LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O Deus de
toda provisão — Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises
Comentarista: Elienai
Cabral
TEXTO ÁUREO: “Pois o
SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses [...], que não faz acepção de pessoas,
nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro,
dando-lhe pão e veste” (Dt 10.17,18).
VERDADE PRÁTICA: Em tempos de crises Deus realiza o impossível e o
extraordinário.
OBJETIVO GERAL: Ressaltar que em tempos
de crise Deus opera o impossível.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Apontar a crise financeira pela qual a viúva que procurou Eliseu passava;
II.
Mostrar que Deus realiza milagres;
III.
Enfatizar que Deus dá a provisão na medida certa.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a respeito do milagre da multiplicação do azeite
realizado pelo profeta Eliseu. O milagre da multiplicação do azeite nos mostra
que para Deus não existem impossíveis. Não importa a crise que o nosso país
esteja enfrentando, o Senhor pode realizar o impossível para nos abençoar financeiramente.
A viúva endividada, no momento de crise foi até a pessoa certa, um profeta e
homem de Deus. É preciso ter cuidado, pois muitos estão buscando o milagre
divino no lugar errado e com a pessoa errada. Em tempos de crises não faltam
falsos profetas que prometem soluções milagrosas. Estes pseudos profetas
"vendem a bênção" do Senhor, ganhando com a dor e a miséria alheia.
Precisamos estar atentos, pois Deus não negocia milagres.
INTRODUÇÃO
Deus concedeu a Eliseu autoridade
espiritual para que ele pudesse suceder Elias. O seu ministério foi marcado por
muitos milagres. Na lição de hoje, vamos estudar o milagre que Deus operou por
intermédio do seu servo para salvar uma viúva e seus dois filhos de uma crise
financeira.
PONTO CENTRAL: Em
tempos de crises, Deus realiza milagres.
I. UMA FAMÍLIA EM DIFICULDADES
1. A crise das dívidas.
Não sabemos o nome da viúva nem
dos seus filhos, mas sabemos que ela era esposa de um discípulo de Eliseu.
Parece que este não lhe deixou nenhuma herança, apenas uma dívida impagável. A
situação daquela mulher era desesperadora. As viúvas eram sustentadas pelos
filhos e tudo indica que seus filhos ainda eram crianças.
2. O risco de perder os filhos.
A mulher corria o risco de perder
seus dois filhos para os credores. Eles poderiam ser vendidos como escravos
para saldar a dívida. A situação era gravíssima, pois não havia emprego para
uma viúva. Ela também não tinha dinheiro, joias ou qualquer tipo de alimento em
casa. Vivemos tempos de grandes dificuldades econômicas, quando muitas famílias
estão vivendo em absoluta pobreza. O número de desempregados é um dos maiores
da história do país. Muitos já não têm como sustentar suas famílias, e falta o
pão de cada dia. Não poucos crentes, fiéis a Deus, estão desempregados e
padecendo necessidades. Precisamos, como Igreja do Senhor, socorrer os
necessitados e aflitos.
3. A viuvez.
No Antigo Testamento, a mulher
trabalhava somente em casa e era sustentada por seu marido. Quando o marido
morria, era amparada por seus filhos ou parentes, até que encontrasse algum
familiar que se tornasse o remidor, casando-se com ela. No caso da viúva que
Eliseu ajudou, não houve quem a remisse. Pelo contrário, a dívida contraída por
seu marido deveria ser paga com a venda de seus filhos. Em meio à crise
financeira, a mulher lembrou-se do homem de Deus. Talvez Eliseu tivesse
conhecido aquela família nos tempos de bonança. Deus não desampara as viúvas e
os órfãos.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): A família da viúva que
foi procurar a ajuda de Eliseu estava correndo sérios riscos.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
A viuvez no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, a questão
da viuvez já era tratada com muita atenção. Inclusive, Deus advertira
fortemente ao povo de Israel para que tratasse bem aos órfãos e as viúvas, caso
contrário, Ele castigaria contundentemente aqueles que os oprimissem (Êx
22.22-24; Sl 68.5; Ml 3.5).
