Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
TEXTO ÁUREO: “Por esta causa
te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam
e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).
VERDADE PRÁTICA: O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na
administração da igreja local.
INTERAÇÃO
A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e num espaço.
Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso, é preciso haver uma
liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve
ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser
administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular, este
deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja
local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa
índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do
Senhor.
1. Conceituar
o termo e a função do presbítero.
2. Valorizar
o ministério do presbítero.
3. Apontar
os deveres dos presbíteros.
Caro professor,
para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero,
reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para
discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os
espaços vazios.
Conclua afirmando
que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica
múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região.
Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua
igreja local.Palavra Chave: Presbítero: Ancião. Pessoa madura na fé.
No início da Igreja
do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho,
bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho
frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos
crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova
pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse
precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer
presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.
1. Significado da função.
De acordo com a Bíblia
de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra
grega presbys, “pessoa mais velha”. Como
substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de
dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo
da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos,
supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de
pastor (gr. poimēn).O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.
Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificação bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.
II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo.
“Não desprezes o dom que há em
ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério”
(1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo,
aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo
conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de
“presbitério” (do gr. presbyterion,
substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).
O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
1. Apascentar a igreja.
Os presbíteros têm o dever de
alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro
bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O
apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou
violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse
ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao
rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local
cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do
povo de Deus.A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.
Vimos que os termos
presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros,
ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir
para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas
Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando
as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da
Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros
precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.
Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar,
trocar ou mudar reciprocamente.
Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo.
Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.
Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo.
Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.
STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009.
ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007.
ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição o que é um
presbítero?
R. É um título de dignidade dos indivíduos
experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local.R. “Presbitério” vem do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã. O termo designa o conjunto de presbíteros que administram uma igreja local.
R. Apascentar a igreja, liderar a igreja local e ungir os enfermos.
R. O governo e o ensino.
R. Ensinar e governar com equidade e seriedade.
Subsídio Teológico
As qualificações dos Presbíteros
(1.6-9)
As qualificações no
verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas
relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O
grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma
mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução
[desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado
como um candidato ao presbitério [...].
Paulo parece estar
usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5)
e ‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...].
Neste primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram
variáveis e indistintos (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4
ed., RJ: CPAD, 2009, pp.704,05).
Subsídio Histórico Pentecostal
PRESBÍTEROS
As Assembleias de
Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem
inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença
bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo,
ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema
presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o
conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento.
Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.
[...] Porém, na
Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre
se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os
convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1
Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e
anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia
eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros
e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).
[...] Nas
Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição,
passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro,
na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor”
(ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007,
pp.715,16).
O Presbítero, Bispo ou Ancião
Ao longo da
história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas,
oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano
e o Congregacional.No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo.
O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).
O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo.
Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de Deus no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho — a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.
Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.
É importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no “Dicionário do Movimento Pentecostal” (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de Deus da América é diametralmente oposto ao da brasileira.
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