TEXTO ÁUREO: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.6,7).
Objetivos: Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
1. Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.
2. Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos
para ensinar a igreja do primeiro século.
3. Saber da importância do dom ministerial de
ensinador na igreja local.
O ministério do ensino da Palavra é primordial para
a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que vive (culturas,
teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre na igreja que
as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se intelectualmente para
exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1 Tm 4.13). É uma tarefa importante e
indispensável que exige muito de quem a desempenha.
1. O mestre da Galileia.
Doutor incomparável, "percorria Jesus toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]" (Mt
4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados
pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha
autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam
só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar
indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o
coração do perturbado.Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.
A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus "levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que estava cingido" (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, "Deus conosco", encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas "espírito e vida" (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: "Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.13-15).
SINOPSE DO TÓPICO (1): Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido em o
Novo Testamento tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.
1. Uma ordem de Jesus.
Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus
determinou aos seus discípulos que ensinassem "todas as nações [...] a
guardar todas as coisas" que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro
de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a
determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso
de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At
2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor
Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom
ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação
sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de
nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade
de aprender para posteriormente ensinar.O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Além disso, acrescenta que em "cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (v.43). A "doutrina dos apóstolos" aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava "publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado "doutores" na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.
1. Uma necessidade urgente da igreja.
Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja
local é preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem
informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é
necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles
também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a
superficialidade bíblica, a infantilidade "espiritual" e o aumento do
engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2 Pe 2.1). Esse dom do
Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao
mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para serem os seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!
Apresentaremos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época:
a) Um salvo em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto
à própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do
ensino (2 Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que
ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.
b) O hábito de ler. Em nosso país, a leitura é um
problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto,
como ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no
ministério do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).
c) Preparo intelectual. A Bíblia é o instrumento de
trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a
cultura e o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve
compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas,
exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como
exposição da Palavra de Deus.
d) Um coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que
a verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado
ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de
Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações
dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma
mente bem preparada e conectada a um "coração em chamas" e apaixonado
por Jesus (At 3.12-26).
É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de
décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que
necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o
mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem
preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar
preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam:
homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para
responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15).
1. Quais eram
as duas opções de quem ouvia o Mestre dos mestres?
R. Amá-lo ou odiá-lo.
2. O que Jesus
fez a fim de ensinar acerca da humildade?
R. O mestre da Galileia
“levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois,
pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos
com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5).
3. Qual foi a
ordem de Jesus para a Igreja antes de ascender aos céus?
R. Determinou aos seus
discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que
Ele tinha ordenado.
4. De acordo
com a lição, o que significa a doutrina dos apóstolos?
R. Trata-se do conjunto
de ensinos de Cristo ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir
crescimento integral aos novos crentes.
5. O que é
necessário para que o ministério de ensino na Igreja seja eficaz?
R. É preciso haver
pessoas vocacionadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário