LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: As Obras da Carne e o
Fruto do Espírito — Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual
travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
TEXTO ÁUREO: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27).
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 4.8
A paz de Deus nos faz
repousar em segurançaAparte-se do mal e siga a paz
Os que amam a lei de Deus têm paz
Jesus é o Príncipe da Paz
Em Jesus Cristo encontramos a paz verdadeira
Se possível, viva em paz com todos
Efésios 2.11-17.
11 — Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne
e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela
mão dos homens;
12 — que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de
Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no
mundo.
13 — Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo
sangue de Cristo chegastes perto.
14 — Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e,
derribando a parede de separação que estava no meio,
15 — na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que
consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo
a paz,
16 — e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela
as inimizades.
17 — E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longes e aos que estavam
pertos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar que depois de
receber a paz de Cristo, o crente deve transmiti-la as outras pessoas;
II. Explicar que existem três
tipos de inimizade e o seu alvo é destruir a unidade da Igreja de Cristo;
III. Saber que temos a missão
de anunciar o evangelho e para isso precisamos ter paz com todos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor,
nesta lição você terá a oportunidade de tratar com seus alunos a respeito da
paz, fruto do Espírito, em oposição à inimizade, como obra da carne. Sabe-se
que paz é a ausência de guerra. Vivemos tempos trabalhosos. Em muitos centros
urbanos a violência só aumenta e as cidades do interior também têm
experimentado este aumento. Na esfera mundial, temos observado muitas guerras
(de cunho religioso) no Oriente Médio.Em Jesus, temos paz. Não estamos falando da paz que o mundo oferece. Estamos falando de uma paz que excede todo entendimento; uma paz com Deus que, mesmo em um mundo cheio de guerras e conflitos, podemos afirmar que vivemos em paz. A verdadeira paz resulta da fé em Deus, porque somente Ele incorpora todas as características da paz. Para encontrar a paz de espírito e a paz com os outros, você precisa encontrar a fé com Deus.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos
a paz como fruto do Espírito e a inimizade como fruto da carne. O homem guiado
pela velha natureza não pode sentir a paz que Jesus Cristo nos oferece. Essa
paz não depende de situações e circunstâncias. Mesmo vivendo em uma sociedade
violenta, podemos ter paz, pois a serenidade que temos em nossos corações é
fruto do Espírito, e não depende das circunstâncias ou dos recursos financeiros
(Gl 5.22).
I. A PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
1. Paz.
Podemos definir paz como um
estado de tranquilidade e quietude interior que não depende de circunstâncias
externas. No grego, o vocábulo paz é eirene e refere-se à unidade e
harmonia. Vivemos em uma sociedade onde a violência tem feito muitas vítimas e
tirado a tranquilidade das pessoas, fazendo com que as pessoas adoeçam.
Ultimamente, temos visto o aumento da chamada Síndrome do Pânico, ou seja, um
transtorno da ansiedade que leva a um pavor incontrolável, mesmo que não haja
nenhum perigo iminente. A pessoa acometida por essa enfermidade perde a
quietude. Quem está sendo acometido por esse mal precisa do acompanhamento de
um psiquiatra, terapia e o carinho e a compreensão dos familiares e da igreja.
2. Paz com Deus.
Como podemos estar em paz
com Deus? Só existe uma maneira para estarmos em paz com o nosso Criador:
mediante a nossa justificação. A justificação ocorre quando nós, pela fé,
recebemos Jesus como nosso único e suficiente Salvador. Então, somos declarados
justos diante de Deus (Rm 5.1). Quando recebemos Jesus, a inimizade que havia
entre nós e Deus é desfeita, somos reconciliados com o Pai e passamos a
desfrutar de plena paz e comunhão com Ele (2Co 5.18-20). A nossa justificação,
e reconciliação e a paz com Deus somente são possíveis por meio da morte e
ressurreição de Jesus Cristo (Is 53.5; Ef 2.13-17).
