sábado, 24 de fevereiro de 2018
Lição 8 CPAD - 1° Trimestre 2018
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A
supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Data: 25 de Fevereiro de 2018
TEXTO ÁUREO: “Porque
este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o
Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo” (Hb
8.10).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.I. Explicar os aspectos de superioridade da Nova Aliança: sua dimensão, natureza e importância
II. Salientar a superioridade da Nova Aliança em seus aspectos posicional, funcional e cultual
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a)
professor(a), chegamos numa seção bíblica importante da Carta de Hebreus: os
capítulos 8-10. Esses capítulos narram os aspectos da Nova Aliança. Por isso,
estude profundamente esses capítulos a fim de preparar-se para esta e para as
próximas aulas. Assim, o assunto de destaque desta lição abarca a natureza, os
aspectos e a promessa da Nova Aliança. Ore ao Senhor, para que após a exposição
desses capítulos, seus alunos tenham mais convicção a respeito da dispensação
que ora desfrutamos: o tempo da graça.
INTRODUÇÃO
O capítulo oito da Carta aos
Hebreus apresenta uma aliança superior; um santuário superior e também um sumo
sacerdote, Cristo Jesus, com um ministério igualmente superior. O antigo
santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo
santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas
Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o sumo sacerdote-rei, que está
sentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo. A Nova Aliança tornou
obsoleta a Antiga por ser de natureza espiritual, interior e de se firmar em superiores
promessas.
I. UM SANTUÁRIO SUPERIOR
1. Pertencente a uma dimensão superior.
Tanto o judaísmo como o
cristianismo estavam familiarizados com a figura do tabernáculo de Moisés. No
livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a Moisés para a construção
do Santuário (Êx 25.1-9). As recomendações dadas a Moisés, conforme expõe o
registro sagrado, eram destinadas a construção de um santuário, onde Deus
habitaria com eles (Êx 25.8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do
tabernáculo móvel e era nesse tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo
sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no santuário celestial que
Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o
escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é chamado de
“verdadeiro Tabernáculo” por pertencer à dimensão celestial.
2. Possuidor de uma natureza superior.
O santuário terreno, mesmo tendo
sido construído com objetos e metais preciosos, não era o verdadeiro
tabernáculo, mas apenas um modelo do verdadeiro. Na verdade, o tabernáculo
terreno era um tipo que aponta para o santuário celestial: “Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb 8.5). Ele era o lado visível
de uma realidade invisível. Invisível, mas real! O santuário terreno era por
natureza temporal, figura do verdadeiro santuário, que é espiritual e eterno.
Foi nesse santuário que Jesus se tornou “ministro do santuário, e do verdadeiro
tabernáculo” (Hb 8.2).
3. Possuidor de uma importância superior.
É possível vermos a relevância do
tabernáculo celeste quando o contrastamos com o terrestre. Certo autor destaca
três grandes importâncias do tabernáculo terrestre. Primeiramente o tabernáculo
propiciava as condições necessárias para manter comunhão no relacionamento com
Deus. No tabernáculo celestial essa condição é plenamente satisfeita. Em
segundo lugar, o tabernáculo era a garantia da presença divina no meio do seu
povo. Esse fato faz com que o tabernáculo se conforme em cada detalhe ao seu
caráter divino, isto é, unidade e santidade. Deus requer um santuário; o Deus
santo exige um povo santo (Lv 19.2). No tabernáculo celeste, habita a plenitude
da divindade. Em terceiro lugar, o tabernáculo revelava a perfeição e a
harmonia do caráter do Senhor vistas na sua arquitetura, tais como as gradações
em metais e materiais, os graus de santidade exibidos no átrio, o lugar santo e
o santo dos santos. Mas tudo isso era apenas “sombra” da perfeição e harmonia
do tabernáculo celeste.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), antes de
introduzir o primeiro tópico da lição desta semana, escreva no quadro estas
três expressões: dimensão superior, natureza superior e importância superior.
Após fazer a exposição do primeiro TÓPICO , retorne à lousa e peça para que os
alunos expliquem com as próprias palavras as expressões-chaves sobre o
ministério da Nova Aliança.
