3º Trimestre de 2015 / CPAD Adultos
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As
ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Data: 30 de Agosto de 2015
TEXTO ÁUREO: “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção” (2Pe 2.12).
VERDADE PRÁTICA: O ensino da Palavra de Deus, de modo cuidadoso, pode evitar que a corrupção domine os corações dos salvos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Apontar as características dos tempos trabalhosos.
II. Apresentar o apóstolo Paulo como exemplo de obreiro em tempos difíceis.
III. Conscientizar os alunos acerca do
valor do ensino bíblico nesses tempos trabalhosos.
Professor, os dias não são fáceis para quem deseja servir a Jesus com
humildade, sinceridade e fidelidade ao Senhor. São tempos que requer dos
líderes, sobriedade, temperança, firmeza. A lição desta semana visa munir os
alunos de conhecimento sólido do Evangelho de Cristo a fim de que eles,
autonomamente, discirnam a corrupção desses últimos dias. Tal corrupção deve
ser combatida por aqueles que têm a vocação ministerial para servir a Igreja de
Cristo Jesus na terra. Incentive os alunos a desenvolverem uma consciência
crítica em relação a tudo o quanto se mostra claramente contra o princípio do
Evangelho de Cristo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo.
Deus criou o homem
bom e perfeito, mas ele pecou. Como resultado da Queda veio a morte e toda a
sorte de corrupção. Na lição de hoje estudaremos a respeito dos pecados dos
últimos dias. Sabemos que, infelizmente, a humanidade afastada de Deus, vem a
cada dia se tornando mais e mais corrupta.
1. Nos últimos dias (v.1).
Paulo inicia o
capítulo três falando a respeito da extrema corrupção dos últimos dias. O termo
“últimos dias” não se refere somente ao fim dos tempos escatológicos, mas faz
referência ao ataque gnóstico sobre a Igreja. O apóstolo mostra a Timóteo o
grande desafio que é permanecer fiel ao Senhor em tempos difíceis, quando os
falsos mestres parecem se multiplicar. Ele faz uma lista com as características
dos falsos mestres, homens sem Deus. Vejamos algumas:
a) Amantes
de si mesmos. São homens que buscam os seus
interesses em primeiro lugar, antes de valorizarem os outros e a obra do
Senhor. Eles não têm amor, pois o verdadeiro amor “não busca seus interesses”
(1Co 13.5).
b)
Avarentos. São amantes do
dinheiro, fruto do seu egoísmo. Hoje, há falsos obreiros, que só pregam ou
fazem a obra de Deus esperando receber bens materiais (1Tm 6.10).
c)
Presunçosos, soberbos.
São homens cheios de orgulho, de arrogância, que se julgam superiores aos
outros. Sabemos que Deus abomina a altivez e que a “soberba precede a ruína”
(Pv 6.16,17).
d)
Blasfemos. Blasfêmia é ofensa
verbal a Deus, porém, ela não se limita às palavras. Jesus ensinou que para a
blasfêmia contra o Espírito Santo não haverá perdão (Mt 12.31).
e)
Desobedientes a pais e mães e ingratos. São péssimos exemplos na família, pois não honram seus pais e mães (cf.
Êx 20.12). São ingratos com Deus, os pais, os amigos, à igreja e todo
ministério.
f)
Profanos e sem afeto natural. São homens que não sabem amar, por isso não respeitam as coisas
sagradas (Lv 19.8,12).
g)
Irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes e cruéis. Nunca estão dispostos a perdoar e se
reconciliarem. Cometem o crime de calúnia. Nas igrejas, esse crime é ignorado.
Raramente se pune um caluniador. Não sabem conter-se, não tem autocontrole, nem
domínio próprio. São pessoas impiedosas, desumanas.
Muitos vão à igreja, tem o linguajar de
crente, se vestem como crentes, porém suas atitudes não condizem com a Palavra
de Deus. Paulo adverte quanto a estes que querem viver apenas de aparência,
enganando e sendo enganados. Porém, haverá um dia em que eles terão que prestar
contas ao Senhor. Estes podem enganar a liderança e os crentes, mas jamais
enganam a Deus. O Senhor conhece aqueles que são seus.
Caro professor,
nesta oportunidade, você pode usar o artigo do subsídio para Lições Bíblicas
da Escola Dominical, da Revista Ensinador Cristão (p.40) deste
trimestre. O prezado professor poderá usá-lo para uma leitura reflexiva após a
exposição do tópico primeiro ou pode igualmente usá-lo como introdução ao
tópico para iniciar a lição. A ideia para a exposição deste tópico é que fique
bem claro para os alunos a descrição que o apóstolo Paulo fez acerca dos falsos
mestres. Por isso, abra esse tópico de maneira a aguçar a curiosidade dos
alunos com questões como: “Dê exemplos de uma pessoa amante de si mesma”; “O
que é uma pessoa avarenta?”.
