LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O Caráter
do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo
Renovato
TEXTO ÁUREO: “Então,
Maria, tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os
pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do
cheiro do ungüento” (Jo 12.3).
VERDADE PRÁTICA: Maria, de Betânia, é exemplo do crente que dá
prioridade a Jesus em sua vida, e lhe oferece o melhor em gratidão por seu
amor.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar o exemplo de Maria de Betânia ao escolher a melhor parte;
II. Saber que Maria foi à mulher que ungiu o Senhor Jesus;
III. Apontar o caráter humilde de Maria.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, na lição de hoje estudaremos o caráter de Maria de Betânia. Maria
foi uma mulher que honrou Jesus colocando-o acima de toda e qualquer prioridade.
Sua atitude de ficar aos pés do Salvador, ouvindo-o e aprendendo, revelou o seu
desejo de querer estar mais perto do Filho de Deus, em íntima comunhão com Ele.
Como está sua comunhão com o Pai e o Filho? Você tem alegria e prazer em estar
em sua presença para adorá-lo pelo o que Ele é? Maria amava ao Senhor e sabia
como demonstrar, em seus gestos e atitudes, seu amor altruísta. Ao ungir os pés
de Jesus com um ungüento de boa qualidade e caro, ela demonstrou amar mais a
Jesus e as pessoas do que os seus bens materiais. Que o nosso amor pelo Mestre
seja maior do que por nossos bens materiais e ministérios.
INTRODUÇÃO
Maria, irmã de Lázaro, ou Maria
de Betânia, era uma mulher humilde e ao mesmo tempo cheia de energia e ousadia.
Quando Jesus hospedou-se em sua casa, preferiu ficar ouvindo a palavra do
Mestre, enquanto sua irmã envolvia-se nas tarefas domésticas (Lc 10.39). Foi
reprovada por Marta, mas recebeu elogio de Jesus por ter escolhido “a boa
parte” (Lc 10.41,42). Na mesma semana daquele acontecimento, vemos o fato em
que Maria, irmã de Lázaro, aparece protagonizando um dos momentos mais
interessantes e polêmicos do ministério de Jesus.
1. Maria “escolheu a boa parte”.
Certa vez, acompanhado de seus
discípulos, Jesus entrou em Betânia. Ali, foi recebido na casa de Lázaro, por
sua irmã, Marta. Aquela não era uma ocasião comum. Jesus só passava por aquela
aldeia, chamada Betânia, quando ia para Jerusalém. Maria, irmã de Marta, teve a
percepção de que aquele era um momento que deveria ser aproveitado plenamente
por várias razões.
a) Jesus na casa de
Maria. O texto de Lucas 10 diz que Marta, sua irmã,
recebeu Jesus em sua casa (10.38). Havia muitas casas em Betânia. Mas receber
Jesus e seus discípulos no lar era motivo de muita alegria e orgulho para uma
família piedosa. Certamente, a casa não era pequena, pois tinha lugar para
Jesus e seus discípulos.
b) Maria prefere ficar
aos pés de Jesus. Lucas diz que Marta
recebeu Jesus, e que se assentou aos pés de Jesus e ouvia a sua palavra
(10.39). Marta demonstrou que não soube aproveitar aquele momento, e ainda
criticou a irmã, julgando que esta não estava agindo bem, ficando aos pés de
Jesus. “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se,
disse: Senhor, não te importa que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe,
pois, que me ajude” (10.40).
2. Maria deu prioridade a Jesus.
Maria tinha tarefas domésticas a
realizar como sua irmã. Mas entendia que, se Jesus estava ali, naquela ocasião,
a prioridade era ouvir sua palavra, e não ficar “distraída em muitos serviços”.
Ao ser questionado por Marta, que cobrava de Jesus que determinasse que Maria
se levantasse de sua presença e fosse ajudá-la, Jesus respondeu de forma
amorosa, mas cheia de ensino precioso, que Maria escolhera “a boa parte, a qual
não lhe será tirada” (10.41,42). A “boa parte” que Maria escolheu foi ouvir e
aprender de Jesus, ficar a seus pés, em atitude de reverência e adoração.
