LIÇÕES BÍBLICAS CPAD / ADULTOS
Título: A
supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Data: 25 de Fevereiro de 2018
TEXTO ÁUREO: “Porque
este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o
Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo” (Hb
8.10).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.I. Explicar os aspectos de superioridade da Nova Aliança: sua dimensão, natureza e importância
II. Salientar a superioridade da Nova Aliança em seus aspectos posicional, funcional e cultual
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a)
professor(a), chegamos numa seção bíblica importante da Carta de Hebreus: os
capítulos 8-10. Esses capítulos narram os aspectos da Nova Aliança. Por isso,
estude profundamente esses capítulos a fim de preparar-se para esta e para as
próximas aulas. Assim, o assunto de destaque desta lição abarca a natureza, os
aspectos e a promessa da Nova Aliança. Ore ao Senhor, para que após a exposição
desses capítulos, seus alunos tenham mais convicção a respeito da dispensação
que ora desfrutamos: o tempo da graça.
INTRODUÇÃO
O capítulo oito da Carta aos
Hebreus apresenta uma aliança superior; um santuário superior e também um sumo
sacerdote, Cristo Jesus, com um ministério igualmente superior. O antigo
santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo
santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas
Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o sumo sacerdote-rei, que está
sentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo. A Nova Aliança tornou
obsoleta a Antiga por ser de natureza espiritual, interior e de se firmar em superiores
promessas.
I. UM SANTUÁRIO SUPERIOR
1. Pertencente a uma dimensão superior.
Tanto o judaísmo como o
cristianismo estavam familiarizados com a figura do tabernáculo de Moisés. No
livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a Moisés para a construção
do Santuário (Êx 25.1-9). As recomendações dadas a Moisés, conforme expõe o
registro sagrado, eram destinadas a construção de um santuário, onde Deus
habitaria com eles (Êx 25.8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do
tabernáculo móvel e era nesse tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo
sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no santuário celestial que
Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o
escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é chamado de
“verdadeiro Tabernáculo” por pertencer à dimensão celestial.
2. Possuidor de uma natureza superior.
O santuário terreno, mesmo tendo
sido construído com objetos e metais preciosos, não era o verdadeiro
tabernáculo, mas apenas um modelo do verdadeiro. Na verdade, o tabernáculo
terreno era um tipo que aponta para o santuário celestial: “Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb 8.5). Ele era o lado visível
de uma realidade invisível. Invisível, mas real! O santuário terreno era por
natureza temporal, figura do verdadeiro santuário, que é espiritual e eterno.
Foi nesse santuário que Jesus se tornou “ministro do santuário, e do verdadeiro
tabernáculo” (Hb 8.2).
3. Possuidor de uma importância superior.
É possível vermos a relevância do
tabernáculo celeste quando o contrastamos com o terrestre. Certo autor destaca
três grandes importâncias do tabernáculo terrestre. Primeiramente o tabernáculo
propiciava as condições necessárias para manter comunhão no relacionamento com
Deus. No tabernáculo celestial essa condição é plenamente satisfeita. Em
segundo lugar, o tabernáculo era a garantia da presença divina no meio do seu
povo. Esse fato faz com que o tabernáculo se conforme em cada detalhe ao seu
caráter divino, isto é, unidade e santidade. Deus requer um santuário; o Deus
santo exige um povo santo (Lv 19.2). No tabernáculo celeste, habita a plenitude
da divindade. Em terceiro lugar, o tabernáculo revelava a perfeição e a
harmonia do caráter do Senhor vistas na sua arquitetura, tais como as gradações
em metais e materiais, os graus de santidade exibidos no átrio, o lugar santo e
o santo dos santos. Mas tudo isso era apenas “sombra” da perfeição e harmonia
do tabernáculo celeste.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), antes de
introduzir o primeiro tópico da lição desta semana, escreva no quadro estas
três expressões: dimensão superior, natureza superior e importância superior.
Após fazer a exposição do primeiro TÓPICO , retorne à lousa e peça para que os
alunos expliquem com as próprias palavras as expressões-chaves sobre o
ministério da Nova Aliança.
