Lições Bíblicas
CPAD / Jovens e Adultos
Lição 10 – 3° Trimestre 2014
TEXTO ÁUREO: “Humilhai-vos perante o Senhor,
e ele vos exaltará” (Tg 4.10).
VERDADE PRÁTICA: A realização humana, à parte de Deus, é impossível de acontecer, pois a
criatura não pode viver longe do Criador.
1 - Donde vêm às guerras e pelejas entre
vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos
membros guerreiam?
2 - Cobiçais e nada tendes; sois
invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada
tendes, porque não pedis.
3 - Pedis e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 - Adúlteros e adúlteras, não sabeis
vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 - Ou cuidais vós que em vão diz a
Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 - Antes, dá maior graça. Portanto,
diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.
7 - Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 - Chegai-vos a Deus, e ele se chegará
a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.
9 - Senti as vossas misérias, e
lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em
tristeza.
10 - Humilhai-vos perante o Senhor, e ele
vos exaltará.
Todo ser
humano almeja se realizar profissionalmente, no ministério, em família e nas
diversas áreas da vida. Esta busca é normal e legítima. Ela faz com que
venhamos a trabalhar, estudar, casar, ter filhos, nos leva a correr em busca
dos nossos sonhos e projetos. Todavia, a realização pessoal se torna pecado
quando ela é colocada acima de Deus. A Palavra de Deus é bem clara quanto a
isto: “Mas buscai o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos
serão acrescentadas” (Mt 6.33). Deus deseja que venhamos ter uma vida
abundante, de realizações, mas não podemos deixar de levar e apresentar a Ele
todos os nossos projetos. Se nossos alvos são alcançados, não é por merecimento
próprio, mas porque Deus assim permitiu pela sua graça e bondade infinitas. Não
seja arrogante ou autossuficiente, mas se humilhe perante o Senhor e Ele o
exaltará.
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1° Analisar qual é a origem dos conflitos e discórdias na vida do crente e da
igreja.
2° Mostrar que o crente não pode flertar com o sistema do mundo.
3° Compreender que a auto realização não pode vir em primeiro lugar em nossas vidas.
Professor, para iniciar o primeiro
tópico da lição, escreva no quadro a primeira parte do versículo um do capítulo
quatro de Tiago: “Donde vêm às guerras e pelejas entre vós?”. Peça que os
alunos discutam e respondam esta indagação. Em seguida explique que as disputas
entre crentes são sempre prejudiciais. Nestas contendas não existem vencedores.
Toda a igreja sofre, pois em geral as discussões e disputas são resultado de
desejos egoístas e perversos. Explique que a cura para os desejos egoístas e
malignos é a humildade. Encerre lendo com os alunos 1 Pedro 5.5,6.
Realização profissional, pessoal e o
desejo de uma melhor qualidade de vida são anseios legítimos do ser humano.
Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um
desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um
ídolo: o sonho pessoal. Ao concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se
pode abrir mão de Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem
estar em primeiro lugar!
1. Que sentimentos são esses?
Tiago abre o capítulo 4 perguntando:
“Donde vêm às guerras e pelejas entre vós?”. Em seguida, responde
retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos
deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Aqui, o líder da igreja de
Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava predominando na igreja: a
terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre aqueles crentes havia “guerras
e pelejas” e “interesses dos próprios deleites”, enquanto os menos favorecidos
estavam à margem dessas ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz.
2. A origem dos males (Tg 4.2).
“Combateis e guerreais” (v.2), é a
afirmação do meio-irmão do Senhor em relação àquelas igrejas. Tiago não mascara
o que está no coração humano: a cobiça e a inveja. Estas são as predisposições
básicas da nossa natureza para desenvolver uma atitude combativa e de guerra
contra as pessoas, até mesmo em nome de Deus (Jo 16.2). Quem procede assim
ainda não entendeu o Evangelho e nem mesmo atina para a verdade de que Deus não
tem compromisso algum com os desejos egoístas, mas atenta à pureza e a
verdadeira motivação do coração (1Sm 16.7; Lc 18.9-14).
3. O porquê de não recebermos bênçãos
(Tg 1.3).
O texto sagrado mostra o porquê de as
pessoas que agem assim não receberem as bênçãos de Deus, apesar de muitas vezes
aparecerem “profetas” profetizando o contrário. Em primeiro lugar, Deus não é
um garçom que está diuturnamente ao nosso serviço. Segundo, como vimos, Ele não
têm compromisso com os nossos interesses mundanos. E, finalmente, quando
pedimos, o pedimos mal, pois não é a vontade divina que está em nosso coração,
mas o desejo egoístico da natureza humana pedindo a Deus para chancelá-lo.
SINOPSE DO TÓPICO (I): As
guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais
que carregamos em nosso interior.
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano
(Tg 4.4).
