quinta-feira, 31 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Lição 5 CPAD - 4° Trimestre 2013
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Comentarista: José Gonçalves
Lição 5: O Cuidado com aquilo que falamos
TEXTO ÁUREO: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24).
VERDADE PRÁTICA: As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração está cheio.
INTERAÇÃO
Prezado professor, você deve conhecer as
seguintes expressões: “Sou sincero!”; “Só falo a verdade!”; “Não levo desaforo
para casa!”. Mas quem disse que ser sincero, falar a verdade e não levar
desaforo para casa significa estar sempre com a razão? Na verdade, tal postura
reflete uma má educação. Vivemos numa sociedade onde se perdeu o respeito
mútuo. É no trânsito, na fila do caixa do mercado, na fila dos bancos, nos
departamentos das igrejas; as pessoas parecem não ter paciência para esperar, se
acalmar. Não pensam duas vezes em usar uma arma poderosa para ofender,
maltratar e magoar: a língua. O Evangelho, por outro lado, desafia-nos a
agirmos de outra maneira: pagando o mal com o bem.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
1. Conhecer as consequências das palavras.
2. Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
3. Ter cuidado com o bom uso da língua.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para concluir a lição desta semana, leia com a classe
Tiago 3.3-5. Em seguida, destaque as expressões “freio nas bocas dos cavalos”;
“a nau dominada por um pequeno leme” e “a língua, um pequeno membro”. Depois,
explique-as afirmando que elas representam um pequeno elemento que é poderoso
para impedir ou permitir uma tragédia inigualável. Conclua dizendo que nossa
língua, um pequeno órgão, pode edificar vidas mas, também, ofendê-las,
magoá-las ou destruí-las. À luz dessas metáforas, desafie os alunos a
desenvolverem o autocontrole sobre o que dizem e, consequentemente, fazem.
Palavra Chave: Língua:
Órgão muscular, situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e
auxilia na mastigação e na deglutição, e também na produção de sons, fala.
INTRODUÇÃO
Provérbios e Tiago contêm as mais belas exposições sobre
uma capacidade que apenas os seres humanos possuem: a fala. Na lição de hoje,
analisaremos o que as Escrituras revelam sobre esse fascinante dom.
Num primeiro momento, estudaremos como o falar é tratado
pelos autores sagrados. Em seguida, veremos os conselhos que Salomão e Tiago
dão àqueles que verbalizam pensamentos, princípios e preceitos. O objetivo é
mostrar como a literatura sapiencial bíblica toca num ponto sensível da vida
humana, muitas vezes esquecido pelos cristãos: a devida e correta utilização
das palavras.
I. O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam.
É evidente que, dependendo do contexto em que são faladas
e por quem são pronunciadas, podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a). Este
exemplo pode ser observado na vida conjugal, quando uma palavra ofensiva, ou
injuriosa, dita por um cônjuge, ofende e magoa o outro. Se não houver perdão de
ambas as partes, o relacionamento poderá deteriorar-se (Pv 15.1).
2. Palavras que vivificam. A
palavra hebraica dabar significa palavra,
fala, declaração, discurso, dito, promessa, ordem. Os temas contemplados pelo
uso desses termos são, na maioria das vezes, valores morais e éticos. Salomão
tem consciência da importância das palavras e, por isso, afirma: “O sábio de
coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Segundo a Bíblia, dependendo da motivação de quem
pronuncia, as palavras podem matar ou vivificar.
1. Evitando a tagarelice.
Há um provérbio muito popular que diz: “Quem fala o que
quer, ouve o que não quer”. Este ditado revela a maneira imprudente de se
falar, algo bem próprio do tagarela. Este personagem está presente na tradução
do hebraico batah: pessoa que fala
irrefletida e impensadamente.
Não basta dizer: “Pronto, falei!”. É preciso medir as
consequências do que se fala. E a melhor forma de fazer isso é compreender que
na “multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus
lábios é prudente” (Pv 10.19). Salomão tinha essa consciência (Pv 13.3).
2. Evitando a maledicência.
O livro de Provérbios também apresenta conselhos sobre a
maledicência. Ali, a palavra aparece como sendo a sétima abominação,
isto é, o ponto máximo de uma lista de atitudes que o Senhor odeia (Pv
6.16-19). O Senhor “abomina” (do hebraico to’ebah)
a maledicência ou a contenda entre irmãos.
No original, “abominar” significa “sentir nojo de” e pode
se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de
intrigas entre irmãos. É a mesma palavra usada para descrever coisas
abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.25), o homossexualismo (Lv
18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21)!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O conselho bíblico para cuidarmos da nossa
língua começa por evitarmos a tagarelice e a maledicência.
III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo.
Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas
palavras como um meio para ajudar nossos irmãos, através de exortações, bons
conselhos e também através do ensino da Palavra de Deus e de seus princípios
(1Co 14.26).
2. Nossa língua adorando a Deus.
O melhor uso que se pode fazer da palavra é quando a
empregamos para dirigir-nos a Deus em adoração. Todo crente fiel sabe disso, ou
deveria saber (Pv 10.32). O Senhor se agrada dos sacrifícios de louvor (Hb
13.15). Esse é o segredo para uma vida frutífera e agradável ao Senhor (Ef
5.19,20). Não nos esqueçamos, pois, da maior vocação de nossa língua: louvar e
exaltar a Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A língua deve ser usada para edificar o próximo
com bons conselhos, exortações e ensino da Palavra de Deus; e exaltar ao
Altíssimo adorando-O em Espírito e em Verdade.
IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno.
Abundante no livro de Provérbios, a expressão hebraica shama Beni ocorre 21 vezes com o sentido de “ouvi
filho meu”. Não há dúvida de que o emprego de tal linguagem revela o amor de
uma pessoa mais experiente, dirigindo-se a outra ainda imatura. É alguém sábio
e experimentado na vida, passando tudo o que sabe e o que vivenciou ao seu
aprendiz (Pv 1.8,10,15; 3.1,21; 5.1,20; 7.1).
São mais de trezentos conselhos como regra do bom viver.
Segui-los significa achar o bem, e não segui-los é encontrar-se com o mal.
2. Uma palavra aos mestres. Se por
um lado Salomão se dirigiu ao discípulo (do hebraico: filho, aluno),
por outro lado Tiago falou àqueles que querem ser mestres. Os que pregam e
ensinam a Palavra de Deus têm de falar somente o que convém à sã doutrina (Tt
2.1).
Em sua epístola, Tiago utiliza símbolos extraídos do
cotidiano, mas carregados de significado: a) Freios: Assim como o freio
controla o animal, deve o crente refrear e controlar a sua língua; b) Leme:
Se o leme conduz o navio ao porto desejado, deve o crente dirigir o seu falar
para enaltecer a Deus; c) Fogo: Uma língua sem freios e fora de controle
queima como fogo. Por isso, mantenhamos a nossa língua sob o domínio do
Espírito Santo; d) Mundo: A língua pode se tornar um universo de coisas
ruins. Então, o que fazer? Transformá-la num manancial de coisas boas; e)
Veneno: O perigo reside em alguém possuir uma língua grande e ferina e,
portanto, venenosa. f) Fonte: Como fonte, a língua deve jorrar coisas
próprias à edificação; g) Árvore: A boca do crente, por conseguinte,
deve produzir bons frutos. Portanto, usemos as nossas palavras para a glória de
Deus (Tg 3.1-12).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Ao ensinar os provérbios, Salomão tem em mente
ensinar os discípulos, enquanto Tiago aconselha os mestres.
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição os conselhos dos sábios sobre o bom uso
da língua. A linguagem, como algo peculiar ao ser humano, é muito preciosa para
ser usada iniquamente. Não permitamos, pois, que a nossa língua seja
instrumento de um dos pecados que Deus mais abomina: a disseminação de
contendas entre os irmãos.
