LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela
Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo Renovato
TEXTO ÁUREO: “E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque
Jônatas o amava como à sua própria alma” (1Sm 18.3).
VERDADE PRÁTICA:
O
cristão deve ser exemplo de lealdade a Deus, os seus familiares e a todos os
que estão ao seu redor.
OBJETIVO GERAL: Mostrar que o cristão deve ser exemplo de lealdade a Deus, aos
familiares e amigos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Apresentar as circunstâncias que uniram Jônatas a Davi;
II.
Mostrar que a amizade de Jônatas e Davi foi aprovada por Deus;
III.
Refletir a respeito das lições do caráter de Jônatas.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor,
estudaremos a respeito da amizade e lealdade de Jônatas e Davi. Esse é um
assunto bem relevante, pois vivemos tempos difíceis onde os interesses pessoais
foram colocados acima das amizades. Então, para refletir com profundidade e
tornar a aula mais participativa, inicie a lição pedindo que os alunos citem
algumas qualidades do caráter de Jônatas e Davi. À medida que eles forem
citandos, vá relacionando as qualidades no quadro. Depois de ouvir com atenção
os alunos, explique que as características do caráter de Jônatas e Davi revelam
que eles eram homens cujo caráter foi forjado por Deus. Eles tinham consciência
de suas limitações, eram prudentes e amavam a Deus acima de todas as coisas.
Ressalte o fato de que os amigos são presentes do Pai, por isso, merecem a
nossa lealdade. Sem lealdade não pode haver amizade, é o que nos ensina a
história de Jônatas e Davi.
INTRODUÇÃO
Jônatas entrou para a história à sombra do pai, mas
pouca coisa herdou de seu genitor. Demonstrou ser um guerreiro cheio de coragem
e determinação. E, aliada à sua coragem, está a sua humildade, sua fé e
obediência ao Senhor, virtudes indispensáveis a um homem de Deus. Sua amizade
por Davi nasceu de forma inesperada, quando assistiu, de perto, a vitória do
jovem pastor de ovelhas sobre o imbatível gigante Golias, o campeão dos
filisteus, que desafiava os exércitos israelitas, e afrontava o nome do Senhor.
1.
Quem era Jônatas.
Era o filho mais velho do rei Saul. Seu nome
significa “dado por Deus” ou “presente de Deus”. Ele tinha todas as condições
para ser o substituto do pai. Era valente e hábil no combate. Sua bravura já
fora provada, quando, em Micmás, derrotou toda uma guarnição dos filisteus,
contando apenas com a ajuda de seu fiel escudeiro, colocando sua fé em ação
(1Sm 14.1-14). Entretanto, por direção de Deus, os rumos da história de Saul e
de Jônatas foram mudados completamente. E isso ocorreu de forma surpreendente.
2.
Uma batalha que mudou a história.
Israel estava no campo de batalha contra os
filisteus, num monte, “no vale do carvalho”, e os filisteus estavam do lado
oposto do vale, também sobre um monte (1Sm 17.1-3). Um gigante filisteu, de
nome Golias, campeão de seu povo, desafiava os exércitos de Israel, mas ninguém
tinha coragem de enfrentar o inimigo. O clima de medo prenunciava a provável
derrota de Israel (1Sm 17.10,11).
3.
A presença de Davi.
Jessé enviou Davi ao local da batalha para entregar
víveres para seus irmãos e para o chefe do exército (1Sm 17.12-21).
Contrariando seus irmãos e o próprio rei, Davi se dispôs a enfrentar o
filisteu. Com permissão do rei, e confiando em Deus, Davi foi ao encontro de
Golias, com apenas uma funda e cinco pedras do ribeiro (1Sm 17.40-47). E com
uma única pedra derrubou o gigante, e o matou com a espada deste (1Sm
17.48-58). Uma vitória de desfecho surpreendente. Um gigante vencido por um
jovem pastor de ovelhas. Um exército inteiro posto em fuga após um combate
inusitado e desigual. Assistindo ao duelo estava Jônatas, o filho de Saul, que
ficou profundamente tocado pela vitória de Davi sobre Golias.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A profunda amizade entre Jônatas e Davi é
surpreendente por uma série de razões. Primeiro Deus escolheu Davi e não
Jônatas (filho de Saul e príncipe de Israel) para ser o segundo rei de Israel.