1. No aspecto posicional.
O autor mostra através de seus argumentos que
Jesus, de fato, deve ser visto como verdadeiro sumo sacerdote-rei. Já foi
destacado em lições anteriores que no Antigo Pacto nenhum rei exerceu de forma
legítima a função de rei-sacerdote. Dois exemplos bíblicos de reis que tentaram
atuar como sacerdotes, mas que foram reprovados são os de Saul e Uzias. Jesus é
o único Sumo Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do
Salmo 110.4. Por ser de uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque, Ele não
está sujeito às exigências do sistema levítico. E por ser Sumo Sacerdote da
ordem de Melquisedeque também não está limitado a um tabernáculo terreno. O seu
santuário, onde Ele oficiou, é divino, além de maior e melhor em dois outros
aspectos.
2. No aspecto funcional.
No Antigo Pacto, os sacerdotes
adentravam no tabernáculo para oferecer suas ofertas e sacrifícios muitas
vezes, e o sumo sacerdote uma vez no ano (Hb 8.3). Cristo, à semelhança do
sistema sacerdotal arônico, também deveria ter oferta para oferecer. Contudo,
há duas coisas que diferenciam o sacerdócio de Cristo com o do Antigo Pacto:
Ele mesmo se deu em sacrifício (1Co 5.7) e este, ao contrário do sacrifício
levítico, não mais se repete, foi efetuado de uma vez por todas. Cristo,
portanto, não está mais oferecendo sacrifício no céu de forma repetida como
fazia os sacerdotes levitas. Agora, Ele intercede por todos os que o invocam.
3. No aspecto cultual.
O autor escreve a partir da
perspectiva de que o culto levítico continuava em pleno funcionamento. Havia
ainda nos seus dias sacerdotes que ofereciam sacrifícios e ofertas de acordo
com a lei (Hb 8.4). A atividade sacerdotal juntamente com as demais funções
exercidas pelos sacerdotes estava estritamente relacionada ao culto. Nesse
aspecto, o sacerdócio de Cristo era superior porque sua atividade cultual era
em tudo superior, visto se realizar no santuário celestial.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
Os capítulos 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais
como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os
vários cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento. É duplo
o propósito do autor:
(1) contrastar
o serviço do Sumo Sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto,
com o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial segundo o
novo concerto;
(2) demonstrar como esses vários
aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério que
estabeleceu o novo concerto.
(3) Jesus
é quem instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as ideias estão
contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério
celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo
Testamento.
O Novo Concerto é um acordo,
promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em
outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente.
De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por
fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam
pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1910).
CONHEÇA MAIS
Aliança
[Do lat. alligantia, ligar
a, unir-se a] Em linguagem teológica, é um acordo firmado entre Deus e a
família humana, através do qual Ele promete abençoar os que lhe aceitam a
vontade e guardam os seus mandamentos (Gn 17.1-21). A base das alianças é o
amor divino. É um compromisso gracioso da parte de Deus, pelo qual Ele
concede-nos favores imerecidos”. Para conhecer mais leia Dicionário Teológico,
CPAD, p.39.
III. UMA PROMESSA SUPERIOR
1. De natureza interior e espiritual.
Debaixo da Antiga Aliança, Deus havia chamado os
israelitas para ser o seu povo (Êx 19.5,6). Essa Aliança fora escrita em tábuas
de pedras, revelando assim o seu lado exterior. Nesse aspecto, a lei agia de
fora para dentro (Hb 8.9). Tendo o povo de Deus falhado em cumprir as
exigências legais da Antiga Aliança, Deus prometeu fazer uma Nova. Nessa Nova
Aliança, a lei divina não mais seria escrita em tábuas de pedras, mas sim no
coração. Não mais do lado de fora, mas do lado de dentro (Hb 8.10).
