LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O Deus de toda provisão —
Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises
Comentarista: Elienai Cabral
TEXTO ÁUREO: “E apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser” (Gn 26.2).
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
I. Apontar o porquê de Isaque
ter descido ao Egito;
II. Ressaltar a crise que
Isaque teve que enfrentar com seus vizinhos;
III. Explicar porque é preciso
"cavar poços" em tempos de crise.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito da
ida de Isaque para o Egito e as crises que o filho da promessa teve que
enfrentar ali. Deus tinha feito uma promessa a Abraão e seus descendentes, mas
isso, não significava que eles não enfrentariam obstáculos e crises. Isaque
também teve que enfrentar a tensão da esterilidade de sua esposa. Enfrentou a
crise da falta de alimentos e de água; além de vizinhos invejosos e perversos.
Mesmo enfrentando problemas com seus vizinhos, Isaque não deixou de trabalhar,
de investir e crer na provisão divina. Seus inimigos, por diversas vezes
entulharam seus poços, mas ele continuou crendo. A fé fez com que ele cavasse
vários poços. Em tudo Isaque pode ver a suficiência divina. Se você está
atravessando uma crise, seja ela financeira, familiar, ministerial ou
espiritual; não desista! Continue “cavando seus poços”, trabalhando e crendo.
Pois você também verá a provisão de Deus.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje veremos, que assim como no tempo de Abraão, a terra
estava enfrentando novamente um período de escassez. Então Isaque, o filho da
promessa, foi buscar pastagem no território de Abimeleque, perto da fronteira
com o Egito. Porém, Deus apareceu ao seu servo e disse-lhe que não deveria
descer ao Egito. O Senhor também renovou-lhe as promessas dadas a Abraão. Canaã
deveria ser a casa de Isaque e não o Egito. Canaã celestial é a nossa casa,
estamos indo para lá. Por isso não se deixe seduzir pelas riquezas deste mundo.
I. ISAQUE VAI PARA GERAR
POR CAUSA DA FOME
1. A intenção de Isaque.
A decisão de descer ao Egito parecia ser a melhor opção. Em tempos de
fome e escassez, as pessoas tendem a tomar decisões que envolvem mudança.
Querem mudar de localidade, de país, de emprego, tentando escapar da crise. Não
existe nada de errado em querer mudar e livrar-se das dificuldades. Porém, toda
mudança deve ser feita com a orientação de Deus. Nunca tome decisões sem antes
orar e consultar ao Senhor. Ouça a voz do Pai Celeste. Temos um Deus que fala e
que tem prazer em nos orientar. Ele não nos quer andando de um lado para o
outro sem direção.
2. Promessas em tempos de
crises.
Havia fome na terra. A crise estava instalada, mas os céus não estavam e
não estarão jamais em crise. O Senhor apareceu a Isaque e renovou-lhe as
promessas que haviam sido feitas ao seu pai. Mesmo em tempos de escassez, o
filho da promessa ouve a voz de Deus que lhe assegura: “Serei contigo e te
abençoarei” (Gn 26.3). O Deus de Isaque é o nosso Deus. Ele não mudou e também
deseja abençoar sua vida. Não importa se um país está em meio a uma crise
política e econômica. Para Deus não existem impossíveis.
3. A obediência de Isaque.
Assim como seu pai, Isaque era obediente. Se Deus estava dizendo que não
era para descer ao Egito, ele obedeceu. A obediência a Deus nos faz prosperar,
mesmo em tempos de crises. As escolhas erradas e a desobediência geram maldição
(Dt 29.21). Se você deseja contar com a provisão divina até chegar à Canaã
Celestial, seja obediente. Não se importe com o que as pessoas dizem a seu
respeito; obedeça a Deus.
O concerto de Deus com
Isaque
Deus procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração
seguinte, a partir de Isaque, filho de Abraão (Gn 17.21). Noutras palavras, não
bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; ele, também, precisava aceitar
pela fé as promessas de Deus. Somente então é que Deus diria: ‘Eu sou contigo,
e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente’ (Gn 26.24). Durante os vinte
primeiros anos do seu casamento, Isaque e Rebeca não tiveram filhos. Rebeca
permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que sua esposa
concebesse. Esse fato demonstra que o cumprimento do concerto não se dá por
meios naturais, mas somente pela ação graciosa de Deus, em resposta à oração e
busca da sua face. Isaque tinha de ser obediente para continuar a receber as
bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por exemplo,
Deus proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde estava. Se
obedecesse a Deus, teria a promessa divina: ‘[...] confirmarei o juramento que
tenho jurado a Abraão, teu pai’ (Gn 26.3)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ:
CPAD, 1995, p.73).