Tiago chama de “adúlteros e adúlteras”
os crentes que flertaram com o sistema do mundo. Mas a qual sistema mundano o
escritor da epístola se refere? Olhando para o contexto anterior da passagem em
apreço, veremos que Tiago se refere às más atitudes (a inveja, a cobiça, o
deleite carnal, as pelejas e as guerras, isto é, o egoísmo do coração humano)
que caracterizam o sistema presente deste mundo. Os que flertaram com tal
sistema fizeram-se inimigos de Deus.
2. “Inimigos de Deus”.
O líder da igreja de Jerusalém faz esta
afirmação baseado nas duas imagens linguísticas usadas por ele para configurar
a amizade dos crentes com o sistema mundano: “adúlteros e adúlteras”. Quando
Tiago usa essas duas imagens, ele quer mostrar que da mesma forma que Israel
procurou estabelecer acordos não só com o Deus de Abraão, mas também com Baal,
Asera e outras divindades de Canaã, os leitores de Tiago também procuraram
estabelecer tanto a amizade com o mundo, quanto com Deus. Todavia, Tiago mostra
que a amizade com Deus e com o mundo, transformará as pessoas em “inimigas de
Deus”.
3. O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5).
O Espírito Santo que em nós habita é
zeloso. Ele é o selo que marca-nos como propriedade exclusiva de Deus (2Co
1.21,22; 1Pe 2.9). No versículo cinco do capítulo quatro, os leitores de Tiago
aparecem como o objeto dos “ciúmes do Espírito”. Por isso, o autor sagrado os
confronta chamando-os de “adúlteros e adúlteras”. Tal advertência é a
admoestação de Deus para o seu povo. Aqui, também cabe lembrar-nos de uma
promessa registrada na Primeira Epístola Universal de João: temos um advogado à
destra de Deus (2.1,2).
SINOPSE DO TÓPICO (II): Os crentes que estão divididos entre a igreja e o mundo são denominados
por Tiago de “adúlteros e adúlteras”. O crente jamais deve flertar com o
sistema do mundo.
1. Humilhando-se perante Deus (Tg 4.6,7).
Uma vez admoestados pelo Espírito Santo,
temos a promessa de que Ele nos dará “maior graça”. Tal maior graça é o fato de
que “Deus resiste aos soberbos”, mas “dá, porém, graça aos humildes”. Se
acolhermos a advertência do Senhor, a tão almejada realização humana acontecerá
de maneira completa em Deus. Humilharmo-nos diante do Senhor é reconhecermos
quem somos à luz da sua admoestação. É acolher com humildade o confronto do
Senhor. O arrogante, o soberbo e o ganancioso nunca terão esta atitude e, por
isso, serão abatidos. E ainda, à luz do ensino de Tiago, resistir ao Diabo
significa não desejar as mesmas coisas que a falsa sabedoria nos oferece:
egoísmo, orgulho, soberba etc. É não almejarmos a posição dos mestres
orgulhosos e soberbos, mas contentarmo-nos com a vocação de servirmos ao
Senhor, voluntária e espontaneamente, em espírito e em verdade (Jo 4.23).
2. Convertendo a soberba em humildade
(Tg 4.8,9).
Se o orgulhoso e o soberbo decidirem-se
por se achegarem a Deus, o Senhor lhes será propício. A mão de Deus “não está
encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não
poder ouvir” (Is 59.1). O que precisa acontecer é um verdadeiro arrependimento!
A exortação bíblica de Tiago a essas pessoas é que o “riso” e a “aparente
felicidade” delas, produzidos pela amizade do mundo, convertam-se em “choro”,
“lamento” e “miséria” (v.9; cf. 2Co 7.10), assim que elas perceberem-se como
“inimigas de Deus”. Esta é a atitude genuína de um verdadeiro arrependimento.
3. “Humilhai-vos perante o Senhor” (Tg
4.10).
Ao abrir mão de nossa autorrealização
sob as perspectivas mundanas do egoísmo, do individualismo, da soberba e da
inveja, seremos pessoas satisfeitas e realizadas com o Dono da vida. Como
poderemos ser felizes sem a presença do Doador da vida (Jo 12.25)? A exaltação
do Senhor ser-nos-á dada mediante a sua graça e bondade infinitas.
Humilhemo-nos, portanto, debaixo da potente mão de Deus (1Pe 5.6)!
SINOPSE DO TÓPICO (III): Como criaturas, precisamos nos humilhar diante do nosso Criador,
reconhecendo que sem Ele nada somos e nada podemos fazer.
CONCLUSÃO
A partir dos ensinamentos do Senhor
Jesus, desfrutaremos da verdadeira felicidade em Deus. Que venhamos atentar
para o ensinamento desta lição, humilhando-nos na presença de Deus através de
Cristo Jesus.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
1. Tiago
abre o capítulo 4 fazendo qual pergunta?
R. “Donde vêm as guerras e pelejas
entre vós?”.
2. Como
Tiago denomina os crentes que flertaram com o sistema do mundo?
R. Tiago os chama de “adúlteros e
adúlteras”.
3. Segundo
a lição, o que significa “humilharmo-nos diante do Senhor”?
R. Humilharmo-nos diante do Senhor é
reconhecermos quem somos à luz da sua admoestação. É acolher com humildade o
confronto do Senhor.
