LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: O Caráter
do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
Comentarista: Elinaldo
Renovato
TEXTO ÁUREO: “E José,
despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua
mulher” (Mt 1.24).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Mostrar alguns aspectos do perfil de José, pai de Jesus;
II.
Apontar o caráter exemplar de José;
III.
Explicar a nobre missão de José.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
José,
assim como Maria, teve um papel importante no plano de redenção divina. Na
Bíblia não encontramos muitas informações a respeito dele. Acredita-se que
quando Jesus foi crucificado e morto, ele já havia falecido. Porém, analisando
os textos bíblicos a respeito de José, podemos ver o quanto era obediente,
humilde e amoroso. Ao saber da gravidez de Maria, até intentou deixá-la, mas
secretamente, para que a jovem não viesse a sofrer. Diferente de Maria que viu
e ouviu do anjo Gabriel que seria a mãe do Salvador, José não teve uma
revelação direta da parte de Deus. Só quando planejou deixar Maria, o Senhor
falou com ele em sonhos e José demonstrou ter fé e comunhão com Deus, pois não
teve dificuldades em discernir que não se tratava de um sonho comum, mas era a
voz de Deus e a sua revelação divina a respeito daquEle que seria o Salvador.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o que a
Bíblia revela sobre a vida de José de Nazaré, esposo de Maria, mãe de Jesus.
Homem dotado de um caráter justo, temperante e amoroso. Deus, ao escolher a
mulher em cujo ventre Jesus seria concebido, também escolheu aquele que haveria
de dar apoio e proteção a ela e a seu filho primogênito. Dessa forma, José
passou a ser partícipe do plano salvífico de Deus.
1. Quem era José?
Pouco
se sabe a respeito de sua vida. Assim como a esposa, José era simples, humilde,
talvez mais conhecido que ela por causa de sua profissão de carpinteiro. Ele
entrou na genealogia de Jesus, contribuindo para o cumprimento das profecias,
que indicavam que o Messias viria da descendência de Davi (2Sm 7.12, 16).
2. Pai adotivo de Jesus.
José não era o pai biológico de
Jesus, e sim o seu pai adotivo, visto que Jesus foi gerado pela ação do
Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 1.35). Também é chamado de “pai-guardião”
de Jesus. Esse fato é de grande importância, pois ele era “da casa e família de
Davi” (Lc 2.4). Perante a Lei, José era pai de Jesus, incluindo-o na sua
família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas 3.23-38. Dessa
forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi e da
tribo de Judá. Lucas registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência
de Davi (Lc 1.27).
3. José, um sonhador obediente.
Ao saber da gravidez de Maria,
pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la. Mas Deus entrou em ação, e
lhe deu um sonho tranquilizador para que não saísse do seu lugar (Mt 1.20,21).
Deus não deixou que ele concretizasse seu desejo de fugir às escondidas para
não sofrer as consequências da gravidez inesperada de sua noiva.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor reproduza o quadro
abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das características do
perfil de José.
II. O CARÁTER EXEMPLAR DE JOSÉ
1. Um homem obediente.
Ao
ter a revelação acerca da natureza da concepção de Maria, e receber a ordem de
Deus para não deixar Maria, José submeteu-se à vontade divina: “E José,
despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua
mulher” (Mt 1.24). Poderia ter despertado e dado tempo para verificar se não
teria tido apenas um sonho resultante das muitas ocupações (Ec 5.3). Teve,
porém o discernimento espiritual de que se tratava de um sonho de origem
divina. E obedeceu prontamente tão logo despertou de seu merecido sono. Com
amor, abraçou Maria e contou-lhe a experiência que Deus lhe proporcionara.
