4º Trimestre de 2016 / Adultos
Título: O Deus de toda provisão — Esperança
e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “[...] Bendito seja o SENHOR, que não deixou, hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel” (Rt 4.14).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Apontar a crise econômica pela qual Belém estava passando;
II.
Mostrar como Noemi e Rute superaram as crises;
III.
Enfatizar que a fé e o trabalho nos ajudam a superar as crises.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A
família de Elimeleque teve que deixar Belém devido a uma grave crise econômica.
Era tempo de escassez. A crise era resultado da desobediência dos israelitas
para com o Senhor no tempo dos juízes. Um tempo difícil, onde cada um fazia
aquilo que parecia ser bom aos seus próprios olhos. A falta de temor e
observância da lei trouxe sérios prejuízos espirituais e financeiros para
Israel. A família de Elimeleque muda-se para Moabe na esperança de ter dias
melhores. Mas, ali Elimeque morre e é enterrado. Seus dois filhos também vieram
a falecer em Moabe. Noemi, a esposa de Elimeleque teve que enfrentar a perda do
marido e dos filhos. Mas crises ainda piores estavam por vir. Todavia, Deus lhe
concedeu um escape; uma nora que a amou e a acolheu em tempos de amargura.
Noemi e Rute voltam para Belém, trabalham, mantém a fé em Deus e são
grandemente abençoadas. Todos nós enfrentamos momentos de dor e aflição. Mas a
nossa fé nos faz avançar, trabalhar e ver o impossível sendo realizado. Diante
das adversidades, não desanime, não pare.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a história de uma família
que enfrentou a crise da fome, do luto e da desesperança. É a história de três
viúvas: Noemi, Orfa e Rute. Elas enfrentaram momentos terríveis. Porém, duas
delas não se deixaram abater pelas dificuldades. Com fé, inteligência,
lealdade, persistência e esperança, venceram dificuldades. É uma história de
trabalho, provisão e resgate.
I.
A CRISE ECONÔMICA
1. Fome na “casa do pão”.
Belém de Judá
estava enfrentando uma terrível crise econômica. A fome tomou uma proporção
gigantesca, obrigando as pessoas a deixarem a região. A escassez era resultado
do mau governo dos últimos juízes de Israel. Estes haviam abandonado ao Senhor.
Belém, que significa “casa de pão”, estava com fome. A cidade deixou de ser um
celeiro de grãos para ser um lugar de escassez. Neste caso, a fome era
resultado da disciplina divina (Lv 26.18-20). Israel afastou-se da comunhão com
Deus, adorando ídolos pagãos. Nem todos agiam de modo pecaminoso, mas a
disciplina era para todos.
2. A crise alcança uma família (Rt
1.1,2).
Elimeleque, Noemi e
seus filhos, Malom e Quiliom são atingidos pela crise. A escassez obrigou
Elimeleque a deixar, juntamente com a família, a sua terra. Naquele momento de
crise, eles fizeram o que parecia ser o melhor para toda a família, ou seja,
seguiram para Moabe. Ao chegarem a Moabe, ao invés de encontrar pão,
encontraram a doença e a morte. Elimeleque e seus dois filhos morreram em
Moabe. Noemi ficou sozinha com suas duas noras. Naquele tempo não havia
previdência social. As viúvas eram sustentadas pelos filhos, em especial o
primogênito. Logo, perder o marido e os filhos era uma situação terrível.
3.
Três viúvas.
Essas mulheres, desprotegidas, sofreram enormes
dificuldades para sobreviver. Mas Deus não abandona seus filhos nem os
desampara. O Senhor já tinha um plano de redenção e bênção preparado para Noemi
e Rute. Em momentos de crises, muitas vezes achamos que Deus está silencioso e
distante. Parece não haver saída, mas Ele está trabalhando em nosso favor. Por
isso, não tenha medo. Deus não vai desamparar você.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A história de Rute desenrola-se durante o período
dos juízes. Ela revela que durante a deplorável apostasia moral e espiritual
daqueles dias, havia um remanescente fiel que continuava a amar e obedecer a
Deus. O livro salienta o fato de que Deus opera na vida daqueles que permanecem
fiéis a Ele e à sua Palavra.Embora Noemi fosse uma fiel seguidora do Senhor, experimentou grande adversidade. (1) Ela e a sua família sofreram os efeitos da fome, e tiveram que abandonar sua própria casa. Além disso, ela perdeu seu marido e seus dois filhos. Parecia que o Senhor a abandonara e até mesmo se voltara contra ela. (2) A história de Rute, no entanto, revela que Deus continuava cuidando dela, inclusive agindo através de terceiros, para socorrê-la em suas necessidades. Como no caso de Noemi, o crente fiel e leal a Cristo pode experimentar grandes adversidades na sua vida. Tal fato não significa que Deus o abandonou ou que está castigando. As Escrituras frisam, repetidas vezes, que Deus continua, com todo o amor, a fazer todas as coisas cooperarem para o nosso bem em tempos de aflição (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.422).
