Lições
Bíblicas CPAD / Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho —
As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Data: 16 de Agosto de 2015
TEXTO ÁUREO: “[...] porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2Tm 1.12).
VERDADE PRÁTICA: O crente, assim como o líder, precisa ter convicção de sua chamada e de
sua condição de salvo em Jesus Cristo.
OBJETIVO GERAL: Evidenciar que, uma das provas de que o líder é chamado por Deus,
refere-se a sua capacidade de suportar o sofrimento por amor a Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao
que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I
refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Refletir a respeito das orações e ação de graças em favor da liderança.
II. Saber que o líder e o crente necessitam ter convicções fortes em Deus.
III. Compreender que o sofrimento também faz parte da vida cristã.Prezado professor, a partir desta lição estaremos estudando a respeito da Segunda Epístola de Timóteo. É importante ressaltar que esta foi a última carta de Paulo. Esta epístola foi escrita em uma época em que os crentes estavam enfrentando uma forte oposição por parte do imperador Nero. Paulo estava sob a custódia do governo romano, sendo tratado como um criminoso comum e abandonado por alguns amigos (1.15). O apóstolo tinha consciência de que sua carreira estava chegando ao fim, porém diante de todas as adversidades e sofrimentos, ele não perdeu a esperança. Paulo se despede do amigo Timóteo, exortando-o a perseverar na fé cristã como um bom soldado cristão.
Com a lição de hoje estaremos dando início ao estudo da Segunda Epístola de Timóteo. Esta segunda carta foi escrita enquanto Paulo se encontrava preso. A prisão é lugar que destrói a fé e a esperança de muitos, levando-os ao desespero e à descrença. No entanto, Paulo comprova que podia estar preso fisicamente, confinado a uma cela romana, mas seu espírito e sua fé estavam perfeitamente livres para continuar servindo a Deus e que “a palavra de Deus não está presa” (2Tm 2.9). Esta foi a última vez que ele esteve na prisão, pois veio a perder nela a sua vida. Nesta epístola, ele faz um balanço de sua trajetória. Também aproveita para se despedir de Timóteo e dar suas últimas exortações e advertências.
I. ORAÇÕES E AÇÃO DE GRAÇAS (1.3-5)
1. “Ao amado filho” (v.2).
Paulo dá início a Segunda Carta a Timóteo
chamando o jovem pastor de “amado filho”. A palavra no original é agapatos e significa “muito amado”.
Paulo sabia que logo morreria, talvez por isso, tenha demonstrado, de uma forma
tão intensa, sua afeição e amor por Timóteo. Isso nos mostra que o líder
precisa ter afeição, amor e saber demonstrá-los por aqueles que estão ao seu
lado, cooperando na obra do Senhor.Paulo sabia das necessidades e lutas que Timóteo enfrentava como líder, por isso, orava constantemente em favor de seu amigo (v.3). Será que atualmente oramos em favor daqueles que fazem a obra de Deus? Precisamos orar sempre por todos os que estão empenhados na obra do Senhor.
2. A sensibilidade de Paulo.
Paulo diz para Timóteo, que estava cumprindo
sua missão em Éfeso, que desejava muito vê-lo de perto, pessoalmente (v.4). A
saudade era grande! Paulo se lembrava das lágrimas de Timóteo quando da
despedida deles. As lágrimas nos mostram quão profundos era o relacionamento
entre eles. Hoje em dia, infelizmente, os relacionamentos parecem cada vez mais
superficiais.
3. A fé de Timóteo (v.5).
Timóteo era um jovem obreiro de caráter
exemplar. Seu discipulado começou no lar, com o exemplo de sua avó, Loide, e de
sua mãe, Eunice, ambas judias, mas convertidas ao evangelho. Seu pai era grego.
Não se sabe se ele se converteu ao evangelho. Mas sua formação foi motivo de
referência para Paulo. Na Segunda Carta, o apóstolo diz: “[...] trazendo à
memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeira em tua avó Loide
e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (v.5). A
educação familiar de Timóteo serve de exemplo para as famílias cristãs atuais.Desejando muito ver-te (1.4). Paulo agora está encarcerado em Roma, aguardando a morte, abandonado por muito dos seus amigos e desejando ver Timóteo mais uma vez. Roga a este seu fiel cooperador que permaneça fiel à verdade do evangelho e que se apresse a ir até ele, nos seus últimos dias aqui na terra (2Tm 4.21).
Despertes o dom de Deus (1.6). O ‘dom’ (gr. charisma) concedido a Timóteo é comparado a uma fogueira (cf. 1Ts 5.19) que ele precisa manter acesa. O ‘dom’ era, provavelmente, o poder específico do Espírito Santo sobre ele para realizar o seu ministério. Note aqui que os dons e o poder que o Espírito Santo nos concede não permanecem automaticamente fortes e vitais. Precisam ser alimentadas pela graça de Deus, mediante nossa oração, fé, obediência e diligência (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1877).