1. No aspecto posicional.
O autor mostra através de seus argumentos que
Jesus, de fato, deve ser visto como verdadeiro sumo sacerdote-rei. Já foi
destacado em lições anteriores que no Antigo Pacto nenhum rei exerceu de forma
legítima a função de rei-sacerdote. Dois exemplos bíblicos de reis que tentaram
atuar como sacerdotes, mas que foram reprovados são os de Saul e Uzias. Jesus é
o único Sumo Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do
Salmo 110.4. Por ser de uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque, Ele não
está sujeito às exigências do sistema levítico. E por ser Sumo Sacerdote da
ordem de Melquisedeque também não está limitado a um tabernáculo terreno. O seu
santuário, onde Ele oficiou, é divino, além de maior e melhor em dois outros
aspectos.
2. No aspecto funcional.
No Antigo Pacto, os sacerdotes
adentravam no tabernáculo para oferecer suas ofertas e sacrifícios muitas
vezes, e o sumo sacerdote uma vez no ano (Hb 8.3). Cristo, à semelhança do
sistema sacerdotal arônico, também deveria ter oferta para oferecer. Contudo,
há duas coisas que diferenciam o sacerdócio de Cristo com o do Antigo Pacto:
Ele mesmo se deu em sacrifício (1Co 5.7) e este, ao contrário do sacrifício
levítico, não mais se repete, foi efetuado de uma vez por todas. Cristo,
portanto, não está mais oferecendo sacrifício no céu de forma repetida como
fazia os sacerdotes levitas. Agora, Ele intercede por todos os que o invocam.
3. No aspecto cultual.
O autor escreve a partir da
perspectiva de que o culto levítico continuava em pleno funcionamento. Havia
ainda nos seus dias sacerdotes que ofereciam sacrifícios e ofertas de acordo
com a lei (Hb 8.4). A atividade sacerdotal juntamente com as demais funções
exercidas pelos sacerdotes estava estritamente relacionada ao culto. Nesse
aspecto, o sacerdócio de Cristo era superior porque sua atividade cultual era
em tudo superior, visto se realizar no santuário celestial.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
Os capítulos 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais
como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os
vários cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento. É duplo
o propósito do autor:
(1) contrastar
o serviço do Sumo Sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto,
com o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial segundo o
novo concerto;
(2) demonstrar como esses vários
aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério que
estabeleceu o novo concerto.
(3) Jesus
é quem instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as ideias estão
contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério
celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo
Testamento.
O Novo Concerto é um acordo,
promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em
outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente.
De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por
fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam
pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1910).
CONHEÇA MAIS
Aliança
[Do lat. alligantia, ligar
a, unir-se a] Em linguagem teológica, é um acordo firmado entre Deus e a
família humana, através do qual Ele promete abençoar os que lhe aceitam a
vontade e guardam os seus mandamentos (Gn 17.1-21). A base das alianças é o
amor divino. É um compromisso gracioso da parte de Deus, pelo qual Ele
concede-nos favores imerecidos”. Para conhecer mais leia Dicionário Teológico,
CPAD, p.39.
III. UMA PROMESSA SUPERIOR
1. De natureza interior e espiritual.
Debaixo da Antiga Aliança, Deus havia chamado os
israelitas para ser o seu povo (Êx 19.5,6). Essa Aliança fora escrita em tábuas
de pedras, revelando assim o seu lado exterior. Nesse aspecto, a lei agia de
fora para dentro (Hb 8.9). Tendo o povo de Deus falhado em cumprir as
exigências legais da Antiga Aliança, Deus prometeu fazer uma Nova. Nessa Nova
Aliança, a lei divina não mais seria escrita em tábuas de pedras, mas sim no
coração. Não mais do lado de fora, mas do lado de dentro (Hb 8.10).
2. De natureza individual e universal.
A Antiga Aliança é contrastada
com a Nova também quanto ao seu alcance. Na Antiga Aliança, nem todos conheciam
ao Senhor, o que estava reservado somente ao sacerdote, ao escriba e àqueles
que se especializavam em minúcias da Lei. Nos dias de Jesus, era comum
encontrar os “mestres da lei” que frequentemente eram consultados sobre os
detalhes da Torá. Todavia, na Nova Aliança o Senhor prometeu que “todos me
conhecerão” (Hb 8.11). Na Nova Aliança o conhecimento do Senhor está à
disposição de todos os crentes e não apenas de uma classe privilegiada.
3. De natureza relacional.
O aspecto relacional é posto em
evidência na citação deste versículo: “Porque serei misericordioso para com as
suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei
mais” (v.12). A Nova Aliança é um concerto de misericórdia, graça e perdão.
