segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Lição 2 CPAD - 4° Trimestre 2014

 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 2: A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel
Data: 12 de Outubro de 2014
 


TEXTO ÁUREO: E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, [...] portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1.8).

 
VERDADE PRÁTICA: A integridade de caráter implica uma disposição interior para se manter fiel aos princípios da vida cristã.

 
HINOS SUGERIDOS: 107, 162, 186.

 
INTERAÇÃO
Esta lição mostrará o caráter ilibado de Daniel e seus amigos. Mesmo vivendo em uma sociedade pagã eles não se deixaram contaminar. A fé de Daniel fez com que ele se tornasse um exemplo de fidelidade para os crentes de todas as épocas. O profeta compreendia visões e sonhos. Ele e os seus amigos estudaram com afinco a língua dos caldeus, bem como a sua literatura. Os jovens se aplicaram e Deus lhes recompensou. Treinados pela academia real, Daniel e seus companheiros recusaram-se a comer alimentos reais. Eles não eram vegetarianos, mas como judeus a lei proibia que comessem animais “imundos” (Lv 11; Dt 14). Nas sociedades pagãs, as carnes em geral também eram dedicadas a alguma divindade. A decisão de não comer o alimento real era uma forma de dizer não à idolatria e ao paganismo babilônico.

 
OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Fazer uma retrospectiva da situação moral e política de Israel.

Explicar a força do caráter de Daniel.

Analisar as atitudes de Daniel e seus amigos na corte babilônica.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir o segundo tópico da lição faça a seguinte pergunta: “Daniel e seus amigos eram vegetarianos?”. “O que fez eles escolherem uma alimentação diferente, natural?”. Ouça os alunos e peça que leiam Daniel 1.12. Em seguida explique que a decisão de Daniel de comer apenas legumes, verduras e água, estava no fato de que a lei mosaica proibia os judeus de comerem carne de animais “imundos” (Lv 11). A fé e a obediência aos princípios divinos não permitiria que ele comesse tais alimentos. Diga que outro fato importante que precisamos observar era a ocorrência da idolatria nas culturas pagãs, pois a maior parte dos alimentos, em especial a carne e o vinho, eram dedicados a alguma divindade. A decisão de não comer o alimento real era uma forma de dizer não à idolatria e ao paganismo babilônico.

 
Palavra Chave: Determinação: Na lição é a forte inclinação de Daniel e seus amigos em não se contaminar com as iguarias do rei.


INTRODUÇÃO
A lição de hoje retrata a história de quatro jovens judeus levados cativos para a Babilônia. Dos quatro rapazes — Daniel, Hananias, Misael e Azarias — a pessoa de Daniel é quem tem maior ênfase nessa narrativa. A sua fidelidade a Deus e integridade moral são demonstradas em meio a uma cultura pagã. Fruto da formação moral e espiritual recebida de seus pais, as atitudes de Daniel fizeram-no desafiar a ordem do rei da Babilônia, a maior autoridade do mundo de outrora. Estamos no século 21, um tempo marcado pelo paganismo. Ao lermos a história de Daniel e a de seus amigos, somos desafiados a ter firmeza de caráter. Adotando uma postura moral que jamais negue a fé e a ética cristãs no mundo. A integridade moral de Daniel tem muito a nos ensinar.

 
I. UMA RESTROSPECTIVA HISTÓRICA
1. A situação moral e política de Judá.
Após a deposição do seu irmão Jeoacaz, Jeoaquim (Dn 1.1) ascendeu ao trono de Judá por intermédio de Neco, o faraó do Egito (2Rs 23.34). Perversidades e rebeliões contra Deus fizeram parte do antecedente histórico do rei de Judá. No ano 606 a.C., Nabucodonosor invadiu e dominou a cidade de Jerusalém levando para a Babilônia os tesouros do Templo. Mas as pretensões de Nabucodonosor não eram somente de cunho material, e sim igualmente cultural, pois ele levou os nobres da casa real versados no conhecimento, dentre os quais estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias.

 
2. A situação espiritual de Judá.
Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes, a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente. O rei Zedequias, por exemplo, “endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Judá permitiu que a casa de Deus fosse profanada pelas abominações gentílicas. O reino do Sul conseguiu entristecer o coração do Senhor!

