bom senso.
2. Santificação.
Que venhamos abandonar o pecado
e buscar a santificação, pois sem ela não poderemos ver ao Senhor (Hb 12.14).
Quando falamos em pecado, em geral, as pessoas pensam logo em adultério,
homossexualismo e roubo. Mas pecado significa tudo o que não agrada a Deus. O
Senhor deseja que tenhamos uma vida santa, produzindo o fruto do Espírito. Vida
santa significa honrar o próprio corpo, evitando os pecados sexuais: “Que cada
um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1Ts 4.4). É importante
ressaltar que “vaso” neste contexto significa o corpo do crente. O sexo entre
os cônjuges não é pecado, mas precisamos compreender que nossos corpos são
santos. Marido e a esposa precisam respeitar um ao outro e cuidar um do outro.
3. Deixando os excessos.
Viver de maneira que agrade a
Deus é difícil, mas é possível. É possível porque não estamos sozinhos. O
Espírito Santo, que habita em nós, deseja nos ajudar a abandonar todo excesso e
todo o pecado. Ele nos ajuda a ter uma vida equilibrada, sadia e santa.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Embora vivessem numa
sociedade onde o pecado sexual era comum e aceitável, os apóstolos não
transigiam com a verdade e a santidade de Deus. Não rebaixaram os padrões
morais para acomodá-los às idéias e tendências daquela sociedade. Sempre que se
deparavam com baixo padrões morais em alguma igreja (cf. Ap 2.14,15,20),
repreendiam-na e procuravam corrigi-la. Considerando padrões a baixa moralidade
que prevalece em nossos dias, precisamos de dirigentes do tipo dos apóstolos,
para conclamar a igreja a obedecer aos padrões divinos de retidão” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1847).
CONCLUSÃO
A temperança, como fruto do
Espírito Santo, nos ajuda a ter uma vida disciplinada e feliz. Que venhamos ser
cheios do Espírito, aprendendo com Ele a disciplina espiritual em todas as
áreas de nossa vida.
PARA REFLETIR
A respeito de vivendo de forma moderada, responda:
1° De acordo com a lição, como devemos viver?
Resp: Devemos viver de modo sóbrio, santo.
2° Qual a palavra utilizada no grego para
temperança e qual o seu significado?
Resp: No grego, a palavra temperança é
enkráteia, que significa autocontrole, disciplina.
3° Qual a diferença entre mansidão e temperança?
Resp: Mansidão é saber se controlar em
um momento de ira, ou irar-se no momento certo. Já a temperança está
relacionada à questão do impulso sexual, glutonaria e as questões da carne.
4° Qual a recomendação de Salomão para o glutão?
Resp: “E põe uma faca à tua garganta,
se és homem glutão” (Pv 23.2).
5° Relacione alguns males da
glutonaria.
Resp: É obra da carne, pecado contra Deus. Pode causar obesidade,
hipertensão, diabetes, etc.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Vivendo de forma moderada
Vivemos numa sociedade onde os
excessos da vida são estimulados diariamente, como o acesso ao consumo diante
das propagandas midiáticas prometendo “céus e terras”. Os Shoppings Centers
talvez seja o maior exemplo do reflexo desse espírito consumista. A imagem dos
rodízios, onde as pessoas comem muito mais do que seria o adequado para o seu
bem estar. Os valores exorbitantes de aparelhos de telefone celular, bolsas
importadas e tantos outros itens que não fazem parte da realidade econômica da
maioria das pessoas, mas que impõem a ela a necessidade de adquirir sem poder.
Esse é o “espírito” do nosso tempo!
O ser humano anda na corda bamba
entre o equilíbrio e a falta de moderação. Em Gálatas, a palavra grega que
aparece para prostituição é porneia. O termo se refere a todo tipo de
imoralidade sexual. Note que as três palavras que aparecem no texto bíblico de
Gálatas 5 — prostituição, impureza e lascívia —, embora tenham significados
distintos, têm a mesma conotação: imoralidade sexual. Ou seja, a conduta que
vai à contramão da vontade de Deus em relação à vida sexual. Aqui, há um grande
apelo do apóstolo aos crentes da Galácia para cultivarem uma vida íntima de
acordo com a vontade de Deus. Isso demandaria equilíbrio espiritual!Junto com a glutonaria, podemos destacar também as bebedices. Com glutonaria, o texto bíblico se refere ao ato de comer demasiadamente ao ponto de se tornar em vício. Ao lado das bebedices, a glutonaria está numa posição onde o apóstolo Paulo rechaça o vício na vida dos que seguem a Jesus. Os vícios descritos em Gálatas revelam um estilo de vida hedonista, fruto da cultura pagã dos tempos de Paulo. Cada um vivia conforme seu gosto e sua maneira de ver a vida. O que não é diferente da realidade atual. Por isso, somos instados pelo apóstolo a ter uma vida equilibrada, manifestando a virtude da temperança em toda a nossa maneira de viver.
A palavra “temperança” também é apontada como “domínio próprio” ou “autodomínio”. Conforme 1 Coríntios 9.27, a palavra mostra que a temperança ou o autodomínio é uma virtude do Espírito Santo que nos ajuda a dominar nossos impulsos carnais. É a virtude de conter a si mesmo, conter todos os vícios enumerados pelo apóstolo Paulo: a prostituição, a impureza, a indecência, a glutonaria e as bebedices. Deus nos dar poder para resistir e nunca nos deixarmos dominar por esses vícios.
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