Vida plena em Jesus, significa desfrutar de paz, alegria e, principalmente, da presença de Cristo, mesmo no sofrimento, pois, como disse o Senhor Jesus: “… Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10)
sábado, 29 de setembro de 2012
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA - A letra mata?
"O
qual nos fez também capazes de serem ministros de um novo testamento, não da letra,
mas do Espírito; porque a letra mata e o Espírito vivifica." 2 Co 3.6.
Esse
texto trás uma interpretação antiga que foi muito utilizada, usando-se (sem
contexto) a parte "B" que diz: "porque a letra mata e o
espírito vivifica", isso foi usado por alguns irmãos, como pretexto
para não se dedicarem ao estudo, eram irmãos que espiritualizavam tudo e
afirmavam que o muito conhecimento podia matar a espiritualidade, por incrível
que pareça ainda hoje muitos irmãos interpretam dessa forma.
Porém
se analisarmos os versículos 3, 7 e 8 que fazem parte desse contexto
entenderemos do que Paulo está realmente falando, veja:
"Porque
já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita,
não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo não em tábuas de pedra,
mas nas tábuas de carne do coração." 2 Co 3.3.
O
termo sublinhado faz referência às tábuas dos Dez Mandamentos, que deram origem
a Lei, aqui começa a apresentação de duas situações: a carta escrita em tábuas
de pedra (Lei) e a escrita em tábuas de carne do coração (Graça).
"E,
se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória,
de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés,
por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória," 2 Co 3.7.
O
termo sublinhado aqui, explica qual é a letra que mata do versículo 6, ou seja,
a letra da Lei, e Paulo chega a afirmar que essas letras gravaram em
pedras o ministério da morte. Quando Paulo chama de ministério da morte
ele quer dizer que a Lei trouxe o conhecimento completo da morte, ou seja,
quando a lei trouxe uma relação do que não se deve fazer, ela também trouxe a
condenação. E no versículo 8 nós temos uma belíssima conclusão:
"Como
não será de maior glória o ministério do Espírito?" 2 Co 3.8.
Conclusão:
O versículo 6 não está falando de
conhecimento secular nem de aprofundamento teológico, mas está falando da letra
da Lei que trouxe a condenação e o Espírito Santo que ministra a Graça aos
corações dos homens. Todavia aqueles que morrem espiritualmente por excesso
de conhecimento, morrem por sua própria arrogância e altivez.
Postado por Marcos Andre - Professor às 20:21
terça-feira, 25 de setembro de 2012
CPAD - Encerramento 3° Trimestre 2012
CPAD - Encerramento 3° Trimestre 2012
Encerrando
o estudo deste trimestre de 2012, nesta última aula, estaremos refletindo que, a
vitória do cristão sobre as aflições da vida não têm o poder de nos tirar da
comunhão com o Senhor.
Portanto,
temos amplas condições de vencer as aflições da vida.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Lição 14 CPAD - 3° Trimestre
Lição 14
A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
Texto Áureo: Fp. 4.12,13 – Leitura Bíblica: Fp. 4.10-13
INTRODUÇÃO
Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma
verdade bíblica e experiencia (Jo. 16.33). Estudaremos, na lição de hoje, a
última do trimestre, que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma
abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as
aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos
escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.
Conforme estudamos ao longo deste trimestre, muitas são aflições do
justo (Sl. 34.19). As pessoas podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó
(Jó. 1.11-19), os próprios entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35).
A doença é considerada uma das principais aflições na vida do crente (Pv.
18.14). A violência, desde a antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7;
Is. 1.15-17). Atrelada a essa está a cultura do medo, que provoca pavor e
pânico nas pessoas (Jó. 4.13,14). Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as
pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições
o crente reage de formas diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3),
gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Mas como cristão, temos Cristo o maior
exemplo diante dos sofrimentos (Is. 53). Ao invés da angústia, podemos ir
adiante, inspirado na fé dos antigos (Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg.
5.10). Isso mostra que não estamos sozinhos, nos identificamos tanto com
aqueles que sofreram antes de nós quanto com aqueles que sofrem no momento presente,
na comunidade da fé (I Co. 12.26). A cada dia passamos por aflições diversas,
algumas de ordem política, outras sociais e econômicas (Lc. 16.19; At. 12.1;
Hb. 10.34; Tg. 2.6). Mas como Cristos têm consciência da nossa missão na terra,
que é servir, e não ser servido (Mc. 10.33), em obediência até a morte (Fp.