3. Mais “Martas” do que “Marias”.
Podemos afirmar que, no mundo
atual, há muito mais “Martas” do que “Marias”. A vida moderna tem exigido que a
mulher deixe de ser apenas dona de casa, esposa e mãe, e assuma posições
profissionais. Além dos excessos de atividades, em casa, na escola, e na
igreja, homens e mulheres estão sendo dominados e até escravizados por redes
sociais, no uso excessivo das tecnologias da informação e da imagem, a ponto de
não haver mais tempo para a maior parte das famílias estarem nos cultos de
oração, nos cultos de doutrina e na Escola Dominical.
Maria
A hospitalidade é uma arte.
Certificar-se de que um hóspede seja bem recebido, aquecido e bem alimentado,
requer criatividade, organização e trabalho de equipe. Sua capacidade de
alcançar esses objetivos faz de Maria, e sua irmã, Marta, uma das melhores
equipes de hospitalidade da Bíblia. Seu hóspede era Jesus Cristo.Para Maria, hospitalidade significava dar mais atenção ao hóspede que às necessidades que Ele pudesse ter. Ela permitia que sua irmã mais velha, Marta, cuidasse desses detalhes. A atuação de Maria nos eventos mostra que ela era, principalmente, uma pessoa ‘que responde’. Ela realizava poucos preparativos — seu papel era a participação. Diferentemente de sua irmã, que tinha que aprender a parar e ouvir, Maria precisava aprender que agir é, freqüentemente, necessário e apropriado. Nós vemos Maria, pela primeira vez, durante uma visita que Jesus fez à sua casa. Ela simplesmente se sentou aos seus pés e ouviu. Quando Marta se irritou com o fato de que sua irmã não a ajudava, Jesus declarou que a decisão de Maria de desfrutar da sua companhia era a reação mais adequada, na ocasião. Na última vez em que vemos Maria, ela havia se tornado uma mulher de ação ponderada mesclada com adoração. Novamente, ela estava aos pés de Jesus, lavando-o com perfume e secando com seus cabelos. “Jesus disse que seu ato de adoração deveria ser descrito em todas as partes, como um exemplo de serviço custoso” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1437).
CONHEÇA MAIS
A oferta de Maria
A oferta que provavelmente
representou a economia de toda a sua vida, quinhentos denários (gregos), era
uma quantia bastante grande para uma pessoa comum. O motivo é simples, porém
profundamente significativo. Maria queria oferecer o melhor para Jesus. Para
conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.689.
II. MARIA, A MULHER QUE UNGIU O SENHOR
1. Maria
ungiu os pés de Jesus.
Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava
Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos” (Jo 12.1). Para o
ministério de Jesus, aquela família tinha significância. Sempre que ia a
Jerusalém, ou a seus arredores, hospedava-se na casa de Lázaro e suas irmãs.
Betânia estava situada a três quilômetros de Jerusalém, na estrada que leva a
Jericó.
a) Uma ceia para Jesus. Embora o texto não diga que a ceia foi na casa de
Lázaro, Marta, certamente, foi à organizadora da refeição a ser oferecida a
Cristo. Mais uma vez, ela demonstrava especial cuidado com a hospitalidade, com
a recepção do ilustre visitante. “Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta
serviam, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele” (Jo 12.2). Ela fez o
melhor que sabia para atender bem ao grande amigo da família.
b) Maria unge os pés de
Jesus. Maria surpreendeu a todos,
“[...] tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os
pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do
cheiro do ungüento” (Jô 12.3). O gesto, considerado extravagante, de Maria
provocou grande reboliço entre os presentes, principalmente em Judas
Iscariotes. O perfume derramado de “nardo puro” equivalia a cerca de “trezentos
denários”, como acentuou Judas, ou seja, quase o salário de um trabalhador
durante um ano inteiro. Judas, além de traidor, era mentiroso e hipócrita. Seu
cuidado não era com os pobres, com a assistência social, mas em roubar o
dinheiro das ofertas (Jo 12.4-6).
