LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O
desafio da evangelização — Obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as
Boas-Novas a toda criatura
Comentarista:
Claudionor de Andrade
VERDADE PRÁTICA: Falar de Cristo às prostitutas, criminosos e
viciados também faz parte da missão evangelizadora da Igreja.
OBJETIVO
GERAL: Mostrar que falar de Cristo aos grupos desafiadores também faz parte da
missão evangelizadora da igreja.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Mostrar que o Evangelho de Jesus Cristo é inclusivo.
II. Conscientizar de que precisamos evangelizar as prostitutas.
III. Saber que devemos pregar o evangelho aos homossexuais.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O
Evangelho de Jesus Cristo é inclusivo. O Salvador veio para todos. Jesus pregou
para as mulheres em uma cultura onde elas não eram valorizadas. Ele evangelizou
senhoras de bem, mas também evangelizou algumas, como a samaritana, cuja
reputação não era boa. Ele acolheu os cegos, os aleijados, os publicanos e os
pobres. Sua atitude de amor foi duramente criticada pelos líderes religiosos de
sua época. Ele foi chamado de amigo de pecadores: “Veio o Filho do Homem,
comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de
publicanos e pecadores [...]” (Mt 11.19). Jesus não aprovou o pecado, mas
sempre se mostrou acessível ao pecador e as suas necessidades. O Salvador não
excluiu ninguém. Seu convite generoso ainda está aberto para todos que se
sentem rejeitados, cansados e oprimidos (Mt 11.28). Sigamos o exemplo do Mestre
alcançando os grupos desafiadores do nosso tempo.
INTRODUÇÃO
A igreja do século 21 tem um
grande trabalho pela frente: evangelizar os grupos desafiadores, dentre os quais
destacamos as prostitutas, os homossexuais, os criminosos e os viciados. Tais
pessoas não podem ser ignoradas em nossas ações evangelísticas.
Diante desse desafio, que exige
uma ação concentrada de toda a igreja, saiamos a ganhar, para Cristo, os que se
acham nos becos, sarjetas, prostíbulos, presídios e cracolândias. Jesus nunca
deixou um marginalizado sem consolo e alívio. Ele disse: “Vinde a mim, todos os
que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
PONTO CENTRAL: Como Igreja do Senhor, precisamos alcançar com o evangelho os grupos
desafiadores.
I. JESUS ANUNCIA O EVANGELHO DA INCLUSÃO
A narrativa da pecadora que, além
de ungir Jesus, lavou-lhe os pés com as lágrimas, enxugando-os com os próprios
cabelos, mostra a ação inclusiva do Evangelho de Cristo.
1. A
reação do fariseu, o incluído.
Vendo a pecadora adorando o Salvador, o fariseu pôs-se a murmurar contra
o caráter e a missão de Jesus (Lc 7.39). Ele julgava-se bom, justo e repleto de
boas obras. Aos próprios olhos, já estava incluso no Reino de Deus. Por esse
motivo, achava-se no direito de excluir aquela prostituta, condenando-a ao fogo
do inferno. Assim agiam os adeptos do farisaísmo (Lc 18.11).
Será que não estamos agindo de
igual maneira frente aos que necessitam ouvir o Evangelho amoroso e inclusivo
de Cristo? Não devemos excluir os que Deus quer incluir.
2. A reação da mulher, a excluída.
Àquela pecadora não restava outra
coisa senão chorar e adorar a Jesus com seu unguento e lágrimas (Lc 7.38). Ela
nada podia alegar em sua defesa, pois todos sabiam quem era ela e o que fazia.
Não podemos desprezar, pois, os que, ao nosso redor, choram envergonhados de
seus pecados.
3. Reação de Jesus, o amor inclusivo.
Diante da insensibilidade do
fariseu, o Senhor mostra a fé operosa daquela pecadora (Lc 7.44-46). Em
seguida, diante de todos, Jesus inclui a mulher no Reino de Deus: “Os teus
pecados te são perdoados. A tua fé te salvou; vai-te em paz” (Lc 7.48,50).
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Jesus, o Filho de Deus,
não excluiu ninguém. Ele anunciou o Evangelho da inclusão.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Embora Jesus seja amigo dos
desterrados e pecadores, seu ministério às pessoas menosprezadas não exclui
interesse nos membros respeitáveis da sociedade. Eles também precisam do Evangelho.
Jesus quer compartilhá-lo com pessoas de todas as convicções.
