Lições
Bíblicas CPAD - Adultos
Título:
Maravilhosa Graça — O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista:
José Gonçalves
TEXTO
ÁUREO: “Mas Deus prova o seu amor
para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm
5.8).
VERDADE
PRÁTICA: A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo do velho
homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.
OBJETIVO
GERAL: Esclarecer que a justificação
pela fé em Cristo nos libertou da lei do pecado e nos fez novas criaturas.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS: Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
I.
Apresentar as bênçãos decorrentes da justificação;
II.
Mostrar as bênçãos do amor trinitário;
III.
Explicar as bênçãos decorrentes na nova criação.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Professor, você já parou para refletir a
respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que
Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção. O
Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa
condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai
e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres
e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2).
Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando
pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas
consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia
escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora
falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais
seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas
bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo
isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior —
sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste
feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de
uma nova criação.
PONTO
CENTRAL: A justificação pela fé nos concede muitos benefícios.
I.
A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)
1.
A bênção da paz com Deus.
No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação
pela fé logo no primeiro versículo: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos
paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. O uso que Paulo faz da palavra paz
aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava
ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece
no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos,
prosperidade e bem-estar.Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: “Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus”. Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.
2.
A bênção de esperar em Deus.
Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse
acesso: “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos
firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). A fé no
Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William
Barclay faz a respeito desse texto: “O próprio Jesus nos introduz na
presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E
quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação,
nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus”. A porta se
abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa
enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza
quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus
nos tornou participantes do seu reino.
3.
A bênção de sofrer por Jesus.
Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que,
no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma
motivação para se gloriar! “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas
tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a
experiência; e a experiência, a esperança” (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis,
traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades
e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé
pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos
espirituais criados para entreter os cristãos modernos.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I): Com a justificação pela fé
recebemos a bênção da paz com Deus.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: “Quais são as bênçãos
decorrentes da justificação?”. Incentive a participação de todos e ouça os
alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para
mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e
discuta as referências bíblicas com os alunos.
II.
AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)
1.
O amor que o Pai outorga.
A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do
judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é
amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam. A expressão amor
de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo,
indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor.
Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição,
Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que
perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse
amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé
nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção
mostra que Ele é amor.
2.
O amor que o Espírito distribui.
Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na
vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está “[...] derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5b). O apóstolo tem em
mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos
2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos
interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo,
traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que
continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, “o amor de Deus
foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus
efeitos continuam vivos no presente”. Temos, pois, razão para amarmos porque o
Espírito Santo faz-nos viver esse amor.
3.
O amor que o Filho realiza.
O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado
pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se
quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho
de Deus.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II): Com a justificação pela fé
recebemos a bênção do amor trinitário.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
O
amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é ‘o amor de Deus
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo’. Esse amor só é derramado
sobre um coração justificado. O interessante desse versículo é o destaque ao
amor que Deus tem por nós, e não o amor que temos para com Ele. Descobrimos
também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa
justificação. Clifton J. Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre
isto: ‘As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos
justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da
redenção dada por Cristo. O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa
necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações
com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou
corresponde ao desejo do coração’. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos
corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova” (CABRAL,
Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD,
2005, pp.64,65).
III.
AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)
1.
O homem em Adão.
Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo
com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do “homem em Adão”,
em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico,
mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça
humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois,
todos descenderam de Adão. Para Paulo, o “homem em Adão”, símbolo da velha
criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela
morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança
para ele.
2.
O homem em Cristo.
O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em
Romanos 5.15-17. O “homem em Cristo”, símbolo da nova criação de Deus, é
justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O
primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro
Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo
Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso
que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos
abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da
fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a
redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito
Santo (Ef 1.1-13).
SÍNTESE
DO TÓPICO (III): Com a justificação pela fé
recebemos a bênção do novo nascimento.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Reproduza o quadro abaixo. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em
seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.
CONCLUSÃO
O capítulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele
os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo
assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé
na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos
espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os
limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse
certo autor: “Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há
nada que eu possa fazer para Ele me amar menos”.
PARA
REFLETIR
A
respeito da Carta aos Romanos, responda:
1°
Qual era o significado da palavra paz no Antigo Testamento?
Resp: O uso que Paulo faz da palavra paz é diferente daquele usado no
mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se
refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo
significado era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
2°
Qual o primeiro benefício da justificação?
Resp: A paz com Deus.
3°
Qual o significado da palavra esperança no contexto de romanos?
Resp: No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo
presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro.
4°
Quem é a origem, fonte do amor?
Resp:
Deus é a origem e a fonte do amor.
5°
Faça um contraste entre Adão e Cristo.
Resp:
O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o
primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o
segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Os
benefícios da justificação
Ora, pode uma doutrina como a da justificação pela fé ter um benefício
prático na vida do crente? Há alguma consequência concreta quando o crente toma
a consciência de que foi justificado por Deus por intermédio da graça divina
mediante a fé em Jesus?
Professor, é importante enfatizar aos alunos de que toda doutrina
bíblica possui uma aplicação para a vida. Doutrina não é apenas teoria; ela
visa a amadurecer o crente a fim de que ele caminhe de maneira segura no
processo de amadurecimento da fé no caminho de Cristo. Por isso, ao iniciar a
aula desta semana, conforme a sua possibilidade, reproduza resumidamente os
benefícios da doutrina da justificação pela fé com o objetivo de facilitar a
reflexão em sala de aula:
O quadro acima destaca uma série de bênçãos que o crente justificado por
Deus tem acesso ao Pai no momento em que abre o coração para a Palavra de Deus.
Um dos pontos mais importantes desse quadro são as imagens que o apóstolo Paulo
usa para destacar o “homem imperfeito em Adão” e o “ser humano perfeito em
Jesus”. A maior das bênçãos da justificação pela fé é que se por Adão entrou no
mundo a morte, o sofrimento, a traição etc, por Cristo chegou a vida, a paz, a
esperança, a alegria e tudo quanto é bom para aquele que está em Cristo Jesus,
o nosso Senhor (Rm 5.12-21).
Enfatizar ao aluno a nova realidade de vida de uma pessoa justificada
por Deus é permitir-lhe conhecer uma das mais ricas e consoladoras doutrinas
sobre a condição do ser humano agora justificado por Cristo. Quantas são as
pessoas que chegam às nossas comunidades sofridas, cheias de condenação na alma
e na consciência? O contato, a assimilação e a fé nesta verdade bíblica
quebrarão e destruirão as amarras da alma e da consciência daqueles que se
sentem acusados e se tornam acuados pelo Inimigo de nossas almas. Ore a Deus,
peça-o para cada aluno viver a graça dessa verdade em nome de Jesus.
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