II. A CONVICÇÃO EM DEUS (vv.6-14)
1. Dons espirituais (v.6).
Paulo lembra a Timóteo o momento em que ele foi
ordenado ao santo ministério. Ele relata que nesta ocasião o jovem pastor
recebeu dons espirituais que o capacitariam no serviço de Deus. O que Paulo
desejava afirmar a Timóteo quando disse: “despertes o dom de Deus, que existe
em ti”? Certamente Paulo estava encorajando Timóteo a perseverar em seu
ministério. Este texto nos mostra também que a imposição de mãos sempre foi um
gesto de grande valor na vida ministerial da igreja cristã. Jesus usou as mãos
para efetuar várias curas (Lc 4.40). É uma prática solene que é seguida, e
ainda hoje utilizada em todas as igrejas evangélicas.
2. “Espírito de fortaleza, e de amor, e de moderação” (v.7).
Ao que parece Timóteo estava enfrentando uma
grande oposição a sua liderança. Paulo então exorta a Timóteo para que ele
tenha coragem. Um líder precisa ser corajoso. O medo paralisa e acabam por
neutralizar as nossas ações em favor da obra de Deus. O Espírito Santo nos
ajuda a superar o medo e nos encoraja a prosseguir. Por isso, o líder precisa
ser alguém cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Ele é o nosso ajudador. Sem sua
presença é impossível ser bem-sucedido na liderança. Conte com a ajuda do
Espírito Santo e tenha coragem para seguir em sua caminhada, realizando a obra
para a qual você foi vocacionado e chamado pelo Senhor.
3. Apóstolo dos gentios (v.11).
Paulo tinha consciência de que recebeu, da
parte de Deus, a vocação e o chamado para pregar aos gentios. Tem você também
consciência da sua vocação e chamado? Paulo exorta Timóteo a manter-se firme na
fé, conservando “o modelo das sãs palavras” que o jovem discípulo recebeu, da
parte de Paulo, “na fé e na caridade que há em Cristo Jesus” (2Tm 1.13).
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O pastor, assim como os
crentes, necessita ter convicção de sua salvação em Jesus Cristo.
Porque Deus não nos deu o espírito de temor,
mas de fortaleza, e de amor, e de moderação (1.7). A palavra deilia
significa ‘covardia’. Em contexto com outras passagens destas duas cartas, ela
indica a natureza tímida e hesitante de Timóteo. Mas Timóteo não está limitado
por sua fraqueza, da mesma forma como nem você nem eu estamos limitados pela
nossa. Deus nos deu seu próprio Espírito — um Espírito que transmite poder,
amor e autodisciplina à vida do crente (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, p.475).
1. O fortalecimento na graça (v.1).
Todo cristão precisa ser forte, principalmente
no aspecto espiritual. Timóteo certamente enfrentava desafios além de suas
forças. Diante dessa realidade, estando tão distante, Paulo diz que ele devia
fortificar-se “na graça que há em Cristo Jesus”, ou seja, confiar inteiramente
em Cristo e em seu poder. Diante das lutas, tribulações e tentações, o crente
só vence se tiver a força que vem do alto. Escrevendo aos efésios, Paulo disse:
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef
6.10).
2. Soldado de Cristo (v.3).
A vida cristã é um misto de alegrias e
tristezas; de lutas e vitórias. Jesus advertiu seus discípulos sobre as
aflições da vida cristã (Jo 16.33). Para os que aceitam tomar a cruz (Mt
16.24), renunciando a si mesmos, a vida cristã é uma luta sem tréguas. Sua vida
pode ser comparada a de um soldado que está na frente da batalha. É na luta,
nos combates espirituais, “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), que
o servo de Deus se fortalece e acumula experiências que lhe capacitam a ser
mais que vencedor (Rm 8.37).
3. O lavrador (v.6).
O agricultor precisa trabalhar com afinco a fim
de preparar a terra para receber as sementes. Depois, precisa regar, adubar a
semente para que surjam os frutos. Muitos querem colher sem esforço ou onde não
plantaram. Esses não merecem a recompensa do Dono da “lavoura” espiritual que é
a Igreja do Senhor Jesus. É preciso labutar na “lavoura de Deus” (1Co 3.9) até
que os frutos apareçam. Há uma recompensa para aqueles que labutam com afinco.
Paulo diz para Timóteo que quem primeiro deve gozar dos frutos da plantação é o
“lavrador que trabalha” (2Tm 2.6).
