Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos
TEXTO ÁUREO: “Ora, o rei
falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as
grandes obras que Eliseu tem feito” (2 Rs 8.4).
VERDADE PRÁTICA: Os milagres
realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do profeta, mas
demonstraram o amor e a graça de Deus.
INTERAÇÃO
Professor, estudaremos nesta lição alguns dos
milagres realizados pelo profeta Eliseu. Este abnegado servo de Deus foi um dos
sete mil que não se dobraram diante de Baal. As intervenções sobrenaturais,
realizadas por intermédio de Eliseu, são muitas, o que torna impossível tratar
de todas em uma única lição. Por isso, as narrativas de seus milagres foram
divididas em quatro grupos, tornando o ensino mais didático: milagres de
provisão, restituição, restauração e julgamento. Todas essas intervenções
divinas operadas por Eliseu demonstram o poder de Deus. Os milagres tinham como
único propósito evidenciar a graça e a glória do Todo-Poderoso. A intenção não
era jamais exaltar as virtudes do profeta.
OBJETIVOS:
Elencar os milagres de Eliseu. Entender o que motivou os milagres de
Eliseu. Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor reproduza o quadro abaixo
de acordo com as suas possibilidades. Inicie a aula com as seguintes
indagações: “Você acredita em milagres?”; “Qual o verdadeiro objetivo de um
milagre?”. Ouça os alunos com atenção e diga que Deus não mudou. Ele continua
operando milagres e maravilhas. Todavia, os milagres são para aqueles que
creem. Quem tem um coração duvidoso jamais poderá experimentar dos milagres
divinos. Para fortalecer a fé dos seus alunos conclua apresentando o quadro
abaixo com os vários milagres realizados por Eliseu.
COMENTÁRIO
Introdução
Palavra Chave: Milagre: Segundo a Bíblia, é uma suspensão
temporária das leis da natureza, visando à operação sobrenatural de Deus.
Eliseu era um lavrador pertencente a uma família abastada de Israel,
quando foi chamado a exercer o ministério profético (1 Rs 19.19-21). Sem
dúvida, era um dos sete mil que não haviam se dobrado diante de Baal. E essa
foi uma das razões pelas quais o Senhor o escolhera. As intervenções
sobrenaturais, através de Eliseu, são impressionantes (1 Rs 19.16).
Dividimos aqui as narrativas de seus milagres em quatro grupos. Nem
todos os milagres operados por Eliseu serão estudados aqui, mas os que
analisarmos servirá para ilustrar os propósitos divinos na vida de seu povo.
I. OS MILAGRES DE PROVISÃO
1. A multiplicação dos pães.
Esse é um milagre de provisão. Eram cem os discípulos dos profetas e só
havia vinte pães para alimentá-los (2 Rs 4.42-44). A lei da procura era maior
do que a da oferta! O que fazer diante da situação? O profeta Eliseu não olha
as evidências naturais, mas seguindo a direção de Deus, profetiza que todos
comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não havia lógica nenhuma nessa predição.
Todavia, milagres não se explicam, aceitam-se pela fé! Muito tempo
depois encontramos o Novo Testamento detalhando como Jesus Cristo operou um
milagre com a mesma dinâmica, mas em maior proporção (Jo 6.9). Em ambas as
histórias, a graça de Deus em prover o necessário para os carentes fica em
evidência.
2. Abundância de víveres.
Jorão, filho de Acabe, estava assentado no trono do reino do Norte e, a
exemplo de Jeroboão, foi mau governante (2 Rs 3.1-3).
A consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria
promovida por Ben-Hadade II. Com a cidade sitiada, a consequência natural foi à
escassez de alimentos. Vendia-se desde cabeça de jumento até mesmo esterco de
pombo na tentativa de amenizar a fome.
Pressionado pela crise, o rei procurou o profeta Eliseu e o
responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo querendo culpar Deus! Todavia, o
Senhor demonstra, mais uma vez, a sua graça, e orienta Eliseu a profetizar o
fim da fome! Como nos outros milagres, esse tem seu cumprimento de forma
inteiramente sobrenatural e inexplicável.
II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO
1. A ressurreição do filho da
sunamita. Mesmo havendo deixado o filho morto em casa, à rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável (2 Rs 4.18-37). Quando a caminho, é interrogada por Geazi, servo de Eliseu, sobre como iam às coisas, ela respondeu: “Tudo bem!”. Nada está fora de controle quando Deus está no comando.
A sequência da história mostra o profeta Eliseu orando ao Senhor sobre o
corpo inerte do garoto (2 Rs 4.33,34). Os gestos do profeta parecem não ter
sentido, mas sem dúvida refletem a orientação divina (2 Rs 4.34,35). O Senhor
responde a oração do profeta e a vida volta novamente ao filho da sunamita (2
Rs 4.35-37).
2. O machado que flutuou.
Um dos discípulos dos profetas perdera a ferramenta que tomara
emprestada (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias, os instrumentos de ferro eram escassos
e valiosos. Daí o seu desespero. Duas coisas observamos nesse texto:
primeiramente, a motivação do milagre que está bem expressa no lamento daquele
que perdera o machado. O que nos faz lamentar? A nossa motivação está correta?