2.8). Muitas igrejas atuais fogem da mensagem da cruz, isso porque ela continua
sendo escândalo e vergonha (I Co. 1.8), ninguém quer ser fraco ou perdedor (Mc.
8.32,33). O caminho de Jesus é diferente, pois Ele sabe o que é padecer, na
cruz passou pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Sua morte teve
um caráter sacrificial, através dela Ele retirou os pecados daqueles que creem
(Hb. 2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). A salvação é garantida aqueles que
creem, não precisamos mais sofrer para sermos salvos, mas para nos
identificarmos com a condição cristã (Jo. 15.20; II Co. 4.8; Fp. 3.10).
Paulo tinha consciência da sua identificação com as aflições de Cristo
(II Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, nos ensina a não nos
desesperarmos, nem pensar que estamos desamparados (II Co. 4.10), pois a vida
nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9). Nem mesmo a fraqueza deve ser
motivo de desequilíbrio, pois quando pensamos que estamos fracos, na doença e
na perseguição, somos fortalecidos pela graça do Senhor (II Co. 12.9). Na
medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos alegramos na
bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Enquanto caminhamos, nos voltamos
para os fracos e necessitados deste mundo, tal como fez o Senhor Jesus Cristo
(I Ts. 1.6). Ao invés da fama terra, a motivação do crente para estar na
igreja, e ser igreja, é servir, seguindo o exemplo de Cristo (Mc. 10.45). O
mundo é contra Deus, ele perseguiram a Cristo, por essa razão os crentes estão
no mundo, como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente dessa
verdade, quando Jesus o chamou não lhe prometeu glória, honra e riqueza, mas
sofrimento por amor a Ele (At. 9.15). Seguir, para o Apóstolo, significava
completar o ministério de Jesus (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co.
6.4). Muitos foram os seus sofrimentos de Paulo (II Co. 11.23), e como ele,
devemos suportar tal condição (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e enfrentar as
adversidades (II Tm. 1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à presença de governadores
e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt. 10.17; Fm. 1.13), sendo acoitado com
varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo segue esses mesmo padrões e deseja
que todos se dobrem diante do seu governo. Mas os verdadeiros cristãos, por
optarem pelo senhorio de Cristo, e serem diferentes, acabam passando por
aflições (Jo. 15.18-20; II Tm. 3.12).
As aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois a
sabedoria de Deus se revela no Crucificado (I Co. 1.18). É através dessa
loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29),
bem-aventurados (Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14). Por isso, apesar
das aflições, nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), ate mesmo nas fraquezas
(II Co. 12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a
esperança (II Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, às vezes, mas nunca desanimados
(II Co. 1.8), pois Deus nos consola nas aflições (II Co. 1.4). É maravilhoso
saber que as aflições do tempo presente apontam para a dimensão escato lógica,
para o peso de glória que está reservada aos que crêem (Rm. 8.18). Para os
adeptos do triunfalismo de Corinto (I Co. 4.8), que se aplica aos destes dias,
Paulo destacou que Deus colocou os apóstolos como condenados à morte (I Co.
4.11,12). Muitos querem fama, glória e riqueza agora, mas somente na dimensão
escato lógica seremos glorificados (Rm. 8.22), na expectação pelos tabernáculos
eternos (II Co. 5.4). Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda
lágrima, já não haverá mais morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap.
21.4). Enquanto estivermos neste corpo, não podemos desfrutar plenamente das
glórias futuras, pois a morte, a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26),
ainda não foi totalmente derrotada (II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às
pessoas (Ap. 2.10). Apesar das aflições, o crente não se entristece, pois o
Espírito Santo produz nele a alegria (I Ts. 1.6; 5.16; Gl. 5.22). Essa alegria
nos conduz à paciência e firmeza no Deus (Rm. 15.5) que fortalece para toda
paciência e persistência (Rm. 12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).
Os que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo das
Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo, e
esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24). Essa convicção dá ânimo para
seguir adiante, confiante que nada nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus
(Rm. 8.35). Não podemos desanimar, pois as aflições apenas mostram nossa
solidariedade com as aflições de Cristo e dos irmãos (Rm. 12.4, 15; I Co.