FOME
Uma condição de extrema escassez de comida. A história bíblica menciona
vários casos de fome durante os dias de Abraão (Gn 12.10), Isaque (Gn 26.1),
José (Gn 41.56,57), Elimeleque e Noemi (Rt 1.1), Davi (2Sm 21.1), Elias (1Rs
18.2), Eliseu (2Rs 6.25) e do cerco final de Jerusalém (2Rs 25.3). Em seu
sermão do monte das Oliveiras, o Senhor Jesus predisse que haverá fome durante
o período de tribulação no final dos tempos (Mt 24.7), e o Apocalipse faz
alusão à fome que virá sobre a Grande Babilônia (Ap 18.8)”. Para conhecer mais
leia, Dicionário Bíblico Wycliffe CPAD, p.815.
II. CRISE COM OS VIZINHOS
1. Crise em Gerar.
Depois de ouvir a voz de
Deus dizendo-lhe para não descer ao Egito, Isaque se estabeleceu em Gerar. Os
homens daquele lugar se encantaram com a beleza de Rebeca (Gn 26.7), e
perguntaram a Isaque quem era ela. Com medo de ser morto, Isaque disse que ela
era sua irmã (Gn 26.7). A atitude de Isaque foi semelhante à de seu pai (Gn
12.13). Parece que a confiança que Isaque tinha em Deus falhou nesse momento.
Isso nos mostra que somos humanos, imperfeitos. Estamos sujeitos a errar nos
momentos de crises. Isaque errou. Abimeleque mostrou a Isaque o perigo que ele
havia corrido, pois qualquer um daquele lugar poderia ter tomado Rebeca como
mulher, cometendo um grande delito.
2. Isaque semeou em Gerar.
Isaque semeou em sua terra até mesmo em tempos de fome, tendo que lidar
com a inveja de seus vizinhos (Gn 26.12). Semear envolve esforço, fé, e Isaque
fez sua parte. Muitos querem prosperar, mas não querem semear no Reino de Deus.
Pessoas que já não dão seus dízimos nem suas ofertas, mas querem colher. Mesmo
em tempos de crise econômica, não deixe de semear, pois ao seu tempo você
colherá. Deus abençoou as sementes de Isaque e a colheita foi farta (Gn 26.12).
3. A inveja dos vizinhos.
Os filisteus, ao verem a prosperidade de Isaque, o invejaram. Muitas
pessoas não suportam ver a prosperidade alheia. A Palavra de Deus nos ensina
que a inveja é a podridão dos ossos: “O coração com saúde é a vida da carne,
mas a inveja é a podridão dos ossos” (Pv 14.30). O crente não pode se deixa
levar pela inveja e pela maldade. Isaque teve de lidar com a maldade e a inveja
de seus vizinhos. Mas, em meio ao ódio e a inveja, ele sempre demonstrou uma
atitude correta. Não queira vingar-se dos invejosos. Coloque tudo diante do
Senhor e aja como um servo do Senhor.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Deus manteve sua promessa de abençoar Isaque. Os vizinhos filisteus
ficaram enciumados porque tudo que Isaque fazia parecia dar certo, e assim
tentaram livrar-se dele. A inveja é uma força divisória, potente o suficiente
para despedaçar a mais poderosa nação ou os amigos mais íntimos.A desolada área de Gerar estava localizada na extremidade de um deserto. A água era tão preciosa quanto o ouro. Se alguém cavasse um poço, estava reivindicando aquela terra. Alguns poços possuíam trancas para que os ladrões não roubassem água. Encher o poço de água com sujeira era um ato de guerra, e também considerado um dos crimes mais sérios que poderiam existir. Isaque tinha razão em revidar quando os filisteus arruinaram seus poços, mas ele escolheu manter a paz. Ao final, os filisteus o respeitaram por sua paciência” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.26).
III. CAVANDO POÇOS EM TEMPOS DE CRISE
1. Isaque usa os poços de Abraão.
A água nessa região era
escassa, por isso, tinha um grande valor, pois era essencial para a
agricultura, para o rebanho e para as famílias. Ter um poço d'água era como ter
um poço de petróleo ou uma mina de ouro. Isaque, a princípio, utiliza os poços
que foram cavados por seu pai e que os filisteus haviam tapado (Gn 26.18). Logo
os pastores daquela região contenderam com os pastores de Isaque, reivindicando
aquelas águas.
2. O poço de Eseque.
Isaque não se intimida com a oposição de seus vizinhos, e cava outro
poço. Porém, mais uma vez os pastores de Gerar contendem, dizendo que a água
era deles. Isaque dá ao poço o nome de Eseque, que significa contenda. Isaque
não queria contender com os homens de Gerar. Suas atitudes demonstram seu
temperamento manso. Mansidão é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo
(Gl 5.22). Contudo, ser manso não é ser covarde ou passivo. Ser manso é ser
controlado, guiado pelo Espírito Santo.
