LIÇÕES BÍBLICAS
CPAD / ADULTOS
Título: As Obras da
Carne e o Fruto do Espírito — Como o crente pode vencer a verdadeira batalha
espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
TEXTO ÁUREO: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o
amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”
(Rm 13.8).
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Compreender a
singularidade do amor ágape;
II. Mostrar que
precisamos amar a Deus e ao próximo;
III. Explicar que
sob a tutela do amor, devemos rejeitar as obras das trevas.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Estamos nos aproximando do término do trimestre.
Esperamos que você e seus alunos tenham produzido muitos frutos, nesse período,
para a glória de Deus. O crente precisa ter uma vida frutífera. Na lição de
hoje estudaremos o amor como fruto do Espírito. Sem esse fruto é impossível ser
manso, paciente, longânimo etc, ou seja, todos os outros frutos dependem dele.
Uma das características mais marcantes do crente é o amor. Deus é amor e quem
não ama, não o conhece. Quem ama a Deus ama também o próximo, cumprindo então a
lei divina.
Já
estudamos alguns aspectos do fruto do Espírito e obras da carne. Deixamos para
tratar a respeito do amor em uma única lição, pois o objetivo é que venhamos
compreender a singularidade e a importância desse aspecto do fruto do Espírito.
Podemos
agrupar os nove aspectos do fruto do Espírito Santo da seguinte maneira: Os atributos
que tratam do nosso relacionamento com Deus: amor, paz e alegria. Os que tratam
do nosso relacionamento com o próximo: longanimidade, benignidade e bondade. Os
que tratam do nosso relacionamento com nós mesmos: fidelidade, mansidão e
domínio próprio. Porém, nesta lição, veremos o aspecto do amor. A maior marca
de uma igreja não é sua teologia, seu templo, tradições, mas sim o seu amor
para com o Senhor Jesus e para com o próximo.
I. A SINGULARIDADE
DO AMOR ÁGAPE
1. Amor, um
aspecto do fruto.
O
amor é o primeiro aspecto do fruto que encontramos na relação de Gálatas 5.22.
Podemos afirmar que tal sentimento é o solo onde os demais aspectos do fruto
devem ser cultivados. Paulo relata a suprema excelência do amor em 1 Coríntios
13. A língua grega possui três vocábulos para denominar o amor: ágape,
amor divino; philéo, amor entre amigos e eros, amor entre
cônjuges.
2. O amor ágape.
O
amor de Deus é expresso no grego pela palavra ágape. Tal vocábulo
significa “amor abnegado e profundo”. Um dos atributos do nosso Deus é o amor
(1Jo 4.8). Seu amor por nós é ímpar. Não podemos nos esquecer de que hoje
amamos ao Pai e ao próximo porque o amor divino nos alcançou primeiro: “Nós o
amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). O que fizemos para merecer tal
amor? Nós não fizemos nada. O mérito de tal sentimento não é nosso. Mas Ele nos
amou quando éramos ingratos e maus e nos deu o seu Filho Unigênito para morrer
em nosso lugar (Jo 3.16).
3. O amor ágape
derramado em nós.
Quando
recebemos, pela fé, o Senhor Jesus, nos tornamos uma nova criatura (Jo 3.3). E,
assim, foi-nos enxertado o amor que é a essência do Pai. Se somos discípulos de
Cristo, amamos ao Pai e ao próximo. O amor de Deus em nós nos proporciona: paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança (Gl 5.22). Quem
tem o amor de Deus considera o próximo e está sempre disposto a servir a todos,
assim como o nosso Mestre (Mc 10.45).
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor
inicie o primeiro tópico da lição fazendo a seguinte indagação: “Quais são as
três dimensões do amor ágape?”. Ouça os alunos e incentive a
participação de todos para que aula se torne dinâmica. Em seguida, desenhem no
quadro duas linhas: uma vertical e uma horizontal. Depois desenhe um ponto. A
seguir explique que o amor divino possui três dimensões: (1) A dimensão
vertical (aponte para a linha vertical). Diga que é o amor em direção a Deus.
(2) Dimensão horizontal (aponte para a linha horizontal). Fale que é amor em
direção ao nosso semelhante. (3) Dimensão interior (mostre o ponto). É o amor
em direção a nós mesmos. Diga que se conseguirmos cumprir essas três dimensões,
cumprimos toda a lei. Para concluir, peça que um aluno leia Lucas 10.27:
“Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti
mesmo”. Explique que como crentes precisamos viver esses três aspectos.
1. O amor a
Deus.