12.12,26). Ao invés de julgarmos, devemos antes carregar os fardos uns dos
outros (Gl. 6.2,10; I Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). E
na fartura ou necessidade, não perdemos a esperança, pois tudo podemos nAquele
que nos fortalece (Fp. 4.12).
BIBLIOGRAFIA
GERSTENBERGER, E. S. SCHRAGE, W. Por que sofrer? São Leopoldo:
Sinodal, 2007.
TADA, J. E. Deus: seu maior aliado nos momentos de dor. São
Paulo: Thomas Nelson, 2011.terça-feira, 18 de setembro de 2012
Lição 13 CPAD - 3° Trimestre 2012
Lição 13
A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
Texto Áureo: Mt. 6.6 – Leitura Bíblica: Mc. 1.35-45
Prof. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
Existem
pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos: financeiros, políticos,
entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que eles receberiam por terem
deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo atestou que muitos seguem a
Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). Na lição de hoje estudaremos a esse
respeito, mostraremos que nem todas as motivações do crente, em relação ao
seguir a Cristo, são verdadeiras.
A
palavra motivação, no dicionário, é definida como uma força interna que faz com
que as pessoas tomem determinadas decisões e atitudes. As motivações são as
mais diversas, e elas, na maioria das vezes, variam de pessoa para pessoa.
Existem motivações individuais e coletivas, que persistem e outras que se
modificam ao longo do percurso. A motivação sempre tem a ver com objetivos,
isto é, com o interesse aonde determinada pessoa ou grupo pretende chegar.
Algumas motivações são inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a
fome. Mas a maioria delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas
privilegiam como necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos básicos
de necessidades: psicológicas (comer e se vestir), segurança (ordem,
estabilidade, rotina), social (amor, afeição, pertencimento), estima
(prestígio, independência, status) e autorrealização (emprego e sucesso). Essas
motivações são categorizadas a partir de uma perspectiva sociológica, que leva
em consideração a relação necessidade e consumo. Mas na perspectiva cristã,
existem outras motivações, dentre elas: fé, esperança e amor (I Co. 13. 13; I
Ts. 1.3). Os profissionais que atuam na área de marketing são especialistas em
identificar as motivações das pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de
construir necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo
- se alimenta da criação de necessidades e motivações. O cristianismo pode, em
alguns contextos, ser comparado a uma mercadoria. Há pessoas que o compram de
acordo com suas conveniências, a esse respeito Paulo chamou a atenção do jovem
pastor Timóteo e da igreja que este liderava (II Tm. 4.1-4).
O
crescimento do movimento evangélico no Brasil tem favorecido a existência de
uma geração de crentes cujas motivações nada têm de bíblicas. Algumas dessas
pessoas estão aderindo às igrejas pelos motivos mais diversos e descabidos. A
adoção de um modelo evangélico mercantilista, pautado na prosperidade
financeira, está atraindo pessoas para as igrejas com interesses meramente
monetários. Não são poucas as pessoas que se achegam às igrejas perguntando: o
que eu vou ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas igrejas
televisivas mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada
testemunham da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada
igreja. Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a
igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar na
mídia, inventam que são crentes para venderem seus cds gospel entre os evangélicos.
As músicas por eles compostas são de péssima qualidade, não passam de vãs
repetições, não têm qualquer respaldo bíblico. O culto às celebridades
instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também alcançou as
igrejas evangélicas. Houve um tempo em que as pessoas eram respeitadas pelo
conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que testemunhavam. A exposição da
Bíblia está sendo substituída, em alguns púlpitos, pelos tristemunhos desses
“artistas”. Em entrevista a um canal de televisão, uma modelo (não sei para
quem) afirmou que frequentava a igreja porque saia daquele lugar com “alto
astral”. As motivações dessas pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são
meramente utilitaristas. Os “pastores” estão alimentando esse ciclo na medida
em que propagam um evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).
As
motivações verdadeiras do crente são respaldadas pela Palavra de Deus, isso
porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente necessitamos. A primeira
necessidade do ser humano é a de um Salvador. O salário do pecado é a morte, a
condenação eterna (Rm. 6.23), e como todos pecaram (Rm. 3.23), a salvação
torna-se uma necessidade prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para
que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16).