Um detalhe interessante a ser
notado é que as passagens tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, que tratam
da questão da viuvez, não falam do cuidado com os viúvos, mas, sim, em relação
às viúvas, uma vez que, no modelo de organização familiar daqueles tempos, a
morte da esposa não mudava a posição social e econômica do marido, mas o contrário,
sim. Lembremo-nos que, nos tempos antigos, ou seja, no período bíblico e também
durante muitos séculos depois, não havia pensão alimentícia nem seguro social,
e as mulheres também não tinham tantas alternativas de emprego em nossos dias.
Já para o homem, que normalmente sustentava a família sozinho, havia muitas
opções, além de ser privilegiado na questão das heranças. Por esse motivo as
viúvas passavam geralmente grandes necessidades.
No período bíblico, perder o
marido significava para a mulher perder de forma dramática a sua posição social
e econômica, e, conforme os lembram dos teólogos Merril F. Unger e William
White Jr, ‘a gravidade da situação era aumentada se ela não tivesse filhos’
(Dicionário Vine, p.33). No caso de não ter gerado filhos, a viúva voltava para
a casa dos pais (Gn 28.1) e ficava sujeita à lei do levirato, que já era praticada
antes de Moisés, mas foi estabelecida como lei, de fato, somente com ele (Dt
25.5,6) (COLEHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.43,44).
CONHEÇA MAIS
Escravos
Nos tempos do Antigo Testamento,
uma família de uma pessoa podia ser tomada e vendida para escravidão temporária
para pagar uma dívida devida pelo pai. O ato de Eliseu demonstrou a preocupação
de Deus pela viúva e pelo órfão que simbolizam o afligido pela pobreza e pela
fraqueza no AT.
Óleo de oliva refinado era usado
em cozimento, cosmético e queimado como combustível na iluminação e era sempre
mantido em combustão, mesmo na casa mais pobre dos hebreus. Podia ter sido
facilmente vendido pela viúva, à dívida paga e, assim, as necessidades da própria
família seriam atendidas.
Para conhecer mais leia, Guia do
Leitor da Bíblia, CPAD, p.245.
II. DEUS REALIZA MILAGRES
1. A fé do
profeta.
O
capítulo quatro do segundo livro de Reis registra quatro milagres operados por
Eliseu. Estes milagres evidenciam a fé do profeta e o cuidado de Deus para com
todos aqueles que creem nEle. Se quisermos ver milagres em nossas vidas
precisamos crer. É preciso ter fé, pois o que duvida não pode receber nada do
Senhor. Mesmo em tempos de crises, não podemos nos esquecer de que para Deus
não existem impossíveis. Ele pode operar um milagre em sua vida, creia.
2. A viúva procura Eliseu.
Diante da crise, a viúva decidiu
procurar a ajuda do profeta. A primeira pergunta que Eliseu fez à mulher foi:
“Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa”. A igreja neste
tempo de crise econômica deveria fazer à sociedade a mesma pergunta. A Igreja
de Cristo não pode fugir à sua responsabilidade para com os pobres, órfãos e
viúvas. Precisamos investir no serviço social. Eliseu, como homem de Deus,
sabia que o Senhor poderia reverter à situação financeira daquela viúva. Ele
não quis saber quem era o responsável pela dívida, mas decidiu ajudar uma
pessoa necessitada.
3. Deus utiliza aquilo que temos.
O que você tem em mãos para
começar a ver o milagre de Deus? Moisés tinha um cajado e com ele Deus operou
grandes maravilhas. Davi tinha uma funda e algumas pedrinhas e com elas
derrotou o gigante Golias. Pedro tinha uma rede de pesca e viu o milagre de
Deus, depois de uma noite sem pegar nada. É a partir de “uma botija de azeite”
que Deus torna tudo abundante, porque Ele é o Deus de toda provisão.
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Deus não mudou. Ele
continua a realizar milagres.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
A solução dentro de casa
O problema da dívida daquela
família precisava ser resolvido. Eliseu não pensou em buscar um empréstimo para
saldar aquela pendência financeira. Ele perguntou o que a que mulher tinha em
sua casa. Curiosa essa pergunta, pois se a mulher veio até o profeta pedir
ajuda para não ter seus filhos levados como escravo por causa de uma dívida é
plausível entender que ela não tinha bens de valor material em casa que fossem
suficientes para a quitação do débito.