Seja bom soldado de Jesus Cristo (2.3,40). ‘De
que forma o líder cristão pode se condicionar para esta tarefa?’. A resposta de
Paulo está nestes versículos: ‘Sofre, pois, comigo (suporta comigo, NVI), as
aflições, como bom soldado de Cristo’. Aqui e nos versículos seguintes, o
apóstolo se serve de três analogias: o soldado, o atleta e o agricultor. A
analogia militar é a favorita de Paulo, não porque ele fosse de mente militar,
mas porque no império romano era comum as pessoas verem soldados, e, ainda,
porque a vida de soldado era uma analogia esplêndida para a vida cristã.
Felizmente, nós também estamos familiarizados com as exigências impostas ao
soldado. Servir nesta atividade rigorosa requerer um extensivo condicionamento
físico. Todos que passam pelo campo de treinamento de recrutas sabem como é
difícil fortalecer o corpo ao ponto em que a força seja igual às exigências
requeridas. Mas é necessário algo comparável a isso para o cristão, sobretudo
para o ministro. ‘Sofre... as aflições’, diz Paulo. Aceita as dificuldades,
privações e perigos com um espírito submisso como parte da tarefa de soldado no
exército de Cristo.
Quando o indivíduo se torna soldado, ele é
separado da sociedade, com a qual esteve familiarizado por toda a vida, e
apresentado a uma comunidade nova e altamente especializada. Ele é despido de
roupas próprias com um equipamento fornecido pelo governo. Suas idas e vindas
são feitas unicamente sob ordens ou com permissão expressa. Dorme onde lhe
dizem para dormir e come o que lhe for dado. “Na verdade, sua vida está à
disposição do governo” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2006, p.518).
CONCLUSÃO
Mesmo sabendo que em breve iria morrer Paulo
não perdeu sua esperança e fé. Até em seus últimos momentos procurou incentivar
e orientar seu filho amado e companheiro de ministério, Timóteo. Seja você
também um intercessor e incentivador daqueles que estão labutando na obra do
Mestre.
A respeito das Cartas Pastorais:
1° Como Paulo chama Timóteo na Segunda Carta?
Resp: “Amado filho”.
Resp: A palavra no original significa “muito amado”.
Resp: Revelam uma profunda afeição e cuidado.
Resp: Ainda na sua infância.
Resp: Deve servir de exemplo para os líderes e para os pais.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Eu sei em quem tenho crido
Caro professor, esta lição iniciará a abordagem
da segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Nesta oportunidade, o apóstolo
encontrava-se preso. É a última vez que ele falara da sua prisão, pois de onde
estava o apóstolo, este iria para o “matadouro”, isto é, o martírio.Uma das características mais tocantes nesta carta é a comprovação da fé inabalável do apóstolo Paulo. Numa prisão, e do ponto de vista humano, perder a esperança é explicável. Na história da Igreja de Cristo, ao longo das perseguições do império romano, muitos cristãos negaram oficialmente a sua fé, pelos menos apenas de lábios, para não perderem as suas vidas e protegerem a integridade da sua família. Mas a vida do apóstolo, ainda que “presa” em sua dimensão física, confinada pela prisão romana, tinha liberdade plena e confiança em Deus para propagar livremente a palavra divina.
O apóstolo dos gentios tinha uma convicção internalizada na alma de que estava cumprindo sua missão, mesmo preso numa prisão abjeta. Toda a sua vida se dava em torno da dimensão proclamatória do Evangelho a todos os povos. Isso fazia Paulo compreender que tudo o que acontecia com ele, direta ou indiretamente, levaria prosperar o Evangelho nas regiões habitadas por povos gentílicos. Paulo cria firmemente que Deus, segundo a sua maravilhosa graça, estava conduzindo a sua vida e a expansão do Evangelho como um tapeceiro que, por intermédio de movimentos ondulado, tece o tapete. Então, como o “tapeceiro da vida”, Deus “tecia” a existência do apóstolo. Por isso, é possível vermos na epístola expressões como “dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia” (v.3).
Diante de todas as circunstâncias que o apóstolo estava imerso, ele dava “graças a Deus”, o servia “com uma consciência pura”, e fazia “memória de ti [Timóteo] nas minhas orações, noite e dia”. Ou seja, o jovem pastor de Éfeso constantemente era objeto das orações do apóstolo Paulo, mesmo este preso.
Ao longo dos capítulos 1 e 2, o apóstolo expõe uma série de conselhos que perpassa pelo despertamento da vocação de Timóteo (v.6), de sentir-se valorizado por testemunhar o Senhor pela mensagem que o apóstolo pregava (v.8), da conservação do modelo das sãs palavras aplicadas pelo apóstolo (v.13), do fortalecimento na graça que há em Cristo Jesus (2.1), um convite a sofrer as aflições como um bom soldado de Cristo (2.3) etc. Eis os convites de um preso do Senhor!
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