Essa é uma mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas igrejas
evangélicas. O novo nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas
impopulares, por isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso –
principalmente do ponto de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso
tudo é vaidade, é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17,
é “correr atrás do vento”. A principal motivação do crente deve ser dar glória
a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I Co. 10.31;
Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto evangélico brasileiro é
antropo cêntrica, isto é, coloca o ser humano no centro, ao invés de Deus. O
crente não foi chamado para a fama, mas para a simplicidade (Mt. 10.16), a
ostentação não é cristã, no evangelho de Cristo não há lugar para soberba (Jo.
13.34,35). O próprio Cristo veio para servir, não para ser servido (Mc.
10.42-45), quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt.
20.27). O Reino de Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos
holofotes da mídia. Pastores e crentes estão labutando para Deus no anonimato.
O discurso do sucesso tem atingido muitos crentes, resultando em uma geração de
decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio pastorado, excelente
quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns crentes,
por não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também se frustram.
A verdadeira motivação do crente deve
ser sempre a de estar com Cristo, a de permanecer nEle, independentemente das
circunstâncias, para dar frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em
santidade, desenvolvendo o fruto do Espírito, deveria ser a meta de todo
cristão genuíno (Gl. 5.22). Cristo não prometeu riqueza, fama e poder no
presente século. Por isso, a motivação verdadeira do crente deve ser a de
continuar no centro da vontade de Deus (Rm. 12.1,2).
BIBLIOGRAFIA
CABRAL,
E. A síndrome do canto do galo. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
GONCALVES, J. A prosperidade à luz da Bíblia. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Lição 12 CPAD - 3° Trimestre 2012
Lição 12
AS DORES DO ABANDONO
As pessoas estão cada vez mais centradas em si
mesmas, ninguém tem mais tempo para o outro. Por esse motivo, não são poucas as
pessoas que estão sendo abandonadas, inclusive dentro da igreja. Na lição de
hoje trataremos a respeito desse problema, mostraremos, a princípio, que essa é
realidade constatada na Bíblia. Em seguida, que o abandono pode resultar em
solidão. Ao final, apresentaremos encaminhamentos bíblicos para enfrentar a
solidão e o abandono.
Em II Tm. 4.9-18, Paulo, o Apóstolo dos Gentios,
relata sua situação de abandono, ou conforme uma tradução bíblica, de
desamparo. O verbo em grego é egkataleipo que significa “ser deixado para trás”
ou “ser desertado”. O Apóstolo estava preso, provavelmente em sua última prisão
em Roma, por volta do ano 60 d. C. Essas eram suas palavras finais antes de ser
executado por Nero, o sanguinário imperador que mandou incendiar a cidade de
Roma. A expressão “ninguém me assistiu”, no versículo 16, é um destaque da
condição na qual Paulo se encontrava. Mesmo assim, ele não se desesperou, pois
entrou um “mas” na história. Ele diz, no versículo 17: “Mas o Senhor
assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e
todos os gentios a ouvissem e fiquei livre da boca do leão”. Uma tradução
literal diria “o Senhor ficou do meu lado”. Mas o caso de Paulo não é único de
abandono na Bíblia, desde o Antigo Testamento, o povo de Israel passou por essa
realidade. O Senhor sempre prometeu permanecer do lado do Seu povo, mesmo
quando este fosse desamparado, azab em hebraico (Gn. 28.15; Dt. 31.6,8). O
próprio Jesus passou pala situação de abandono, alguns dos seus ouvintes
acharam suas palavras demasiadamente duras (Jo. 6.60). Os discípulos, nos
momentos angustiantes que antecederam Sua prisão, O deixaram sozinho (Mt.
26.46,47). Posteriormente, depois da Sua prisão, seus discípulos se
distanciaram dEle, Pedro negou que O conhecia (Mt 26.31, 70-72). Na cruz Jesus
se sentiu abandonado pelo Pai, citando o Sl. 22.1, Ele clamou em oração: Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt. 27.46).