À luz da Palavra de Deus, somos encorajados a andar em
união, harmonia e paz. Portanto, com a nossa língua abençoemos o nosso
semelhante, pois assim fazendo, bendiremos também ao Senhor nosso Deus.
VOCABULÁRIO
Nau: Designação genérica que até o século XV se
aplicava a navios de grande porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.
EXERCÍCIOS
1. Dependendo do contexto em que são faladas, e por quem são
pronunciadas, o que as palavras podem fazer? Dê um exemplo.
R. Podem
matar uma pessoa. Por exemplo, na vida conjugal quando o cônjuge ofende e magoa
o outro através das palavras.
2. Segundo a tradução do termo hebraico batah, o que significa tagarela?
R. Pessoa
que fala irrefletida e impensadamente.
3. Qual atitude o Senhor abomina segundo o livro de Provérbios?
R. A
maledicência ou a contenda entre irmãos.
4. Como servos de Deus, o que somos desafiados a fazer com nossas
palavras?
R. Usá-las
como um meio para ajudar nossos irmãos.
5. Se por um lado, em Provérbios, Salomão se referiu aos discípulos,
a quem Tiago se dirigiu?
R. Aos
mestres, aqueles que labutam no ensino.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
“DISCIPLINA DA LÍNGUA
Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se
ergueram, e nações caíram pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas
pelo falar humano. A bondade flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma
forma, o esgoto. A pequena língua, sem dúvida, é uma força poderosa.
[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem,
quanto qualquer homem na história e, através do uso de analogias gráficas, ele
nos deu a mais penetrante exposição sobre a língua do que qualquer texto
literário, seja secular ou sagrado [...] (Tg 3.3-5).
[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder
destrutivo da língua, e isto produz uma das mais provocantes declarações: ‘Vede
como uma fagulha põe em brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo
de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo e
contamina o corpo inteiro e não só contamina e não só põe em chamas toda a
carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno’
(vv.5,6)” (HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004, pp.126-27).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Abençoando o Malfeitor
Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto
palavras quanto atos, tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: ‘Na nova
comunidade de Jesus as maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia,
por oração; e a vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da
malícia; os lábios que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão
ocupada com serviços fica impedida de se ocupar com vingança’.
No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o
mal com o bem envolve muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra
nossas concepções sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente
fazermos o bem para alguém implicará dar o que mais precisa — não
necessariamente o que ele quer. Por exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador
e ditatorial que insiste em controlar seu filho adulto pode significar resistir
a ele e se recusar a ceder a suas exigências. Por outro lado, no caso de uma
mãe fraca e indecisa fazer o bem significa se recusar a tomar qualquer atitude
a fim de que ela seja forçada a tomar suas decisões. Como Allender e Longman
sugerem: ‘Em muitos casos, um amor [tão] corajoso muitas vezes enerva, fere,
pertuba e compele a pessoa amada a lidar com as enfermidades interiores que
estão roubando a alegria dela e dos outros’.
Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase
da passagem de Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e
bebida a nossos inimigos amontoa-se ‘brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça’ (Rm
12.20). Embora isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos
bíblicos, essa era uma figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo
sentimento de vergonha a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los,
mas para levá-los ao arrependimento e à reconciliação” (SEAMANDS, S. Feridas
que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006,
pp.166-67).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Cuidado Com Aquilo que Falamos
De todos os seres criados pelo Todo-Poderoso, o homem é o
único que possuiu um aparelho fonador. Logo, podemos afirmar que a fala é um
dom divino que distingue o ser humano. É algo realmente especial que pode ser
usado para o bem como para o mal. Tiago compara a língua a um fogo devastador
(Tg 3.6). Pois uma pequena fagulha pode queimar e destruir uma floresta
inteira. Ele ainda afirma que “nenhum homem pode domar a língua” (Tg 3.8). Com
a nossa língua podemos bendizer a Deus e maldizer o próximo. Ter o controle da
língua não é fácil, mas não é impossível para o crente. Quem consegue controlar
a língua, controla todo o seu ser.
Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso
verdadeiro eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34). É do
coração, ou seja, do íntimo do ser humano que procedem os males. Certa vez,
Pedro foi identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar
(Mt 26.73). Sua fala evidencia que você é um cristão?
Muito se falou a respeito do poder das palavras e não
faltou heresia. Sabemos que nossas palavras não têm poder em si mesmas.
Todavia, não podemos sair por aí falando o que nos vem à cabeça, pois nossas
palavras afetam o nosso próximo de forma positiva ou negativa. Por isso, o
livro de Provérbios dá uma ênfase especial ao modo como empregamos as palavras.
Jesus também ensinou que no Dia do Juízo, todos terão que dar conta diante de
Deus por suas palavras (Mt 12.36).
Quer aprender a guardar sua língua do mal? Então leia e
estude o livro de Provérbios, pois nele podemos encontrar ensinamentos
preciosos a respeito do uso da língua. Um destes ensinos é a respeito do ser
moderado no falar (Pv 21.23). Você fala demais? Então tome cuidado! Quem fala
em demasia prejudica o outro e a si próprio (Pv 13.3). Vários Provérbios tratam
a respeito da língua mentirosa e da calúnia (Pv 6.17). A difamação, em especial
nos blogs e nas redes sociais, tem feito muitas vítimas. A calunia é
devastadora e consegue separar até os amigos mais íntimos (Pv 16.28). O Diabo é
o pai da mentira (Jo 8.44) e toda mentira e engano procedem dele. Muitos usam
sua língua para fazer fofoca, caluniar os outros ou distorcer a verdade. Saiba
que Deus abomina a língua mentirosa (Pv 6.17).
Aprendamos com os conselhos dos sábios a usar nossa língua
de maneira que o nome do Senhor seja glorificado.segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Santa Reforma Protestante,onde está vosso tesouro?
Por:Gabriel Queiroz
Já perto do 31 de Outubro,sou impelido a lembrar-me da Reforma Protestante iniciada por Lutero.Lembrada pela maioria como apenas um evento histórico que quebrou os paradigmas católicos e retirou o mundo das trevas, esquecemos que o maior legado que a Reforma nos proporcionou foi, sem dúvidas,a volta ao cenáculo apostólico.Através de uma reflexão bíblica e verdadeira, Lutero mostrou-nos que os rudimentos nos quais estávamos inseridos eram incompatíveis com o preceito bíblico e era possível um relacionamento pessoal com Deus sem as imposições católicas.Lembrar do dia 31 de Outubro de 1517 é muito mais que considerar que Lutero foi o Elias de uma geração dominada pelo engano espiritual, é, antes, avaliar nossas posturas, valores, e o próprio cristianismo que estamos vivendo em nossos dias.Quando iniciou o movimento, afiançado exclusivamente pelo Espírito Santo e sendo direcionado por Ele,Lutero viu a idéia básica da fé,definido como Os Cinco Solas, ser confirmada pela ação divina a seu favor.
Observando a fundo os motivos da Reforma,vemos que desde o período apostólico até o evento das 95 Teses, o Cristianismo autêntico sempre se manteve ardente no meio dos crentes,mesmo após o apogeu do catolicismo romano, iniciado com Constantino, unindo a então Igreja de Cristo a Roma, falindo, assim no propósito básico de ter Cristo acima de sua Igreja. Mesmo com esse casamento malígno, os fiéis se mantiveram na fé genuína, opondo-se aos gradativos desvios doutrinários. Nomes importantes que foram fundamentais para manter a pureza da Igreja, pouco são lembrados hoje, sequer são mencionados nos púlpitos e Escolas Dominicais, lembro-me por exemplo, de John Wycliffe, precursor da Reforma, Jon Huss, que proclamou uma das mais fortes profecias do espírito de alguém que está com a vida no Altar, à beira de ser queimado disse: "Vocês hoje estão queimando um ganso (seu nome na língua boemia) mas dentro de um século se encontrarão com um cisne, e este cisne não poderão queimar." Essa profecia é muito bem aplicada a Lutero quando 102 anos mais tarde fixou as 95 Teses em Wittemberg, este cisne não puderam calar.