O relato do jantar de Jesus na
casa de Simão, o Fariseu, ilustra seu ensino sobre o pecado e a salvação. Uma
mulher entra na casa de Simeão sem ser convidada. Lucas a chama de bamartolos,
melhor entendido aqui por ‘prostituta’. Ela sabe que Jesus está lá; a refeição
de que Ele está participando não é particular. Como eram comuns naqueles dias,
outros tinham acesso a uma refeição em honra de um mestre distinto, ainda que
esta mulher nunca fosse bem-vinda na casa de um fariseu.
Obviamente esta mulher tem pouca
ou nenhuma preocupação com a opinião pública. Ela esqueceu que uma mulher
decente não solta os cabelos em público. Parece justo dizer que ela já conhece
Jesus como seu Salvador. Ela pode ter estado entre as pessoas que ouviram os
ensinos de Jesus e foram convencidas dos seus caminhos maus. Ela se arrependeu,
e Ele mudou a vida dela e a pôs no caminho do autorrespeito. Como pecadora
perdoada ela conhece o real significado da tristeza pelo pecado (Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4ª Edição. Volume 1. RJ: CPAD,
2009, p.361).
II. O EVANGELHO ÀS PROSTITUTAS
Na evangelização das prostitutas,
há duas perguntas a responder. Por que e como evangelizá-las?
1. Por
que evangelizar as prostitutas.
A resposta a esta pergunta é mais do que óbvia. Devemos evangelizá-las
porque Jesus morreu por elas também (Jo 3.14-16). Logo, como já deixamos claro
no tópico anterior, estejamos aptos a falar-lhes de Cristo. Várias são as
mulheres que, libertas de pecados sexuais, tornaram-se heroínas da fé, como
Raabe e a mulher pecadora na casa de Simão (Hb 11.31; Lc 7).
2. Como evangelizar as prostitutas.
Embora nada impeça que um homem
crente evangelize uma prostituta, recomenda-se, sempre que possível, que esse
trabalho seja acompanhado por uma equipe feminina. Seja como for, que essas
mulheres ouçam o Evangelho de Cristo. Todavia, acautelemo-nos daquelas que,
embora aprendam sempre, jamais chegam ao conhecimento da verdade, em
consequência de seu amor à vida pecaminosa (2Tm 3.7).
SÍNTESE DO TÓPICO (II): As prostituas também
precisam ser alcançadas pelo Evangelho de Jesus Cristo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Nos tempos bíblicos, o meretrício
era praticado com finalidades mercenárias e religiosas. Esse fato deve ser
observado no uso das várias palavras hebraicas que se referem a uma meretriz. A
palavra hebraica zona normalmente se refere a uma mulher que se ocupa
dessa prática com finalidades monetárias. A prostituta religiosa era
normalmente chamada de g desha, palavra que designava uma mulher
pertencente a uma classe especial de indivíduos religiosamente consagrados.
Tanto na época do Antigo Testamento como do Novo Testamento, era muito comum
que os sistemas religiosos pagãos empregassem regularmente prostitutas em seus
rituais religiosos nos santuários de seus ídolos, e as religiões não faziam
exceção a esse costume. Era um sistema que endeusava os órgãos e as forças
reprodutoras na suposição de que a reprodução e a fertilidade da natureza eram
controladas pelas relações sexuais entre deuses e deusas. Nesses santuários, os
adoradores dessas seitas participavam de relações sexuais com prostitutas
religiosas (do sexo masculino e feminino) do santuário acreditando que elas
iriam induzir os deuses e as deusas a fazer o mesmo trazendo, dessa forma,
fertilidade e produtividade, aos campos e aos rebanhos.
A Bíblia defende consistentemente
a pureza moral e mantém uma posição firme contra a prostituição de qualquer
tipo. Várias proibições podem ser encontradas na lei mosaica (Lv 19.29;
21.7,14; Dt 22.2) (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009,
p.1254).
III. O EVANGELHO AOS HOMOSSEXUAIS
Ao contrário do que alguns
supõem, Cristo também liberta e salva os homossexuais. Este grupo precisa ser
incluído em nossas ações evangelísticas.
1. Homossexuais em Corinto.
Entre os crentes de Corinto, havia também ex-homossexuais que, ao se
arrependerem de seus pecados, deixaram as velhas práticas. E, agora, achavam-se
entre os santos daquela igreja (1Co 6.10,11). Sua conversão não era propaganda
enganosa, mas real e constatável. Basta esse único caso para comprovar o poder
do Evangelho.