Em segundo lugar, vemos o profeta procurando identificar o local onde a
ferramenta havia caído. O Senhor está pronto a restituir o que perdemos, mas
temos de ter consciência disso.
III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO
1. A cura de Naamã.
Algumas coisas nos chamam a atenção no relato desse milagre (2 Rs
5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o general sírio fica indignado
quando o profeta não age da forma que ele imaginou (2 Rs 5.11). Deus não faz
shows, nem tampouco opera para satisfazer nossa curiosidade.
Em segundo lugar, vemos que Deus não estava interessado na análise
lógica de Naamã (2 Rs 5.11,12), mas apenas em sua obediência. Em terceiro
lugar, Naamã recebe a cura quando desce ao Jordão (2 Rs 5.14).
Ninguém será restaurado se não descer! Naamã desceu e foi curado. Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Em quarto lugar,
Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs 5.15,16). Eliseu
recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz.2. As águas de Jericó.
O texto de 2 Reis 2.19-22 narra o episódio das águas amargas de Jericó
que se tornaram saudáveis através da ação de Eliseu. Aqui, o profeta pede um
prato novo e, que neste, se coloque sal. Feito isso, ele profetiza que aquelas
águas tornar-se-iam potáveis segundo a palavra do Senhor. Tais exigências
possuíam um valor simbólico, pois o sal representa um elemento purificador (Lv
2.13; Mt 5.13). O prato novo simboliza um instrumento de dedicação especial ou
exclusiva a Deus para aquele momento. Em todo caso, foi o poder de Deus que
purificou as águas e não o poder desses objetos e ingredientes.
IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO
1. Maldição dos rapazinhos.
Certa vez, uns jovens debocharam de Eliseu, dizendo-lhe: “Sobe, calvo,
sobe, calvo!”. Reagindo à situação, o profeta invoca o julgamento divino sobre
os zombadores, amaldiçoando-os em nome do Senhor (2 Rs 2.23-25). O efeito foi
devastador.
Apareceram duas ursas selvagens, que se investiram contra os rapazes,
matando quarenta e dois deles. Não se pode brincar com as coisas sagradas e
muito menos escarnecer dos servos de Deus.
2. A doença de Geazi.
No relato de 2 Reis 5.20-27, observamos as razões pelas quais Geazi foi
julgado. Ele supunha que a recusa de Eliseu em aceitar os presentes de Naamã
era apenas uma questão pessoal do profeta (2 Rs 5.20). Por isso, resolveu tirar
partido da situação. Usou o nome de Eliseu para validar sua cobiça, procurando
tornar aceitável o que Deus havia abominado (2 Rs 5.22). Ele deveria saber que
Deus não vende suas bênçãos, mas as dá gratuitamente. E, assim, o cobiçoso
Geazi trocou o arrependimento pelo fingimento e ainda trocou a bênção pela
maldição (2 Rs 5.25,27). Em consequência, teve de conviver com a lepra pelo
resto da sua vida!
CONCLUSÃO
Os milagres operados por Eliseu demonstram o poder divino. Todos tiveram
um propósito específico; evidenciar a graça e a glória de Deus nas mais
diferentes situações. Em nenhum momento, essas intervenções exaltam as virtudes
do profeta.
EXERCÍCIOS
1. Quais milagres de provisão são listados na lição?
R. Multiplicação dos pães e abundância de
víveres.
2. Que lição podemos aprender com o machado que flutuou?
R. O Senhor está pronto a restituir ou
restaurar quem perdeu alguma coisa, desde que se tome consciência disso.
3. Cite pelo menos duas lições extraídas da cura de Naamã.
R. Deus não opera milagres para satisfazer
nossa curiosidade. Ele também resiste aos soberbos.
4. Como os rapazes zombaram do profeta?
R. “Sobe, calvo. Sobe, calvo”.
5. Cite pelo menos duas razões pelas quais Ceazi experimentou o juízo
divino.
R. Geazi viu apenas uma ação humana quando
deveria ver uma ação divina e também trocou a verdade pela mentira.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
“Deus cura a lepra de Naamã
O poder divino, o qual se manifestou através da cura da lepra de Naamã,
tinha o propósito de demonstrar que o Deus de Israel era maior que as
divindades da Síria. O milagre aconteceu em benefício dos israelitas e também dos
sírios. Os israelitas entenderam que Deus desejava fazer deles o seu
instrumento para conquistar outros povos. Também está aqui evidente o ponto de
vista profético de que o reino do Norte, assim como o de Judá, estava
essencialmente relacionado com o cumprimento de Deus para seu povo.
O desespero de Naamã, causado pela impureza do rio Jordão, pode ter sido
provocado em parte pela correta comparação que fez com os rios Abana e Farpar.
Entretanto, a questão verdadeira era a sua má vontade em se humilhar adequadamente,
e obedecer à ordem de Deus para obter a cura.