O discurso dos Reformadores da Igreja, é tão indispensável a nós hoje, como o foi há séculos antes. Já não é uma ruptura com o catolicismo que necessitamos, mas uma ruptura com os rumos que o Protestantismo tem seguido nestes últimos tempos.Vemos toda sorte de idéias, práticas, pregações e filosofias que não são legítimas ao arraial cristão. Como em Wittemberg, necessitamos visualizar nas portas da Catedral as teses que se fundamentam no Evangelho, é preciso que observemos muito bem o caminho que temos seguido, pensando que é o caminho divino, e voltar à ideologia forjada no cristianismo autêntico. O interessante quando leio sobre os Heróis da Fé, é que todos eles tinham uma idéia firmada e que não admitia espaço para um meio termo, não admitiam que de alguma forma fizessem parcerias com o mundo, não de maneira nenhuma, ou era ou não era e pronto. Não se punham entre dois pensamentos, a idéia era uma só.
Lembrando da Reforma Protestante,eu me pergunto onde ela foi parar e quando sua essência será percebida por nós. Em meio a uma fé vazia que põe nossas vontades no centro de tudo, desprezando a vontade de Deus, vemos que as multidões marcham rumo a um céu de ouro e cristal [aqui] na terra. Já não são os bens espirituais que valem alguma coisa, já não é o testemunho cristão que deve fazer parte da vida dos crentes, mas onde os valores se inverteram há corrupção, e é isso que vemos por aí. Pregações totalmente opostas ao ensino evangélico, valendo-se do inconcebível para atrair as multidões. Como em 1517, é imperativo a essência que muitos tem perdido:
Deus abençoe... e Feliz Reforma...
Lição 4 CPAD - 4° Trimestre 2013
LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO
Texto Áureo: Pv. 10.22 – Leitura Bíblica: Pv. 3.9,10; 22.3; 24.30-34
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
O livro de Provérbios apresenta vários conselhos a respeito do uso apropriado do dinheiro. Tais orientações são bastante práticas, e úteis para os cristãos dos dias modernos. Na lição de hoje trataremos justamente a respeito desse assunto tão controvertido, e pouco discutido nas igrejas, e quando é feito, nem sempre se considera a totalidade das Escrituras. Por isso, nesta aula, além de abordar a questão do dinheiro em Provérbios, nos voltaremos para algumas orientações práticas, com base no Novo Testamento, em relação às finanças.
1. O DINHEIRO EM PROVÉRBIOS
Por se tratar de um livro de conselhos, Provérbios orienta seus leitores a fim de saberem lidar com situações práticas da vida. Conforme estudamos anteriormente, o autor de Provérbios destaca a importância de apresentar a Deus nossas primícias (Pv. 3.9). A recompensa de Deus, para os israelitas, estava condicionada a atitude de entregar a Ele os primeiros resultados da colheita (Pv. 3.10; 13.21). Como livro de sapiência, a sabedoria, e não o dinheiro, é muito mais importante, pois é a sabedoria que faz a riqueza durar (Pv. 8.18,21), o seu resultado é consideravelmente melhor (Pv. 8.20), somente a partir dela as pessoas poderão usá-lo adequadamente (Pv. 17.16), inclusive para não afadigar buscando riquezas (Pv. 23.4). Não apenas a sabedoria é mais importante que o dinheiro, também uma vida de retidão, atitudes de retidão. As pessoas justas vivem com maior tranquilidade que as desonestas (Pv. 15.16), por isso um homem pobre que não se envolve em negócios escusos é preferível ao rico que vive sem honestidade (Pv. 28.6). Deus geralmente recompensa os justos com dinheiro (Pv. 13.21), mas é melhor ter menos dinheiro e viver em retidão do que ter muito dinheiro resultante de injustiça (Pv. 16.18). Por conseguinte, temer a Deus é bem melhor do que ter dinheiro (Pv. 15.16), na verdade, a humildade, e o temor a Deus, leva o homem a adquirir riquezas (Pv. 22.4). Como já destacamos em outras lições, a diligência é uma característica fundamental para aqueles que querem ter êxito em suas vidas. Os que não se deixam conduzir pela indolência colherão os frutos da prosperidade (Pv. 10.4). A obtenção de dinheiro está atrelada ao trabalho, é através dele que as pessoas adquirem riquezas (Pv. 14.23). A diligência é concretizada em planejamento, não apenas em ações espontaneistas, que leva à ruina (Pv. 21.5). As pessoas que não conseguem controlar seus hábitos consumistas acabarão sem nada (Pv. 21.17).
2. PROVÉRBIOS E O USO DO DINHEIRO
O sábio destaca, a princípio, as limitações do dinheiro, definitivamente ele não pode comprar tudo, não pode livrar as pessoas da condenação (Pv. 11.4), não dura para sempre, tem um caráter efêmero (Pv. 23.5; 27.4), sequer é digno de confiança (Pv. 11.28), por isso devemos depositar nossa esperança em Deus (Pv. 28.25). Mas o dinheiro não necessariamente é algo ruim, na verdade, pode ser utilizado para fazer o bem. Quando corretamente utilizado, pode diminuir os estresses e evitar alguns problemas (Pv. 10.15). Ademais, os filhos, se forem sábios, poderão desfrutar da herança deixada pelos pais (Pv. 13.22), a esposa também exerce papel fundamental no bom uso dos recursos (Pv. 31.18). Mas é preciso ter cuidado, pois o dinheiro pode ser extremamente danoso para as pessoas, principalmente no que tange aos relacionamentos. Isso porque, infelizmente, existem favoritismos por causa do dinheiro, os ricos acabem sendo bem tratados, enquanto que os pobres são menosprezados (Pv. 14.20). As pessoas que têm dinheiro não conseguem identificar com facilidade quem são seus reais amigos, pois muitos se aproximam por interesse (Pv. 19.4). Aqueles que não têm dinheiro são abandonados justamente porque as pessoas se voltam para as que têm mais dinheiro (Pv. 19.4). Os que têm muito dinheiro não conseguem encontrar descanso, costumam viver no isolamento, pois comumente são perseguidos por ladrões ou sequestradores (Pv. 13.8). Aqueles que têm recursos financeiros são pessoas fúteis, não conseguem se interessar por conhecimentos valiosos. Os pobres com entendimento percebem a mediocridade dessas pessoas (Pv. 28.11). Além disso, não podemos deixar de destacar que muitas pessoas na verdade não têm dinheiro, apenas vivem uma mentira, como se tivessem, para agradar a sociedade (Pv. 13.7). Ao invés de querer dominar os mais pobres, e se assenhorarem sobre eles (Pv. 22.7), os ricos deveriam reconhecer que foi Deus quem criou tanto um quanto ao outro (Pv. 22.2). Ao invés de serem vaidosos, por causa do dinheiro, os ricos precisam pôr em prática a generosidade (Pv. 11.24,25). Deus é testemunha daqueles que oprimem os mais pobres, e querem tirar vantagem das suas necessidades, tais pessoas cairão em ruína (Pv. 22.16).
