Lição 14
A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
Texto Áureo: Fp. 4.12,13 – Leitura Bíblica: Fp. 4.10-13
INTRODUÇÃO
Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma
verdade bíblica e experiencia (Jo. 16.33). Estudaremos, na lição de hoje, a
última do trimestre, que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma
abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as
aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos
escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.
Conforme estudamos ao longo deste trimestre, muitas são aflições do
justo (Sl. 34.19). As pessoas podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó
(Jó. 1.11-19), os próprios entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35).
A doença é considerada uma das principais aflições na vida do crente (Pv.
18.14). A violência, desde a antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7;
Is. 1.15-17). Atrelada a essa está a cultura do medo, que provoca pavor e
pânico nas pessoas (Jó. 4.13,14). Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as
pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições
o crente reage de formas diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3),
gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Mas como cristão, temos Cristo o maior
exemplo diante dos sofrimentos (Is. 53). Ao invés da angústia, podemos ir
adiante, inspirado na fé dos antigos (Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg.
5.10). Isso mostra que não estamos sozinhos, nos identificamos tanto com
aqueles que sofreram antes de nós quanto com aqueles que sofrem no momento presente,
na comunidade da fé (I Co. 12.26). A cada dia passamos por aflições diversas,
algumas de ordem política, outras sociais e econômicas (Lc. 16.19; At. 12.1;
Hb. 10.34; Tg. 2.6). Mas como Cristos têm consciência da nossa missão na terra,
que é servir, e não ser servido (Mc. 10.33), em obediência até a morte (Fp.
2.8). Muitas igrejas atuais fogem da mensagem da cruz, isso porque ela continua
sendo escândalo e vergonha (I Co. 1.8), ninguém quer ser fraco ou perdedor (Mc.
8.32,33). O caminho de Jesus é diferente, pois Ele sabe o que é padecer, na
cruz passou pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Sua morte teve
um caráter sacrificial, através dela Ele retirou os pecados daqueles que creem
(Hb. 2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). A salvação é garantida aqueles que
creem, não precisamos mais sofrer para sermos salvos, mas para nos
identificarmos com a condição cristã (Jo. 15.20; II Co. 4.8; Fp. 3.10).
Paulo tinha consciência da sua identificação com as aflições de Cristo
(II Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, nos ensina a não nos
desesperarmos, nem pensar que estamos desamparados (II Co. 4.10), pois a vida
nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9). Nem mesmo a fraqueza deve ser
motivo de desequilíbrio, pois quando pensamos que estamos fracos, na doença e
na perseguição, somos fortalecidos pela graça do Senhor (II Co. 12.9). Na
medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos alegramos na
bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Enquanto caminhamos, nos voltamos
para os fracos e necessitados deste mundo, tal como fez o Senhor Jesus Cristo
(I Ts. 1.6). Ao invés da fama terra, a motivação do crente para estar na
igreja, e ser igreja, é servir, seguindo o exemplo de Cristo (Mc. 10.45). O
mundo é contra Deus, ele perseguiram a Cristo, por essa razão os crentes estão
no mundo, como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente dessa
verdade, quando Jesus o chamou não lhe prometeu glória, honra e riqueza, mas
sofrimento por amor a Ele (At. 9.15). Seguir, para o Apóstolo, significava
completar o ministério de Jesus (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co.
6.4). Muitos foram os seus sofrimentos de Paulo (II Co. 11.23), e como ele,
devemos suportar tal condição (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e enfrentar as
adversidades (II Tm. 1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à presença de governadores
e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt. 10.17; Fm. 1.13), sendo acoitado com
varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo segue esses mesmo padrões e deseja
que todos se dobrem diante do seu governo. Mas os verdadeiros cristãos, por
optarem pelo senhorio de Cristo, e serem diferentes, acabam passando por
aflições (Jo. 15.18-20; II Tm. 3.12).
As aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois a
sabedoria de Deus se revela no Crucificado (I Co. 1.18). É através dessa
loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29),
bem-aventurados (Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14). Por isso, apesar
das aflições, nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), ate mesmo nas fraquezas
(II Co. 12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a
esperança (II Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, às vezes, mas nunca desanimados
(II Co. 1.8), pois Deus nos consola nas aflições (II Co. 1.4). É maravilhoso
saber que as aflições do tempo presente apontam para a dimensão escato lógica,
para o peso de glória que está reservada aos que crêem (Rm. 8.18). Para os
adeptos do triunfalismo de Corinto (I Co. 4.8), que se aplica aos destes dias,
Paulo destacou que Deus colocou os apóstolos como condenados à morte (I Co.
4.11,12). Muitos querem fama, glória e riqueza agora, mas somente na dimensão
escato lógica seremos glorificados (Rm. 8.22), na expectação pelos tabernáculos
eternos (II Co. 5.4). Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda
lágrima, já não haverá mais morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap.
21.4). Enquanto estivermos neste corpo, não podemos desfrutar plenamente das
glórias futuras, pois a morte, a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26),
ainda não foi totalmente derrotada (II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às
pessoas (Ap. 2.10). Apesar das aflições, o crente não se entristece, pois o
Espírito Santo produz nele a alegria (I Ts. 1.6; 5.16; Gl. 5.22). Essa alegria
nos conduz à paciência e firmeza no Deus (Rm. 15.5) que fortalece para toda
paciência e persistência (Rm. 12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).
Os que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo das
Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo, e
esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24). Essa convicção dá ânimo para
seguir adiante, confiante que nada nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus
(Rm. 8.35). Não podemos desanimar, pois as aflições apenas mostram nossa
solidariedade com as aflições de Cristo e dos irmãos (Rm. 12.4, 15; I Co.
12.12,26). Ao invés de julgarmos, devemos antes carregar os fardos uns dos
outros (Gl. 6.2,10; I Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). E
na fartura ou necessidade, não perdemos a esperança, pois tudo podemos nAquele
que nos fortalece (Fp. 4.12).
BIBLIOGRAFIA
GERSTENBERGER, E. S. SCHRAGE, W. Por que sofrer? São Leopoldo:
Sinodal, 2007.
TADA, J. E. Deus: seu maior aliado nos momentos de dor. São
Paulo: Thomas Nelson, 2011.
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