2. Um homem temperante.
No período em que era noivo
(desposado) com Maria, ele não teve relações íntimas com ela. Primeiro, porque
era um grave pecado (Dt 22.23,24). Em segundo lugar, porque era homem de bem, e
obediente a Deus, “justo” (Mt 1.19). José “não a conheceu até que deu à luz seu
filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS” (Mt 1.25). Ambos foram fortes
o suficiente para serem fiéis a Deus, nessa área, em que muitos não resistem
nem à primeira investida do Maligno.A genealogia de José é apresentada em Mateus 1. Ele era carpinteiro (Mt 13.55) que vivia em Nazaré (Lc 2.4). Mas, como descendente de Davi, sua casa ancestral estava em Belém. Estava noivo de Maria na época em que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. Ao saber que Maria estava grávida, quis evitar que ela fosse exposta à vergonha pública, embora cogitasse divorciar-se e despedi-la secretamente. Mas em um sonho foi informado por Deus que a concepção de Maria era divina e foi encorajado a se casar com ela. Para se registrarem e pagarem o imposto real, ele e Maria foram a Belém, onde Jesus nasceu. José é mencionado juntamente com Maria e Jesus na visita dos pastores (Lc 2.16) e na apresentação de Jesus no Templo (Lc 2.27,33). Em um sonho, Deus instruiu José a fugir da ira de Herodes, ir para o Egito, e lá permanecer durante algum tempo. A última participação de José é mencionada no evento dos Evangelhos relacionado com a visita feita à festa anual em Jerusalém, quando Jesus tinha 12 anos de idade (Lc 2.41-52). Ele não foi incluído com Maria e seus filhos em Mateus 12.46-50. Embora João 6.42 possa indicar que José ainda tivesse vivo durante parte do ministério de Jesus. José não aparece na crucificação quando Jesus entregou sua mãe aos cuidados do apóstolo João (Jo 19.26,27), portanto podemos concluir que José havia morrido antes desse acontecimento. Os judeus da época de Jesus consideravam que Ele era filho de José (veja Lc 3.23; 4.22; Jo 1.45; 6.42) (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1092).
O caráter de José
José deve ter se sentido traído
quando Maria lhe revelou que estava grávida. Ainda assim, estava disposto a
protegê-la ao promover um divórcio particular (diante de duas testemunhas, cf.
Nm 5.11-31). A referência a ele como sendo um ‘homem justo’ nos faz lembrar que
justiça não é apenas uma rígida insistência à letra da lei, mas deve ser
aplicada com misericórdia e compaixão. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor
da Bíblia, CPAD, p.602.
III. A NOBRE MISSÃO DE JOSÉ
1. Assegurar a ascendência real de Jesus.
Como
visto no primeiro tópico, perante a lei, José era o pai de Jesus, incluindo-o
na sua família, e também na de Maria, conforme o registro de Lucas (3.23-38).
Dessa forma, ele garantiu a confirmação de Jesus na descendência real de Davi,
pela tribo de Judá: “E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá,
cujo nome era Jessé [...]” (1Sm 17.12). Jesus é descrito, no Apocalipse, como
“o Leão da tribo de Judá”, o único capaz de abrir o livro selado com sete selos
(Ap 5.5). Mateus registra a genealogia de Jesus, a partir da descendência de
Davi. Jesus foi adotado legalmente por José, que era da tribo de Judá.
2. Proteger Jesus em seus primeiros anos.
Alguns fatos relevantes sobre a
vida de Jesus comprovam o amor e o zelo de José pelo menino que não era seu
filho biológico, mas filho de Maria pela intervenção divina.
a) No nascimento de
Jesus. “E subiu da Galileia também José, da cidade de
Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família
de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E
aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à
luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o
numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2.4-7).
Naquela situação, sem dúvida, José participou dos procedimentos no parto de
Jesus, ajudando Maria em todos os detalhes, amparando o bebê, no corte do
cordão umbilical, e em sua limpeza pós-parto, no envolvimento em panos e a
colocação da criança na manjedoura.
b) Nas cerimônias
exigidas pela Lei. Na circuncisão de Jesus,
ao oitavo dia de nascido e na apresentação no Templo, José estava ao lado de
Maria: “E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino,
foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser
concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, o levou
a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2.21,22).
c) Na fuga para o Egito. Diante da ameaça de Herodes, de matar o menino
Jesus, Deus determinou que José tomasse Maria e o menino, e fugissem para o
Egito, até que o rei homicida tivesse morrido. Por quase 500 quilômetros de
viagem, em meio a estradas desertas, com risco de assaltos e intempéries, José
conduziu a esposa e seu filho para um lugar seguro. E de lá só voltou por
revelação de Deus, quando o homicida tinha morrido, e foi morar em Nazaré (Mt
2.13-23).