3. VISÃO CRISTÃ SOBRE O DINHEIRO
A abordagem de Jesus em relação ao dinheiro é radical, Ele se posiciona contra o acúmulo de riquezas na terra, orienta as pessoas a entesourarem no céu (Mt. 6.19-21). Essa é a resposta de Jesus a ansiedade que assola a sociedade moderna. Ao invés de estarem preocupados com muitas coisas, ansiosos pelas vicissitudes da vida, devemos aprender a confiar em Deus, na Sua providência (Mt. 6.24,25). Por isso, quando se encontrou com o jovem rico, orientou para que esse entregasse seus bens materiais aos pobres, mas ele foi incapaz de fazê-lo (Mt. 19.16-22). A conclusão de Jesus, em virtude do apego daquele jovem às riquezas foi a seguinte: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt. 19.23,24). Ao invés de enfocar demasiadamente as riquezas, Jesus ensina que devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e que as demais coisas – apresentadas no contexto, e não todas como dizem alguns – os serão acrescentadas (Mt. 6.33). Em suas epístolas, Paulo orienta os primeiros crentes em relação ao uso do dinheiro. Ao escrever aos Coríntios nos apresenta o modelo de Jesus em relação à riqueza e a pobreza. Diz ele: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Co. 8.9). A riqueza a respeito da qual trata o Apóstolo, nesse texto, não é material, tendo em vista que, ao escrever a Timóteo, alerta a respeito do perigo das riquezas (I Tm. 6.9,10). A orientação apostólica é a de que há maior felicidade em dar do que em receber (At. 20.35), por isso, Deus ama a quem dar com alegria (II Co. 9.7). A moeda mais valiosa para o cristão é o exercício da piedade, que a fonte de lucro (I Tm. 4.8).
CONCLUSÃO
A partir do Livro de Provérbios, e do Novo Testamento, destacamos algumas orientações práticas quanto ao uso do dinheiro: 1) não devemos confiar nas riquezas, mas em Deus, que é nosso Provedor (Mt. 6.24); 2) diante de uma sociedade consumista, devemos pedir sabedoria a Deus, para saber usar corretamente o dinheiro (Tg. 1.5); 3) a honestidade é uma prática cristã, não apenas diante de Deus, mas também dos homens (II Co. 8.21); 4) não devemos esquecer que um dia prestaremos contas a Deus, inclusive do modo como gastamos nosso dinheiro (Rm. 14.10; 5) sejamos cuidadosos em relação ao dinheiro, aprendamos a exercitar a piedade com contentamento (I Tm. 6.6-10); 6) a utilizar os recursos em coisas benéficas, principalmente para a obra do Senhor (Fp. 4.14); 7) em uma sociedade individualista, sejamos generosos, atentos às necessidades dos outros (II Co. 9,6,7); 8) o dinheiro do cristão deve ser ganho com honestidade, no temor do Senhor, e gasto com sabedoria (At. 24.16; II Ts. 3.7-9); 9) é preciso ter cuidado para não se deixar dominar pela ganância, e pelo consumismo (Ef. 5.3); e 10) o segredo é aprender a viver em contentamento, para não contrair dívidas desnecessárias, que comprometerão a renda familiar (Hb. 13.5).
BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. Provérbios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.
ORTLUND JR. R. C. Proverbs: wisdom that works. Illinois: Crossway, 2012.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Lição 3 CPAD - 4° Trimestre 2013
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Comentarista: José Gonçalves
Lição 3: Trabalho e Prosperidade
Data: 20 de Outubro de 2013
TEXTO ÁUREO: “A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22).
VERDADE PRÁTICA: A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.
INTERAÇÃO
O trabalho é um dom de Deus para a humanidade. Ele eleva a dignidade do homem e a da mulher. Esta, no entanto, conquistou um papel de destaque no mercado profissional. Não se pode ignorar o advento da mulher no mercado de trabalho como elemento revolucionário para o modelo tradicional da família. Hoje, na maioria dos casos, mesmo que a mulher opte por não mais trabalhar fora, o homem não consegue prover a família com o próprio salário. O custo de vida é caro, o salário é pequeno, fazendo com que até os aposentados retornem ao mercado formal do trabalho. O fato é que para prosperarem na vida, tanto o homem quanto a mulher devem trabalhar, trabalhar... É através do trabalho que prosperamos.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender as quatro metáforas da lição (do celeiro e do lagar, da formiga, do leão e do espinheiro).
Reconhecer a importância e o valor do trabalho.
Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, reproduza o esquema abaixo na lousa ou tire cópias. Ao concluir a lição de hoje faça uma síntese das metáforas estudadas usando o auxílio do respectivo esquema. Em seguida, afirme à classe que essas metáforas são símbolos linguísticos empregados pela Bíblia para demonstrar a importância e o valor do trabalho na vida do ser humano.
Palavra Chave: Trabalho: Conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim.
INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores, aprendemos que um provérbio bíblico utiliza a linguagem metafórica para expressar o seu real significado. De fato a palavra hebraica machal traduzida em nossas Bíblias como provérbio, possui um leque de significados: parábola, comparação, alegoria, fábula, provérbio, dito enigmático, símbolo, argumentação ou apologia. Tais recursos linguísticos permeiam todo o livro dos Provérbios.
Na lição de hoje, veremos algumas das metáforas usadas pelos sábios para tratar da natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão humana. Ao observarmos o campo, a imagem de um animal ou mesmo a atividade dos insetos, aprenderemos acerca da grandeza do trabalho. Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho.
I. A METÁFORA DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3.9,10)
1. A dádiva que faz prosperar.
Em Provérbios 3.9,10, está escrito que devemos honrar ao Senhor com nossas posses e com o melhor de nossa renda. Tal atitude, segundo o sábio, fará com que os nossos “celeiros” se encham abundantemente e que trasbordem de mosto os nossos “lagares”. O celeiro e o lagar transbordantes são metáforas que representam uma vida abundante! O celeiro, tradução do hebraico asam, é o lugar onde se deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta! Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a vontade de Deus.
2. A bênção que enriquece.
No mesmo texto, Salomão fala dos bens e da renda adquiridos como fruto do trabalho. Mas a verdadeira prosperidade não vem apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da bênção do Senhor. É exatamente isso o que diz o sábio em Provérbios 10.22.
O celeiro e o lagar somente se encherão e trasbordarão quando a bênção de Deus estiver neles. É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral só é possível com a presença de Deus em nossa vida.
II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6.6-11)
1. As formigas sabem poupar.
Na metáfora da formiga, o sábio nos exorta a tomarmos uma atitude prudente diante da realidade da vida: “Vai ter com a formiga”. A palavra hebraica usada aqui é yalak, e possui o sentido de “mover-se”, tomar uma atitude na vida (Pv 6.6)! Até os insetos podem nos dar lições sobre o trabalho! Mas não é apenas isso que aprendemos com as formigas. Ainda em Provérbios, o sábio Agur invoca o exemplo desses pequenos insetos (Pv 30.25). As formigas possuem uma noção sofisticada de trabalho — “no verão [elas] preparam a sua comida”. Isto é, as formigas sabem poupar! Elas não apenas trabalham, mas também poupam. O cristão deve aprender igualmente a poupar recursos para eventualidades futuras.
2. As formigas sabem ser autônomas.
O texto de Provérbios diz que a formiga, mesmo “não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento” (Pv 6.7,8).
As formigas também são responsáveis e trabalham sem serem vigiadas. O erudito Derek Kidner observa o contraste entre elas e o preguiçoso, quando informa que a formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo. A formiga discerne os tempos, o preguiçoso não!
III. A METÁFORA DO LEÃO (Pv 22.13; 26.13)
1. Conhecendo o leão.
A metáfora do leão se encontra em duas passagens do livro de Provérbios (22.13 e 26.13). Há uma pequena variante nesses provérbios, mas o sentido é o mesmo — o preguiçoso sempre arranja uma desculpa para fugir do trabalho! Ora o leão está “lá fora”, ora está “no caminho” e ora está “nas ruas!”. O leão é o mais forte dos animais, e a sua presença causa medo. O fato de o preguiçoso ver o trabalho como um leão significa que ele o encara como uma realidade difícil de ser enfrentada. Tem medo do trabalho, assim como tem medo do leão! É desnecessário dizer que essa é uma visão completamente equivocada do labor.