A mulher respondeu ao profeta:
‘Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite’ (2Rs 4.2). Em que
um vaso de azeite seria útil em uma casa com falta de provisão? Lawrence O.
Richards fala que óleo de oliva refinado no cozimento, cosmético e queimado
como combustível na iluminação, e era sempre mantido em combustão, mesmo na
casa do mais pobre dos hebreus’ (Guia do Leitor da Bíblia, p.245). É possível
entender; dessa nota, que o azeite era um produto de pouco valor agregado, de
baixo custo, mas essencial à vida de todos. A ordem de Eliseu à mulher foi que
conseguisse muitos vasos emprestados, vazios, e que fechasse a porta de sua
casa, e derramasse o pouco de azeite que tinha naqueles vasos. Obedecendo à
palavra do profeta, aquela viúva viu o milagre que Deus realizou multiplicando
o pouco que ela possuía. Não havendo mais recipientes onde estocar o azeite,
cessou o milagre.
Aquela mulher tinha então uma
grande quantidade de azeite em casa, mas parece que não sabia o que fazer com
ele. Indo mais uma vez ao profeta, contou-lhe o ocorrido e ouviu dele que
vendesse o azeite, pagasse a dívida e vivesse do restante. É preciso saber
trabalhar com o que se tem em mãos.
A ordem era clara. Aquele milagre
não aconteceu para que ela gastasse o dinheiro com coisas desnecessárias, mas
sim para que pagasse a dívida adquirida por seu falecido esposo. Como servos de
Deus, precisamos entender que Deus dá o necessário para as necessidades, e não
para as vaidades (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da
Vida. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.53-54).
III. PROVISÃO NA MEDIDA CERTA
1. Preparação
para receber o milagre.
Eliseu
orientou a viúva a respeito de como ela deveria proceder. A mulher precisaria
de muitas vasilhas, pois a multiplicação do azeite, que havia em sua casa,
seria sem medida. Ela precisava se preparar para receber tal bênção. Prepare
também seu coração e sua casa para receber a provisão de Deus. O dia do seu
milagre chegará, assim como chegou para a viúva.
2. Provisão abundante.
A viúva tinha somente uma botija
de azeite e a lição que aprendemos é que Deus abençoa aquilo que temos, não
importa a quantidade. Deus nunca nos dará uma porção menor do que necessitamos.
Sua medida é sempre além, sacudida, recalcada e transbordante.
3. Fé em ação.
A viúva e seus filhos deveriam
“tomar vasos emprestados”, tantos quantos pudessem conseguir e trazê-los para
dentro de casa. Eles precisavam seguir as orientações do profeta. Para que não
houvesse a interrupção dos credores à sua porta, nem o comentário de pessoas
incrédulas, a viúva deveria fechar a porta de casa. O milagre de Deus era para
aquela casa e não deveria ser partilhado com mais ninguém. O milagre de Deus é
para você e sua família. A mulher encheu todas as vasilhas com o azeite e
quando estas acabaram o azeite também acabou. A viúva não sabia o que fazer com
o azeite, então ela retorna ao profeta a fim de ouvir suas instruções. Eliseu
dá-lhe a seguinte instrução: que o azeite fosse vendido, e com o dinheiro,
pagasse a dívida. O azeite foi suficiente para saldar as dívidas e cuidar dos
filhos.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Deus nos concede a sua
provisão na medida certa.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Deus espera que ajamos com
sabedoria em todos os momentos de nossa existência, sobretudo nas adversidades.
O pouco que aquela mulher tinha em casa foi feito em muito, mas ela precisava
ser sábia no tocante ao que fazer com aquele muito que o Senhor lhe dera. Ter
recursos em abundância não é suficiente para que solucionemos problemas de
escassez. É preciso que saibamos utilizar o que Deus nos deu.
A orientação de Eliseu foi que a
mulher vendesse o azeite e pagasse a dívida que destruiria sua família que já
estava desfalcada. A mulher já tinha visto o milagre sendo operado. Agora,
deveria angariar os fundos necessários com a utilização correta do milagre de
Deus. Lembre-se disso: Na hora em que a despensa está vazia, não adianta ter
muitos recursos se você não sabe como aproveitá-los em prol de sua subsistência
e de sua família (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da
Vida. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.54).