CONHEÇA MAIS
NOS
DIAS DOS JUÍZES
A história de Rute desenrola-se durante o período
dos juízes. Ela revela que durante a deplorável apostasia moral e espiritual
daqueles dias, havia um remanescente fiel que continuava a amar e obedecer a
Deus. O livro salienta o fato de que Deus opera na vida daqueles que permanecem
fiéis a Ele e à sua Palavra”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo
Pentecostal, CPAD, p.422.
II.
SUPERANDO AS CRISES
1. Noemi enfrenta a crise.
Noemi tornou-se uma
mulher amarga, triste e sem esperança. Parecia não existir solução para a crise
que estava vivendo. As dificuldades podem embaçar a nossa visão e tirar toda a
nossa expectativa. Se você está enfrentando uma situação que não parece ter
solução, não se desespere. Tenha fé no Deus de toda a provisão. Noemi foi
dominada pela amargura e dor. Seus sentimentos tornaram-se amargos. Ela não
esperava mais nada da vida, senão a morte.
2. O retorno para sua terra.
Noemi tomou a decisão de retornar para Belém, a sua
terra natal. Porém, antes ela decidiu liberar suas noras, Orfa e Rute, para que
voltassem às suas famílias. Orfa aceitou a liberação de sua sogra e retornou
para sua família. Mas Rute não quis abandonar a sogra. Talvez, Noemi estivesse
pensando que Deus a estava castigando com todos aqueles sofrimentos. Ela não
podia imaginar o plano de Deus em todas aquelas adversidades. Aprendemos com a
Palavra de Deus que “[...] todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus [...]” (Rm 8.28).
3.
Rute e o Deus de Israel.
Rute declarou: “[...] O teu Deus é o meu Deus” (Rt
1.16). Sua sogra, embora atravessando um momento difícil, deu um excelente
testemunho. A convivência com Noemi levou Rute a ter uma experiência pessoal
com Deus. Rute se apegou à sua sogra. Tal gesto de amor e generosidade nos
mostra que é possível o bom relacionamento entre noras e sogras.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
A
declaração de Rute (1.16,17)
A famosa expressão de compromisso de Rute à sua
sogra não somente demonstra lealdade a uma amiga, mas também esclarece um
aspecto teológico. Rute disse ‘seu povo será o meu povo’ antes de dizer ‘e seu
Deus será o meu Deus’. Nos tempos do Antigo Testamento, Deus tinha um
relacionamento de aliança somente com Israel. Ao identificar-se com o povo da
aliança, Rute qualificou-se ao proclamar o Deus de Israel.Em lugar de fazer Noemi feliz, os envolvimentos familiares e velhos amigos tornaram a aflição de Noemi mais intensa. Podemos entender por que. Voltar para casa depois da morte de um ente querido é igualmente fazer-nos sentir nossa perda. Nosso lar parece vazio, o silêncio é escurecedor. De repente somos esmagados pela aflição, pela ausência. Nossos queridos é que fazem de nossa casa o ‘lar’. Aos olhos de Noemi, que deixara Belém com um marido e dois filhos, o retorno trouxe-lhe à consciência a brutal extensão de sua perda (RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, p.175).
III.
FÉ E TRABALHO
1. Noemi e Rute chegam à terra do
pão.
A chegada de duas
mulheres viúvas à cidade deve ter chamado a atenção das pessoas, especialmente
daquelas que haviam conhecido Noemi antes de sua partida. Noemi agora se
encontrava com a alma amargurada. Por isso, pede para ser chamada não mais de
Noemi, que significa “agradável”, mas “Mara”, isto é, “amarga”. Noemi retornou
à sua cidade sem marido, sem filhos e sem bens. Ela acreditava que todo aquele
sofrimento vinha de Deus, como uma forma de punição (Rt 1.21).
2.
Rute ajuda Noemi.
Elas chegaram a Belém no “princípio da sega das
cevadas” (Rt 1.22), ou seja, quando a colheita estava começando. Se em Moabe a
situação era precária, agora em Belém, havia esperança, pois havia trabalho na
colheita da cevada. Vencemos as crises com a ajuda de Deus e com muito
trabalho. O trabalho é bênção de Deus, pois é do nosso salário que tiramos a
provisão para nossas famílias.
3.
Rute trabalha apanhando espigas.