3. O poço de Sitna.
Isaque não desiste dos seus poços. Ele cava outro poço e mais uma vez é
bem-sucedido, pois Deus o estava abençoando. Quando o Senhor está conosco e
decide nos abençoar, ninguém pode nos impedir. Os vizinhos de Isaque mais uma
vez reivindicam aquelas águas. Então o poço foi chamado de Sitna, inimizade. A
inveja gera contenda e inimizades. A Palavra de Deus nos exorta a evitar as
contendas: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para
com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24).Abimeleque deve ter ficado impressionado com as atitudes de Isaque e com sua força e prosperidade. Ele foi até Isaque com mais dois amigos, Ausate e Ficol, e publicamente reconhece que Deus estava com Isaque (Gn 26.26-28). Isaque, diplomaticamente, prepara um banquete para aqueles homens, selando assim um acordo de paz.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Por três vezes Isaque e seus homens cavaram novos poços. Quando as duas
primeiras disputas surgiram, Isaque partiu. Finalmente, houve espaço suficiente
para todos. Ao invés de dar início a um grande conflito, Isaque comprometeu-se
com a paz. Você estaria disposto a abandonar uma importante posição ou
possessão valiosa para manter a paz? Peça a Deus sabedoria para saber quando se
retirar e quando ficar e lutar.Com seus inimigos tentando fazer um tratado de paz, Isaque foi rápido em responder, tomando a oportunidade uma celebração” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.27).
CONCLUSÃO
Isaque é um exemplo de homem obediente a Deus, humilde, gentil e manso.
Não ter ido para o Egito foi um ato de obediência e fé. Ele mostrou confiar na
provisão divina, mesmo em tempos de escassez. Isaque confiou em Deus, fez a sua
parte, semeou a terra, cavou poços e experimentou a bênção e o milagre em sua
vida.
A respeito de Deus, nosso
Provedor, responda:
1° Para fugir da fome para onde Isaque pretendia ir?
Resp: Ele pretendia descer ao Egito.
2° Segundo a lição, as
escolhas erradas e a desobediência geram o que?
Resp: As escolhas erradas e a
desobediência geram maldição (Dt 29.21).
3° O que Isaque fez com
medo dos habitantes de Gerar?
Resp: Ele mentiu dizendo que
Rebeca era sua irmã.
4° O que envolve o semear?
Resp: Semear envolve esforço e
fé.
5° Cite o nome de dois
poços de Isaque e o seu significado.
Resp: Eseque (significa
contenda) e Sitna (inimizade).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Deus, o nosso Provedor
Embora o homem tenha o livre-arbítrio, Deus é soberano. Soberania e
livre-arbítrio sempre viveram inúmeras tensões no campo da teologia.
Entretanto, quando levamos em conta a teologia bíblica defrontamo-nos com
textos que nos mostram Deus respeitando o livre-arbítrio do ser humano, noutro
momento lançando às favas o livre-arbítrio. Ora, Ele é um Deus soberano,
eterno, majestoso e Senhor de todas as coisas.Compreendendo a natureza soberana do Deus eterno, é que devemos olhar para os problemas deste mundo. No Brasil, a crise financeira está assolando todas as classes sociais. Mas uma crise como essa não acontece da noite para o dia.
Há uma série de decisões macro e microeconômicas que se tomadas equivocadamente trarão prejuízos irreparáveis a uma nação. Na esfera da economia doméstica, igualmente. Se não houver uma consciência de se a nossa despesa for maior que a nossa receita, brevemente entraremos num colapso econômico. Foi isso o que ocorreu com o nosso país e todos os dias ocorre com inúmeras famílias. Má gestão e decisões equivocadas são as razões das principais crises financeiras. Percebe como o livre-arbítrio interfere nas coisas mais comezinhas da vida? Ora, não há solução mágica.
Entretanto, é bem verdade que problemas financeiros assaltam muitas vidas de surpresa. O desemprego, ou problema de saúde. Enfim, muitos servos de Deus entram numa provação causticante onde só perceberam que entraram em crise tempos depois, pois não imaginariam de modo algum o que viria pela frente. Aqui entra a soberania de Deus. Quando não há mais solução visível, nem perspectiva de auxílios externos, Deus age em nosso favor e derrama da sua misericórdia para conosco.
Quantos testemunhos bíblicos e da história da Igreja nos mostram a ação de um Deus que prover as necessidades dos seus filhos! É o cumprimento de uma bela promessa do nosso Senhor quando ensinava o Sermão do Monte: “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.31,32).
São muitas pessoas que têm provado da provisão de Deus nos momentos de angústias e tribulações. Nossa parte é priorizar o Reino de Deus e a sua justiça, e o nosso Pai Celestial agirá em nosso favor.
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