sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Lição 5 CPAD - 1° Trimestre 2018


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS

Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

Comentarista: José Gonçalves

Data: 04 de Fevereiro de 2018

 

TEXTO ÁUREO: Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão(Hb 4.14).

 
VERDADE PRÁTICA: Como Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.

 
OBJETIVO GERAL:Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;

II. Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;

III. Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.

 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Hebreus 4.14-16 talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os cristãos: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!


INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande relevância.

 
PONTO CENTRAL: Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.

 
I. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO

1. Por representar melhor os homens diante de Deus.
O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).


2. Por compreender melhor a condição humana.
Para melhor compreender a condição humana, o autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A palavra “compadecer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.


3. Pela posição que exerceu.
Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra “honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (I): O sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a condição humana, e também por pertencer ao “sacerdócio do céu”.

 
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.

 

CONHEÇA MAIS

Todo o sumo sacerdote
Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.

(1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29).

(2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.

[...] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover a eterna salvação”. Leia mais em Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1905,06.

 
II. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO

1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.
Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).


2. Pela vida santa que possuía.
A primeira parte do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e dos que sofriam.


3. Pela submissão que demonstrou.
A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA) como “tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória em favor de todos.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (II): A realeza, o propósito pelo qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.

 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Filho e sacerdote (5.5,6). O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem’” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).
 

III. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA

1. Uma doutrina transcendente.
A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.


2. Uma doutrina essencial.
Se por um lado essa doutrina era por natureza transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes, desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas.

 
SÍNTESE DO TÓPICO (III): A doutrina da superioridade sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e essencial à nossa fé.

 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Resumo do capítulo [5]
O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé, no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).


CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.

 
PARA REFLETIR

A respeito de Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica, responda:

1° Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus ofereceu?
Resp: Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

 

2° Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão?
Resp: Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

 

3° Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Resp: Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua filiação divina.

 

4° Quais as qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote?
Resp: Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote.

 

5° Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Resp: Exercitando a mente na meditação da Palavra.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica
Nesta altura, chegamos numa seção crucial da Carta aos Hebreus: A Supremacia do Sumo Sacerdócio de Cristo. O início dessa seção resgata o fato de que o Senhor Jesus, por intermédio de seu sacerdócio supremo, torna aberto o caminho para todas as pessoas aproximarem-se ao trono da Graça de Deus com confiança. Ora, nosso Senhor compartilhou a nossa humanidade e, por isso, ninguém melhor que Ele para compreender nossas fraquezas e debilidades. Por isso, precisamos de um mediador perfeito, “porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1Tm 2.5,6). Por todos esses motivos, o Senhor Jesus (1) representa mais eficazmente todos os seres humanos do que os sacerdotes do Antigo Testamento; (2) compreende melhor a condição humana, pois a viveu em sua plenitude — Ele é verdadeiro Homem; (3) sua posição, junto ao Pai, o coloca em melhor posição para interceder por nós (1Jo 2.1).
Dentre muitos outros motivos, esses três levantados acima atestam claramente que o nosso Senhor é o Sumo Sacerdote por excelência. Nele, devemos depositar a nossa confiança!


Sugestão Pedagógica
Uma boa sugestão é que você explique a classe a estrutura da ordem sacerdotal e levítica de Israel. Nesse sentido, vale a pena ler o capítulo 16 do livro de Levítico que descreve uma das principais cerimônias que o sumo sacerdote celebrava: o Dia da Expiação. Os capítulos 15 e 16.1-6 de 1 Crônicas também merecem atenção, pois eles destacam a organização dos levitas feita pelo rei Davi. Faça essa leitura com o auxílio da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD.
Boa aula.


 

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