4. De
acordo com o ensino de Tiago, o que significa resistir ao diabo?
R. Resistir ao diabo significa não
desejar as mesmas coisas que a falsa sabedoria nos oferece.
5. A
exaltação do Senhor ser-nos-á dada mediante a quê?
R. A exaltação do Senhor ser-nos-á dada
mediante a sua graça e bondade infinitas.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
Guerras e pelejas
Essas ‘guerras e pelejas’ dentro do
indivíduo, que levam à ‘guerras e pelejas’ dentro da comunidade, poderiam ser
evitados se as pessoas simplesmente pedissem a Deus as coisas que necessitam,
particularmente a ‘sabedoria’ ou a ‘palavra’, que conformaria seus desejos à
vontade de Deus. Pois, mesmo quando realmente pedem, seus motivos divinos e
pecaminosos (manifestado aqui pelo desejo de ‘gastar em vossos deleites’)
representam a certeza de que não ‘receberão do Senhor alguma coisa’.
Existem entre os comentaristas uma
acentuada tendência para interpretar a exortação de Tiago ‘combateis e
guerreais’ (4.2), como uma simples figura de retórica. De acordo com estes
estudiosos, Tiago está acompanhando a precedência de Jesus quando se referiu ao
ódio como assassinato (veja Mt 5.21,22). Porém, pode existir um aspecto pelo
qual Tiago acredita que essa alegação seja apropriada dentro de um sentido mais
literal” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª
Edição. RJ, CPAD: 2009, p. 877).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio Bibliológico
A expressão que Tiago usa para chamar a
audiência de ‘adúlteros e adúlteras’ (v.4), provavelmente se originou não só de
uma anterior associação com os mandamentos que condenam o assassinato e o
adultério (2.11), como também da associação usual de ‘deleites’ (4.3) com o
desejo sexual. Isso lembra duas poderosas imagens do Antigo Testamento: uma
delas é a descrição do ‘caminho da mulher adúltera’ que ‘come’ (um eufemismo
para as relações sexuais) e depois diz, ‘não cometi maldade’ (Pv 30.20). Sua
declaração está de acordo com aquela atitude de impunidade e de vulgaridade, à
qual Tiago acusa de levar seus leitores a cometer pecados.
Outra imagem é a tradição profética que
considerava Israel como a esposa infiel de Deus (Jr 3.20; Ez 16; Os 2.2-5;
3.1). Da mesma forma como Israel procurou estabelecer acordos não só com o Deus
de Abraão, mas também com Baal, Asera e outras divindades de Canaã, os leitores
de Tiago também procuraram estabelecer tanto a ‘amizade com o mundo’, quanto
com Deus. Mas tão certo como o adultério destrói o relacionamento entre os
casais, o desejo ambivalente pelo bem e pelo mal — amizade com Deus e com o
mundo — ao final transformará as pessoas em ‘inimigos de Deus’” (ARRINGTON,
French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
Volume 2. 4ª Edição. RJ, CPAD: 2009, p.877).
O perigo da busca pela Autorrealização
Humana
Por que existem conflitos, discórdias e
males entre as pessoas cristãs? Tiago, o meio-irmão do Senhor, retoricamente,
pergunta: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites que nos
vossos membros guerreiam?” (v.1). Esta é a origem dos conflitos e das
discórdias que o autor da epístola descreve na seção bíblica 3.1-3. Quão
enganoso e destrutivo é o coração humano!No terceiro capítulo, Tiago demonstra que a maioria das nossas desavenças e tramas perversas é fruto da ambição, ignomínia e sede de vermos o nosso desejo realizado. E qual o objetivo desta realização? O deleite! O líder da igreja de Jerusalém expõe a nudez da alma humana. Daí é que surgem muitas frustrações espirituais e da própria alma. O indivíduo tem uma relação com Deus não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram em sua cabeça que as bênçãos de Deus são para os seus deleites e prazeres. Neste ponto, Tiago é taxativo: “Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (4.2,3).
“Porque não pedis”, Tiago destaca esta expressão para compará-la, logo em seguida, com a outra posterior: “Pedis e não recebeis”. Porque alguém pede a Deus e não recebe, já que o nosso Senhor prometeu dar-nos tudo o que pedíssemos em seu nome? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida à luz de um autoexame sincero, pois a Palavra responde com clareza: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Temos de ter o cuidado, para não confundirmos a vontade de Deus com a nossa própria. Não podemos usar o nome de Deus para realizar as vontades e os prazeres particulares. Deus não se usa!
Portanto, desafie a classe para um autoexame honesto, sincero e transparente à luz da Palavra de Deus. Nada é melhor que o homem desnudar-se na presença do Altíssimo. O nosso Pai sabe o que está em nosso coração e qual a nossa verdadeira motivação de vida diante dEle. Num tempo dominado pelas ambições e prazeres humanos, a palavra ensinada por Tiago chega a uma ótima hora e desafia-nos a olharmos para nós e perguntarmo-nos: o que há em meu coração?
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