LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A Obra da
Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Comentarista: Claiton
Ivan Pommerening
Lição 2: A salvação
na Páscoa Judaica
Data: 8 de Outubro de 2017
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar como se deu a instituição da Páscoa;
II. Explicar a importância e o significado do cordeiro da
Páscoa;
III. Tratar a respeito da relevância e do significado do
sangue do cordeiro na Páscoa.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a respeito da instituição de uma das celebrações mais
significativas e importantes para Israel: a Páscoa. Deus desejava que os
hebreus nunca se esquecessem desta importante data que marcaria um novo tempo,
um tempo de libertação. Por isso a data fora santificada.No decorrer da lição, procure enfatizar que a Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi a libertação e saída do Egito. Entretanto, a Páscoa comemorada ali no Egito apontava para o nosso Cordeiro Pascal, Jesus Cristo. Ele é o Cordeiro de Deus que morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e da condenação eterna, portanto, exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação.
INTRODUÇÃO
Na Páscoa, os israelitas
relembram o modo milagroso pelo qual Deus operou a salvação de seu povo,
livrando-o da opressão, do sofrimento, da angústia e da escravidão promovida
pelos egípcios. Era a lembrança da fidelidade de Deus à sua promessa, do seu
amor libertador e do cuidado, sem igual, em favor do seu povo. Nesta lição,
estudaremos os aspectos-chave e simbólicos da Páscoa e o novo significado que
tão importante celebração assumiu com a morte e a ressurreição de nosso Senhor
Jesus Cristo.
I. O livramento nacional.
Para o povo de Israel, a Páscoa representa
o que o dia da independência significa para um país colonizado por uma
metrópole. Mais ainda, essa magna celebração significa a verdadeira libertação
experimentada por uma nação, expressada pela liberdade espiritual do povo para
servir ao Deus Criador (Êx 12.1-13,16). Historicamente, foi o último juízo
sobre o Egito e a provisão do sacrifício pascal que possibilitaram o livramento
da escravidão e a peregrinação do povo judeu rumo à Terra Prometida (Êx
12.29-51).
2. A libertação da
escravidão.
Os israelitas habitaram por
aproximadamente 430 anos no Egito (Êx 12.40). Na maior parte desse tempo, eles
experimentaram a dominação, a escravidão e a humilhação. Ser escravo no Antigo
Oriente era estar sob a dependência política, econômica e social de outra
nação. A religião a ser professada pelo povo escravo era a da nação dominadora,
logo, não havia dignidade nacional para a escrava. Entretanto, no caso dos
israelitas, o Deus Todo-Poderoso ouviu “o gemido dos filhos de Israel, aos
quais os egípcios escravizam”, e lembrou-se de sua aliança (Êx 6.5). Do
sofrimento da escravidão, o clamor do povo chegou a Deus que lhe proveu o
livramento.
3. A nova celebração
judaica.
A Páscoa passou a ser a nova
festa religiosa dos israelitas, pois essa celebração foi instituída por Deus,
mediante o legislador Moisés, e um novo ano religioso começou (Êx 12.1-20). Os
israelitas passavam oito dias comendo pães sem fermento, o matzá, isto é,
fatias de pães asmos. Tudo isso para trazer à memória a grande fuga do Egito
que fora tão rápida, a ponto de não haver tempo para deixar o pão caseiro
crescer, pois esse pão deveria ser consumido antes de a massa levedar (Êx
12.39,40).
SÍNTESE DO TÓPICO (I): A Páscoa foi instituída
por Deus.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor(a), para iniciar o
primeiro tópico da lição faça a seguinte pergunta: “O que significa a palavra
Páscoa?”. Ouça os alunos com atenção e explique que significa “passar por”.
Explique que este vocábulo tornou-se o nome de uma das mais importantes
celebrações do povo hebreu. Diga que a festa da Páscoa acontecia no mês de
abibe (março/abril). Depois, utilizando o quadro abaixo, explique aos alunos o
significado desta celebração para os egípcios, judeus e cristãos. Conclua
enfatizando que a Páscoa nos fala do sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro
Pascal.
II. O CORDEIRO DA PÁSCOA
1. O
cordeiro no Antigo Testamento.
No
Antigo Testamento, o cordeiro constituía parte fundamental dos sacrifícios
oferecidos para remissão dos pecados. Ele foi introduzido na cultura dos
israelitas quando Deus libertou o seu povo, conforme nos relata Êxodo 12.3-10.