Desde o princípio, Deus criou o homem para ter
companhia, Ele mesmo atestou que não era bom viver só (Gn. 2.18). Adão estava
com Deus, mas precisava de outro ser humano para conviver. Diante dessa
necessidade, Deus criou Eva e ordenou que se multiplicassem. Depois da Queda
Adão e Eva deixaram de desfrutar da comunhão com o Criador, e entre eles
mesmos. O abandono e a solidão têm causas diversas, dentre elas destacamos: 1)
sociais – a tecnologia está fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais
solitárias e abandonem umas as outras. (No trabalho cada um fica no seu espaço
reservado, o membro das famílias não têm mais tempo para ficarem juntos; 2)
urbanização – na medida em que as pessoas se transferiram para as cidades,
foram fechando-se dentro de suas casas, mais recentemente nos apartamentos,
vizinhos que mal se conhecem; 3) televisão e internet – está tomando o tempo
das pessoas ficarem juntas para conversarem, elas ficam horas a fio diante da
tela; 4) baixa autoestima – as pessoas que têm um pensamento negativo a
respeito delas mesmo tendem ao isolamento, elas se abandonam antes de serem
abandonadas; e 5) medo – por causa dos muros, ao invés de pontes, construídas
pela sociedade moderna, cultivamos a cultura do medo de nos aproximar do outro.
O abandono, juntamente com a solidão, pode causar males às vidas das pessoas.
Algumas delas podem desenvolver depressão por causa do isolamento a que são
submetidas. O exibicionismo exagerado nas redes sociais – face book e twitter,
por exemplo – pode ser um sinal de solidão. Mas é preciso ter cuidado para não
se expor demasiadamente, pois as consequências podem ser desastrosas. Isso
porque nem todas as pessoas que estão na rede são compreensivas com aqueles que
passam por situações de abandono.
Nem sempre o abandono é uma realidade, na verdade, conforme já destacamos anteriormente, pode ser uma consequência do auto isolamento. Por isso, é recomendável que a pessoa que se sente abandonada, antes de qualquer coisa, não se abandone. O primeiro passo é reconhecer que Deus é Aquele que está sempre pronto a estar ao nosso lado (Is. 42.16). Há casos em que o abandono aconteceu em algum momento da infância e acompanha a pessoa durante a idade adulta. Em tais situações, a saída é orar pedindo a Deus que traga à memória tais aflições (Lm. 3.19), em seguida, entrega-las a Deus em oração. O Salmo 139.1-18 é um modelo de oração que expressa à presença de Deus, mesmo nas situações adversas, quando o sentimento de abandono assola o cristão. Ao invés de se queixar, aprendamos com Paulo a entregar aqueles que nos abandonam a Deus (II Tm. 4.14), e o principal, escolher perdoá-los (Cl. 3.13). A igreja deve ser um ambiente propício à cura do abandono e da solidão, mas infelizmente, como esta também foi contaminada pelo isolacionismo moderno, seus membros não encontram tempo para encorajar uns aos outros (Hb. 3.13). A igreja precisa estar atenta às pessoas doentes, viciadas, solteiras, idosas e desempregadas. Em uma sociedade utilitária, que se preocupa com as pessoas apenas pelo que elas podem fazer, a igreja é tentada a esquecer dessas pessoas. É preciso criar espaços de integração na igreja local, evitar a criação das “panelinhas”. A liderança deve investir em momentos de comunhão, não apenas para o culto, mas para estarem juntas.
O Deus da Bíblia é de comunhão, por sua própria
natureza, é trinitário: Pai, Filho e Espírito Santo. Ele tem interesse que as
pessoas vivam umas com as outras, por isso criou a família. A igreja é uma
extensão dessa realidade, não por acaso os que se congregam são chamados de
irmãos e irmãs. Mas é preciso cultivar relacionamentos na igreja, caso
contrário ela perde a razão de ser. Portanto, como diz o autor da Epístola aos
Hebreus, no sentido relacional, que deve ser peculiar da ekklesia: “não
deixando de congregar como é costume de alguns” (Hb. 10.25).
LUCADO, M. Você não está sozinho. São Paulo:
Thomas Nelson, 2012.
REAL,
P. Relacionamentos na igreja. São Paulo: Vida, 2003.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Lição 11 CPAD “INVEJA, UM GRAVE PECADO”
A lição 11 CPAD, trata-se de dois graves pecados, que
jamais deveriam ser encontrados na vida do crente: a inveja e a maldade. A inveja leva à maldade e esta afasta o
homem do seu Criador.