2. Matando o leão.
Há alguns provérbios populares que expressam um sentido semelhante aos provérbios estudados acima. Por exemplo: “a vida é dura para quem é mole”; “matando um leão por dia”. Tais ditos populares revelam que a vida pode ser difícil, dura, mas tem de ser enfrentada.
Não adianta ficar com medo do leão! O pastor Matthew Henry observa que esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia. Se há um leão lá fora, é o leão do qual falou o apóstolo Pedro, e ele está rugindo em busca de quem possa devorar (1Pe 5.8). O preguiçoso será a sua principal presa!
IV. O TRABALHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24.30-34)
1. Trabalho, prosperidade e espiritualidade!
Já vimos que o trabalho possui também uma dimensão espiritual (Pv 3.9). Isso vai de encontro àquilo que pensa o senso comum acerca do trabalho. A ideia que ficou associada ao trabalho é a de que ele é algo meramente material e totalmente destituído de valor espiritual. Mas não é assim que pensa o sábio (Pv 24.30). Quando ele viu o campo do preguiçoso totalmente abandonado, cheio de espinheiros, a primeira sensação que teve foi de um “homem falto de entendimento”.
É interessante observarmos que, no hebraico, essa expressão vem carregada de valores espirituais. A palavra hebraica usada para “entendimento” é leb, significando coração, entendimento e mente. A ideia é mostrar o que há no interior do homem — a espiritualidade. Andrew Bowling, especialista em hebraico bíblico, destaca que esse vocábulo é usado para indicar as funções imateriais da personalidade humana. Portanto, o trabalho é algo extremamente espiritual. Ninguém será menos crente porque trabalha, aliás, a verdade é justamente o contrário (Ef 4.28; 2Ts 3.10)!
2. Trabalho, ócio e lazer!
A análise do sábio sobre a inércia do preguiçoso, que favoreceu o nascimento de espinheiros dentro da plantação, é uma forma de ironizar o ócio dele (Pv 24.33,34). Não dá para prosperar mantendo-se de braços cruzados, e muito menos ficando eternamente em repouso! É preciso se mexer. Todavia, esse é apenas um aspecto da questão, pois quem trabalha precisa de descanso e também de lazer! Deus criou o princípio do descanso semanal (Gn 2.2). Precisamos, inclusive, de tempo livre para estarmos a sós com Deus e com a nossa família.
CONCLUSÃO
O trabalho dignifica o homem e é por isso que devemos levá-lo a sério. Trabalhando, alcançaremos a verdadeira e bíblica prosperidade. Essa recomendação é válida também para os obreiros, pois se não tiverem cuidado, acabarão por mergulhar numa inércia pecaminosa.
Não devemos, todavia, nos fazer escravos do trabalho. Devemos estar disponíveis também a cultuar a Deus, cuidar de nossa família e, com ela, recrear-nos. Enfim, se nos dedicarmos ao trabalho, conforme recomenda-nos a Bíblia, teremos uma vida digna e tranquila na presença de Deus.
VOCABULÁRIO
Alegoria: Modo de expressão ou interpretação que consiste em representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada.
Fábula: Narrativa curta, em prosa ou verso, com personagens animais que agem como seres humanos, e que ilustra um preceito moral.
Estrênuo: Que é valente ou que age com valentia; destemido, corajoso.
Fábula: Narrativa curta, em prosa ou verso, com personagens animais que agem como seres humanos, e que ilustra um preceito moral.
Estrênuo: Que é valente ou que age com valentia; destemido, corajoso.
EXERCÍCIOS
1. O que representam as metáforas do lagar e do celeiro?
R. Representa uma vida abundante.
2. Qual a exortação do sábio na metáfora da formiga?
R. Termos uma atitude prudente diante da realidade da vida.
3. Segundo o erudito Derek Kidner, qual o contraste entre as formigas e o preguiçoso?
R. A formiga não precisa de fiscal, enquanto o preguiçoso precisa ser advertido o tempo todo.
4. Segundo Matthew Henry, por que não devemos temer “o leão do trabalho”?
R. Esse “leão” é fruto da imaginação do preguiçoso e só serve para reforçar a sua inércia.
5. De acordo com a conclusão da lição, elabore uma frase ressaltando a visão bíblica e equilibrada entre o trabalho, Deus, a família e o lazer.
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“O Lazer e o Renascimento da Vida Sabática
Os teólogos cristãos há muito têm afirmado que para que a vida atinja seu potencial espiritual pleno, deve ser vivida de maneira dialética e rítmica. O lazer e o trabalho merecem quantidades proporcionadas de tempo e energia. Deste modo a alma pode ser nutrida na contemplação e o corpo ocupado no trabalho. O trabalho não é o inimigo. O inimigo é um estilo de vida que revolve-se exclusivamente em torno do trabalho. A inteireza na vida vem de reconhecer e experimentar a interação dos ritmos de trabalho, descanso, adoração e divertimento. Surge o reconhecimento da capacidade deles revitalizarem-se uns aos outros quando lhes é dado o devido lugar. Uma volta aos ritmos do sábado tem implicações refrescantes para indivíduos, famílias e a sociedade, embora integrá-los com os padrões de vida agitados e destrutivos de fins do século XX venha a testar a resolução até do mais devoto” (VOLF, M. Trabalho in PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed.; RJ: CPAD, 2001, p.272).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“O que é Trabalho?
‘Se ninguém me perguntasse, eu saberia; se quero explicar a quem me pergunta, não sei’. Era assim que Agostinho expressava sua dificuldade em definir ‘tempo’. O mesmo parece verdade com ‘trabalho’. Pensamos que sabemos o que é trabalho, mas, quando tentamos pôr em palavras o que pensamos que sabemos o que é trabalho, gaguejamos.
Começarei explicando o que é trabalho destacando algumas coisas. Primeiro, embora muito estrênuo, trabalho não é simplesmente labuta e fadiga, como alguns tendem a pensar, interpretando Gênesis 3 em parte incorretamente. Na verdade, muitos gozam do trabalho que fazem e os que fazem são os melhores trabalhadores. Não seria estranho dizer que os melhores trabalhadores não trabalham? Segundo, trabalho não é simplesmente emprego remunerado. Embora a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas esteja empregada pela remuneração que percebem, muitos trabalham duro sem receber pagamento. Pegue, por exemplo, as donas de casa (raramente donos de casa) que gastam quase todas as horas em que estão acordadas mantendo uma casa em ordem e criando os filhos. Muitas delas com razão se ressentem quando as pessoas insinuam que não trabalham; isto é acrescentar um insulto (‘você não trabalha’) a uma injúria (elas não recebem pagamento).
Precisamos de uma definição abrangente de trabalho, uma que inclua o trabalho desfrutado e o trabalho sofrido, o trabalho remunerado e o trabalho voluntário. Uma definição muito simples de trabalho seria ‘uma atividade que serve para satisfazer as necessidades humanas’: Você prepara uma refeição para ter algo que comer; você digita manuscritos para receber um cheque. Em contraste, o propósito de jogar é jogar: Você joga futebol, porque gosta de jogar futebol; você lê um livro, porque gosta de ler livros. Claro que cozinhar pode ser seu passatempo, então você cozinha, porque você gosta de cozinhar, e encher estômagos vazios é, nesse caso, um benefício colateral. Semelhantemente, jogar futebol (se você é jogador profissional) ou ler livros (se você é aluno ou professor) pode ser seu trabalho; então você joga, porque precisa de dinheiro ou reconhecimento, e lê livros, porque precisa passar nos exames ou preparar uma conferência; a pura diversão de jogar ou ler é, então, uma coincidência feliz. Portanto, trabalhar é uma atividade instrumental: Não é feito para o seu próprio bem, mas para satisfazer necessidades humanas” (VOLF, M. Trabalho in PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed., RJ: CPAD, 2001, pp.225-26).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Trabalho e Prosperidade
Quem não deseja ter uma vida próspera e abençoada? E o desejo de todo ser humano e não há nada de errado em ser bem-sucedido. Mas, o que é ser próspero? Embora cada um tenha uma definição própria, para respondermos a essa questão temos que recorrer às Escrituras Sagradas e observar o que é ser bem-sucedido à luz da Palavra.
