TEXTO ÁUREO: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.16).
Depois de estudarmos os principais assuntos da Epístola de Tiago, nessa última lição do trimestre, chegamos às seções finais da carta (vv.7-20). Nessa ocasião, analisaremos os ensinos práticos e atuais que o meio-irmão do Senhor escreveu para os seus leitores. São conselhos bíblicos práticos, perenes e necessários ao nosso relacionamento com Deus e a uma boa convivência na igreja local bem como em sociedade.
1. O valor da
paciência e da perseverança (vv.7,8).
No
versículo sete Tiago evoca uma imagem agrícola para exemplificar o valor da paciência
e da perseverança. Tal imagem é comum aos destinatários de sua época. O líder
da Igreja em Jerusalém nos ensina que tanto a paciência quanto a perseverança
são valores que devem ser cultivados, não em alguns momentos, mas durante a
vida toda. A fim de vencermos as dificuldades, privações, inquietações e
sofrimentos da existência terrena, precisaremos da paciência e da perseverança.
Essas características também estão relacionadas à nossa esperança na vinda do
Senhor. Sejamos pacientes e perseverantes em aguardá-la, pois ela, conforme nos
diz as Escrituras, está próxima (Fp 4.5; Hb 10.25,37; 1 Jo 2.18; Ap
22.10,12,20).
Mais
uma vez a Palavra do Senhor reitera o cuidado com a língua, pois se não
soubermos usá-la acabaremos por cometer falsos julgamentos contra as pessoas.
No versículo nove, Tiago adverte-nos acerca do dia do juízo divino. O Juiz está
às portas! Ele sim julgará com retidão e, justamente por isso, não podemos nos
ocupar emitindo opiniões e comentários falsos contra quaisquer pessoas, quer
sejam estas parte da igreja, quer não.
O
ensino desses três versículos, primeiramente, alude à aflição e a paciência dos
profetas que falaram em nome do Senhor. De igual modo, posteriormente, trata da
paciência de Jó e o fim que o Senhor lhe concedeu após tamanha aflição e
sofrimento (Ez 14.14,20; Hb 11.23-38). Os crentes a quem Tiago escreveu
sentiam-se orgulhosos por ser comparados aos personagens do Antigo Testamento.
Ao experimentar as aflições, eles sabiam que assim como Deus concedera graça a
Jó (Jó 42.10-17), da mesma forma daria a eles. No versículo doze, após o
exemplo do poder de Deus em relação aos seus servos, os profetas e Jó, Tiago
admoesta-nos a que não caiamos no erro de jurar pelo céu ou pela terra. Nossas
palavras não são poderosas para garantir o juramento. Não! Tudo depende de Deus
e da sua vontade. Tiago nos ensina que não devemos fazer tais juramentos, pois
a palavra do discípulo de Jesus deve se resumir ao sim ou ao não (Mt 5.33-37).
Isto deve ser suficiente!
II. - A UNÇÃO DE
ENFERMOS E COMO DEUS OUVIU A ELIAS (Tg 5.13-18)
1. Oração e
cânticos (Tg 5.13).
Diante
das adversidades, ou nos períodos de bonança, a Bíblia nos recomenda a adorar a
Deus. Se estivermos tristes e angustiados, devemos buscar o Senhor em oração;
se estivermos alegres, devemos cantar louvores a Deus. Em ambas as situações,
Deus deve ser adorado! Como é bom sermos acolhidos pelo Senhor. Se tivermos de
chorar, choremos na presença dEle; se tivermos de cantar, entoemos louvores
diante dEle. Dessa maneira, seremos maravilhosamente consolados pelo Criador.
A
orientação de se chamar os presbíteros, ou anciãos da comunidade cristã, para
orar por um enfermo e ungi-lo com azeite, denota a ideia de respeito que os
crentes tinham com esses ministros. Os presbíteros serviam ao povo de Deus com
alegria. Isso também indica que a atitude de ungir o enfermo com o óleo não
deve ser banalizada em nosso meio. Hoje, as pessoas ungem bens materiais,
bairros e até cidades. Isso é esoterismo! A base bíblica em o Novo Testamento
fala do acolhimento ao enfermo para que ele seja curado. É a "oração da
fé" que, além de curar o doente, faz com que ele sinta igualmente o perdão
dos seus pecados.
Esse
é um texto maravilhoso, mas infelizmente, desprezado por muitos. Ele rechaça a
"confissão entre os irmãos". É um incentivo a koinonia, ou seja, à
união e ao amor fraternal entre os salvos. Como todos somos pecadores, em vez
de acusarmo-nos uns aos outros, devemos realizar confissões públicas para
ajudarmo-nos mutuamente. Uma vez confessada a nossa culpa e tendo orado uns
pelos outros, seremos sarados. Tiago lança ainda mão do conhecido profeta
Elias, para mostrar que até mesmo um homem como ele, que foi usado
poderosamente por Deus, era igual a nós e sujeito às mesmas paixões. Todavia, o
profeta orou e Deus ouviu o seu clamor. De fato, a oração de um justo pode
muito em seus efeitos.
1. O cuidado de uns
para com os outros (v.19).
Nos
versículos finais da epístola, a conversão é ilustrada como literalmente
retornar à verdade original da qual alguém um dia se afastou. A mensagem é bem
clara: só podemos alcançar quem se desviou da verdade se formos em busca de tal
pessoa. Para ir precisamos exercer um cuidado especial e amoroso de uns para
com os outros (Fp 2.4).
É
importante ressaltarmos que o ensino da Epístola de Tiago encontra-se em plena
harmonia com o Evangelho de Jesus (Mc 12.30,31). Com muita clareza percebemos
que o fio condutor que perpassa toda a epístola é justamente o da Lei do Amor:
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração" e o "o teu próximo
como a ti mesmo".
CONCLUSÃO
Chegamos
ao fim do estudo panorâmico e conciso da Epístola de Tiago. Que cada professor
e, igualmente cada aluno, não importando a idade, cresça mais e mais em Cristo,
para a glória e o louvor de Deus Pai. O nosso desejo é que a Igreja do Senhor
cresça diariamente no temor de Deus, em sua santidade, demonstrando a fé em
Cristo Jesus através das boas obras, pois esta é a vontade do nosso Pai (Tg
1.22,23,25).
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