 
3. O império babilônico arrasa o reino de Judá.
A sequência do texto do primeiro versículo diz: “veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou” (v.1). Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá. Na primeira, o império babilônico levou os tesouros da casa do Senhor. Isto ocorreu no terceiro ano do reinado de Jeoaquim (ano 606 a.C.). Na segunda incursão, no oitavo ano do reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor deportou os nobres da casa real (ano 597 a.C.). A última incursão deu-se no ano 586 a.C., quando o templo de Jerusalém foi saqueado, destruído e queimado, bem como os muros da cidade santa, derrubados (2Rs 25.8-21). Nabucodonosor levou os utensílios da Casa de Deus para o santuário da divindade babilônica, Marduque, chamado também de Bel, a quem o rei babilônico atribuía todas as conquistas imperiais.

 
SINOPSE DO TÓPICO (I): Judá se encontrava espiritual e politicamente em uma situação desfavorável, o que facilitou a invasão e o domínio de Nabucodonosor.

 
II. A FORÇA DO CARÁTER
1. A tentativa de aculturamento dos jovens hebreus (1.3,4).
Os teóricos da psicologia definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa”. Os jovens hebreus tinham um caráter ilibado, mediante a educação e o testemunho observado em seus pais. Para obter apoio daqueles jovens e usar a inteligência deles ao seu favor, Nabucodonosor sabia que, obrigatoriamente, teria de moldá-los, aculturando-os nas ciências dos caldeus. Porém, muito cedo os babilônios perceberam que a formação cultural e, sobretudo, religiosa dos jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções de fé. Por isso, Nabucodonosor os submeteu a processo de aculturamento. Para esta finalidade, o imperador caldeu elaborou um programa cultural que fosse eficaz na extinção da cultura judaica: Os jovens hebreus participariam da mesa do rei (1.5).

 
2. O caráter colocado à prova (1.5-8).
Daniel e os seus amigos foram colocados à prova em uma cultura diferente de uma terra igualmente estranha. A formação desses jovens chocava-se com a cultura babilônica. Em outras palavras, eles eram firmes em seu caráter! Em especial, no caso de Daniel, o seu caráter íntegro tinha a ver com a sua personalidade. Ele assentara em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei que, como se sabe, eram oferecidas aos deuses de Babilônia. Daniel e os seus companheiros, apesar de serem bem jovens, demonstraram maturidade suficiente para reconhecer que o exílio babilônico era fruto do pecado cometido pelo povo de Judá e seus governantes.
O mundo hoje oferece um banquete vistoso para contaminar os discípulos de Cristo. Entretanto, devemos nos ater ao exemplo de Daniel e dos seus amigos. Aprendamos com eles, pois as suas vidas não consistiam em meras tradições religiosas, mas em uma profunda comunhão com Deus. Eles eram fiéis ao Deus de Israel e guardavam a sua Palavra no coração para não pecar contra Ele (Sl 119.11).

 
SINOPSE DO TÓPICO (II): Daniel e seus amigos tinham um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas ofertas malignas de Nabucodonosor.

 
III. A ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS
1. Uma firme resolução: não se contaminar (Dn 1.8).
Quando Aspenaz, chefe dos eunucos, recebeu ordens de Nabucodonosor para preparar os jovens hebreus, ele os reuniu e deu-lhes ordens quanto à dieta diária (1.5). Em seguida, trocou-lhes os nomes hebreus por outros babilônicos: Daniel foi chamado “Beltessazar”; Hananias, “Sadraque”; Misael, “Mesaque” e Azarias, “Abede-Nego”. Porém, cuidadosa e inteligentemente, Daniel propôs outra dieta a Aspenaz e o convenceu. Como as iguarias do rei da Babilônia eram oferecidas aos deuses, Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar. Essa corajosa atitude representava muito e tinha um profundo significado na fé de Daniel e dos seus amigos. Eles sabiam que seriam protegidos do mal!

 
2. Daniel, um modelo de excelência.
Mesmo sendo levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia verdadeiramente o Deus do seu povo. Daniel tinha convicção de que alimento algum, por melhor que fosse, teria mais valor que o relacionamento entre ele e Deus. A exemplo de outros jovens descritos na Bíblia — Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12) e Timóteo (2Tm 3.15) —, Daniel é um modelo de excelência para a juventude que busca uma vida de retidão e compromisso com o Evangelho e a sua ética. A devoção de Daniel é inspiradora para todos que desejam conciliar a vida cultural, em uma sociedade sem Deus, com uma vida de oração e de compromisso com o Evangelho (Dn 6.10).

 
3. Daniel: modelo de integridade x sociedade corrupta.
A imponência dos templos babilônicos, o poder político do Estado e a classe sacerdotal dos caldeus escondiam o processo de corrupção sistemática que, mais tarde, culminaria na queda daquele império. Em meio a toda aquela cultura pagã, o jovem Daniel manteve-se íntegro, crente, honrando a Deus nas atividades políticas e respeitando as autoridades superiores. Ele cumpriu os deveres esperados de um bom cidadão babilônico. Todavia, quando Daniel foi desafiado pelos ministros do império a abandonar a fé, o profeta não se dobrou, antes, continuou perseverante na fé uma vez dada aos santos. Mesmo que isto custasse a sua integridade física. Daniel manteve-se fiel!