1. Um obreiro exemplar (v.10).
Paulo exorta
Timóteo a fim de que ele perseverasse na sã doutrina e sempre procurasse pregar
a Palavra de Deus em todas as ocasiões. Como líder, Paulo era um exemplo a ser
seguido pelos demais pastores e por toda a igreja. Ele era um seguidor
autêntico de Jesus, na proclamação do evangelho e da doutrina de Cristo.
Muitos exortam,
ensinam e pregam com muita desenvoltura, todavia, na prática não vivem aquilo
que transmitem nos púlpitos. Paulo não somente ensinava, mas sua vida era um
testemunho vivo do poder transformador do Senhor Jesus Cristo. Com toda
autoridade, ele podia afirmar: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende
cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam” (Fp 3.17).
A intenção de Paulo
não era se promover, mas promover o Evangelho de Cristo. Seu desejo era ganhar
almas para Cristo. Ele era um homem de fé, por isso, pôde suportar todos os
embates, combates e sofrimentos por que passou durante o seu ministério. A fé
nos faz vencer os embates do ministério.
Ser longânimo é ter
paciência para suportar os fracos, os defeituosos, os problemáticos (Gl 5.22).
O líder precisa cultivar esse dom, especialmente o amor. Paulo não só falou e
ensinou, mas deu exemplo do que é ter amor. Na sua epístola de 1 Coríntios, ele
dedica o capítulo 13 inteiro para falar a respeito da suprema excelência do
amor.
Outro exemplo que
pode auxiliá-lo a mostrar o quanto um homem de Deus pode ser um modelo para o
povo escolhido do Senhor, com o objetivo de estimular ao povo a viver na
presença de Deus, é apresentarmos o contexto do profeta Malaquias. Igualmente ao
do apóstolo Paulo, o profeta Malaquias vivia num contexto hostil aos valores do
Eterno. Mas a vida do profeta foi capaz de demonstrar “que Deus sempre amou seu
povo, dizia Malaquias, mas este nunca havia assimilado a profundidade deste
amor, e na verdade retribuía-o com desonra e desobediência (Ml 1.6-14). Tudo
isto pode ser visto na própria indiferença do povo para com as ofertas, pois
enquanto se empenhavam em importar o melhor para suas próprias casas, os
sacrifícios eram da pior espécie, com animais cegos e doentes. Os próprios
sacerdotes se voltavam contra Deus, violando abertamente o compromisso de
levitas (Ml 2.8). Além disso, muitos judeus tinham se divorciado de suas
mulheres, sinalizando assim seu descaso para com os ensinamentos das Escrituras
(Ml 2.10). Como resultado, o Senhor enviaria seu mensageiro messiânico para
purgar o mal enraizado no coração do povo e purificar um remanescente que
andaria diante da presença do Senhor em verdade” (MERRIL, Eugene H. História de
Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.548,49). Lembre aos alunos que o
nosso Deus conta com as nossas vidas para sermos sal da terra e luz do mundo
(Mt 5.13-16) numa geração hostil à vontade do Senhor.
1. O valor do ensino bíblico.
Na atualidade é
imprescindível que os líderes invistam recursos e tempo no ensino da Palavra de
Deus. Somente o ensino bíblico ortodoxo conduz o homem à santidade e à santificação
(Sl 119.105; Rm 15.4; 1 Co 4.17). O ensino da Palavra de Deus é instrução que
leva o homem a viver de modo justo e digno. Nesses tempos difíceis em que
estamos vivendo necessitamos de líderes dedicados ao estudo e ensino das
Escrituras Sagradas.
Vivemos tempos
difíceis, porém, sabemos que o Anticristo ainda não está no mundo, mas muito de
seus seguidores já se encontram em plena atividade, inclusive realizando sua
obra satânica de oposição a Cristo e a sua Igreja. Assevera-nos a Bíblia:
“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também
agora muitos se têm feito anticristos [...]” (1Jo 2.18). Observe alguns dos
“instrumentos” utilizados por Satanás nesses últimos dias contra o rebanho do
Senhor:
a) O
relativismo. O
relativismo moral domina o pensamento na atualidade. Em nome de um falso
pluralismo, e do “respeito às diferenças”, o Diabo vem convencendo as pessoas
de que nada é errado, tudo é relativo.
b) Leis infames. Leis que criminalizam e preveem a
prisão daqueles que usam textos da Bíblia para falar contra o homossexualismo.
Leis que querem legalizar o uso de drogas e a prática do aborto.
As leis de muitos
países favorecem a imoralidade e a falta de ética na sociedade. Muitas delas
são estabelecidas sob a égide de filosofias materialistas, relativistas e
pluralistas. A Palavra de Deus, todavia, trás em seu âmago referenciais éticos
e morais para a plena felicidade das famílias em qualquer civilização. Os que
rejeitam esses referenciais ficarão perdidos, inseguros, sem rumo e orientação.