3. Promotor da paz.
O crente que já recebeu a
paz de Deus, em seu coração precisa partilhar dessa paz com todos os que estão
aflitos, tornando-se um embaixador da paz (2Co 5.20). A paz concedida pelo
Espírito não é somente para o nosso bem-estar, mas também para o bem do
próximo. Não podemos nos esquecer de que amar ao semelhante é um mandamento do
Pai (Mt 22.39). Quem já experimentou a justificação e a reconciliação com Deus
torna-se um pacificador (Mt 5.9). Ele não vive em brigas e contendas, não
divide igrejas e não maltrata as pessoas. Isaque era um verdadeiro pacificador,
um homem de paz. Mesmo sendo prejudicado por seus vizinhos que entulharam seus
poços, não brigou, mas procurou a reconciliação (Gn 26.19-25). Os conflitos,
seja na Igreja ou fora dela, são resultado da natureza adâmica, mas os que
vivem segundo o Espírito já crucificaram a sua carne e, agora, procuram viver
pacificamente com todos (Rm 12.18).
“Cristo, nossa paz, forma o novo homem”
Ao sintetizar tudo o que
Deus fez na salvação por intermédio de Cristo, Paulo diz que Cristo é a fonte
da nossa paz (2.14-18). No contexto de Efésios, isso não quer dizer que Cristo
seja a fonte da paz interior, mas que Ele é o meio de reconciliação entre judeus
e gentios e entre os membros da nova comunidade e Deus. O objetivo da salvação
não é apenas fazer com que os indivíduos estejam corretos diante de Deus, mas
também que estejam corretos uns com os outros. À medida que Deus, por
intermédio de Cristo, une judeus e gentios, a reconciliação opera de forma
triangular entre os três. Judeus e gentios, quando entram na nova comunidade,
não deixam de ser quem eram; todavia, agora, eles podem atuar juntos, lado a
lado, como evidência do amor transformador e conciliador de Deus (1Co 7.17-24;
Rm 14-15). Essa obra de reconciliação é o fundamento para a nova comunidade que
Deus está edificando por intermédio de Cristo. Por isso, ao longo de Efésios
2.11-22, o termo dominante e repetido é o prefixo syn (‘juntos’). “Deus
formou uma nova unidade, na qual se diz que Ele de dois criou ‘um novo homem’”
(ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.347).
CONHEÇA MAIS
“Paz com Deus”
Há uma transformação na
vida do pecador quando passa a ser um crente verdadeiro, não importando o que
tenha sido anteriormente. Sendo justificado pela fé, tem paz com Deus. O Deus
santo e justo não pode estar em paz com um pecador enquanto este estiver sob a
culpa do pecado. A justificação elimina a culpa, e assim abre caminho para a
paz. Esta é concedida por meio de nosso Senhor Jesus; por meio dEle como o
grande Pacificador, e Mediador entre Deus e o homem. O feliz estado dos santos
é o estado de graça. Somos levados a esta graça. “Isto significa que não
nascemos neste estado”. Para conhecer mais, leia Comentário Bíblico de Matthew
Henry, CPAD, p.929.II. INIMIZADES E CONTENDAS, AUSÊNCIA DE PAZ
1. Três tipos de inimizades.
No grego, a palavra
inimizade é echthra. Esse vocábulo serve para identificar três tipos de
inimizade. Vejamos: inimizade para com Deus (Rm 8.7), inimizade entre as
pessoas (Lc 23.12) e hostilidade entre grupos e pessoas (Ef 2.14-16). Em
Gálatas, Paulo apresenta a inimizade, as contendas e as disputas como obras da
carne (Gl 5.20).
2. Inimizade e soberba.
A inimizade, em geral é
resultado da soberba. Por isso, o Senhor abomina o coração altivo (Pv 6.16,17).
Quando o crente começa acreditar que é superior aos outros, ele torna-se um
“semeador” de inimizades e contendas. Na Igreja de Cristo, todos são servos,
independente de seus dons e talentos. Paulo mostra que em Jesus Cristo todos são
iguais: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem
fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). As inimizades e
segregações são um “produto” da carne, de uma natureza pecaminosa. Deus proíbe
a acepção de pessoas e toda a sorte de inimizades. Logo, os que promovem tais
ações não podem agradar a Deus (At 10.34; Tg 2.8,9). O crente que assim age é
carnal e precisa arrepender-se dos seus pecados (1Co 3.3).