c) Jesus aprova o gesto
de Maria. O traidor reprovou a
generosidade de Maria. Mas Jesus reconheceu a grandeza das intenções do seu
coração agradecido. “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha
sepultura guardou isto” (Jo 12.7). Pela fé, de forma profética, Maria ungiu
antecipadamente o corpo de Jesus para o seu sepultamento. Sua visão era mais
ampla e mais profunda. Marta via o amigo e visitante ilustre. Maria via o seu
Salvador que haveria de morrer em seu lugar (Jo 19.39). A repercussão da
presença de Jesus na casa de Maria foi tão grande que os principais dos
sacerdotes deliberaram matar Jesus e também Lázaro (Jo 12.9-11).
2. Maria ungiu a cabeça de Jesus.
Na mesma semana que lhe
antecedeu a morte, Jesus saiu de Jerusalém e foi para Betânia: “Bem sabeis que,
daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser
crucificado” (Mt 26.2). Dali dirigiu-se a Betânia, onde, na casa de “Simão, o
leproso”, lhe ofereceu outro jantar. Diz o texto que “uma mulher” ungiu a sua
cabeça com ungüento de grande valor. O contexto nos mostra que aquela mulher
era Maria de Betânia (Mt 26.6,7; Jo 11.1,2). A Bíblia de Estudo Cronológica,
Aplicação Pessoal, em nota sobre Mateus 26.7, confirma esse entendimento.
3. Devemos oferecer o melhor a Jesus.
Maria poderia ter oferecido um ungüento
de menor preço. Mas ungiu Jesus “com ungüento de grande valor, e derramou-lho
sobre a cabeça”. Ela foi criticada, mas o importante na adoração a Jesus é
saber se Ele aceita nosso louvor. E Jesus, solenemente, declarou sua aprovação
ao gesto de Maria, dizendo: “Em verdade vos digo que, onde quer que este
evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para
memória sua” (Mt 26.13; Mc 14.9).
SÍNTESE DO TÓPICO (II): Maria foi à mulher que
em um gesto de adoração ungiu os pés de Jesus.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
III. O CARÁTER HUMILDE DE MARIA
1. Maria,
uma mulher humilde.
Com base nos textos citados, podemos concluir que Maria, irmã de Lázaro,
era uma mulher humilde, mesmo sendo possuidor de ótima condição financeira, a
ponto de poder oferecer a Jesus valiosa oferta como verdadeiro sacrifício de
louvor e adoração. No episódio em que ela ficou assentada aos pés de Jesus (cf.
Lc 10.39), revelou um profundo senso de valor diante do Mestre, considerando
prioridade maior ouvir seus valiosos ensinos.
2. Maria
não revidou as críticas da irmã.
Mesmo ouvindo sua irmã, Marta, reclamar diante de todos que ela deveria
sair da presença de Jesus para ajudá-la nas tarefas domésticas, ela não
revidou, criticando a atitude da irmã. Ficou em silêncio, e deixou Jesus falar.
E foi compensada por Jesus, que a defendeu dizendo que ela escolhera “a boa
parte, a qual não lhe será tirada” (Lc 10.42).
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para tornar a aula
mais dinâmica, interativa e introduzir o terceiro tópico da lição, faça as
seguintes perguntas: “Como Maria reagiu diante da queixa e incompreensão de sua
irmã em relação a sua atitude de ficar aos pés de Jesus ouvindo-o?”; “Como
devemos agir quando as pessoas, até mesmo da nossa família, não compreendem
nossas atitudes em relação a Jesus e ao serviço cristão?”. Enfatize que assim
como Maria, nem sempre somos bem compreendidos pelas pessoas. Mas é diante das
incompreensões e julgamentos que temos de revelar o nosso caráter cristão. Ao
que tudo indica Maria não tentou se defender ou retrucou sua irmã. Porém, o
próprio Senhor Jesus a defendeu e procurou valorizar suas atitudes. Depois de
conversar com os alunos a respeito das atitudes de Maria, distribua as cópias
do quadro abaixo. Utilize para refletir com os alunos as características do
caráter de Maria e as lições que podemos aprender com suas atitudes.
