LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A
razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Comentarista:
Esequias Soares
TEXTO ÁUREO: “E Jesus
respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Reconhecer que há somente um único Deus verdadeiro;
II. Explicar porque o criacionismo e evolucionismo são antagônicos;
III. Compreender a narrativa da criação.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado
professor, você crê que há somente um Deus verdadeiro e que Ele criou os céus e
a Terra? Então não terá dificuldade no ensino desta lição. Deus é real e Ele se
revela ao homem de diferentes maneiras, porém uma das formas que Ele se revela
a nós é mediante a sua criação. O relato da criação da terra, do céu e do
homem, não é uma alegoria. A narrativa da criação é um fato histórico, ou seja,
algo que aconteceu exatamente como a Palavra de Deus afirma. Quando o assunto é
a criação do universo e da vida, sabemos que existem várias teorias que tentam
explicar a origem de tudo, como por exemplo, a teoria do Big Bang e da
Evolução. Mas, cremos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução
como alguns cientistas tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma
partícula. Cremos que o Deus é o grande Criador.
INTRODUÇÃO
A doutrina de Deus é vasta, e
nem mesmo os grandes tratados de teologia conseguem esgotar o assunto. O
enfoque da presente lição é a unidade de Deus, o monoteísmo judaico-cristão e a
obra da criação. Nosso objetivo é mostrar que há um abismo intransponível entre
o criacionismo e o evolucionismo. Não há na Bíblia espaço para a teoria da
evolução nas suas diversas versões.
I. O ÚNICO DEUS VERDADEIRO
1. O Shemá.
É o imperativo de um verbo hebraico que significa “ouvir, obedecer”, o
qual inicia o versículo que se tornou, ao longo dos séculos, a confissão de fé
dos judeus: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). A
cláusula final “é o único SENHOR” também se traduz por “o SENHOR é um” (Gl
3.20), conforme as versões espanhola Reina-Valera e judaica, conhecida no
Brasil como Bíblia Hebraica. A construção hebraica aqui permite ambas as
traduções, de acordo com a declaração de Jesus: “o Senhor é um só!” (Mc 12.29,
Tradução Brasileira). Há aqui um significado teológico importante, porque a
mensagem não se restringe apenas ao monoteísmo, mas a ideia de existir um só
Deus, e de Deus ser um só, diz respeito tanto à “singularidade” quanto à “unidade”
de Deus (Zc 14.9; Sl 86.10).
2. O monoteísmo.
É a crença em um só Deus e se
distingue do politeísmo, a crença em vários deuses. As principais religiões
monoteístas do planeta são o judaísmo (Dt 6.4; 2Rs 19.15; Ne 9.6), o
cristianismo (Mc 12.29; 1Co 8.6) e o islamismo. Mas o monoteísmo islâmico não é
bíblico. O deus Alá dos muçulmanos é outro deus, e não o mesmo Deus Javé da
Bíblia. Alá era um dos deuses da Meca pré-islâmica, deus da tribo dos
coraixitas, de onde veio Maomé, que o adotou como a divindade de sua religião.
O nome Alá não vem da Bíblia e nunca foi conhecido dos patriarcas, nem dos
reis, nem dos profetas do Antigo Testamento, menos ainda dos apóstolos do
Senhor Jesus. Os teólogos muçulmanos se esforçam para fazer o povo crer que Alá
é uma forma alternativa do nome do Deus Javé de Israel, mas evidências
históricas e arqueológicas provam que Alá não veio dos judeus nem dos cristãos.
3. O monoteísmo judaico-cristão.
Jesus não somente ratificou o
monoteísmo judaico do Antigo Testamento como também afirmou que o Deus Javé de
Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo Deus que Ele revelou à
humanidade (Jo 1.18), a quem todos os cristãos servem e amam acima de todas as
coisas (Mc 12.29,30). Assim, o Deus de Israel é o mesmo Deus do cristianismo; é
o nosso Deus. O apóstolo Paulo pregava para os judeus e gentios o mesmo Deus
revelado por Jesus: “O Deus de nossos pais de antemão te designou para que
conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca” (At
22.14).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Nossa maneira de compreender a
Deus não deve basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em como
gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e
que optou por se revelar a nós através das Escrituras. O ser humano tende a criar
falsos deuses, nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de
viver e com a natureza pecaminosa do homem. Essa é uma das características das
falsas religiões. Alguns até mesmo caem na armadilha de se desconsiderar a
autorrevelação divina para desenvolver um conceito de Deus que está mais de
acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte
única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e como Ele é” (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 1996, pp.125-6).