Uma vida bem-sucedida não é somente resultado do sucesso financeiro, mas, sim, da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv 3.3,4).
Como cristãos, podemos afirmar que nossas riquezas são e serão sempre intangíveis e nunca somente monetárias. Atualmente, os crentes têm sido iludidos quando o assunto é prosperidade. Eles tendem a relacionar o ser bem-sucedido ao dinheiro e bens materiais. Muitos estão buscando desesperadamente os bens materiais. Querem ser ricos a todo o custo e acabam desprezando a Deus, tropeçando e perdendo o nosso bem precioso, a nossa salvação. Por isso Jesus a adverte em Mateus 16.26. Não podemos ser influenciados pela maneira de pensar deste mundo (Rm 12.2). Para alguns, o “ter” passou a ser mais importante que o “ser”. Pertencer ao Reino de Deus está diretamente ligado ao “ser” — ser benigno, ético, compassivo, etc.
Sabemos que a prosperidade não é somente resultado direto do trabalho e do esforço do homem, todavia sem trabalho não há prosperidade. A preguiça impede o homem de prosperar. O preguiçoso sonha, deseja, mas dificilmente alcança seus objetivos (Pv 13.4; 20.13; 23.21). Precisamos nos dedicar ao trabalho, pois este dignifica o homem. Em Provérbios, encontramos uma série de exortações ao trabalho. O indolente é seriamente advertido (Pv 10.26; 19.15; 24.30-34). Muitos oram a Deus, mas não agem, não fazem a sua parte. Deus não vai fazer o nosso trabalho. A Palavra de Deus relata que Jesus era um homem de dores e trabalho (Jo 5.17). Sigamos os passos do Mestre.
Além da preguiça, vejamos alguns outros obstáculos que impedem a prosperidade:
• Falta de comprometimento, de inteireza de coração (2Cr 25.2);
• Infidelidade a Deus. Não honra ao Senhor com as nossas primícias (Pv 3.9,10);
• Desobediência deliberada a Deus (Dt 28.15);
• Falta de confiança no Todo-Poderoso.
sábado, 12 de outubro de 2013
Lição 2 CPAD - 4° Trimestre 2013
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Sabedoria de Deus para uma vida
vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes
Lição 2: Advertências Contra o Adultério
Texto Áureo: “Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço.
[...] Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv
5.15,18).
Verdade Prática: A melhor
prevenção contra o adultério é temer ao Senhor e estreitar os laços do amor
conjugal.
INTERAÇÃO
O livro dos
Provérbios, talvez, seja o principal dos livros bíblicos a falar sobre o
adultério, os seus caminhos e suas artimanhas destruidoras. O sábio não
economiza palavras e ironias ao denunciar a pessoa que adere essa prática como
um estilo de vida: ela não passa de um jovem displicente (Pv 7). Displicência,
imaturidade e fraqueza são palavras que denotam o perfil do homem que,
inexplicavelmente, deixa a casa da sua esposa a fim de unir-se com uma
estranha. Esta não é a mãe dos seus filhos, a mulher que, juntamente com ele,
conquistou tudo o que tem. Não! A estranha é a mulher que deseja tirar tudo o
quanto ele construiu: a sua família e a sua vida.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
1. Conhecer os conselhos do sábio sobre a sexualidade
humana.
2. Identificar as causas da infidelidade conjugal e suas
consequências.
3. Previnir-se da infidelidade conjugal.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, é importante relembrar as
características literárias apresentadas no livro dos Provérbios. Por isso, para
introduzir a aula desta semana sugerimos que você utilize o quadro de
Orientação Pedagógica da lição anterior. Em seguida, utilize o esquema abaixo
(reproduza-o de acordo com as suas possibilidades). A partir dele, a classe
conhecerá o esboço temário de Provérbios. O objetivo é fazer com que os alunos
apreciem o panorama do livro, facilitando assim, a assimilação do assunto da
aula de hoje.
ESBOÇO DO LIVRO DOS PROVÉRBIOS
I. Prólogo: Propósito e Temas de Provérbios (1.1-7)
II. Treze Discursos à Juventude sobre a sabedoria
(1.8-9.18)
A) Obedece a Teus Pais e Segue Seus Conselhos (1.8,9)
B) Recuse Todas as Tentações dos Incrédulos (1.10-19)
C) Submeta-se à Sabedoria e ao Temor do Senhor (1.20-33)
D) Busque a sabedoria e Seu Discernimento e Virtude
(2.1-22)
E) Características e Benefícios da Verdadeira Sabedoria
(3.1-35)
F) A Sabedoria Como Tesouro da Família (4.1-13,20-27)
G) A Sabedoria e os Dois Caminhos da Vida (4.14-19)
H) A Tentação e Loucura da Impureza Sexual (5.1-14)
I) Exortação à Fidelidade Conjugal (5.15-23)
J) Evite Ser Fiador, Preguiçoso e Enganador (6.1-19)
K) A Loucura Inominável da Impureza Sexual a Qualquer
Pretexto (6.20-7.27)
L) O Convite da Sabedoria (8.1-36)
M) Contraste entre a Sabedoria e a Insensatez (9.1-18)
III. A Compilação Principal dos Provérbios de Salomão
(10.1-22.16)
A) Provérbios Contrastantes sobre o Justo e o Ímpio
(10.1-15.33)
B) Provérbios de Incentivo à Vida de Retidão (16.1-22.16)
IV. Outros Provérbios dos Sábios (22.17-24.34)
V. Provérbios de Salomão Registrados pelos homens de
Ezequias (25.1-29.27)
A) Provérbios sobre Vários Tipos de Pessoas (25.1-26.28)
B) Provérbios sobre Vários Tipos de Procedimentos
(27.1-29.27)
VI. Palavras Finais de Sabedoria (30.1-31.31)
A) De Agur (30.1-33)
B) De Lemuel (31.1-9)
C) Acerca da Esposa sábia (31.10-31)
Palavra Chave: Adultério: Violação,
transgressão da regra de fidelidade conjugal imposta aos cônjuges pelo contrato
matrimonial.
INTRODUÇÃO
O advento das mídias eletrônicas, e de forma mais
específica as redes sociais, facilitou muito para a possibilidade de alguém vir
a ter um “caso” extraconjugal. As estatísticas demonstram essa triste
realidade. A cada dia, cresce o número de lares desfeitos e, juntamente com
este fenômeno, as consequências nefastas para a sociedade. E as igrejas? Estas
também têm sofrido o efeito de tais males.
Apesar de a infidelidade conjugal ser uma prática
pecaminosa antiga, é preciso entender que a sexualidade é algo intrínseco ao
ser humano. Logo, o desejo por satisfação sexual acompanha tanto o homem como a
mulher desde sempre. O problema está na forma de expressão do desejo e em como
é satisfeito. Segundo o entendimento mundano, não há regras para o homem e a
mulher viverem a sua sexualidade. No entanto, as Escrituras demarcam um limite
bem preciso: o casamento legitimamente instituído por Deus. Aqui, encontraremos
os conselhos da sabedoria bíblica para orientar-nos contra as ilusões e as
artimanhas do adultério.
I. CONSELHOS SOBRE A SEXUALIDADE HUMANA
1. Uma dádiva divina.
Boa parte dos conselhos de Salomão diz respeito à
sexualidade humana. Ele dedicou quase três capítulos do livro de Provérbios
para falar sobre o sexo e seus desvios (Pv 5.1-23; 6.20-35; 7.1-27). Nesses
provérbios, há dezenas de máximas que nos ensinam muito sobre como estabelecer
o parâmetro de um relacionamento saudável.