Segundo, o pai de Jônatas, Saul, sentia intenso ciúme de Davi e tentou
repetidamente matá-lo. Terceiro, Davi era um indivíduo multitalentoso, muito
popular com as massas do que Saul ou Jônatas.Jônatas e Davi deviam ter sido pelo menos cautelosos um para com o outro, senão inimigos declarados. Contudo, eles foram capazes de superar esses obstáculos em potencial e construir uma amizade exemplar. Talvez a qualidade excepcional de sua amizade fosse à lealdade. Aquela lealdade estava fundamentada numa profunda devoção a Deus. Esse maior compromisso foi o que capacitou à amizade deles e não apenas sobreviver, mas crescer em tempos de confusão e conflito.
Você é um amigo para todas as horas? Você foge de relacionamentos quando as dificuldades surgem? Se seus relacionamentos humanos são fracos, examine a profundidade de sua lealdade a Deus. Você pode se surpreender com o que vai descobrir (365 Mensagens Inspiradas em Personagens da Bíblia. 12ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.103).
A
amizade de Davi e Jônatas
Esta amizade é uma das mais profundas e legítimas
na Bíblia.
(1)
Eles basearam este pacto no compromisso para com Deus, não apenas para com o
outro.
(2)
Não permitiram que qualquer coisa se colocasse entre eles, nem mesmo o
interesse próprio ou os problemas familiares.
(3)
Aproximaram-se ainda mais quando a amizade foi testada.
(4)
Permaneceram amigos até o fim.
Jônatas o primogênito do rei, mais tarde predisse
que Davi, e não ele seria o próximo monarca. Mas isso não enfraqueceu sua
estima pelo amigo. Jônatas preferia a amizade de Davi ao trono de Israel. Para
conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.394
II.
UMA AMIZADE APROVADA POR DEUS
1.
Jônatas torna-se amigo de Davi.
O povo de Israel
jubilou diante da tremenda vitória. Saul ficou estupefato, e mandou o chefe do
exército, Abner, chamar Davi, que levou como troféu da batalha inusitada a
cabeça do filisteu (1Sm 17.54). Porém Jônatas, filho de Saul, foi quem mais foi
tocado em suas emoções e sentimentos em relação ao jovem pastor, que derrotou o
gigante com o uso de uma simples funda e um tiro de pedra. De imediato, aquela
admiração despertou em Jônatas um sentimento de amizade e de amor fraternal por
Davi. Deus tem seus caminhos, e, quando Ele quer, cria circunstâncias ou muda
circunstâncias segundo seus propósitos amorosos e soberanos.
2.
Uma amizade fiel e duradoura.
A Bíblia registra com expressão tocante os
sentimentos de Jônatas por Davi. Diz o texto bíblico: “E Sucedeu que, acabando
ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas
o amou como à sua própria alma” e fizeram uma aliança diante de Deus (1Sm 18.1,3,
4). O texto registra expressões que significam que Jônatas não só admirou
grandemente a coragem e a audácia de Davi, como sentiu no seu íntimo que
deveria nutrir por ele profunda amizade fraternal.
3.
Uma aliança do Senhor.
Grupos homossexuais procuram distorcer o sentido
desse texto quando a Bíblia diz que Jônatas fez aliança com Davi, porque “o
amava como à sua própria alma” e entregou a Davi suas vestes e equipamentos de
combate (1Sm 18.3,4). Eles o fazem de forma desonesta e tendenciosa, afirmando
que Jônatas sentiu atração sexual por Davi, e que ambos deram início a uma
relação homoafetiva. Nada mais incoerente com a verdade bíblica. Jônatas era
casado e pai de um filho, cujo nome era Mefibosete (2Sm 4.4). Em nenhum texto
da Bíblia se diz que Jônatas desobedeceu a Deus e a sua Lei. Ele sabia que, se
fosse homossexual, estaria cometendo “abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13).