2. Como evangelizar os homossexuais.
Os homossexuais, tanto homens
quanto mulheres, devem ser abordadas diretas, mas respeitosa e amorosamente.
Devemos vê-los como as demais pessoas carentes da graça de Deus. Se crerem no
Evangelho e arrependerem-se de seus pecados, certamente serão salvos.
Já convertido, o ex-homossexual
será devidamente discipulado e integrado à igreja. E, bem orientado, começará
uma vida nova que, em todas as coisas, glorificará o nome de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Jesus ama os
homossexuais, por isso, precisamos alcançá-los com o Evangelho.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor aproveite a temática do
tópico para enfatizar que o crente não deve jamais atacar os homossexuais. Não
podemos julgar ou discriminar as pessoas. Nosso objetivo deve ser anunciar aos homossexuais
o grande e puro amor de Deus, manifestado no sacrifício vicário de Jesus
Cristo. Temos que aprender a amar o pecador e a odiar o pecado. Que jamais
venhamos nos esquecer, como Igreja do Senhor, que Jesus morreu por toda a
humanidade. O Salvador não morreu somente pelos heterossexuais.
Mostre que o ato sexual com
alguém do mesmo sexo é ‘abominação’ ao Senhor. Isto é, tal ato é, sobretudo,
detestável e repulsivo a Deus (Lv 18.22).
Em Romanos 1.27, o apóstolo
Paulo, certamente, considerou a abominação homossexual do homem e da mulher
como a evidência máxima da degeneração humana, resultante da imoralidade e do
abandono da pessoa por Deus. Qualquer nação que justifica o homossexualismo ou
o lesbianismo, como modo aceitável de vida, está nas etapas finais da corrupção
moral (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.213,1697).
IV. O EVANGELHO AOS CRIMINOSOS
Nossas prisões acham-se
abarrotadas de homens e mulheres que precisam ouvir a verdade libertadora do
Evangelho (Jo 8.32).
1.
A capelania de Paulo e Silas.
Os primeiros capelães carcerários
da Igreja de Cristo foram Paulo e Silas. Presos como criminosos comuns,
realizaram um trabalho incomum na penitenciária de Filipos. Ali, através de seu
testemunho e proclamação, ganharam o carcereiro e sua família para Jesus, além
de evangelizar os outros presos (At 16.19-34).
2. A
capelania da igreja atual.
Num país como o Brasil, há um vasto campo no âmbito da capelania
carcerária. A Igreja deve se esforçar para evangelizar os presídios e os menores
que estão sofrendo medidas socioeducativas. Além disso, não deve se ausentar
das áreas de risco, levando o Evangelho de Cristo às pessoas que traficam
drogas e dependentes químicos.
SÍNTESE DO TÓPICO (IV): Precisamos alcançar os
criminosos com o Evangelho.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Servir ao Senhor não é apenas um
dever cristão, é também um privilégio. Deus podia usar outros meios para levar
a mensagem de salvação ao pecador. Ele assim faz quando lhe apraz, mas isto não
é regra geral; é exceção. Seu método é usar homens para falar a homens. O
trabalho de ganhar almas para Deus é um privilégio que Ele nos concede para
obtermos galardão no dia de Cristo (Fp 2.16).
Há, neste sentido, uma solene
declaração da Bíblia em Provérbios 11.30. “A salvação é dádiva de Deus, mas
galardão é recompensa que o crente obtém sua atividade na obra do Senhor”
(GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD,
p.23).
V. O EVANGELHO AOS VICIADOS
Dizem que o número de viciados em
crack, no Brasil, pode chegar à casa do milhão. Se isso for verdade, estamos
diante de uma tragédia social.
1. Viciados libertos.
Na igreja em Corinto, havia também muitos irmãos libertos do álcool que,
à semelhança de outras drogas, vinha minando as bases do Império Romano.
Entretanto, os que dantes eram escravos do vício levavam, agora, uma vida
produtiva e digna (1Co 6.10,11). O mesmo aplica-se aos que, hoje, vivem
aprisionados à cocaína, ao crack, ao haxixe e outras substâncias nocivas.
2. Como evangelizar os viciados.
Não é fácil expor o Evangelho aos que vivem nas cracolândias. Muitos
deles já não têm qualquer discernimento; comportam-se como mortos-vivos. Para
alcançá-los, exige-se uma equipe evangelística especializada e assistida por
profissionais competentes. As medidas de segurança não podem ser desprezadas.