CONCLUSÃO
Muitos crentes estão vivendo o
drama da despensa vazia, da falta de recurso e das muitas dívidas. Com certeza
são momentos difíceis, mas não desanime. Ore ao Senhor, creia e o seu milagre
chegará à sua casa. A viúva seguiu as orientações do profeta de Deus. Leia a
Bíblia e ouça as orientações do Senhor para a sua vida. Deus vai instruí-lo a
vencer a crise da escassez e do endividamento.
PARA REFLETIR
A respeito do milagre está em sua casa, responda:
1° Quem deveria sustentar as viúvas?
Resp:
As viúvas eram sustentadas pelos filhos e parentes mais próximos.
2° O que aconteceria se a viúva não pagasse as
dívidas?
Resp:
A mulher corria o risco de perder seus dois filhos para os credores. Eles
poderiam ser vendidos como escravos para saldar a dívida.
3° Qual foi à primeira pergunta do profeta para a
viúva?
Resp:
A primeira pergunta foi: O que você tem?
4° O que a viúva tinha em sua casa?
Resp:
Uma botija de azeite.
5° O que você tem em suas mãos para ver o milagre
de Deus?
Resp:
Resposta pessoal.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O Milagre Está em Sua Casa
O nome Eliseu significa “Deus é
salvação”. Auxiliar do profeta Elias, Eliseu era filho de Safate, de
Abel-Meolá, no Vale do Jordão. Tinha como trabalho arar a terra com junta de
bois. O jovem Eliseu foi convidado pelo profeta Elias a segui-lo. O texto
bíblico mostra que ele “se levantou, e seguiu a Elias, e o servia” (1Rs 19.21).
O primeiro ponto digno de nota na
vida do profeta Eliseu foi a sua humildade e a disponibilidade em aprender com
o profeta Elias. Na caminhada com Deus, saber ouvir e ter o compromisso de
aprender com o outro é muito importante. Na época de Eliseu não havia uma
espécie de seminário teológico ou faculdade que tinha o objetivo de formar,
embora houvesse escola de profetas, mas que nem de longe era parecida com as
instituições modernas. Os profetas eram formados aos pés dos outros profetas.
No dia a dia da caminhada, os profetas iam sendo formados, trabalhados e
forjados diante de Deus e dos homens.
Outro ponto digno de nota é que o
ministério do profeta Eliseu é permeado por milagres. Segundo especialistas em
Antigo Testamento, excetuando a pessoa de Jesus Cristo, ninguém na história
sagrada registrou a quantidade de sinais e maravilhas como consta o registro na
vida do profeta mediante o seu ministério. Ele sarou águas infectadas (2Rs
2.19-22), fez brotar água no deserto (2Rs 3.9,16-20), proveu a necessidade da
viúva (2Rs 4.1-7) e ressuscitou mortos (2Rs 4.18-37), além de curar leprosos
(2Rs 5). Estes três últimos milagres antecipam o que o nosso Senhor faria em
abundância em seu ministério terreno.
A vida e a obra de Eliseu nos
ensinam que Deus traz provisão no momento oportuno. O ministério do profeta
mostra uma profusa quantidade de ações divinas em favor das pessoas que por
intermédio dele eram abençoadas.
Não podemos perder a dimensão da
verdade bíblica de um Deus que provê. O que não significa abrir barganha com
Ele. Nada disso. Resgatar a visão bíblica de que Deus intervém na circunstância
de uma pessoa é urgente a fim de não cairmos no erro de uma religiosidade sem
paixão, de uma ortodoxia morta e do gélido ceticismo.
À luz da vida de Eliseu, somos
convidados a andar com Deus em fidelidade e verdade. Amá-Lo de todo o nosso
coração, alma e pensamento. À medida que nos aproximamos mais de Deus por
intermédio da oração e da leitura da Palavra, o Senhor se aproxima mais de
nossas vidas. Por isso, busquemos ao Senhor, o reverenciemos enquanto há tempo.
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