Na verdade, aquela amizade calorosa foi inspirada por Deus, pois Jônatas
haveria de ser, tempos depois, o amigo que iria livrar Davi da sanha ciumenta e
sanguinária de Saul. Eles fizeram aliança espiritual, e não uma parceria
abominável aos olhos do Senhor (1Sm 18.3). Somente a má fé de quem usa a
Palavra de Deus para justificar seus pecados pode afirmar tamanha incoerência e
disparate.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II): Deus aprovou a amizade entre Davi e Jônatas.
“Jônatas”
O filho de Saul é uma das personalidades mais
admiráveis do Antigo Testamento. Ao descobrir que Davi estava destinado a
suceder seu pai no trono, Jônatas, corajosamente, defende Davi como um leal
servidor do rei. Quando forçado a tomar posição, Jônatas novamente escolhe
apoiá-lo, e enfrenta a fúria de seu pai para salvar a vida do amigo. Quando nos
lembramos que Jônatas sucederia naturalmente a Saul como rei de Israel, sua
amizade por Davi torna-se particularmente comovente. O Antigo Testamento não
tem exemplo mais belo de amizade. A história de como Davi correspondeu à
amizade de Jônatas é encontrada em 2 Samuel 9 (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
9ª Edição. RJ: CPAD, p.192).
III.
O CARÁTER DE JÔNATAS E SUAS LIÇÕES
Há um provérbio popular que diz: “Tal pai, tal
filho”, sugerindo que os filhos tendem a demonstrar o mesmo comportamento de
seus pais. Mas tal entendimento não pode ser generalizado. O exemplo de Jônatas
é prova disso. Seu caráter praticamente era oposto ao do seu pai. Vejamos
alguns aspectos do caráter de Jônatas.
1.
Um homem de coragem.
Saul era um homem inseguro e
ciumento. Jônatas não herdou nem desenvolveu esse traço da personalidade do
pai. Era corajoso. Em Micmás, ele lutou contra a guarnição dos filisteus, com
seu pajem de armas, e os derrotou, confiando em Deus. Revelou-se um comandante
de tropas, um herói e um homem de fé (1Sm 14.6). Mas sua coragem não era apenas
física e emocional. Ele tinha a grandeza espiritual que lhe dava confiança,
diante das adversidades (1Sm 14.1-4). Ele revelou firmeza diante dos inimigos,
e lealdade diante dos amigos.
2.
Um homem humilde.
Sua coragem moral fez não ter medo de perder a
posição, como herdeiro do trono para Davi. Soube reconhecer que seu amigo tinha
a direção de Deus, e as condições humanas para substituir Saul no cargo de
monarca de Israel (1Sm 16.1,12, 13). Um exemplo para os dias presentes. Há
muitos, em igrejas evangélicas, que brigam por cargos e posições, agindo,
muitas vezes, com métodos carnais, seguindo o exemplo dos ímpios. São obreiros
carnais, dominados por “torpe ganância” (1Tm 3.3). A humildade é qualidade que
só possuem os que têm grandeza de alma. E Deus se agrada dos humildes (1Pe
5.6).
3.
Um homem leal.
Em todas as ocasiões, depois que se tornou amigo de
Davi, Jônatas demonstrou sua lealdade. Poderia ter ficado ao lado do seu pai,
mas não cedeu aos caprichos de Saul, quando este, injustamente, quis eliminar a
vida de Davi. Quando soube do plano de Saul para matar Davi, Jônatas procurou o
amigo e lhe advertiu do perigo de morte (1Sm 19.1-3; 20.11-17 32,33). Jônatas
teve um último encontro com Davi, onde mais uma vez selaram o pacto de lealdade
diante de Deus (1Sm 20.41-43). Até o dia da sua morte, Saul continuou
perseguindo Davi. Jônatas também veio a morrer em Gilboa ao lado de seu pai
(1Sm 31.8).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Professor reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o
para enfatizar as características de Jônatas.