CONCLUSÃO
Podemos concluir afirmando que
Maria, irmã de Lázaro, foi uma mulher humilde e que demonstrou liberalidade ao
oferecer a Jesus uma oferta valiosa. Ajamos da mesma forma, para que Cristo
seja glorificado em toda a maneira de agir, pensar e ver.
A respeito de Maria, irmã de Lázaro, uma devoção
amorosa, responda:
1° De que tipo de crente Maria é exemplo?
Resp: Do crente que prefere ouvir as palavras de Jesus.
2° Com que Maria ungiu os pés de Jesus?
Resp: Com ungüento de nardo puro, de muito preço.
3° Como Jesus viu o gesto de Maria?
Resp: Ele aprovou e disse que ela o ungira para a sepultura.
4° Que disse Jesus, quando Maria ungiu sua cabeça?
Resp: Que, onde o evangelho for pregado, seu gesto será lembrado.
5° O que representa a oferta de Maria?
Resp: As economias de todo uma vida.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Maria, irmã de Lázaro, um a devoção amorosa
Quem foi Maria de Betânia
É notória a existência de várias
“Marias” ao longo do Novo Testamento. Maria Madalena, Maria a mãe de Jesus,
Maria a mãe de Tiago e de João. A Maria que trataremos nesta lição é a irmã de
Lázaro, também conhecida como Maria de Betânia. O nome “Betânia” se refere a um
lugar que ficava a 6 km de Jerusalém. Alguns episódios que se referem à Maria
de Betânia em o Novo Testamento são os seguintes: quando Jesus chega à casa de
Maria e Marta para jantar (Lucas 10.38-42); quando da morte de Lázaro, o irmão
de Maria (João 11.28-32); quando Maria ungiu os pés de Jesus com ungüento de
nardo e puro e os enxugou com os cabelos (João 12.3; cf. Mateus 26.6-13; Marcos
14.3-9).
O perfil de Maria de Betânia
A partir dos textos mencionados
acima é possível traçarmos o perfil de Maria, pois suas ações, de singelas e
meigas, são marcantes e inconfundíveis aos leitores de todas as épocas. Não por
acaso, quando do ato de amor e humildade protagonizado por Maria, o nosso
Senhor expressou-se da seguinte maneira: “Em verdade vos digo que, onde quer
que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela
fez para memória sua” (Mt 26.13). A passagem mencionada, certamente, é uma das
mais conhecidas em Novo Testamento.À luz desse ato de Maria, bem como quando de outros da irmã de Lázaro, ao receber nosso Senhor para jantar em Betânia, é possível perceber que ela era essencialmente devotada ao Senhor. Há ações de Maria que demonstram isso de forma testemunhal: (1) Sua devoção delicada aos pés do Senhor; (2) a atenção e a prioridade integrais a Jesus Cristo; (3) o derramento e o quebrantamento do coração de Maria na ocasião em que ela ungiu os pés de Jesus; (4) a humildade de Maria diante das críticas de sua irmã Marta. Uma das mulheres mais especiais do Novo Testamento!
Lições modernas a partir de Maria de Betânia
Podemos destacar vários aspectos
da vida que podemos aprender a partir de Maria: a vida familiar, o
relacionamento com o próximo, maior brandura no falar e no se dirigir às
pessoas. Mas destacaria o aspecto litúrgico que podemos aprender com Maria de
Betânia. Uma devoção mais profunda, enraizada na total entrega da alma e do
coração ao nosso Senhor. Sem dúvida nossos cultos seriam mais enriquecidos a
partir da espiritualidade de Maria, irmã de Lázaro.
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