 
SINOPSE DO TÓPICO (III): Daniel estava no exílio, mas seu relacionamento com Deus não foi afetado. Ele manteve-se fiel ao Senhor e às suas leis.

 
CONCLUSÃO
Como preservar um caráter puro em meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta pode ser respondida à luz da vida de Daniel e seus amigos. Elas estimulam-nos a ver a vida com o olhar de Deus, o nosso Pai. Fomos chamados por Deus a ser sal da terra e luz deste mundo. Para isso, precisamos guardar o nosso coração e viver uma vida de comunhão com Deus. Testemunhando o Evangelho para todos quantos necessitam desta verdade libertadora.

 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013.

 
EXERCÍCIOS

1. Quem subiu ao trono de Judá depois da deposição de Jeoacaz?
R. O rei Jeoaquim.

 
2. Faça um breve comentário da situação espiritual em que se encontrava Judá.
R. Depois da grande reforma política e religiosa em Judá, promovida pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de Israel. Os sacerdotes, a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente.

3. Quantas incursões Nabucodonosor fez a Jerusalém?
R. Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá.

 
4. Como os teóricos da psicologia definem caráter?
R. Os teóricos da psicologia definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma pessoa”.

 
5. Qual foi a atitude de Daniel e seus amigos diante das iguarias do rei?
R. Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar.

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico

Que tivessem habilidade para viver no palácio do rei
Quando Deus permitiu a Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou alguns vasos do templo e também alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres. Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a crescer tão rapidamente que não dispunha de números suficientes de babilônios cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para a Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus e, assim, torná-los úteis no serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1244).

 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico

Jovens de Caráter (1.6-16)
Os quatro heróis de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses pertenciam aos filhos de Judá e tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhe deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam: Daniel significava: ‘Deus é meu juiz’; Hananias significava: ‘O Senhor tem sido gracioso ou bondoso’; Misael significava: ‘Ele é alguém que vem de Deus’ e Azarias declarava: ‘O Senhor é meu Ajudador’. A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.503).

 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A firmeza do caráter moral e espiritual de Daniel
Quem era o jovem Daniel? Quem eram Hananias, Misael e Azarias, seus amigos? O livro de Daniel inicia a história desses jovens situando-os no processo de deportação de Jerusalém para a Babilônia de Nabudonosor. A respeito desses quatro jovens, a Bíblia descreve cinco características importantes: Eram “de linhagem real, dos nobres”; “sem defeito algum”; “formosos de aparência”; “instruídos em toda a sabedoria”; “sábios em ciência”.

A identidade dos quatro jovens
Flávio Josefo, historiador judeu de linhagem sacerdotal (37-103 d.C), em sua célebre obra, História dos Hebreus, editada pela CPAD, confirma a linhagem real e nobre de Daniel e dos seus três amigos: “Dentre todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e outros de origem mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais perfeitos e competentes”. Outro apontamento de Josefo chama-nos a atenção: “Dentre os moços que eram parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente honestos e inteligentes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias”. Tanto pela Bíblia quanto por fonte extra, está claro que esses jovens pertenciam à realeza e à nobreza de Israel. Ambos eram parentes do rei Zedequias. Entretanto, as características mais importantes destacadas pela Bíblia e, igualmente por Josefo, eram a honestidade, firmeza e integridade no caráter.
Educados na Lei de Deus, os jovens levavam a sério a ética social da Torá na cultura paganizada da Babilônia. Prova disso foi a tentativa de Nabudonosor em apagar a identidade social e religiosa deles. Ele trocou os nomes dos rapazes para nomenclaturas pagãs: a Daniel deu o nome de Beltessazar; Hananias o chamou Sadraque; a Misael, Mesaque; a Azarias, Abede-Nego.

A firmeza do caráter
Frequentemente, o termo caráter é conceituado como um tipo ou sinal convencionado numa sociedade. Refere-se à índole, ao temperamento e a forma moral. A família, a escola e a religião de um grupo social contribuem para formar o caráter de uma pessoa.
Ao impor a troca dos nomes de Daniel e os seus três amigos o rei Nabucodonosor estava “mudando” a identidade deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. Mas o que fizeram os jovens rapazes? Resistiram sabiamente, propondo outra estratégia para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a Deus e conservando a integridade de caráter herdado do seu povo.

 



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