Quando ainda discorria sobre os perigos da infidelidade
conjugal, o sábio advertiu: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos
do Senhor, e ele aplana todas as suas carreiras” (Pv 5.21). Isto é, Deus
considera os caminhos do homem e a forma deste conduzir até mesmo a sua
sexualidade, pois se trata de uma criação divina e como tal é uma dádiva do
Criador à humanidade. Se o Senhor “aplana todas as nossas carreiras”,
demonstrando cuidado pelo exercício correto da sexualidade, concluímos não ser
o sexo algo mau ou maligno, mas algo honroso e nobre (Hb 13.4; 1Pe 3.7).
2. Uma predisposição humana.
Ao iniciar a sua coletânea de conselhos sobre como evitar
os laços do adultério, Salomão chama a atenção do seu “filho” para que ouças os
seus conselhos e aja em conformidade com estes (Pv 5.1,2). O texto hebraico de
Provérbios, nesse versículo, apresenta a palavra ben
traduzida em nossas Bíblias como “filho”. O mesmo termo ocorre também nas
advertências contra o adultério em Provérbios 6.20 e 7.1. A palavra ben pode se referir tanto a um filho biológico
quanto a um discípulo. Em todos os casos, a admoestação é dirigida a um ser
humano que, como todos nós, está sujeito à tentação! Portanto, a fim de
vivermos o gozo da nossa sexualidade nos parâmetros estabelecidos pelo Criador,
que é o casamento, ouçamos o conselho do sábio. O sexo, portanto, foi criado
por Deus para ser praticado entre um homem e uma mulher, mas somente no
casamento. Antes do casamento e fora do casamento é pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A sexualidade humana é uma dádiva de Deus ao
ser humano. Ela se manifesta na predisposição do indivíduo em vivê-la no
parâmetro do casamento.
II. AS CAUSAS DA INFIDELIDADE
1. Concupiscência. Um fato interessante salta aos
olhos de quem lê os conselhos de Salomão contra a mulher adúltera em
Provérbios: não há referência ao Diabo em suas advertências! O sábio não
responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas responsabiliza
aquele a quem chama de “filho meu”. Somos agentes morais livres e temos a
liberdade de escolher entre o bem ou o mal. Desejos bons e ruins são inerentes
ao ser humano. Não os subestimemos! Por isso, o sábio aconselha: “Não cobices
no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos” (Pv 6.25; cf.
Gl 5.16).
2. Carências.
Em Provérbios 5.15-17, o sábio lança mão de algumas
metáforas para aconselhar como deve ser a vida íntima do casal. A frase “bebe a
água da tua própria cisterna” mostra que o sexo não deve ser praticado apenas
como um dever de um cônjuge para com o outro (1Co 7.3), mas como algo
prazeroso, assim como o é beber água! Se esse princípio não for observado, um
dos cônjuges ficará com a sensação de que lhe falta alguma coisa!
Desgraçadamente, muitos vão saciar-se noutra fonte (Pv 7.18), daí o desastre em
muitas famílias.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A concupiscência e as
carências não supridas na vida do ser humano são algumas das muitas causas da
infidelidade conjugal.
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA INFIDELIDADE
1. Perda da comunhão familiar.
Uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal é
a desonra da família. O sábio avisa que o “seu fim é amargoso como o absinto,
agudo como a espada de dois fios” (Pv 5.4). Esse fim amargo respingará nas
famílias envolvidas (Pv 6.33). O sentimento de vingança estará presente na
consciência do cônjuge traído (Pv 6.34). Se pensássemos na mancha que a
infidelidade conjugal produz teríamos mais cuidado quando lidássemos com o sexo
oposto. A pergunta inevitável é: “Deus perdoa quem cometeu tal ato?” Não há
dúvida que perdoa. Mas apesar do perdão divino, as consequências ficam (Pv
5.9-14).
2. Perda da comunhão com Deus.
É trágico quando alguém perde a comunhão familiar por
conta de um relacionamento extraconjugal. Todavia, mais trágico ainda é perder
a comunhão com Deus. Salomão sabia desse fato e por isso advertiu: “Mas não
sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do
inferno” (Pv 9.18). A palavra hebraica usada aqui para inferno é sheol, e esta designa o mundo dos mortos. De fato
a expressão “ali estão os mortos”, no hebraico, significa: espíritos dos
mortos ou região das sombras. O Novo Testamento alerta que os adúlteros
ficarão de fora do Reino de Deus (1Co 6.10). O que tudo isso quer dizer? Que
essa é a consequência de quem cometeu esse pecado, mas não se arrependeu! Por
isso, não flerte com a (o) adúltera (o). Seu caminho pode até parecer
prazeroso, mas inevitavelmente o levará à morte (Pv 9.17,18).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Além de perder a comunhão da família, o cônjuge
adúltero quebra a sua comunhão com Deus.
IV. CONSELHOS DE COMO SE PREVENIR CONTRA A INFIDELIDADE
1. Sexo com intimidade.
A intimidade sexual (ou a falta dela) é um dos fatores que
influenciam a vida conjugal. Há casais na igreja que tem relações sexuais com
relativa frequência, mas sem intimidade! Há sexo na relação, mas não há amor
nem intimidade! Observe o conselho de Salomão: “Seja bendito o teu manancial, e
alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa;
saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído
perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e
abraçarias o seio da estrangeira?” (Pv 5.18-20).
Há maridos que não demonstram o mínimo afeto à esposa e o
oposto também é verdadeiro. Mas Deus criou o sexo para ser desfrutado com
afeto, amor e intimidade. Do contrário, o relacionamento sexual não atenderá
aos propósitos divinos e nem às expectativas do cônjuge.
2. Apego à Palavra de Deus e à disciplina.
Como antídoto e forma de prevenção contra a infidelidade,
Salomão aconselha o apego à Palavra de Deus e à disciplina. Para não cairmos na
cilada da infidelidade conjugal, devemos guardar a instrução do Senhor,
guardando-a em nosso coração. A Palavra do Senhor é luz que ilumina a nossa
vida (Pv 6.20-24). O homem e a mulher só estarão livres do perigo da
infidelidade conjugal quando a Palavra estiver impregnada em suas mentes e
corações. Para isto, o crente deve meditar nela dia e noite. Por isso, seja
disciplinado.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Um conselho importante para prevenir-se contra
a infidelidade conjugal é apegar-se a Palavra de Deus, à disciplina e
relacionar-se intimamente com o cônjuge.
CONCLUSÃO
A fidelidade conjugal é o que Deus idealizou aos seus
filhos. Sabemos que a tentação é uma realidade, que vem acompanhada da natureza
adâmica que herdamos, e ambas pressionam-nos a desprezar o santo ideal da
fidelidade. Todavia, o Senhor deixou-nos a sua Palavra com dezenas de
conselhos, a fim de prevenir-nos quanto ao abismo chamado adultério.
VOCABULÁRIO
Nefasta: Nociva, danosa, prejudicial.
Coletânea: Conjunto de várias obras ou coisas.
Flerte: Relação amorosa mais ou menos casta, leve e inconsequente, geralmente, destituída de sentimentos profundos.
Coletânea: Conjunto de várias obras ou coisas.
Flerte: Relação amorosa mais ou menos casta, leve e inconsequente, geralmente, destituída de sentimentos profundos.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CRUZ, E. Sócios, Amigos & Amados: Os Três
Pilares do Casamento. 1 ed., RJaneiro: CPAD, 2005.
MILLER, M. A. Meu Marido Tem Um Segredo: Encontrando a Libertação para o Vício Sexual. 1 ed., RJ, 2010.