Todo aquele que pratica a iniquidade será julgado e
condenado por Deus. Infelizmente, muitos dos que afirmam servir ao Senhor
praticam a maldade e, depois, hipocritamente, escondem-se atrás das máscaras da
mansuetude e da humildade.
Mas o Todo-Poderoso não se deixa enganar pelas
aparências. No devido tempo, conforme a parábola do joio e do trigo
arrancá-los-á e os lançará no lago de fogo.
Lição 11 CPAD - 3° Trimestre 2012
Lição 11
“INVEJA, UM GRAVE PECADO”
Texto Áureo: Pv. 14.30 – Leitura
Bíblica: I Jo. 2.9-15
Prof. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
A inveja é um dos principais problemas com o qual
as pessoas são obrigadas a conviver nessa sociedade do consumo e da ostentação,
que respalda suas posições nos méritos e no esforço-próprio. Nem mesmo o
contexto eclesiástico está livro desse sentimento, na verdade, alguns ciclos
evangélicos fomentam a inveja. Diante dessa triste realidade, e das muitas
aflições resultantes desse grave pecado, estudaremos, na lição de hoje, a
respeito da inveja, dando sua definição, apontando casos bíblicos, e ao final,
mostrando como lidar com o sentimento invejoso.
1. INVEJA, UM PECADO GRAVE
O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define
inveja como “desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem”; e “desejo
violento de possuir o bem alheio”. A palavra inveja no português vem do latim
invidere, que significa “em – contra” e “videre – olhar para”, isto é, alguém
com maus olhos que, com ressentimento, contempla com desejo o êxito do outro.
No hebraico, o termo é qinah, que também significa “zelo e ciúme”, empregado
cerca de quarenta e duas vezes. Nos Decálogo há uma instrução expressa para que
as pessoas não invejem umas as outras (Ex. 20.17), ainda que o verbo nessa
passagem seja chamad, desejar, e não qinah, invejar. Os textos sapienciais
bíblicos estão repletos de orientações quanto à inveja: Sl. 37.1; 73.2,3; Pv.
3.31; 23.17; 24.1,19 e Ec. 4.4. No grego, a palavra bíblica para inveja é
phthonos, encontrada nove vezes, como uma emoção negativa que motivou os
líderes judeus a desejarem que Jesus fosse morto pelas autoridades romanas (Mt.
27.18; Mc. 15.10). Em suas epístolas, Paulo categoriza a inveja entre os
pecados mais graves (Rm. 1.29; Gl. 5.21; I Tm. 6.4; Tt. 3.3; I Pe. 2.1; Fp.
1.15). A inveja é um pecado grave porque demonstra a mesquinharia humana,
principalmente porque a pessoa invejosa tende a se aproximar da pessoa invejada
a fim destruí-la. Trata-se de grave pecado porque além de almejar o que a outra
pessoa tem, a vontade do invejoso é a de passar pela mesma circunstância do
outro. A inveja coloca o invejoso em uma situação de queixa e insatisfação
constante, principalmente ao constatar que jamais será como o outro. A inveja é
resultante da baixa-estima, e geralmente vem junto da crítica, da fofoca, da
dependência e do desânimo.