3. Inimizade e facção.
As inimizades, muitas
vezes, acabam gerando na igreja as facções e divisões. Muitos, não se contentam
em não se relacionar bem com as pessoas e acabam fazendo com que os outros
também não tenham comunhão entre si. Na igreja de Corinto, os irmãos começaram
a se dividir e formar partidos em torno de Paulo, Apolo e Cefas. Uns diziam que
pertenciam a Paulo, enquanto outros a Apolo (1Co 1.12). Paulo dá fim à
discussão e às inimizades perguntando aos irmãos: “Está Cristo dividido? Foi
Paulo crucificado por vós?” (1Co 1.13). O apóstolo exorta-os para o fato de que
pertencemos unicamente a Cristo. E se pertencemos a Ele não podemos aceitar as
inimizades e as facções. A inimizade é obra da carne e seu alvo é destruir a
unidade na Igreja do Senhor, mas o crente que tem o fruto do Espírito busca o
bem de todos, procurando manter o vínculo da perfeição, estendendo as mãos para
ajudar e tratando a todos com amor e respeito (Cl 3.13,14). Que você como Filho
de Deus possa se revestir de entranhas de misericórdia e de benignidade como
recomenda as Escrituras Sagradas (Cl 3.12).
“A unidade ao redor da pessoa de Jesus Cristo deve
ser mantida”
Por que são tão
prejudiciais às murmurações e as contendas, as queixas e as discussões? Se tudo
o que uma pessoa conhece a respeito de uma igreja é o fato de que os seus
membros discutem, reclamam e fazem intrigas constantemente, ela terá uma falsa
impressão do Evangelho de Cristo. A crença em Cristo deve unir os que confiam
nEle. Se as pessoas na nossa igreja estão sempre reclamando e discutindo, elas
não têm o poder unificador de Jesus Cristo. “Deixe de discutir com outros
cristãos, ou de se queixar sobre as pessoas e as condições na igreja, e permita
que o mundo veja Cristo” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. RJ: CPAD,
2013, p.260).
III. VIVAMOS EM PAZ
1. O favor divino.
Paulo exorta os gentios
para que sejam sempre gratos a Deus, pois eram zambujeiros e foram enxertados
na oliveira (Rm 11.17). Aos judeus, ele pede que não se esqueçam de que foram
colocados por Deus no mundo para abençoar as outras nações (Gn 12.3). O
apóstolo estava mostrando que, em Cristo, gentios e judeus são iguais, por
isso, devem viver em paz e unidade. Vivamos em paz com todos e jamais venhamos
a nos esquecer de que fomos alcançados pela graça divina, pois é esse favor
divino que nos leva a amar o próximo e a viver em paz e união (Sl 133.1).
2. A cruz de Cristo.
A cruz é um dos símbolos
mais conhecidos do cristianismo, pois, mediante a fé no sacrifício de Jesus,
somos reconciliados com Deus. Se Cristo não morresse na cruz pelos nossos pecados
estaríamos para sempre separados da presença Deus; não deixaríamos de ser
inimigos dEle. Jesus morreu na cruz por amor a nós e mesmo diante de uma morte
tão cruel, Ele não abriu a sua boca para reclamar ou dizer palavras ofensivas
aos seus algozes (Is 53.7; Jo 3.16). Jesus permaneceu quieto durante seu
julgamento e castigo. Ele demonstrou ter paz e equilíbrio emocional mesmo
vivendo uma situação tão terrível. Ele sabia o porquê de sua missão e que o seu
sacrifício era necessário para que pudéssemos nos reconciliar com Deus.
