ESCOLA DOMINICAL
- Conteúdo da Lição 8 - Revista da CPAD
TEXTO ÁUREO: "Porque todos tropeçaram em
muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e
poderoso para também refrear todo o corpo" (Tg 3.2).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tiago 3.1-12
INTRODUÇÃO
Nessa lição veremos o quanto o crente deve ser
cuidadoso na maneira de falar com os outros. Tema do terceiro capítulo da
epístola, o meio-irmão do Senhor escreve sobre um pequeno membro do nosso
corpo: a língua. Este acanhado, mas poderoso órgão humano pode destruir ou
edificar a vida das pessoas. Por isso, a nossa língua deve ser controlada pelo
Espírito Santo a fim de sermos canais de bênçãos para aqueles que nos
ouve.
I. A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres.
A palavra hebraica para mestre é rabbi, cujo
significado é "meu mestre". Os mestres eram honrados em toda a
comunidade judaica, gozando de grande respeito e prestígio. Na realidade, o
ofício rabínico era uma das posições mais almejadas pelos judeus, pois era
notória a influência dos mestres sobre as pessoas (Mt 23.1-7). Daí o porquê de
muitos ambicionarem tal posição. E é exatamente alarmado por isso que Tiago
inicia então o capítulo três, referindo-se aos que acalentavam essa aspiração,
visando obter prestígio, privilégio e fama, a que tivessem cuidado (v.1). Antes
de almejarmos o ministério da Palavra devemos estar cônscios de nossa responsabilidade
e de que um dia o Altíssimo nos pedirá conta dos atos e dos talentos a nós
dispensados.
2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1).
Em Mateus 5.19 lemos sobre a advertência de Jesus
quanto à seriedade e a fidelidade dos discípulos no ensino do Evangelho. Devido
a sua importância, Jesus estabeleceu o ensino como um meio de propagar o
Evangelho a toda criatura e, assim, ordenou a sua Igreja que fizesse seguidores
do Caminho pelo mundo (Mt 28.19,20). É interessante notarmos o paralelo que Tiago
faz em relação à advertência proferida por Jesus em tempo anterior: Quem foi
vocacionado para ser mestre não pode ter o "espírito" dos fariseus,
mas o de Cristo (Mc 12.38-40).
3. Perfeição que domina o corpo (v.2).
Quem domina ou controla a sua língua, sem cometer
delitos (excessos, descontroles, julgamentos precipitados, difamações, etc.),
sem dúvida, é "perfeito". O controle da língua significa que a pessoa
tem a capacidade de controlar as demais áreas da vida, pois a língua é poderosa
"para também refrear todo o corpo". Quem tem domínio sobre a língua,
tem igualmente o coração preservado, pois a boca fala do que o coração está
cheio. Discipline-se! Faça um propósito com Deus e consigo mesmo: não empreste
os seus lábios para fazer o mal.
II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-9)
1. As pequenas coisas no governo do todo (vv.3-5).
Tiago faz uma analogia acerca da nossa capacidade
de usarmos a língua. Ele remete-nos ao exemplo do leme dos navios e do freio
dos cavalos. Apesar de tais objetos serem pequenos, porém, são fundamentais
para controlar e dirigir transportes grandes e pesados. Assim, o apóstolo nos
mostra que, apesar de pequena, a língua é capaz de realizar grandes
empreendimentos - edificantes ou destrutivos. Como um pequeno membro é capaz de
"acender um bosque inteiro"?
Quantas pessoas não frequentam mais as nossas
reuniões porque foram feridas com palavras? Você já se fez essa pergunta? É
preciso usar nossa língua sabiamente, pois "a morte e a vida estão no
poder da língua [...]" (Pv 18.21). Grande parte dos incêndios nas
florestas inicia através de uma pequena fagulha. Todavia, essa faísca
alastra-se podendo destruir grandes áreas de vegetação. Da mesma forma, são as
palavras por nós pronunciadas. Se não forem proclamadas com bom senso, muitas
tragédias podem acontecer.
Ainda no versículo sete, Tiago faz outra ilustração
em relação ao tema do uso da língua. Ele mostra que a natureza humana conseguiu
domar e adestrar as bestas-feras, as aves, os répteis e os animais do mar. Mas
a língua do ser humano até hoje não houve quem fosse capaz de dominar. Por
esforço próprio o homem não terá forças para domar o seu desejo e as suas
vontades. Mas quando Deus passa a nos governar, a língua do crente deixa de ser
um órgão de destruição e passa a ser um instrumento poderoso e abençoador,
usado para o louvor da glória do Eterno. A fim de dominar a nossa língua,
devemos entregar o nosso coração inteiramente ao Senhor, "Pois do que há
em abundância no coração, disso fala a boca" (Mt 12.34).
III.NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição (v.10).
Tiago até reconhece a possibilidade de alguém usar
a língua de modo ambíguo. Entretanto, deve a mesma língua que expressa o amor a
Deus, deixar-se usar para destruir pessoas? Apesar de o meio-irmão do Senhor
dizer que tudo que existe obedece a sua própria natureza, se experimentamos o
novo nascimento, tornamo-nos uma nova criação, isto é, adquirimos outra
natureza. Esta tem de ser manifesta em nosso falar e agir. Portanto, se você
foi transformado pela graça de Deus mediante a fé de Cristo, a sua língua não
pode ser um instrumento maligno. A fofoca, a mentira, a calúnia e a difamação
são obras carnais e não podem ter lugar em nossa vida.
O líder da igreja de Jerusalém usa dois exemplos da
natureza para apontar a incoerência de agirmos duplamente. Tiago questiona a
possibilidade de a fonte que jorra água doce jorrar igualmente água salgada.
Para provar a impossibilidade natural deste fenômeno, o meio-irmão do Senhor
pergunta, de maneira retórica, se uma figueira poderia produzir azeitonas, e a
videira, figos. Naturalmente, a resposta é um sonoro não! Portanto, a pessoa
que bendiz ao Senhor não maldiz o próximo. Se Deus é amor, como podemos odiar
alguém?
Aquele que bebe da água da vida não pode fazer
jorrar água para morte. Quem bebe da água limpa do Cristo de Deus não pode
transbordar água suja. Portanto, a palavra proferida por um discípulo de Cristo
deve edificar os irmãos, dar graça aos que ouvem e sarar quem se encontra
ferido.
Uma vez Salomão disse que a boca do justo é
manancial de vida (Pv 10.11), e que as palavras da boca do homem são águas
profundas (Pv 18.4). Tomemos o devido cuidado com a maneira como usamos a nossa
língua. Não esqueçamos que, no dia do Juízo, daremos conta a Deus de toda
palavra ociosa proferida pela nossa boca (Mt 12.36).
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