Rute vai para um campo de cevada que pertencia a um
parente de Elimeleque. Ali, ajunta as espigas que os segadores deixavam para
trás. Essa prática era permitida pela Lei Mosaica para ajudar os necessitados
(Dt 24.19-21). Nosso país vive um momento de crise econômica, e a falta de
emprego é uma realidade que tem atingido milhões de pessoas. Muitos que
perderam seus empregos buscam qualquer serviço que lhes dê condições de
sobrevivência. Siga o exemplo de Rute, não fique de braços cruzados. Ela
trabalhou todo o dia no campo até ajuntar cevada suficiente para si e sua
sogra. Sua diligência no trabalho chamou a atenção do dono do campo, Boaz. O
trabalho dignifica o trabalhador, e Rute demonstrou sua lealdade e beneficência
para com sua sogra.Ao dispor-se a trabalhar no campo, Rute descobriu que Boaz era parente de Elimeleque e, por lei ele poderia se casar com ela e redimi-la. Boaz fez tudo conforme orientava a lei. Ele é um tipo de Cristo, o nosso Redentor, que sendo rico se fez pobre para nos fazer herdeiros das suas riquezas (2Co 8.9). Boaz casa com Rute e ela dá à luz a um filho, o qual recebeu o nome de Obede. Mais tarde Obede se tornou o avô de Davi. Deus honrou a decisão, a atitude e o trabalho de Rute.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Uma
reputação merecida
Em uma pequena comunidade, a história de Rute e
Noemi seria de domínio público, o alvo das atenções. Agora, os eventos
mostravam Rute trabalhando arduamente (Rt 2.7): reverenciosa (Rt 2.10),
recatada, bem-agraciada (Rt 2.13). A reputação que construímos abre, ou fecha
portas para a oportunidade.A declaração de Boaz abençoando Rute pode ser considerada uma oração (Rt 2.12). ‘Recompensa’ aqui é maskoret, uma palavra com sentido de ‘salários’. Boaz credita a Rute o melhor, por sua piedade e escolha do Deus de Israel, e está convencido de que um Deus justo providenciar-lhe-á a justa recompensa. Disse tudo isso saber que seria ele próprio o instrumento para esta resposta. Deus, frequentemente, usa como seu agente aquele que ora para responder tal oração (RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, p.176).
CONCLUSÃO
Rute teve algumas perdas em sua vida; perdeu o
sogro, o cunhado e o marido. Além dessas perdas, teve que cuidar de uma sogra
triste e desamparada. Mas o Deus da provisão não desamparou Rute nem Noemi.
Temos um Deus que nos ajuda e abençoa-nos com o trabalho e a sua provisão.
Confie!
A
respeito de Rute, Deus trabalha pela família, responda:
1°
A escassez em Belém era resultado de quê?
Resp:
A escassez era resultado do mau governo dos últimos juízes de Israel. Estes
haviam abandonado ao Senhor.
2°
Para onde Elimeleque e sua família foram para escapar da fome?
Resp:
Eles foram para Moabe.
3°
No tempo de Noemi quem deveria sustentar uma viúva?
Resp:
Os filhos e parentes mais próximos.
4°
Qual o significado dos nomes Noemi e Mara?
Resp:
Noemi significa agradável, mas Mara, amarga.
5°
Boaz é um tipo de quem?
Resp:
Boaz é um tipo de Cristo, o nosso Redentor que sendo rico se fez pobre para nos
fazer herdeiros das suas riquezas (2Co 8.9).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Rute,
Deus trabalha pela família
Rute era uma moabita que casou com dois homens
judeus. O primeiro, que posteriormente faleceu, Malom, filho de Noemi (Rt 1.2).
O segundo, Boaz, um parente do marido de Noemi (4.3). Na lei, mais
especificamente em Deuteronômio 23.3,4, havia uma proibição expressa de os
judeus aceitarem moabitas em sua comunidade: “Nenhum amonita ou moabita entrará
na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação
do SENHOR, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no
caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho
de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar”. É possível que a
geração de Noemi desconhecesse essa lei, pois se tratando do período dos
juízes, uma característica dessa geração era desconhecer a Lei de Deus.Entretanto, a opção de Rute chama atenção de qualquer estudioso ou leitor do livro. Num contexto em que se achava sua sogra, um momento difícil sob o ponto de vista político e econômico, seria natural que Rute tomasse a mesma decisão que a da sua irmã, Orfa. Sem marido, sem herança e na pobreza, por que não voltar para sua terra natal e estabelecer uma nova família de dentro do seu povo original?!
Mas Rute renunciou o seu próprio povo para ficar com outro estranho para ela. Isso significou trocar a cultura do seu povo pela do outro povo, deixar o deus da sua casa e reconhecer o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. O resultado da devoção de Rute a Deus e a sua consideração por Noemi, sua sogra, foi à providência de um remidor, Boaz, que a remiu e assumiu toda a responsabilidade marital com Rute. O que significava naquele tempo sobrevivência pessoal e da descendência da família.
No Evangelho de Mateus, Rute, a moabita, é mencionada na genealogia de Jesus (1.5). É muito interessante, que além de Raabe, uma ex-prostituta de Jericó, apareça a moabita Rute oriunda de uma cultura pagã e idólatra. É a prova de que Cristo Jesus veio como o salvador de qualquer ser humano e que a sua graça é capaz de alcançar o mais vil pecador.
A história de Rute nos mostra o quanto Deus guia os passos dos que desejam servi-Lo com verdade. Embora vivendo um contexto de escassez e fome, Deus trouxe provisão à necessidade de Rute. A história dessa grande mulher nos estimula a vivermos uma vida de devoção sincera a Deus, sabendo que o Pai é grande o bastante para abençoar o esforço das nossas mãos e a sinceridade da nossa fé.
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