PARROT, L. A Batalha Pela Sua Mente: Entendendo a Personalidade Santificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MILLER, M. A. Meu Marido Tem Um Segredo: Encontrando a Libertação para o Vício Sexual. 1 ed., RJ, 2010.
PARROT, L. A Batalha Pela Sua Mente: Entendendo a Personalidade Santificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. A quem é dirigida a admoestação contra o adultério no livro de
Provérbios?
R. A
admoestação é dirigida a um ser humano que, como todos nós, está sujeito à
tentação.
2. Qual fato interessante salta aos olhos de quem lê os conselhos de
Salomão contra a mulher adúltera em Provérbios?
R. Que
não há referência ao Diabo em suas advertências contra a mulher adúltera. O
sábio não responsabiliza o anjo caído pelo fracasso moral dos homens, mas
responsabiliza aquele a quem chama de “filho meu”.
3. O que a frase “bebe a água da tua própria cisterna” mostra?
R. Ela
mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever de um cônjuge
para com o outro (1Co 7.3), mas como algo prazeroso, assim como o é beber água!
4. Qual é uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal?
R. A
desonra da família.
5. Com suas próprias palavras, liste outras consequências igualmente
destruidoras para a família vítima da infidelidade conjugal.
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
“Sexo promove comunhão
A Bíblia afirma que ser dois é melhor do que ser um, e que
onde estiverem dois ou três reunidos, Deus ali estaria (Ec 4.9-12; Mt 18.20). E
em 1 Pedro lemos que quando um casal precisa coabitar (verbo que significa
relacionar-se sexualmente) com entendimento para que as suas orações sejam
respondidas. Ora, isto significa que sexo tem a ver com vida espiritual, e que
o casal, sendo dois, têm a possibilidade de serem mais fortes quando unidos,
além da promessa da presença de Deus com eles no cotidiano da vida e na oração
conjunta.
Não tenho medo de afirmar que muitos casais estão com
problemas pessoais, financeiros, profissionais, de saúde, e até ministeriais,
porque não estão se entendendo na vida sexual. Por mais que orem suas orações
estão impedidas [...]. Outros há que até se acertam na cama, mas vivem às
turras e perdem a bênção de Deus pois se magoam mutuamente. Sem falar em casais
que não oram juntos, que não fazem cultos domésticos, e que não dividem o
sacerdócio do lar. Estes perdem a chance de serem dois, e de vivenciarem uma
vida conjugal, profissional, financeira, familiar, ministerial e sexual
prazerosa e sadia” (CRUZ, E. Sócios, Amigos & Amados: Os Três
Pilares do Casamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2005, p.241).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Vida Cristã
“FUGIRÁS DA TENTAÇÃO — ON LINE E DE OUTRAS FORMAS
CORRA DA TENTAÇÃO
O Antigo Testamento não é o único que trata do assunto
‘fugir da tentação sexual’. Em sua primeira carta aos coríntios, Paulo chama
nossos corpos de templos do Espírito Santo. Qualquer outro pecado, ele diz,
cometemos contra Deus, mas a imoralidade sexual é um pecado tanto contra Deus
quanto contra nossos próprios corpos. O povo de Corinto conhecia bem a
imoralidade sexual; muitos juntavam-se a ela em vez de fugir dela. Mas Paulo os
instruiu a fugir (1Co 16.18).
O apóstolo repetiu essa ordem ao jovem pastor chamado
Timóteo. Como a maioria dos jovens, Timóteo lutava com os desejos. Então Paulo
instruiu a seu jovem amigo a ‘fugir das paixões da mocidade’ (2Tm 2.22). Essa
instrução reporta-se não apenas a maridos e esposas, mas também àqueles que
estão para se casar. A Bíblia ensina que nossos corpos são presentes reservados
para nossos futuros cônjuges. Que presente de casamento maravilhoso para se
trazer ao seu próprio casamento!
A Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, nunca
nos encoraja a tentar enfrentar a tentação sexual. Mas insiste em que saiamos
completamente do caminho dela.
TRATE A TENTAÇÃO SEXUAL COMO UMA DOENÇA MORTAL
Imagine que você tenha ouvido a respeito de um surto de
uma doença mortal em uma área remota. Apenas profissionais médicos treinados
ousaram viajar até a área onde houve o surto, e você ficou sabendo que se
contrair a doença provavelmente morrerá. Você também sabe que apenas aqueles
que viajam para o local da epidemia estão vulneráveis à doença.
Seria um ato de bravura ou de plena estupidez viajar até a
área afetada apenas para provar quão ‘resistente’ à bactéria mortal você é?
Nenhuma pessoa em sã consciência se poria em tamanho perigo sem uma boa razão.
Mas é exatamente isso que muitos cristãos fazem em relação à tentação sexual.
Antes e depois do casamento, dedicam-se a ela, flertam com ela e entretêm-se
com ela — acreditando que no último instante serão capazes de pisar nos freios
e evitar a colisão.
Isso não funciona desse jeito. Deus nos conhece. Ele nos
criou, então sabe o quanto a tentação sexual pode arrastar seus filhos. É por
isso que Ele nos instrui a fugir. Se tratássemos a tentação sexual como uma
doença mortal e altamente contagiosa, entenderíamos melhor e obedeceríamos à
admoestação da Bíblia a fugir” (YOUNG, E. Os Dez Mandamentos do Casamento.
1 ed., RJ: CPAD, pp.123-24)
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Advertência contra o adultério
Em Provérbios, encontramos uma série de exortações quanto
à infidelidade conjugal (Pv 5.7-15). A infidelidade é tida como falta de
sabedoria (Pv 6.32). Sabemos que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria.
Quando se perde a reverência a Deus, a insensatez toma conta do coração do
homem.
Atualmente, muitos veem a infidelidade conjugal como uma
prática normal, porém os princípios de Deus são eternos e imutáveis. Na Bíblia,
o adultério é, e continuará sendo, pecado. Encontramos tanto no Antigo quanto
no Novo Testamentos sérias advertências contra a infidelidade conjugal (Êx
20.14; Dt 5.18; Rm 13.9; Gl 5.19).
Como servos de Deus, precisamos estar atentos, pois “os
lábios da mulher estranha destilam favos de mel”. A princípio, a infidelidade
pode parecer doce e prazerosa, mas o seu fim é amargoso como o absinto (Pv
5.4). Com a infidelidade, vem a disfunção familiar. Ela é perigosa, é
destrutiva para toda família, para a Igreja do Senhor e para a sociedade de um
modo geral.
Uma vida conjugal feliz
O capítulo 5 de Provérbios tem início com uma série de
conselhos contra o sexo ilícito. A partir do versículo 15, o autor inicia uma
seção para falar a respeito do relacionamento íntimo entre marido e mulher.
“Bebe a água da sua cisterna” (Pv 5.15). Água é símbolo de vida. O ser humano
não pode viver sem ela. Assim também é o relacionamento sexual no casamento.
Ele é importante e traz vida aos cônjuges. Um casamento não pode subsistir sem
ele. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
Tudo que o Pai criou é bom e isso inclui a sexualidade. E importante ressaltar
que o sexo nunca foi, em si mesmo, pecaminoso. Deus o estabeleceu para ser
desfrutado no casamento antes que o pecado entrasse no mundo (Gn 2.21-25).
Ao nascer, fomos dotados de instintos (tendência natural)
específicos sem os quais nossa sobrevivência seria impossível. O impulso sexual
caracteriza o instinto de preservação da espécie. Depois da Queda, no Jardim do
Éden, o homem pecador passou a deturpar esse impulso divino, gerando as muitas
aberrações que sabemos existir hoje, mas isso não invalida a intenção de Deus
de abençoar o homem e perpetuar a espécie através da relação sexual sadia.
Provérbio 5.18 diz: “Bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua
mocidade”. A vida sexual saudável dentro do casamento tem a bênção de Deus,
além de dar alegria e prazer ao homem (Hb 13.4).
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