Certo autor destaca que o antigo sistema separava a religião da vida. O homem
podia ser reto cerimonialmente e perverso no coração, ou reto no coração e
incorreto cerimonialmente. Na Nova Aliança, em vez de uma “recordação de
pecados todos os anos” (Hb 10.3 — ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais
se lembra dos pecados de seu povo (Hb 10.17).SÍNTESE DO TÓPICO (III): A promessa do Novo Concerto é de natureza interior e espiritual; de natureza individual e universal; bem como de natureza relacional.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Estabelecido o Novo Concerto em
Cristo, o Antigo Concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o Novo
Concerto não invalida a totalidade das Escrituras do Antigo Testamento, mas
apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a
obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento não está
abolido; boa parte de sua revelação aponta para Cristo [...], e por ser a
inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir
na retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1911)
CONCLUSÃO
O autor já havia mostrado a
superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o arônico e levítico quando o coloca
como pertencente à ordem de Melquisedeque. Agora, ele mostra que esse sumo
sacerdote possui um ministério superior porque ministra em um santuário superior
e é o fiador de uma superior aliança. Por pertencerem a essa Nova Aliança, os
crentes desfrutam de promessas superiores. Por isso glorificamos a Deus por
essas bênçãos.
PARA REFLETIR
A respeito de Uma Aliança Superior, responda:
1° De acordo com o escritor aos Hebreus, onde
“fica” o tabernáculo em que
Jesus entrou para oficiar?
Resp: Para o escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é
chamado “verdadeiro Tabernáculo” por pertencer à dimensão celestial.
2° Por que Jesus deve ser visto como Sacerdote-Rei?
Resp: Porque Jesus é o único Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da
profecia bíblica do Salmo 110.4.
3° Cristo continua oferecendo sacrifícios no ceú?
Explique.
Resp: Não, pois Ele intercede por todos os que o invocam.
4° Qual é a diferença da Nova Aliança, em relação à
Antiga, em termos de alcance?
Resp: Na Nova Aliança o conhecimento do Senhor está à disposição de todos os
crentes e não apenas de uma classe privilegiada, como ocorria na Antiga
Aliança.
5° No aspecto relacional, qual a grande diferença
entre a Nova e a Antiga Aliança?
Resp: Na Nova Aliança, em vez de uma “recordação de pecados todos os anos”
(Hb 10.3 — ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais se lembra dos pecados de
seu povo (Hb 10.17).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma Aliança superior
Vivemos num contexto em que a
dimensão espiritual e celestial em muitas igrejas está se perdendo. Podemos
apontar vários culpados para esse fenômeno: a teologia da prosperidade, a
prosperidade econômica das nações, as distorções acerca das profecias concernentes
a volta de Cristo e outros motivos. Entretanto, aproveite a oportunidade desta
aula para resgatar o caráter celestial e espiritual do ministério de Jesus
Cristo, logo, da missão da Igreja, o Corpo de Cristo. Assim, dialogando com a
classe, pontue as seguintes questões em que o próprio Senhor deixa essa verdade
bem clara:
• A Pilatos: “o meu Reino não é
deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para
que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo
18.36).
• A alguns da multidão: “Mas, se
eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino
de Deus” (Lc 11.20).
• Aos três discípulos mais
próximos: “E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e
as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. E eis que estavam falando
com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e
falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lc 9.29-31).
Finalize essa atividade citando a
conhecida mensagem do apóstolo Paulo aos coríntios: “Se esperamos em Cristo só
nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19). Boa aula!sábado, 17 de fevereiro de 2018
Horário de verão acaba no domingo 18/02/2018 em dez Estados e DF; é hora de atrasar o relógio
O horário de verão termina a 0h deste domingo (18). Por isso, moradores do
Distrito Federal e dos Estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul), do Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) devem
atrasar o relógio em 1 hora.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
sábado, 10 de fevereiro de 2018
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Lição 6 CPAD - 1° Trimestre 2018
LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A supremacia da Cristo — Fé,
esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José Gonçalves
Data: 11 de Fevereiro de 2018
TEXTO ÁUREO: “Para
que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e
paciência, herdam as promessas” (Hb
6.12).
OBJETIVO GERAL:
Conscientizar
que para perseverarmos na fé precisamos crescer em Cristo, estar em constante
vigilância e confiar nas promessas.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Afirmar a necessidade do crescimento espiritual;
II. Sinalizar a necessidade de
vigilância espiritual num tempo de apostasia;
III. Conscientizar acerca da necessidade
de confiarmos nas promessas de Deus.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Apostasia remonta a ideia de decaída, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que antes se estava ligado.
Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o relacionamento salvífico
com Cristo. Geralmente esse fenômeno se manifesta na esfera moral e ética, bem
como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia, à luz da Carta de
Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com Cristo e a viver em fé na
esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o Senhor.
INTRODUÇÃO
O autor já havia dito
que os crentes deveriam ser mestres, mas em vez disso necessitavam que alguém
lhes ensinasse de novo os primeiros rudimentos da fé (Hb 5.12). A vida cristã é
dinâmica e exige que o discípulo vá além dos primeiros passos. Mas isso não
estava acontecendo com a comunidade com a qual o autor sacro se correspondia.
Em vez disso, dava sinais de cansaço, indolência, negligência e imaturidade
espiritual, o que poderia trazer como consequência o esfriamento e o fracasso
na fé. A graça não é irresistível e nem tampouco incondicional. A apostasia é
retratada pelo escritor como algo real e não apenas como um perigo hipotético,
por isso, ele mostra que para se evitar decair é necessário perseverança, fé e
confiança nas promessas de Deus.
1. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre arrependimento e fé.
Longe de dizer que a
doutrina do arrependimento e da fé não é mais necessária, o autor quer mostrar
que ela é importante sim, mas que constitui o “ABC doutrinário” da fé cristã. A
vida cristã começa com o arrependimento e fé (Mc 1.15). De fato, a Bíblia
mostra que para que uma pessoa possa ser salva, ela primeiro deve crer (Mc
16.16; At 16.31; Rm 1.16; Ef 2.8; 1Tm 1.16) e não o contrário. Todavia não deve
parar aí. Há um longo caminho a percorrer e os seus leitores, parece, haviam se
esquecido desse fato, “estacionando” na jornada.
2. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre batismos e imposição de mãos.
O segundo bloco de
rudimentos doutrinários (Hb 6.2) mostrado pelo autor é formado pelos
ensinamentos sobre batismos e imposição de mãos. O contexto mostra que em
Hebreus 6.2 a referência é ao batismo cristão em contraste com outros batismos
praticados no judaísmo. Na igreja primitiva o batismo em águas era feito em
razão do “arrependimento para remissão de pecados” (Mc 1.4; At 10.47,48;
22.16). O batismo não possuía poder salvífico, isto é, não era um sacramento,
mas um testemunho público da fé em Cristo. Por outro lado, a doutrina da
imposição de mãos é evidenciada em vários lugares na Bíblia, mas era sempre
demonstrada como um símbolo exterior da prática da oração (At 6.6; 13.3; 1Tm
4.14).
3. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre ressurreição e juízo.
Fica patente para o
leitor do Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava
primeiramente no fato da ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18). Tanto a
doutrina da ressurreição dos mortos como a do juízo vindouro são demonstradas
pelo autor como fontes de esperança para os cristãos (Hb 10.36,37; 12.28,29).
Elas eram elementos indispensáveis para que o cristão mantivesse sua
expectativa no porvir. Mas não deveriam parar aí, antes, tinham de avançar.
SÍNTESE DO TÓPICO (I): Crescer
espiritualmente significa ir além dos rudimentos doutrinários do arrependimento
e da fé, do batismo, da imposição de mãos, da ressurreição e do juízo.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Prezado(a)
professor(a), faça um resumo do capítulo 6 de Hebreus para a classe, antes de
introduzir este tópico. Se possível, reproduza o esquema abaixo:
CONHEÇA MAIS
Apostasia
[Do gr. apostásis,
afastamento] Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo
Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes,
há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a
apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era
tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e
jamais curvar-se diante dos ídolos”. Leia mais em Dicionário Teológico, de
Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, p.48.
II. A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA
ESPIRITUAL
1. Apostasia, uma possibilidade para
quem foi iluminado e regenerado.
As palavras do autor
dão início ao versículo 4 do capitulo 6 de Hebreus com o vocábulo grego adynato,
traduzido aqui como “impossível”. É a mais forte advertência em o Novo
Testamento sobre o perigo de decair da graça. Os gramáticos observam que o seu
sentido aqui é enfatizar o que vem colocado depois da conversão (Hb 6.4). O
autor fala de pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem
tampouco experimentou do dom celestial. No capítulo 10 e versículo 32 ele usa a
expressão “iluminados” para se referir à conversão dos seus leitores. Além do
mais, as palavras “uma vez” (Hb 6.4) contrastam com “outra vez” (Hb 6.6),
mostrando o antes e o depois da conversão. Essas não são expressões usadas para
pessoas não regeneradas. A apostasia, o perigo de decair da fé, é colocada pelo
escritor de Hebreus como algo factível, um perigo real a ser evitado por quem
nasceu de novo.