O resultado disso é a tragédia moral que vem se abatendo, especialmente sobre a
família, e a sociedade como um todo.
Conservando a sã doutrina e
Manifestação do Espírito Santo
O que acho alarmante
é o número crescente de pastores e igrejas que estão caindo vítimas desta
mentalidade de ‘especialidades’. Muitas igrejas parecem só se envolverem em
determinadas áreas ministeriais nas quais ou têm prazer ou acham
particularmente fáceis. Temos igrejas da ‘Palavra’, igrejas do ‘louvor’,
igrejas do ‘fogo e enxofre’, igrejas da ‘família’, igrejas do ‘discipulado’, e
a lista prossegue sem fim. Em resposta a muitas pessoas feridas, cujas
necessidades ou problemas não se ajustam em uma especialidade em particular,
muitas igrejas teriam a dizer: ‘Desculpe, não fazemos esse tipo de serviço
aqui’. Nestes últimos dias, a igreja precisa ser lugar de cura e refúgio para
todo aquele que precisar — pouco importando qual seja a necessidade. Temos de
insistir em ser uma igreja equilibrada. Podemos e devemos redescobrir que temos
a imutável sã doutrina da Palavra de Deus e que ainda fluímos com o vento e a
espontaneidade do Espírito” (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas E.; TRIPLETT,
Loren (et al). Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 1999, pp.633-34).
Vivemos tempos
difíceis, por isso, precisamos nos voltar para a Palavra de Deus. Ela é um guia
seguro para conduzir o crente neste mundo de trevas morais e espirituais. A
Igreja do Senhor Jesus é formada de pessoas que são “sal da terra” e “luz do
mundo”. Portanto, sejamos exemplo para esta sociedade pós-moderna.
A respeito das Cartas Pastorais:
1° Paulo inicia o capítulo três
falando a respeito de qual assunto?
Resp: Paulo inicia falando a respeito da
extrema corrupção dos últimos dias.
Resp: O termo “últimos dias” não se refere
somente ao fim dos tempos escatológicos, mas faz referência ao ataque gnóstico
sobre a Igreja.
Resp: Amantes de si mesmos; avarentos; presunçosos, soberbos; blasfemos, etc.
Resp: Promover o Evangelho de Cristo.
Resp: O relativismo e Leis infames.
A corrupção dos últimos dias
“Amantes de si
mesmos”; “avarentos”; “presunçosos, soberbos”; “blasfemos”; “desobedientes a
pais e mães e ingratos”; “profanos sem afeto natural”; “irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes e cruéis”; “sem amor para com os bons”;
“traidores”; “obstinados”; “orgulhosos”; “mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus”; “tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”:
esta é a lista que o apóstolo Paulo deu a Timóteo para que o jovem pastor
soubesse discernir os falsos líderes dos verdadeiros.As características dos falsos ensinadores revelam pessoas que são capazes de fingir uma “capa de piedade”, mas ao mesmo tempo, internalizar um coração duro, sem qualquer respeito com a dignidade humana e com as pessoas que fazem parte do Corpo de Cristo. Seu olhar só se desvia em direção de quem lhe possa beneficiar. Por isso, tal pessoa procura cercar-se de pessoas importantes, com um status quo vantajoso, pronto para beneficiá-la em tudo o que for possível.
Caro professor,
você percebeu que tais características, descritas pelo apóstolo, parecem ser
notícias do jornal do dia? Não são poucos os exemplos de desrespeito com as
coisas de Deus e com as “ovelhas” que fazem parte do rebanho do Senhor. Diante
disso, você pode se perguntar: O que fazer? A resposta do apóstolo para essa
pergunta está no versículo 5: “destes afasta-te”.
Se lermos o
Evangelho e atentarmos para o conselho de Jesus Cristo: “Acautelai-vos, porém,
dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente
são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis [...]” (Mt 7.15,16a); bem
como o do apóstolo Pedro: “por avareza, farão de vós negócio com palavras
fingidas” (2Pe 2.3); perceberemos que, implicitamente, o conselho evangélico e
apostólico nos adverte a discernir o “falso profeta” do verdadeiro para nos
afastarmos daquele.
Ora, quem ler e compreende as mensagens de Jesus para
guardar a sua alma desses “absurdos” realizados em nome da fé, não tem
alternativa, senão, a de declarar enfática, curta e objetivamente o que o
apóstolo Paulo afirmou: “afasta-se”. Afasta-se desses falsários para guardar a
sua alma da incredulidade. Afasta-se desses que usam o Evangelho para se auto beneficiar,
a fim de beneficiar-se da graça de Deus. Não empreste os seus ouvidos e nem o
seu coração para quem só tem a avareza e a soberba como suas companheiras. Afasta-se,
para salvar a sua alma disso tudo!
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