Para oferecer o cordeiro em sacrifício, o sacerdote e o povo deveriam observar
algumas exigências: o animal deveria ser completamente limpo, não poderia haver
manchas nem outros defeitos, ser imaculado e plenamente saudável (Lv 4.32; Nm
6.14). Todo esse simbolismo apontava para Jesus, o verdadeiro Cordeiro pascal.
2. Jesus, o verdadeiro
Cordeiro pascal.
A páscoa cristã é o memorial de
como Deus substituiu os sacrifícios temporários por um único e definitivo.
Nesse aspecto, o cordeiro do Antigo Testamento era sombra do apresentado no
Novo, “morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Por isso, ao comemorarmos a
Páscoa, devemos atentar seriamente para o glorioso feito de Jesus na cruz. Cristo
é o fundamento, a essência da Páscoa; se não atentarmos para Ele, nossa Páscoa
torna-se vazia de sentido. Além disso, somos chamados a celebrar o verdadeiro
Cordeiro com alegria e gratidão, pois por intermédio dEle a nossa culpa foi
anulada definitivamente. Deus nos purificou e nos fez dignos de “assentar nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6). Agora, uma vez em Cristo, somos
santificados, justificados e perdoados (Rm 5.1,2; 8.1).
SÍNTESE DO TÓPICO (II): O cordeiro da Páscoa
apontava para Jesus, o Cordeiro Deus.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
O cordeiro da Páscoa no Êxodo 12
deveria ser morto e comido na noite da Páscoa, e o seu sangue deveria ser
espargido nos umbrais das portas. O Senhor Jesus Cristo associou a Santa Ceia à
festa da Páscoa judaica (Mt 26.17-19). Dessa forma, a Páscoa está tipificando
que Cristo é a nossa Páscoa (1Co 5.7).O cordeiro a ser oferecido não deveria ter manchas ou defeitos (Êx 12.5) e nenhum osso deveria estar quebrado (Êx 12.45), o que nos mostra que nenhum osso de Cristo seria quebrado em sua morte na cruz.
O conceito do Cordeiro de Deus foi tão completamente desenvolvido em Isaías 53 que estava claro para os santos do Antigo Testamento que Ele não era outro senão o Servo do Senhor. Parece que Isaías 53 é o capítulo que contém mais referências cruzadas com o Novo Testamento em toda a Bíblia Sagrada.
O Cordeiro de Deus no Novo
Testamento
No primeiro capítulo de seu
Evangelho, João registra como João Batista aponta para Jesus como o ‘Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36). Pedro, em sua primeira
epístola, diz que Cristo foi o cordeiro conhecido antes da fundação do mundo
(1Pe 1.19,20). Portanto, o conceito do Antigo Testamento do cordeiro
sacrificial revela tipicamente e profeticamente o plano de Deus para oferecer
Cristo como o sacrifício propiciatório pelos pecados do homem (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.454).
CONHEÇA
MAIS
“Páscoa”
Lembremo-nos de nossa longa lista
de transgressões e consideremos-lhe sofrendo sob o peso de nossa culpa. Aqui se
lança um fundamento firme sobre o qual o pecador temeroso pode descansar a sua
alma. Nós somos a aquisição de seu sangue, e as obras de valor de sua graça;
por isso Ele intercede continuamente, e prevalece destruindo as obras do
Diabo”. Leia mais em Comentário Bíblico, de Matthew Henry, CPAD,
pp.599-600.
III. O SANGUE DO CORDEIRO
1. O
significado do sangue.
A
primeira abordagem da Bíblia acerca dos sacrifícios está no livro de Gênesis
(Gn 3.21; 4.1-7). O sacrifício de animais era uma forma de lidar com os
problemas do pecado, quando este destruiu a paz entre Deus e a humanidade (Is
59.2). O sacrifício era oferecido para expiação dos pecados do transgressor, em
que este era perdoado e, mediante essa expiação, tinha a sua relação com Deus
restabelecida. O maior símbolo, e principal elemento desse ritual, era o sangue
do animal sacrificado. Isso porque “sangue”, na Bíblia, representa a vida; e a
vida do animal, “derramada” no sacrifício, era o que restabelecia a paz entre
Deus e o ser humano (Lv 17.11 cf. Hb 9.23-28).