2. Apostasia, uma possibilidade para
quem vivenciou a Palavra e o Espírito.
A possibilidade de
decair da graça é posta para aqueles que “se fizeram participantes do Espírito
Santo, e provaram a boa palavra de Deus” (Hb 6.4,5). O autor sacro já havia
dito como uma pessoa se torna participante de alguma coisa. Os crentes
tornam-se participantes da vocação celestial (Hb 3.1); participantes de Cristo
(Hb 3.14) e, dessa forma, participantes do Espírito Santo (Hb 6.4). Mais uma
vez o texto mostra que a mensagem é dirigida às pessoas regeneradas. Esses
crentes haviam se tornado participantes do Espírito Santo e da Palavra de Deus.
Somente os nascidos de novo participam do Espírito Santo (Jo 14.17) e provam da
Palavra (At 8.14; 1Ts 2.13). Portanto, trata-se de uma advertência para os
salvos.
3. Apostasia, uma possibilidade para
quem viveu as expectativas do Reino.
Esses crentes, aos
quais o autor se referia, também experimentaram “as virtudes do século futuro”
(Hb 6.5). Essa expressão é usada no contexto da cultura neotestamentária como
uma referência a era messiânica. Ao receber a Cristo como Salvador, os crentes
já participam antecipadamente das bênçãos do Reino de Deus. Vigilância mais uma
vez é requerida para os salvos que ingressaram nesse Reino. Quem despreza a
graça de Deus, não se torna um “cidadão real” desse Reino.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
Alguns intérpretes
combinam 5.11-6.20 como uma unidade exortativa. No entanto, há boas razões para
dividir a passagem em duas advertências separadas (embora relacionadas).
Enquanto 5.11-6.3 enfoca o perigo da lentidão e da regressão espiritual, com
uma exortação para avançar em direção à maturidade, a segunda advertência
enfoca a terrível possibilidade de uma apostasia irreparável, se tal regressão
prosseguir de modo incontrolável (6.4-8). O autor então encoraja e desafia seus
leitores a progredirem, prosseguindo em esperança e fé com perseverança
(6.9-20).Hebreus 6.4-6 constitui uma frase longa e complexa em grego, que adverte solenemente sobre a possibilidade de abandono (apostasia) da fé cristã e da impossibilidade desta vir a ser restaurada, uma vez que tal condição tenha ocorrido. [...] Quem são os sujeitos desta impossibilidade?
[...] O estudioso F. F. Bruce observa corretamente que o texto em 6.4-6 foi tanto ‘indevidamente minimizado’ quanto ‘indevidamente exagerado’. Foi indevidamente minimizado por aqueles que argumentam de uma forma ou de outra que as pessoas descritas 6.4,5 nunca foram cristãos completamente regenerados (por exemplo, Grudem, 1995, 132-182), ou que este foi somente um caso hipotético sendo apresentado pelo autor e não algo que pode realmente acontecer na prática (por exemplo, Hewitt, 1960, 110-11). A passagem também foi indevidamente exagerada por aqueles que ensinam que uma vez que uma pessoa tenha se convertido e sido batizada em Cristo, e em seu corpo, e então por um lapso cair novamente em sua antiga vida pecaminosa, não poderá haver um perdão futuro ou uma restauração ao convívio cristão (por exemplo, Tertuliano sobre o pecado pós-batismal). Estas interpretações estão sendo aplicadas à passagem sem uma consideração de seu contexto, e não fazem nenhuma distinção entre ‘desviar-se’ e ‘apostatar’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004, pp.1573-75).
III. A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS
PROMESSAS DE DEUS
1. O serviço cristão e a justiça de
Deus.
O autor sabia que usou
um tom exortativo forte deixando claro que não se pode brincar com a fé. Agora
ele vê a necessidade de consolar os cristãos depois desse “tratamento de
choque” (Hb 6.9,10). Aos crentes fiéis no seu serviço é dito que Deus, em sua
justiça, os recompensará. É bom saber que mesmo não recebendo o reconhecimento
dos homens, teremos o reconhecimento de Deus.
2. A perseverança de Abraão e a
fidelidade de Deus.
A exortação do
escritor de Hebreus toma como parâmetro a pessoa de Abraão. O velho patriarca é
o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de Deus, soube
esperar com paciência (Hb 6.12,13). Por que voltar atrás se temos as promessas
de Deus que nos motivam a caminhar à frente (Hb 6.14,15)?