O
amor de Deus por nós é altruísta, abnegado e ímpar. E a única coisa que Ele nos
pede é que também venhamos a amá-lo com todo o nosso coração: [...] “Amarás o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração [...]” (Mt 22.37). Como podemos
expressar nosso amor a Deus? De diferentes formas: sendo fiéis em nossos
dízimos e ofertas, louvores, orações, lendo a Bíblia, etc. Mas a melhor maneira
de expressar nosso amor a Deus é abandonar o pecado e procurar ter uma vida
santa. Quem ama a Deus não tem prazer na prática do pecado. Quem se encanta com
o pecado não ama ao Senhor e nunca o conheceu. Por isso, Jesus afirmou que
muitos dirão naquele Dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E,
em teu nome, não expulsamos demônios?” (Mt 7.22). A resposta do Senhor para
estes é apenas uma: [...] “Nunca vós conheci [...]” (Mt 7.23).
2. O amor a si
mesmo.
Amar
a si mesmo pode parecer narcisismo, mas não é. Pois se você não se amar e
aceitar-se, como poderá amar a Deus? Amar a si mesmo é acima de tudo um
mandamento divino: “[...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 24.9).
Certamente não gostamos das nossas falhas e imperfeições. Não somos perfeitos,
mas precisamos colocar diante do Senhor tudo o que somos para que Ele venha nos
transformar.
3. O amor ao
próximo.
Para
amar o próximo com o amor ágape é preciso amar a Deus primeiramente. O
apóstolo João diz que Deus é amor, quem não ama, jamais o conheceu (1Jo 4.7,8, 12,20).
Certa vez, um fariseu perguntou a Jesus qual era o grande mandamento da Lei.
Então, o Mestre ensinou que amar ao Senhor de todo o coração e ao próximo é um
resumo de todos os mandamentos (Mt 22.37-40). É importante ressaltar que amor
não é somente sentimento, mas ação. Não basta amar somente de palavras.O amor como fruto do Espírito faz com que eu queira para o outro aquilo que desejo para mim. Faz com que eu tenha prazer em doar meu tempo, meus dons e talentos para o bem do meu próximo.
O amor fraternal
(philia)
Como
visto em 2 Pedro 1.7, há um segundo tipo de amor, o qual é chamado amor
fraternal ou bondade fraterna. Este amor é amizade, um amor humano que é
limitado. Amamos se somos amados. Lucas 6.23 diz: ‘Se amardes aos que vos amam,
que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam’. A bondade ou
amizade fraterna é essencial nas relações humanas, mas é inferior ao amor ágape,
porque depende de uma relação recíproca; quer dizer, somos amigáveis e amorosos
com aqueles que são amigáveis e amorosos conosco (GILBERTO, Antônio. O Fruto do
Espírito: A Plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD,
2004, p.36).Todos os que se dedicam a Jesus Cristo pela fé, também devem dedicar mútuo amor uns aos outros, como irmãos em Cristo (1 Ts 4.9,10), com afeição sincera, bondosa e terna. Devemos preocupar-nos com o bem-estar, as necessidades e a condição espiritual dos nossos irmãos, sendo solidários e assistindo-os nas suas tristezas e problemas. Devemos referir-nos em honra uns aos outros, devemos estar dispostos a respeitar e honrar as boas qualidades dos outros crentes” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1723).
Lei e amor
Toda
a lei cumpre-se numa só palavra, nesta: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’
(5.14). Este tema é desenvolvido em Romanos 13.8-10. O que Paulo quer dizer em
cada passagem é que tanto o amor quanto à lei estão relacionados com a justiça.
Elas não estão em conflito a este respeito”. Para conhecer mais, leia
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, CPAD, p.412.
III. SOB A
TUTELA DO AMOR, REJEITEMOS AS OBRAS DAS TREVAS
1. Debaixo da
tutela do amor.
O
que é uma tutela? A tutela é um “encargo jurídico de velar por, representar na
vida civil e administrar os bens de menor, interdito ou pessoa desaparecida”.
Logo, ter um tutor significa ter alguém para amparar, defender e proteger. Fora
da tutela do amor ágape, amor divino, o crente pode voltar à prática das
velhas obras infrutuosas da carne. Sem o amor de Deus, em nós, somos capazes de
amar mais as trevas que a luz (Jo 3.19).
2. Amor,
antídoto contra o pecado.
Quem
ama não trai o seu cônjuge, não mata, não rouba, não cobiça, não dá falso
testemunho, ou seja, não faz nada que possa desagradar ao Pai Celeste. Se
quisermos evitar as obras da carne, precisamos nos encher do Espírito Santo e
do seu amor (Ef 5.18). O amor nos faz agir de modo cortez e paciente,
demonstrando ao mundo que somos discípulos de Cristo (Jo 13.35).
3. O amor leva à
obediência.