2. O sangue do cordeiro
pascal.
Antes do advento da última praga
sobre os egípcios, Deus ordenou aos judeus que preparassem um cordeiro para
cada família (Êx 12.3). A orientação era a seguinte: após matarem o cordeiro,
os israelitas deveriam passar o sangue da vítima nas ombreiras e no umbral da
porta de suas casas (Êx 12.7). Isso serviria de sinal para que quando o Senhor
passasse e ferisse os primogênitos do Egito, conservasse a vida dos israelitas
intacta (Êx 12.13). Assim, a orientação divina protegeu os primogênitos
israelitas e o sangue do cordeiro pascal foi o símbolo de proteção deles diante
da morte. Nesse sentido, o sangue de Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro, nos
protege da morte eterna e da maldição originada pelo pecado (1Jo 1.7). Tal como
o sangue do cordeiro pascal que livrou o povo da morte, assim também o sangue
de Jesus nos livra da morte espiritual e da condenação eterna.
3. O sangue da Nova
Aliança.
Em o Novo Testamento, ao celebrar
a Páscoa na última ceia, Jesus afirmou que o seu sangue era o símbolo da Nova
Aliança (Lc 22.14-20); era o real cordeiro, bem como o verdadeiro sacerdote,
sendo o sacrifício e o oficiante ao mesmo tempo. Por essa razão, o livro de
Hebreus afirma que Cristo é o mediador da Nova Aliança e, mediante seu sangue,
redime de modo efetivo ao que crê (Hb 12.24). Nesse sentido, o sangue da Nova
Aliança deu acesso direto do ser humano ao trono da graça (Hb 4.16) e
autoridade exclusiva a Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os
homens (1Tm 2.5). Desse modo Cristo fez da Igreja um povo de verdadeiros
sacerdotes com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com Deus,
para interceder uns pelos outros e anunciar as boas novas dessa Nova Aliança
(1Pe 2.9).
O sangue
O sangue também desempenhou um
papel significativo nas práticas religiosas do Antigo Testamento. Vale à pena
observar que o sangue não representava nenhum elemento básico nos sacrifícios,
nem tinha alguma função especial ou significado nos rituais de quaisquer outros
povos do antigo Oriente Próximo ou do Mediterrâneo. O sistema de sacrifícios da
lei, baseado nos primitivos sacrifícios de animais do período patriarcal,
exigia a morte da vítima em nome do pecador e consistia na aspersão do sangue
ainda morno pelo sacerdote como prova de sua morte pela expiação dos pecados
(Lv 17.11,12). Nos sacrifícios, era exigida a morte da vítima para que sua vida
fosse oferecida a Deus como substituto da vida do pecador arrependido. Dessa
maneira, o pecador era limpo e a culpa era removida (Hb 9.22).Esse cenário forma a base para a presença do sangue de Cristo no Novo Testamento. O derramamento do sangue de Jesus, na cruz, encerrou sua vida terrena, pois Ele, voluntariamente, ofereceu-se para morrer em nosso lugar, como o Cordeiro de Deus que foi assassinado para nos redimir (1Pe 1.18-20); e a aspersão desse sangue trouxe o perdão de todos os pecados dos homens (Rm 3.25). Seguindo o padrão do Dia da Expiação dos judeus (Lv 16), Cristo é o nosso sacrifício expiatório (Hb 9.11-14) e também a nossa oferta pelo pecado (1Pe 1.18,19). Assim como Moisés selou o pacto entre Deus e a antiga nação de Israel, no Sinai, com a aspersão do sangue (Êx 24.8), também o novo pacto de Jeremias (31.31-34) foi selado pelo sangue de Cristo (Hb 9.14). Ao instituir a Ceia do Senhor, Jesus falou do cálice como ‘o Novo Testamento [ou aliança]’ no seu próprio sangue (1Co 11.25) (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1758).
CONCLUSÃO
A Páscoa para os judeus é a
memória da ação salvadora de Deus. Para nós, os cristãos, é a recordação da
ação redentora de Jesus em favor da humanidade. Cristo é a nossa verdadeira
Páscoa, o Cordeiro único e o Sumo Sacerdote por excelência. Seu sacrifício foi
definitivo e completo. Por isso, ao lermos sobre a Páscoa, devemos celebrar a
Nova Aliança manifesta em Cristo Jesus. Hoje somos filhos de Deus mediante a
nova e perfeita aliança no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo.