2. CASOS BÍBLICOS DE INVEJA
Na Bíblia nos deparamos com vários casos de inveja,
o de Caim, por causa do sacrifício aceito de Abel (Gn. 4.4,5) – Deus recebeu o
sacrifício de Abel, mas não o de Caim, certamente por causa da disposição
espiritual daquele e do descaso deste. A inveja é um sentimento bastante comum
entre irmãos, outro exemplo é o dos irmãos de José, os quais, por causa da preferência
do seu pai, favorecendo-o em detrimento dos outros, provocou a inveja dos
irmãos de José (Gn. 37.11,28). Os pais precisam ter cuidado para não fomentarem
a inveja entre os irmãos, mostrando preferência por um filho e desprezando o
outro. Coré, Datã e Abirão não quiseram aceitar a liderança espiritual de
Moisés, por isso demonstraram inveja dele, isso resultou em juízo da parte de
Deus (Nm. 16.3; 31-33). No contexto eclesiástico a inveja existe por causa das
posições e do status que geralmente se atribuiu a determinados cargos. Ao invés
de perceberem a funcionalidade das atribuições na igreja, com vistas à
edificação do Corpo de Cristo (Ef. 4.11,12), muitos líderes ostentam e
desprezam os liderados, causando inveja em alguns. A fidelidade também provoca
inveja, Hamã não se conformava com a dedicação de Mardoqueu (ET. 5.13,14), fez
de tudo para destruir a vida daquele homem e todo o povo judeu. Daniel também
foi vítima desse pecado grave, pois os príncipes persas não gostavam do
respeito que ele tinha diante das autoridades, por isso, planejaram sua morte
(Dn. 6.4, 19-24). O contexto religioso também é doentio, a neurose religiosa
leva as pessoas a terem inveja, Jesus passou por esse tipo de perseguição. Os
doutores da lei, escribas e fariseus, principalmente as autoridades religiosas,
entregaram o Senhor às autoridades romanas por causa da inveja (Mt. 27.18; Mc.
15.10). Os membros das igrejas evangélicas sofrem com esse tipo de sentimento.
Se por um lado, há a gloria dos cargos, principalmente dos ministérios, por
outro, dezenas buscam a ascensão ministerial. Mas não há espaço para todos nos
altos postos da hierarquia ministerial, gerando, na igreja, o grupo dos
invejosos e o dos invejados.
A inveja é perigosa porque leva à queda (Sl. 73.2),
tira a paz, corroendo o íntimo do ser (Pv. 14.30), conduz à maldade e à
perversidade (Tg. 3.14-16), podendo levar até ao homicídio (Gn. 4.8). Quebrar o
ciclo da inveja é necessário, principalmente no contexto da igreja, seguindo o
exemplo de Cristo, ao lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13). O Senhor Jesus
não tinha a menor pretensão de ser grande, na verdade, Ele veio para servir
(Mc. 10.45), não para ser servido, esvaziou-se da Sua glória para cumprir o
ministério que lhe fora confiado (Fp. 2.5-8). A inveja é um sentimento mundano,
que nada tem de cristão, está respaldado na meritocracia, não na graça
maravilhosa de Deus. O invejoso desqualifica o trabalho do outro, o cristão
sincero elogia, admira o que os outros fazem. O invejoso é um agressor verbal,
ele intimida as pessoas, não perde uma oportunidade para destruir o outro
através das palavras, principalmente se puder corroer o circulo de amizades do
invejado. Por isso, o invejoso é falso, ele não é digno de confiança, fala mal
dos outros para você e fala mal de você diante dos outros. O invejoso é incapaz
de reconhecer seus erros, ele não se apercebe da sua condição, faz tudo com
naturalidade, como se não estivesse errado. O invejoso é medíocre, ele não faz
nada para sair da sua condição, não quer sair da sua “zona de conforto”, por
esse motivo, quer destruir os outros. O invejoso é manipulador, ele entra nas
relações com sentimentos destrutivos, se não conseguir controlar a vida dos
outros, especialmente a de quem inveja, não consegue encontrar satisfação. O
invejoso é orgulhoso, o seu “eu” é grande demais para caber dentro dele mesmo.
Não faz coisa alguma nos pensando outros, somente consegue visualizar a si
mesmo, tem forte sentimento narcisista.
CONCLUSÃO
Só há um antídoto contra a inveja, e este é cultivo
do fruto do Espírito (Gl. 5.22,23). A relação entre as pessoas em conformidade
com o parâmetro bíblico é respaldada no amor (I Co. 13). As relações
fundamentadas no ágape não favorecem a inveja, antes a destrói, para tanto e
preciso viver em constante doação, tendo Deus, em Cristo, como exemplo maior
(Jo. 3.16; 10.15). Mas é preciso ter cuidado com a inveja, bem como com o
invejoso, em alguns casos, por causa do farisaísmo característico, o melhor
mesmo é manter distância.
BIBLIOGRAFIA
SORGE, J. Inveja: o inimigo interior. São
Paulo: BV Editora, 2010.
STOMATEAS,
B. Gente tóxica. São Paulo: Thomas Nelson, 2012.
Assinar:
Postagens (Atom)