II. CRIAÇÃO X EVOLUÇÃO
1. O modelo criacionista.
O criacionismo é a posição que propõe ser a origem
do Universo e da vida resultado de um ato criador intencional. Essa cosmovisão
é encarada com suspeita porque a comunidade científica incrédula a considera
uma proposta meramente religiosa. É verdade que a explicação religiosa tem por
base a fé (Hb 11.3), enquanto a explicação científica se fundamenta na
evidência empírica. Mas existem variações em ambas as propostas. Descobertas ao
longo dos séculos confirmam que causas inteligentes empiricamente detectáveis
são necessárias para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a
complexidade da natureza. Esse conceito é conhecido como Design Inteligente.
Criacionismo e Design Inteligente podem ser interligados, mas não são as
mesmas coisas. A proposta e a metodologia de ambos não são iguais, pois nem
todo criacionista aceita a Teoria do Design Inteligente e vice-versa. O
modelo científico do Design Inteligente propõe que o mundo foi criado,
mas não tem como provar em laboratório que Deus o criou.
2. O modelo evolucionista.
É uma teoria que nunca se
sustentou cientificamente, apesar de sua aparência científica (1Tm 6.20). Tem
por base pressupostos naturalistas, entre os quais a proposta darwinista da
seleção natural se destaca como o principal mecanismo evolutivo. O naturalismo,
a hipótese mais aceita para explicar o evolucionismo, ensina que organismos
biológicos existentes evoluíram em um longo processo através das eras. É a
cosmovisão favorável à ideia de que o universo e a vida vieram à existência por
meio de processos de geração espontânea, sem intervenção de um ato criador,
isto é, eles teriam evoluído até a complexidade atual por meio da seleção
natural, a teoria da sobrevivência dos mais fortes. Mas tudo isso não passa de
mera teoria que nunca pôde ser confirmada. O evolucionismo ateu exclui Deus da
criação.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Quando consideramos a
possibilidade de que Deus usou o processo evolucionário para criar ao longo de
milhões de anos, confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus
não é mais competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado.Já na época de Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas implicações para a história, então o homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer aceitar (HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp.35,36).
CONHEÇA MAIS
Criacionismo X Evolucionismo
Hoje, muitos cristãos afirmam
que os milhões de anos de história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou
o processo evolucionário para criar. Essa ideia não é uma invenção recente.
Para conhecer mais, leia Criacionismo: verdade ou mito?, CPAD, p.33).
1. A
criação do Universo.
Deus criou o universo do nada; é a chamada creatio ex nihilo da
teologia judaico-cristã revelada na Bíblia. A narrativa do primeiro capítulo de
Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de partida da criação é:
“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O verbo hebraico “criou”
é bará, e este apresenta características peculiares: o sujeito da
afirmação é sempre Deus, o Deus de Israel, e nunca foi aplicado a deuses
estranhos; é um termo próprio para referir-se à ação criadora de Deus a fim de
distinguir-se de toda e qualquer realização humana. Essa ideia do fiat
divino, ou seja, do “faça-se”, é apoiada em toda a Bíblia. Deus trouxe o
universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e
livre vontade (Sl 33.9; Hb 11.3; Ap 4.11).
2. A narrativa da criação em Gênesis
1. No primeiro dia, Deus trouxe
à existência a luz (Gn 1.3); no segundo, criou a expansão ou firmamento
(vv.6-8); e, no terceiro, “disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num
lugar; e apareça a porção seca” (v.9). A essa porção seca Ele chamou terra e ao
ajuntamento das águas, mares (v.10). Ainda no terceiro dia, surgiram os
continentes com seus relevos e a vegetação (vv.9-13). Os corpos celestes: o
sol, a lua e as estrelas aparecem no quarto dia (vv.14-19). As aves e os
animais marinhos surgem no quinto dia (vv.20-23).
3. A criação do ser humano.
A raça humana teve sua origem em
Deus, através de Adão (At 17.26; 1Co 15.45). O ser humano foi criado no sexto
dia, como a coroa de toda a criação, e recebeu de Deus a incumbência de
administrar a terra e a natureza. O homem não é meramente um animal racional,
mas um ser espiritual criado à imagem e semelhança de Deus. A frase “Façamos o
homem” (Gn 1.26), quer dizer: “Vamos fazer o ser humano”, pois o termo hebraico
usado para “homem” é adam, que significa “gênero humano”. O ser humano
criado por Deus se constitui em “macho e fêmea” (v.27). Esse ser humano recebeu
diretamente de Deus o sopro em suas narinas (Gn 2.7). Em outro lugar, a Bíblia
revela que Deus o fez um pouco menor do que os anjos (Sl 8.5).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Em Gênesis 1, a palavra hebraica
para dia é yom. A maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o
sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que o sentido não é esse, o
contexto deixa isso claro.Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no contexto de yom ou não, elas sempre tem o sentido literal de noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação aos corpos celestiais (HAM, Ken. Criacionismo: Verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p.30).