O
amor, fruto do Espírito, não é um mero sentimento. Amar envolve ação, atitude
(1Jo 3.18). O que torna uma igreja forte não são seus recursos financeiros,
seus líderes ou o número de membros, mas o amor revelado em atitudes e
palavras. Quem ama tem prazer em ouvir e obedecer a Palavra de Deus: “Se alguém
me ama, guardará a minha palavra. [...] Quem não me ama não guarda as minhas
palavras” (Jo 14.23,24). Quem ama obedece e vive de modo a agradar o Pai.
Romanos 13.10
Pratica-se
o amor não somente por mandamentos positivos (Rm 12.9-21; 1Co 13.4,6, 7), mas
também por negativos. Todos os mandamentos mencionados aqui são negativos na
sua forma (v.9; cf. 1Co 13.4-6).
(1)
O amor é positivo, e ao mesmo tempo é negativo, pelo fato da propensão humana
para o mal, o egoísmo e a crueldade. Oito dos dez mandamentos da Lei são
negativos, porque o mal surge naturalmente e o bem, não. A primeira evidência
do amor cristão é apartarmos do pecado e de tudo aquilo que causa dano e tristeza
ao próximo.
(2)
A ideia de que a ética cristã deve ser novamente positiva é uma falácia baseada
nas ideias da presente sociedade, que procura esquivar-se das proibições que
refreiam os desejos descontrolados da carne (Gl 5.19-21) (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1723).
CONCLUSÃO
Como
nova criatura, você precisa amar e evidenciar esse amor mediante suas atitudes
e palavras. Que venhamos rogar ao Pai um coração amoroso, capaz de amar até
mesmo aqueles que se declaram nossos inimigos (Mt 5.44).
A respeito de
quem ama cumpre plenamente a lei divina, responda:
1° Qual é o
primeiro fruto que encontramos na relação de Gálatas 5.22?
Resp: O amor.
2° Cite três
vocábulos da língua grega para denominar o amor.
Resp: Ágape,
amor divino; philéo, amor entre amigos e Eros, amor entre
cônjuges.
3° O que
significa o amor ágape?
Resp: Tal vocábulo
significa “amor abnegado e profundo”.
4° O que o amor
de Deus em nós proporciona?
Resp: Ele faz com que
venhamos obedecer a Deus.
5° Nossa
obediência a Deus e a sua Palavra é resultado de quê?
Resp: É resultado do
amor altruísta do Pai em nós.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Quem ama cumpre
plenamente a Lei Divina
O
Deus amoroso deu o seu Filho Unigênito em favor do ser humano. Ninguém mais que
o Deus Altíssimo sabe as implicações desse amor, pois Ele, em essência, é o
verdadeiro Amor. Doeu em Deus Pai dar o seu Filho por amor. Mas Ele não se
arrependeu de insistir em nós, pois nos amou desde a fundação do mundo. Logo,
relacionamentos baseados neste amor sacrificial abrem a porta para o mistério
do verdadeiro sentido da vida: amar como Deus nos amou. Logo, baseado em 1
Coríntios 13, descobrimos que:
•
Sem o amor real, não adianta evocar frases de efeito, grandiloquentes e
arrebatadoras, pois seriam como o barulho gélido de um sino.
•
Sem o amor, não adiantaria sacrificar a mente e o corpo na profissão, galgando
riquezas materiais, quando as riquezas do coração, as do compromisso, as da
parceria e as da presença pessoal são ignoradas.
•
Sem amor, restam impaciência, maldade, ciúmes, orgulho e vaidade; quem ama é
paciente, bondoso, não ciumento e humilde.
•
Sem amor, sobram grosserias, egoísmo e mágoas; quem ama não é grosseiro nem
egoísta, não magoa nem se deixa dominar pela mágoa.
•
Sem amor, sobra “alegria” com a falha do outro; mas quem ama se alegra quando o
outro acerta.
•
Quem ama não desiste nunca! Suporta tudo com fé, esperança e paciência.
Por
exemplo, no casamento procuramos levar um ao outro a uma vida mais plena por
intermédio desse amor que Deus nos concedeu. Claro que é muito difícil se
afastar do orgulho, da vaidade, da impaciência. Entretanto, se tomarmos uma
decisão solene, na presença de Deus, não importando qual seja a dificuldade,
estaremos compromissados com o caminho do amor generoso.
Quando
um dia aceitamos iniciar a vida do casamento, alinhando-nos com o ensino da
Palavra de Deus sobre o amor que se sacrifica — “amai como cristo amou a Igreja
e se entregou por ela” —, decidimos nos encontrar com o verdadeiro sentido da
vida para a glória de Deus.
Por
isso, o amor nos transforma à medida que vivemos no compromisso de enxergar em
cada ser humano a obra-prima de Deus. Entretanto, o convite para viver esse
amor nunca deve ser pela coerção, pois para mudar o nosso próximo, em primeiro
lugar, precisamos refrear as nossas ambições. Antes de pensarmos em mudar o
outro, olhemos para nós mesmos e vejamos o que há de errado conosco.
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