3. A nossa missão.
Jesus veio ao mundo com uma
missão, morrer na cruz pelos nossos pecados. Ao ascender aos céus, Ele também
nos deu uma missão (Mt 28.19,20). Para darmos cumprimento a essa missão,
precisamos viver em paz com todos. Anunciemos ao mundo que somente Jesus pode
nos dar a verdadeira paz, pois Ele é o Príncipe da Paz (Is 9.6).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Salmos 133.1-3
Davi declarou que a união é
agradável e preciosa. Infelizmente, a união que deveria ser encontrada na
Igreja nem sempre o é. As pessoas discordam e causam divisões por causa de
assuntos sem importância. Alguns sentem prazer em causar tensão, depreciando e
desacreditando os outros. Mas a união é importante por que: (1) faz da igreja
um exemplo para o mundo e ajuda a aproximar as pessoas do Senhor; (2) ajuda-nos
a cooperar conforme a vontade de Deus, antecipando um pouco do gozo que teremos
no céu; (3) renova e revigora o ministério, porque existe menos tensão para
extrair a nossa energia.Viver em união não significa que concordaremos com tudo; haverá muitas opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um acorde musical. Mas devemos concordar em nosso propósito na vida: trabalhar juntos para Deus. A união reflete a nossa concordância de propósitos (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.822).
CONCLUSÃO
A paz de que tratamos nesta
lição é fruto do Espírito. Mesmo em meio às adversidades, podemos ter paz, pois
é uma quietude interior que vem de Deus. Que você possa ser um pregoeiro da paz
de Cristo seja na Igreja ou fora dela.
A respeito da paz de Deus, antídoto contra as
inimizades, responda:
1° Defina paz.
Resp: Um estado de tranquilidade
e quietude interior que não depende de circunstâncias externas.
2° Como podemos estar em paz com Deus?
Resp: Mediante a nossa
justificação.
3° Quando ocorre a justificação?
Resp: Quando nós, pela fé,
recebemos Jesus como nosso único e suficiente Salvador.
4° O que torna a nossa justificação possível?
Rep: A morte e ressurreição de
Jesus Cristo.
5° De acordo com a lição, quais são os tipos de
inimizades?
Resp: Inimizade para com Deus
(Rm 8.7), inimizade entre as pessoas (Lc 23.12) e hostilidade entre grupos e
pessoas (Ef 2.14-16).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Paz de Deus, antídoto contra as inimizades
O ser humano busca a paz.
Todos desejam viver em paz. Sem paz a vida é difícil, angustiosa, frustrada,
amargurada, traumática, violenta, impossível. A paz é uma espécie de direito
natural. Em tese, todo ser humano nasceu com o direito de viver em paz.
Entretanto, a paz é concomitantemente interrompida, obstaculizada e impedida
pelos homens. Quem não se lembra do longo conflito entre judeus e mulçumanos?!
E entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte?!Atualmente, o conflito mais aterrador do mundo é a guerra civil na Síria. O Estado Islâmico tem dizimado famílias inteiras, religiões minoritárias e inimigos políticos, que segundo ele, não merecem viver. O conflito é tão intenso que um fenômeno na região tem chamado a atenção: o surgimento da Brigada Babilônia, uma milícia cristã armada de combate ao terror do Estado Islâmico. Aqui não são o fórum adequado para se discutir as implicações éticas desse fenômeno, mas é uma simples descrição de um fato que remonta as consequências da ausência da paz.
Entretanto, por detrás de um conflito bélico de grandes proporções, está um coração humano impaciente, angustiado e revoltado a ponto de explodir. Nosso Senhor disse que é do coração que procedem aos maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt 15.19). Logo, não é só em proporções mundiais que a ausência da paz está presente. Mas principalmente em proporções micros. Aqui, seu efeito é danoso, terrível. A ausência da paz na família é trágica. Na igreja local, desvia a motivação espiritual e nos torna carnais. No relacionamento com o colega, alimenta as rixas e as rivalidades. E uma tragédia humana! Na maioria das vezes, a busca pelo entendimento se torna ineficaz. Assim, acordos são desrespeitados e rompidos.
Todavia, a paz que a Bíblia se refere (do grego eirenè) é a que excede todo entendimento. E a paz que vem de Deus, que naturalmente não se refere a alguma suspensão frágil ou promessa superficial de trégua. Ela não depende dos acordos ou dos acontecimentos impostos pela “legislação ética” do sistema mundano contemporâneo. Essa paz depende única e exclusivamente de Deus, e para vivê-la não dependemos do estado externo das coisas que estão ao nosso redor. Filipenses 4.7 mostra que essa paz guardará o nosso coração e nosso sentimento. E isso que o Espírito Santo quer fazer na vida de nossos alunos. Boa aula!
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