A respeito do único Deus
verdadeiro e a criação, responda:
1° O que significa a Páscoa
para os judeus?
Resp:
Para o povo de Israel, a Páscoa representa o que o dia da independência
significa para um país colonizado por uma metrópole. Mais ainda, essa magna
celebração significa a verdadeira libertação experimentada por uma nação,
expressada pela liberdade espiritual do povo para servir ao Deus Criador.
2° Qual era o significado
do sangue do cordeiro no Antigo Testamento?
Resp:
O sacrifício de animais era uma forma de lidar com os problemas do pecado,
quando este destruiu a paz entre Deus e a humanidade. O sacrifício era
oferecido para expiação dos pecados do transgressor, em que este era perdoado
e, mediante essa expiação, tinha a sua relação com Deus restabelecida. O maior
símbolo, e principal elemento desse ritual, era o sangue do animal sacrificado.
Isso porque “sangue”, na Bíblia, representa a vida; e a vida do animal,
“derramada” no sacrifício, era o que restabelecia a paz entre Deus e o ser
humano.
3° O que significa Páscoa
para a Igreja Cristã?
Resp:
Significa que uma Nova Aliança foi estabelecida por Cristo mediante o seu
sacrifício na cruz do Calvário.
4° Quais são os benefícios
da Nova Aliança?
Resp:
O sangue da Nova Aliança deu acesso direto do ser humano ao trono da graça e
autoridade exclusiva a Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os
homens. Desse modo que Cristo fez da Igreja um povo de verdadeiros sacerdotes
com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com Deus, para
interceder uns pelos outros e anunciar as boas novas dessa Nova Aliança.
5° Com quais sentimentos
devemos celebrar a Páscoa em nossos dias?
Resp:
Devemos celebrar a Nova Aliança manifesta em Cristo Jesus com alegria e
gratidão.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A salvação na Páscoa
Judaica
Na lição sobre a Páscoa é
importante que o (a) prezado (a) professor (a) destaque pelo menos três pontos:
o conceito da Páscoa; o significado da Páscoa para os judeus; o significado da
Páscoa para os cristãos.
Conceito
Do hebraico pesah, que
significa “passagem”, e de acordo com Êxodo 12.13,23, 27, o termo hebraico
significa que o Senhor “passou por cima”, isto é, “pulou as casas israelitas”
marcadas com sangue quando o Senhor feriu os egípcios. A palavra hebraica
aplicada no Êxodo traz a idéia de “proteção”, “libertação” e “salvação”. Assim,
o significado literário da Páscoa remonta à festa com que os israelitas
comemoraram a saída do Egito e a passagem da escravidão à libertação; da
separação à comunhão com o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx 12). Para os
judeus, é o acontecimento mais importante do Antigo Testamento. E para os
cristãos, é a história que culmina gloriosamente em o Novo Testamento.
Significado da Páscoa para
os judeus
A primeira ocorrência da Páscoa
na Bíblia está registrada em Êxodo 12. O texto remonta o legislador Moisés
aspergindo o sangue do cordeiro para que os primogênitos israelitas não fossem
atingidos pelo juízo de Deus reservado a Faraó por meio da morte dos primogênitos
do Egito. Foi um acontecimento tão assombroso e maravilhoso que os israelitas
tinham um compromisso firmado em Lei para que tal ocorrência fosse passada de
geração a geração (Dt 6.20-23). A fatídica noite para os egípcios foi o dia de
libertação para os judeus; foi quando o povo de Israel viu o grande livramento
do Senhor; foi à noite que Deus demonstrou tamanho amor sem medida pela nação
escolhida.
Significado da Páscoa para
os cristãos
A revelação progressiva de Deus
no Antigo Testamento mostra que o livramento de Israel do Egito era o preâmbulo
histórico-divino para a execução do seu plano salvífico.O sentido da Páscoa atingiu seu significado pleno na crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro pascal. Esse foi dia do grande livramento da humanidade condenada para viver a ira de Deus. Foi à extraordinária ação do amor de Deus, por intermédio do seu filho unigênito, provendo livramento para os seres humanos. Para nós, os cristãos, a Páscoa representa a liberdade, o recomeço, o perdão, a segunda chance, a nova vida, a alegria, a paz, a comunhão, a vida com Deus, a vida com o próximo.
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