CONCLUSÃO
Deus não está sujeito às leis nem aos costumes dos
povos. Ele estabelece sua vontade diretiva de forma implacável, contrariando
todas as expectativas e previsões históricas ou políticas. Assim, em meio a um
grave desafio contra o povo de Israel, levantou o jovem Davi para derrotar o
gigante filisteu. Assistindo a extraordinária vitória, Jônatas sentiu profunda
admiração pelo jovem pastor de Belém, e compreendeu que ele seria o escolhido
por Deus. Em lugar de inveja ou ciúme, Jônatas tornou-se o maior e mais leal
amigo de Davi.
PARA REFLETIR
A
respeito de Jônatas, um exemplo de lealdade, responda:
1°
Que significa o nome Jônatas?
Resp:
“Dado
por Deus” ou “presente de Deus”.
2°
Quando começou a amizade entre Jônatas e Davi?
Resp:
Logo após a batalha em que Davi venceu Golias.
3°
Qual a natureza da aliança entre Jônatas e Davi?
Resp:
De natureza espiritual, “aliança do Senhor”.
4°
Além da coragem física e emocional, que grandeza tinha Jônatas?
Resp:
Ele tinha grandeza espiritual que lhe dava confiança, diante das adversidades.
5°
Que pacto fizeram Jônatas e Davi?
Resp:
Um pacto de lealdade diante de Deus.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jônatas,
um exemplo de lealdade
Como nasce uma amizade? Segundo as Escrituras, do
amor. “Amarás a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo” é o
resumo de Marcos 12.30,31. A verdadeira amizade só é possível quando forjada no
amor, do contrário se estabelecerá uma relação com base nos interesses
egoístas. Por isso, segundo a ética das Escrituras Sagradas, não há relação que
seja possível, mais estreita entre pessoas, senão, pelos meandros do verdadeiro
amor: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros”
(1Jo 4.11).
A história de Davi e Jônatas é um maravilhoso
exemplo de amizade desprovida de qualquer interesse mesquinho. Para demonstrar
isso, refletiremos acerca do perfil de Jônatas: (1) Filho mais velho de Saul;
(2) um herdeiro legítimo para suceder seu pai; (3) hábil e valente guerreiro;
(4) apresentava o porte de um verdadeiro príncipe. A partir de todo esse
perfil, por que Jônatas estabeleceria uma amizade sincera com Davi, que mais
tarde, seria a pessoa a substituir Saul, seu pai, no trono de Israel?O contexto para a amizade entre os dois guerreiros ser entretecida foi o evento auspicioso do combate entre Davi e o gigante Golias. Não há dúvidas de que a vitória de Davi, assim como aconteceu com o rei Saul, despertou emoções em Jônatas. A emoção da vibração, a emoção da conquista de uma batalha, a emoção de vencer um inimigo que há muito havia humilhado a nação inteira. Mas passada a euforia da vitória, o auspício da conquista, o texto bíblico testemunha algo encantador e sincero: “a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. [...] E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma” (1Sm 18.1,3).
Note que duas vezes o texto menciona “Jônatas o amou como à sua própria alma”. Uma amizade como a de Davi e Jônatas só poderia ter brotado a partir da perspectiva do amor. Por isso, em Jesus Cristo, essa perspectiva é mais abertamente ampliada e confirmada, por exemplo, pelo apóstolo João em suas cartas, pois só amamos porque Deus nos amou primeiro (1Jo 4.19). E se amamos a Deus, devemos amar o próximo. Só então temos a plataforma formada para a vivência de uma verdadeira amizade cristã. Portanto, é tempo de nos entregarmos em amor ao próximo e, então, preparar o caminho a fim de construirmos verdadeiras amizades. Amizade que edifique, abençoe e frutifique. Nunca é tarde para isso!
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