3. Cristo, sacerdote e precursor do
crente.
O autor sagrado
volta-se para Jesus, o nosso exemplo maior de perseverança, fidelidade e
esperança. Nessa jornada, Ele se adiantou e foi a nossa frente, tornando-se o
nosso precursor (Hb 6.20). O termo “precursor” era usado na cultura antiga em
referência a um batedor militar, a alguém que tomava a dianteira para abrir
caminho. Jesus entrou na presença de Deus, como nosso sumo sacerdote para nos
dar o direito de viver eternamente.
SÍNTESE DO TÓPICO (III): Podemos
confiar nas promessas do Senhor, pois à luz da perseverança de Abraão e da
fidelidade de Deus, nos chegamos a Cristo, o sacerdote e precursor do crente.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
A promessa que Deus
fez a Abraão foi fundamento de todas as promessas da aliança e da atividade
redentora de Deus (Gn 12.1-3), que foram repetidas em inúmeras ocasiões e de
formas diferentes ao longo da história do Antigo Testamento (por exemplo, Gn
15.1-21; 26.2-4; 28.13-15; Êx 3.6-10). Porém, numa ocasião em particular, após
Abraão quase ter sacrificado Isaque em obediência ao teste de Deus, Deus tornou
a veracidade de sua promessa enfática por meio de um juramento (Gn 22.16: ‘Por
mim mesmo, jurei, diz o Senhor’). Hebreus 6.13,14 indica que este juramento
mais tarde encorajou Abraão a esperar ‘com paciência’, e assim, posteriormente
‘alcançou a promessa’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004, p.1577).
CONCLUSÃO
O capítulo 6 de
Hebreus contém uma das mais fortes exortações encontradas em todo o Novo
Testamento — a necessidade de perseverança e vigilância para não se decair da
fé. O processo da salvação não se dá de forma mecânica e nem compulsória, mas se
firma na entrega e aceitação voluntária a uma dádiva divina. A tudo isso temos
que responder com amor, cuidado e zelo (1Co 10.7-13). Essa exortação de forma
alguma deve levar-nos ao medo, pavor ou pânico, mas conduzir-nos a confiar
inteiramente no Senhor que é poderoso para guardar-nos até o dia final.
PARA REFLETIR
A respeito de
Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia, responda:
1° Como se inicia a
vida cristã?
Resp: A vida cristã começa com
arrependimento e fé (Mc 1.15).
2° O que fica patente
para todo leitor do Novo Testamento?
Resp: Fica patente para o leitor do Novo
Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato da
ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18).
3° Segundo o autor
sagrado, Hebreus 6.4 fala a respeito de quem?
Resp: O autor fala de pessoas crentes,
porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom
celestial.
4° Segundo Hebreus,
quem se torna participante do Espírito Santo e da Palavra de Deus?
Resp: Os crentes.
5° Em que sentido o
autor de Hebreus usa o patriarca Abraão como modelo?
Resp: O velho patriarca é o modelo do
crente perseverante, que de posse da promessa de Deus soube esperar com
paciência (Hb 6.12,13).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Perseverança e fé em tempo de
apostasia
A lição desta semana
pode ser introduzida por intermédio das seguintes perguntas:
1. É possível o crente regredir espiritualmente?
2. É possível o crente apostatar-se da fé?
3. É possível o crente perder a salvação?
Segundo o teólogo
pentecostal J. Wesley Adans, na obra Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, na seção de Hebreus 6.9-20, o autor epistolar encoraja e desafia
os primeiros leitores da carta a “progredirem, prosseguindo em esperança e fé
com perseverança”. Por que o autor sagrado inicia o capítulo seis assim? Por
que o texto de Hebreus seis adverte solene e seriamente sobre a possibilidade
de o crente abandonar, isto é, apostatar-se da fé uma vez provada. E com um
agravante: além da apostasia da fé cristã, a o perigo da impossibilidade desse
crente ser restaurado, uma vez imerso na apostasia.Sobre o termo “impossível”, conforme consta no versículo 4 do capítulo seis de Hebreus, o teólogo J. Wesley Adans destaca: “a palavra ‘impossível’ (adynatos) ocorre quatro vezes em Hebreus. Em 6.18 ‘é impossível’ que Deus minta; em 10.4 ‘é impossível’ que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados; em 11.6 ‘sem fé é impossível’ agradar-lhe [a Deus]; e aqui (6.4) é ‘impossível’ que os apóstatas sejam restaurados através do arrependimento. Em cada caso a impossibilidade é absolutamente declarada” (p.1574).
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