2. De natureza individual e universal.
A Antiga Aliança é contrastada
com a Nova também quanto ao seu alcance. Na Antiga Aliança, nem todos conheciam
ao Senhor, o que estava reservado somente ao sacerdote, ao escriba e àqueles
que se especializavam em minúcias da Lei. Nos dias de Jesus, era comum
encontrar os “mestres da lei” que frequentemente eram consultados sobre os
detalhes da Torá. Todavia, na Nova Aliança o Senhor prometeu que “todos me
conhecerão” (Hb 8.11). Na Nova Aliança o conhecimento do Senhor está à
disposição de todos os crentes e não apenas de uma classe privilegiada.
3. De natureza relacional.
O aspecto relacional é posto em
evidência na citação deste versículo: “Porque serei misericordioso para com as
suas iniquidades e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei
mais” (v.12). A Nova Aliança é um concerto de misericórdia, graça e perdão.
Certo autor destaca que o antigo sistema separava a religião da vida. O homem
podia ser reto cerimonialmente e perverso no coração, ou reto no coração e
incorreto cerimonialmente. Na Nova Aliança, em vez de uma “recordação de
pecados todos os anos” (Hb 10.3 — ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais
se lembra dos pecados de seu povo (Hb 10.17).SÍNTESE DO TÓPICO (III): A promessa do Novo Concerto é de natureza interior e espiritual; de natureza individual e universal; bem como de natureza relacional.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Estabelecido o Novo Concerto em
Cristo, o Antigo Concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o Novo
Concerto não invalida a totalidade das Escrituras do Antigo Testamento, mas
apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a
obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento não está
abolido; boa parte de sua revelação aponta para Cristo [...], e por ser a
inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir
na retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1911)
CONCLUSÃO
O autor já havia mostrado a
superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o arônico e levítico quando o coloca
como pertencente à ordem de Melquisedeque. Agora, ele mostra que esse sumo
sacerdote possui um ministério superior porque ministra em um santuário superior
e é o fiador de uma superior aliança. Por pertencerem a essa Nova Aliança, os
crentes desfrutam de promessas superiores. Por isso glorificamos a Deus por
essas bênçãos.
PARA REFLETIR
A respeito de Uma Aliança Superior, responda:
1° De acordo com o escritor aos Hebreus, onde
“fica” o tabernáculo em que
Jesus entrou para oficiar?
Resp: Para o escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é
chamado “verdadeiro Tabernáculo” por pertencer à dimensão celestial.
2° Por que Jesus deve ser visto como Sacerdote-Rei?
Resp: Porque Jesus é o único Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da
profecia bíblica do Salmo 110.4.
3° Cristo continua oferecendo sacrifícios no ceú?
Explique.
Resp: Não, pois Ele intercede por todos os que o invocam.
4° Qual é a diferença da Nova Aliança, em relação à
Antiga, em termos de alcance?
Resp: Na Nova Aliança o conhecimento do Senhor está à disposição de todos os
crentes e não apenas de uma classe privilegiada, como ocorria na Antiga
Aliança.
5° No aspecto relacional, qual a grande diferença
entre a Nova e a Antiga Aliança?
Resp: Na Nova Aliança, em vez de uma “recordação de pecados todos os anos”
(Hb 10.3 — ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais se lembra dos pecados de
seu povo (Hb 10.17).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma Aliança superior
Vivemos num contexto em que a
dimensão espiritual e celestial em muitas igrejas está se perdendo. Podemos
apontar vários culpados para esse fenômeno: a teologia da prosperidade, a
prosperidade econômica das nações, as distorções acerca das profecias concernentes
a volta de Cristo e outros motivos. Entretanto, aproveite a oportunidade desta
aula para resgatar o caráter celestial e espiritual do ministério de Jesus
Cristo, logo, da missão da Igreja, o Corpo de Cristo. Assim, dialogando com a
classe, pontue as seguintes questões em que o próprio Senhor deixa essa verdade
bem clara:
• A Pilatos: “o meu Reino não é
deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para
que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo
18.36).
• A alguns da multidão: “Mas, se
eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino
de Deus” (Lc 11.20).
• Aos três discípulos mais
próximos: “E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e
as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. E eis que estavam falando
com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e
falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lc 9.29-31).
Finalize essa atividade citando a
conhecida mensagem do apóstolo Paulo aos coríntios: “Se esperamos em Cristo só
nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19). Boa aula!
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