O registro da cura de Naamã representa um cativante relato da ‘cura de
leproso’. Existe aqui um retrato notável sobre: (1) A grandeza que não leva a
coisa alguma — um grande homem... porém leproso; (2) O testemunho da fé de uma
escrava; (3) Um pedido inesperado e humilde; (4) A obediência e a cura
completa” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2005,
p.349).
Subsídio Bibliográfico
▪ “A fama de Eliseu (2 Rs 6.12)
— Vários eventos claramente mostram que os milagres de Eliseu foram realizados
com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. A
cura de Naamã (2 Rs 5), a reputação conseguida expondo os planos dos sírios (2
Rs 6.12) e o livramento da unidade militar que veio para capturá-los (2 Rs
6.12,13) todos testemunham o poder de Deus. Sirvamos à igreja de Cristo. Porém,
nunca percamos a visão daqueles fora de seus limites” (RICHARDS, L. O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 9 ed., RJ: CPAD, 2010, p.247).
▪ “Geazi é atacado de lepra (2 Rs
5-20-27) — Naamã havia oferecido um presente a Eliseu; porém, o profeta o
recusou. No entanto, sua gratidão era tão grande que ele prontamente deu dois talentos
de prata a Geazi supostamente para dois jovens profetas necessitados. Eliseu
transferiu a lepra de Naamã para Geazi, não só porque ele havia mentido por
razões pessoais, mas o que é ainda pior, seu interesse egoísta por dinheiro
havia diminuído a eficiência do ministério de Eliseu para Deus. Esse incidente
se apresenta como uma impressionante advertência a todos os servos do Senhor
que colocam os interesses pessoais à frente da causa do Mestre” (Comentário
Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2005, p.350).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Os milagres de Eliseu
Deus confirmou o ministério de Eliseu não apenas com poder, mas também
com a manifestação de milagres. De forma geral, esses milagres foram manifestos
em momentos de angústia, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da
predição de abundância de alimentos para a Samaria sitiada e faminta. Eliseu
também trouxe de volta da morte o filho da Sunamita, que havia morrido. Observe
que nesse caso, especificamente, Deus não disse nada a Eliseu sobre o filho da
Sunamita, que estava morto: “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte,
pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para a retirar; disse porém o homem de
Deus: Deixa-a, porque a sua alma nela está triste de amargura, e o Senhor mo
encobriu e nao mo manifestou”. O Deus que revelou a Eliseu os planos do
exército inimigo fez com que o homem de Deus fosse verificar o que estava
acontecendo na casa daquela mulher. Eliseu sabia que quando a revelação divina
não se manifesta, Deus deseja que tenhamos sabedoria para resolver problemas.
Ele não foi apenas um homem de milagres, mas também um homem prudente e
sensível.
Uma palavra sobre milagres e a vida pessoal. Milagres são operações de
caráter divino, fazendo intervenções na esfera física. Podem ser visto na cura
de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da
natureza e até na ressurreição de mortos. Mas os miiagres ainda seguem um
padrão: eles seguem os que crêem, conforme Marcos 16.17.
Esperar milagres da parte do Senhor é importante, mas não é a essência
da vida cristã. E a presença constante de milagres não garante necessariamente
a fé e a fidelidade das pessoas. O povo que estava no Egito viu as
manifestações de Deus de forma poderosa, mas logo se rebelaram contra Ele. O
povo que viu o Jordão se abrir para que entrassem na terra prometida e viu
Jericó cair diante de si anos depois escolheu servir a outros deuses. As
manifestações poderosas conduzidas por Elias não fizeram de Acabe um rei
temente a Deus. Geazi presenciou muitos milagres realizados por Eliseu, mas
perdeu o temor e a saúde por causa de alguns presentes oferecidos por Naamã.
Claro que esses casos não invalidam o poder de Deus e a sua soberania, e
em sua presciência, o Senhor sabia que alguns de seu povo seriam rebeldes e
mesmo assim não deixou de operar. Mas devemos aprender que precisamos ter
comunhão com Deus quando Ele manda milagres e quando Ele não manda. E acima de
tudo, ser fiéis a Ele sempre.
As
Escrituras registram 14 milagres do profeta Eliseu:
1.
Abriu o rio Jordão (II Rs.2:14)
2.
Sarou as águas de Jericó (II Rs.2:22-23)
3.
42 adolescentes despedaçados por duas ursas (II Rs. 23:24)
4.
Providenciou água a três reis e seus exércitos (II Reis 3:15, 16, 20).
5.
Aumentou o azeite da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs. 4:6, 7).
6.
Ressuscitou o filho da sunamita (II Rs. 4:19, 35).
7.
Tirou a morte da panela (II Rs.4:41)
8.
A multiplicação dos pães (II Rs.4:42-44)
9.
Curou Naamã da lepra (II Rs. 5:14)
10.
Colocou lepra de Naamã em Geazi, seu auxiliar (II Rs.5:27)
11.
Fez flutuar um machado (II Rs.6: 6,7)
12.
Cegou o siros (II Rs. 6:18)
13.
Devolveu-lhes a visão (II Rs.6:20)
14.
Depois de morto ressuscitou um defunto (II Rs.13:21).
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