CONCLUSÃO
Os ensinos inadequados sobre
Deus e o Senhor Jesus Cristo exigiram da Igreja desde muito cedo uma definição
sobre o assunto. Os principais credos iniciam declarando que Deus é o Criador
de todas as coisas no céu e na terra. Trata-se de um resumo do que ensina a
Bíblia desde Gênesis até Apocalipse. Era uma resposta aos diversos conceitos
errôneos dos gnósticos sobre Deus. O contexto hoje exige uma resposta similar,
pois são muitos os nossos desafios. Devemos estar preparados para combater a
indiferença religiosa e o ceticismo à nossa volta que tanto têm contaminado
vizinhos, colegas de escola e também do trabalho.
A respeito do único Deus verdadeiro e a criação,
responda:
1° Qual o significado teológico da expressão “é o
único SENHOR” ou “o SENHOR é um”?
Resp: O significado está no fato de existir um só Deus, e de Deus ser um só.
Tal expressão diz respeito tanto a “singularidade” quanto à “unidade” de Deus.
2° Quem disse que o Deus de Israel é também o nosso
Deus? Cite a referência.
Resp: O Senhor Jesus Cristo (Jo 1.18). Paulo também pregava isso (At 22.14).
3° Qual foi o ponto de partida da criação?
Resp: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
4° Como Deus trouxe o universo à existência?
Resp: Ele trouxe o universo à existência do nada.
5° Qual o significado de adam, “homem”, no
relato da criação (Gn 1.26,27)?
Resp: O significado do termo hebraico usado para “homem” é adam, que
significa “gênero humano”.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O único Deus verdadeiro e a criação
O Deus único e verdadeiro se
revelou de maneira suficiente em Jesus Cristo e por intermédio de Sua Palavra.
Não há outro meio de conhecermos a Deus, senão por seu Filho, Jesus Cristo — “E
Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me
enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.” (Jo 12.44,45) —, conforme
está revelado em Sua poderosa Palavra.
A existência de Deus
Para nos relacionarmos com Deus
é necessário nos aproximarmos dEle e crer que Ele existe (Hb 11.6). De acordo
com as Escrituras Sagradas, a existência de Deus é um fato incontestável. Não
há preocupação alguma por parte da Bíblia em provar a existência de Deus, pois
desde o primeiro versículo já se subentende essa maravilhosa realidade: “No
princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Como também é uma realidade
confirmada por João 1.1: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus”. Logo, o autor aos Hebreus conclui: “Pela fé, entendemos
que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3). Que maravilhosa
realidade! Deus é! Nele, não há início nem fim, pois de eternidade em
eternidade Ele é Deus (Sl 90.2).
Uma verdade gloriosa
Ao confirmarmos a verdade
maravilhosa da existência do Deus Criador e sustentador de tudo o que há no
universo, não há como não se maravilhar com Sua grandeza, poder e majestade. A
Criação é obra das Suas mãos. Saber que Deus é onisciente, onipresente,
onipotente, imutável, eterno (atributos incomunicáveis aos seres humanos) nos
traz a segurança em um Deus tão grande que se importa conosco, seres humanos
tão pequenos, finitos e limitados. Ao mesmo tempo em que se mostra fiel, bom,
paciente, amoroso, gracioso, misericordioso, santo, reto, justo (atributos
comunicáveis aos seres humanos), somos constrangidos, uma vez alcançados pela
Sua graça, a manifestarmos tais características que emergem de Seu infinito
amor.O Deus único e verdadeiro é um Deus de amor, mas de justiça também. Fruto do Seu amor, Ele enviou o Seu filho para tirar o pecado do mundo; fruto de Sua justiça, Ele proveu um sacrifício suficiente para apagar os nossos pecados, pois nós que deveríamos estar no lugar do nosso Senhor Jesus. Dentro dessa perspectiva de amor e justiça, que as Escrituras revelam a obra de um Deus que deseja salvar homens e mulheres, reconciliando-os consigo mesmo por intermédio de Jesus Cristo (2Co 5.19).
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