SÍNTESE DO TÓPICO (V): Como Igreja do Senhor,
não pode deixar de pregar o Evangelho aos viciados.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Há sempre uma porta aberta para
se falar da salvação. No caso da samaritana, o assunto do momento era água e
sede, e logo Jesus falou da água da vida que sacia a sede da alma. Vemos um
caso idêntico em Atos, capítulo 8. Aí o assunto era leitura e logo o servo de
Deus iniciou a conversa com uma pergunta também sobre leitura. Em João, capítulo
2, quando Jesus conversava com Nicodemos, talvez soprasse uma brisa, e logo Ele
usou o vento como figura” (GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal.
1ª Edição. RJ: CPAD, p.33).
CONCLUSÃO
Há outros grupos desafiadores que
não foram mencionados, mas que estão a requerer igual assistência. Busque
conhecer as reais carências de sua cidade. O momento atual exige uma ação
prioritária e urgente da Igreja de Cristo. Nenhum segmento social pode ficar de
fora de nossa ação evangelística.
PARA REFLETIR
A respeito dos grupos desafiadores, responda:
1° Por que o Evangelho de Cristo é inclusivo?
Resp: Porque Jesus ama a todos. Seu sacrifício na cruz foi para todos.
2° Quais são os principais grupos desafiadores?
Resp: As prostitutas, homossexuais, viciados.
3° O que mostra a igreja coríntia?
Resp: Mostra que entre os crentes de Corinto, talvez, houvesse também
ex-homossexuais que, ao se arrependerem de seus pecados, deixaram as velhas
práticas. E, agora, achavam-se entre os santos daquela igreja (1Co 6.10,11).
4° O que ensina a igreja coríntia?
Resp: Que os homossexuais podem ser evangelizados e salvos por Jesus Cristo.
5° Como se pregar aos grupos desafiadores?
Resp: Esses grupos devem ser abordados diretos, mas respeitosa e amorosamente.
Devemos vê-los como pessoas carentes da graça de Deus.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A evangelização dos grupos desafiadores
No mundo inteiro, uma agenda
progressista e revolucionária nos costumes invade a cultura ocidental, de modo
a causar graves confrontos de ideias, até mesmo físicos. Todo estudioso sério
sobre a cultura mundial sabe que a partir de Antônio Gramsci, sobretudo, da
queda do Muro de Berlim, em 1989, há uma proposta hegemônica em curso para
fazer uma revolução, não mais por intermédio das armas ou da violência física,
mas pela via cultural. Uma revolução que ganhe a consciência, o sentimento e a
alma do indivíduo ao ponto de ele começar a pensar sem discernir a origem
daquele pensamento, onde sua individualidade e consciência fossem dissolvidas
no “mar das lutas coletivas”. Por isso assistimos a intensificação da agenda
ideológica da defesa do aborto, da ideologia de gênero, do homossexualismo como
doutrinação, da legalização e naturalização da prostituição, do controle do
Estado sobre o indivíduo, do enfraquecimento do conceito de propriedade
privada, etc. Tudo isso faz parte de uma grande agenda contra a herança civilizatória
ocidental. Esta é resulta da simbiose entre a filosofia grega, o direito romano
e o cristianismo bíblico. Por isso se pode dizer que o tripé do Ocidente está
constituído em três grandes cidades: Atenas, Roma e Jerusalém. A proposta dessa
agenda é implodir esse tripé.
O que isso tem a ver com a evangelização da Igreja?
Para quem não tem a esperança em
Cristo, o quadro é de caos no mundo. Por isso, uma vez portadora dessa
consciência histórica, a Igreja deve exercer um papel profético, se dirigindo
aos meandros de uma sociedade sem Deus, mas não se envolvendo em guerras
abertas sobre temas periféricos em que em nada contribui para a ação
evangelizadora.
A Igreja, sob o ponto de vista
moral, deve se declarar a favor da vida, do modelo de família estabelecido por
Deus, da dignidade da pessoa humana, se posicionando claramente contra a ideia
da prostituição, etc. Mas por outro lado, ela deve ter o cuidado de não
transformar isso numa guerra contra pessoas por intermédio da política
partidária, pois a natureza primária da evangelização é alcançar todos os povos
e, principalmente, as pessoas mais excluídas da sociedade (Lc 4.18-19). Devemos
reconhecer que há prejuízo para a prática da evangelização quando os confrontos
são radicalizados. Neste sentido, devemos amar os grupos desafiadores por
intermédio do amor do Pai derramado em nossos corações.
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