3. O zelo pela formação espiritual de Jesus.
Seus pais cumpriam o que fora
determinado quanto à educação dos filhos, através do ensino sistemático e
diário da Palavra de Deus (cf. Dt 11.18-21). Fazia parte de sua educação
conhecer e participar das festas anuais de Israel, das quais a Páscoa era a
mais importante. José e Maria levavam o menino a Jerusalém para essa festividade
nacional. “Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. E,
tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa”
(Lc 2.41,42). Um exemplo eloquente de um verdadeiro pai, que se faz presente na
vida do filho, e não apenas um genitor, que gera e se descuida da vida do
filho.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
As famílias judias realizavam
várias cerimônias, logo após o nascimento de um bebê: (1) circuncisão. Todos os
bebês do sexo masculino eram circuncidados e recebiam seu nome no oitavo dia
após o nascimento (Lv 12.3; Lc 1.59-60). A circuncisão simbolizava a separação
entre judeus e gentios, e seu relacionamento exclusivo com Deus. (2) Redenção
do primogênito. O primogênito era apresentado a Deus, um mês após o nascimento
(Êx 13.2,11-16; Nm 18.15-16). A cerimônia incluía comprar de volta, ou seja,
‘redimir’, a criança, de Deus, por meio de uma oferta. Desta maneira, os pais
reconheciam que o bebê pertencia a Deus, que é o único que tem poder de dar
vida. (3) Purificação da mãe. Durante 40 dias, após o nascimento de um filho, e
80 dias após o nascimento de uma filha, a mãe permanecia cerimonialmente
impura, e não podia entrar no Templo. No fim do seu período de separação, os
pais deveriam trazer um cordeiro para uma oferta de holocausto, e uma rola ou
um pombo para uma oferta de pecado. O sacerdote sacrificaria esses animais e
declararia que a mulher estava limpa. Se um cordeiro fosse caro demais para a
família, os pais podiam trazer, em seu lugar, uma segunda rola ou pombo. Foi
isso que Maria e José fizeram.Jesus era o Filho de Deus, mas sua família realizou essas cerimônias de acordo com a lei de Deus. Jesus não nasceu acima da lei; ao contrário, Ele a cumpriu à perfeição (Bíblica Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1282).
CONCLUSÃO
José foi escolhido por Deus para
uma missão muito elevada, no plano da redenção. Ele foi o homem que amparou
Maria, em sua missão de conceber o Filho de Deus, como Filho do Homem. Não só a
ela, mais ao próprio Jesus, em seu nascimento biológico, em sua infância, nas
ameaças que sofreu. Ele cuidou de sua educação ao lado de sua mãe. Ele foi um
homem santo. Mas, assim como Maria, nunca reivindicou para si honras e
louvores, que só pertencem a Deus.
PARA REFLETIR
A respeito de José, o pai terreno de Jesus, um
homem de caráter, responda:
1° Que fez José, ao saber da gravidez de Maria?
Resp:
Pensou em deixá-la secretamente para não infamá-la.
2° Como José participou do nascimento de Jesus?
Resp:
Ajudando Maria em todos os detalhes.
3° Quando José voltou do Egito com Maria e Jesus?
Resp:
Quando Herodes morreu.
4° Por que José e Maria levavam Jesus a Jerusalém?
Resp:
Para a festa da Páscoa.
5° Que preceitos legais José e Maria obedeceram
após o nascimento de Jesus?
Resp:
A circuncisão de Jesus e a purificação de Maria.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
José, o pai de Jesus — Um homem de caráter
Sabemos pouco sobre a vida de José, o pai de nosso Senhor. As Escrituras não se referem muito à pessoa do marido de Maria, por isso, muitos estudiosos especulam sobre ele ter morrido precocemente. Talvez a informação histórica mais relevante sobre José é a respeito de sua profissão: carpinteiro. Profissão que o nosso Senhor aprenderia e exerceria mais tarde. Embora as Escrituras Sagradas tenham poucos dados mencionados a respeito de José, o seu caráter é demonstrado de maneira muito clara logo nos primeiros episódios que narram à infância do Senhor Jesus.
Ao saber da gravidez de Maria, conhecendo que entre eles não havia relação sexual, e por isso biologicamente o filho de Maria não poderia ser de José, o que lhe dava a ideia de que Maria havia sido infiel, as Escrituras Sagradas narram que “José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19). O pai do Salvador não tinha a intenção de expor Maria publicamente, pois ele bem sabia a consequência que toda mulher sofreria quando flagrada em infidelidade conjugal.
Entretanto, o texto bíblico narra que imediatamente após José planejar a abandonar secretamente a Maria, o anjo do Senhor lhe apareceu em sonho dizendo: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.20,21). Além de acreditar na inocência de Maria por intermédio de um sonho, José obedeceu humildemente à voz do Senhor por meio do anjo e assumiu a paternidade de Jesus e o casamento com Maria.
A obediência talvez seja a maior lição que podemos depreender da vida de José, o pai do nosso Salvador: anular por completo a própria dúvida, amar incondicionalmente e dizer sim para Deus. José escolheu a crer por intermédio de um sonho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário