Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
TEXTO ÁUREO: “E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e
lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os
ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés” (2 Rs 13.21).
VERDADE PRÁTICA: O último milagre
relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama
e teme a Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 2 Reis 13.14-21.
14
- E Eliseu estava doente da sua doença de que morreu; e Jeoás, rei de
Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai,
carros de Israel e seus cavaleiros!
15
- E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas.
16
- Então, disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele
a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as mãos do rei.
17
- E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então, disse Eliseu:
Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do SENHOR é a flecha do
livramento contra os siros; porque ferirás os siros em Afeca, até os consumir.
18
- E disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então, disse ao rei de Israel:
Fere a terra. E feriu-a três vezes e cessou.
19
- Então, o homem de Deus se indignou muito contra ele e disse: Cinco ou seis
vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros até os consumir; porém
agora só três vezes ferirás os siros.
20
- Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas
invadiam a terra, à entrada do ano.
21
- E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram
o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de
Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés.
INTERAÇÃO
Nesta última lição do trimestre estudaremos os
derradeiros dias do profeta Eliseu. Ele foi um homem fiel ao Senhor até o fim
dos seus dias. Todavia, como homem ele era mortal. Não temos como escapar, um
dia enfrentaremos a morte. Porém, ela não nos assusta. Eliseu começou bem seu
ministério profético e o encerrou também com excelência. Ele viveu todos os
seus dias como servo do Senhor e com certeza pode declarar como o apóstolo
Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
Dia [...]” (2 Tm 4.7). Que quando chegar o nosso dia, possamos também declarar
estas mesmas palavras.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conscientizar-se
sobre a brevidade da vida e a eternidade de Deus.
Compreender
a natureza da profecia final de Eliseu.
Explicar
o propósito do último milagre de Eliseu.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor
para a aula de hoje sugerimos que você reproduza o quadro abaixo conforme as
suas possibilidades. Utilize-o para concluir a lição, fazendo um resumo geral
da vida de um dos maiores profetas do Antigo Testamento, Eliseu. Conclua
enfatizando que o último milagre relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder
e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.
ELISEU / Pontos
fortes e êxitos
• Foi sucessor de Elias como profeta de Deus.
• Teve um ministério que durou mais de 50 anos.
• Teve um grande impacto sobre quatro nações: Israel, Judá, Moabe
e Síria.
• Foi um homem íntegro que não tentou enriquecer-se à custa dos
outros.
• Fez muitos milagres para ajudar aqueles que estavam sofrendo
necessidades.
Lições de vida
• Aos olhos de Deus uma medida de grandeza é a disposição para
servir aos pobres como também aos poderosos.
• Um substituto eficaz não só aprende com o seu mestre; também
constrói sobre as realizações de seu mestre.
COMENTÁRIO
Nesta
lição, acompanharemos os últimos passos do profeta Eliseu. Constataremos que
Eliseu foi, de fato, um gigante espiritual. Mas, como todos os homens, estava
sujeito às limitações comuns a todos os mortais — nasceu, cresceu, envelheceu e
morreu. Fica, portanto, em destaque o fato de que os homens fazem história, mas
Deus é o Senhor da história.
I. A DOENÇA TERMINAL
DE ELISEU
1. A velhice de
Eliseu.
Um
bom tempo já se havia passado desde a última aparição do profeta de Abel-meolá
no registro bíblico (2 Rs 9.1). De fato, entre os capítulos 9 e 13 de 2 Reis,
há um intervalo de aproximadamente quarenta anos. Os estudiosos acreditam que,
por essa época, Eliseu deveria estar com a idade aproximada de oitenta anos.
Eliseu
fora chamado ainda jovem para o ministério profético, mas agora estava velho e
doente. Às vezes, idealizamos de tal forma os homens de Deus, que acabamos nos
esquecendo de que eles também são humanos. Envelhecem, adoecem e também morrem.
O texto bíblico deixa bem patente o lado humano do profeta. Fora um grande
homem de Deus e ainda o era, mas ainda assim era um homem.
2. O sofrimento de
Eliseu.
O
mesmo texto que trata da doença e velhice de Eliseu fala também do seu
sofrimento (2 Rs 13.14,20). Eliseu estava doente, e isso sem dúvida causava-lhe
algum sofrimento. Eliseu envelheceu e padeceu.
Mas
o foco aqui não é o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse
momento de sua vida e como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pela idade,
Eliseu continuava com o mesmo vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma
visão da obra de Deus. Em nada a doença, ou quaisquer outras coisas, impediu-o
de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.
1. A ação de Deus
na profecia.
Hoje
está na moda o jargão: “Eu profetizo sobre a tua vida”. Embora muito bonito e vestido
de roupagens espirituais, tal jargão não passa de orgulho e afetação humana.
Isso por uma razão bem simples: nenhuma profecia, que se ajuste ao modelo
bíblico, tem seu ponto de partida no querer humano, mas na vontade soberana de
Deus (2 Pe 1.20,21).
Eliseu,
por exemplo, refletindo os desígnios divinos, dizia ao profetizar: “Assim diz o
Senhor” (2 Rs 2.21; 3.16). A expressão “flecha do livramento do SENHOR” (2 Rs
13.17) possui sentido semelhante. A profecia tem sua origem em Deus e não no
homem. Eliseu não profetizou para depois se inspirar, mas foi primeiramente
inspirado para depois profetizar (2 Rs 3.15).
2. A participação
humana na profecia.
Vimos
que uma profecia genuinamente bíblica tem sua origem em Deus. Todavia, a
Escritura mostra também que existe a participação do homem nesse processo. É o
que vemos em 2 Reis 13.14-19. A indignação de Eliseu quanto à relutância do rei
Jeoás de Israel em continuar a atirar as suas flechas, símbolo do livramento do
Senhor contra os sírios, é bastante significativa. Deixa clara a decepção do
profeta com a falta de discernimento e perseverança do rei. Faltou fé a Jeoás!
Ele pensava certamente tratar-se de uma mera cerimônia na qual ele teria apenas
uma participação técnica. A sua vitória seria do tamanho da resposta que ele
desse ao profeta. Deveria ter ferido a terra cinco ou seis vezes, mas fez
apenas três.
Uma
fé tímida obtém uma vitória igualmente tímida. Em o Novo Testamento, o Senhor
Jesus irá por em destaque essa verdade (Mt 9.29).
1. A eternidade e
fidelidade de Deus.
É
interessante observarmos que o último milagre de Eliseu deu-se postumamente.
Eliseu já estava morto quando ocorre algo que desafia a razão humana (2 Rs
13.20,21). Essa passagem revela pelo menos dois aspectos dos atributos de Deus
— Deus é eterno. Ele não morre quando morre um homem de Deus, nem tampouco
deixa de cumprir a sua Palavra quando as circunstâncias parecem dizer o
contrário.
Ao
permitir que o toque nos restos mortais de Eliseu desse vida a um morto, Deus
mostrava ao rei Jeoás que a morte de Eliseu não iria impedir aquilo que há
algum tempo ele havia prometido a ele. Deus é fiel e zela pela sua Palavra para
a cumprir.
2. A honra de
Eliseu.
Além
da fidelidade e da eternidade de Deus, que ficam bem patentes nesse último
milagre de Eliseu, há ainda mais uma lição que o texto deixa em relevo. Aqui é
possível perceber que, mesmo morto, o nome de Eliseu continuaria a ser lembrado
como um autêntico homem de Deus.
Elias
subiu ao céu vivo, Eliseu deu vida mesmo estando morto. Os intérpretes destacam
que esse milagre, envolvendo os restos mortais de Eliseu, mostra que o Senhor
possui planos diferenciados para cada um de seus filhos. Portanto, não devemos
fazer comparações nem questionar os atos divinos (Jo 21.19-23). A Bíblia fala
de homens, cujas ações continuam falando mesmo depois de haverem morrido (Hb
11.4).
IV. O LEGADO DE ELISEU
1. Legado
socio-cultural.
Já
estudamos que Eliseu supervisionava as escolas de profetas (2 Rs 6.1). Esse sem
dúvida foi um dos seus maiores legados. Todavia, Eliseu fez muito mais; teve
uma participação ativa na vida espiritual, moral e social da nação. Enquanto
Elias era um profeta do deserto, Eliseu teve uma atuação mais urbana. Eliseu
tinha acesso aos reis e comandantes militares, e possuía influência suficiente
para deles pedir algum favor (2 Rs 4.13). Como povo de Deus, não podemos viver
isolados, mas aproveitar as oportunidades para abençoar os menos favorecidos.
2. Legado
espiritual.
Há
uma extensa lista de obras e milagres operados através do profeta Eliseu. Sem
dúvida, eles demonstram seu grande legado. Podemos enumerar alguns: abertura do
Jordão (2 Rs 2.13,14); a purificação da nascente de água (2 Rs 2.19-22); o
azeite da viúva (2 Rs 4.1-7); o filho da sunamita (2 Rs 4.8-37); a panela
envenenada (2 Rs 4.38-41); a multiplicação dos pães (2 Rs 4.42-44); a cura de
Naamã (2 Rs 5.1-19) e o machado que flutuou (2 RS 6.1-7).
Assim
termina a vida do profeta Eliseu. Um grande homem de Deus que nunca deixou de
ser servo. Começou pondo água nas mãos de Elias (2 Rs 3.11), um gesto claro de
sua presteza em servir, e foi exaltado por Deus. Mesmo sem ter escrito uma
linha, levanta-se como um dos maiores profetas bíblicos de todos os tempos.
Devemos imitá-lo em sua vida de serviço e amor a Deus.
EXERCÍCIOS
1. Faça um breve
comentário sobre a velhice de Eliseu.
R.
Resposta pessoal.
2.
Por que Eliseu se indignou contra o rei?
R.
Por que o rei não agiu
com discernimento e fé.
3.
De acordo com a lição, qual o propósito do milagre operado postumamente por Eliseu?
R.
Demonstrar a
fidelidade de Deus e o valor do profeta Eliseu.
4.
Cite dois dos legados do profeta Eliseu.
R.
Cultural e espiritual.
5.
Cite pelo menos três obras do legado de Eliseu.
R.
Abertura do Jordão (2
Rs 2.13,14); a purificação da nascente de água (2 Rs 2.19-22); o azeite da
viúva (2 Rs 4.1-7).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Bibliográfico
“Joás
visitou Eliseu devido ao grande respeito que tinha pelo profeta, que estava
próximo de falecer. Sua saudação: ‘Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus
cavaleiros!’, foi a exclamação que o profeta pronunciou na ocasião em que Elias
foi levado ao céu (2 Rs 2.12). O fato de Joás utilizar esta expressão é uma
indicação de que ele reconhecia a proximidade da morte de Eliseu. A ordem
relacionada ao uso do arco e das flechas estava relacionada com a Síria, que
era a nação que oprimia Israel. Uma flecha lançada em direção ao oriente
simbolizava a vitória em Afeca; as setas lançadas ao solo simbolizavam a
vitória de Israel sobre a Síria.
Eliseu
se indignou muito contra Joás, por saber que confiar e se apoiar em outras
nações era uma atitude errada. Era necessário ter uma completa confiança em
Deus para que fossem ajudados contra as nações estrangeiras que procuravam
oprimir Israel. O poder miraculoso associado aos ossos de Eliseu tinha a
finalidade de mostrar a Joás que o poder do Deus de Israel seria manifestado
sobre a Síria, mesmo após a morte do profeta” (Comentário Bíblico Beacon.
Volume 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.360-61).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A morte de Eliseu
Aqui
chegamos ao fim de todos os homens, mesmo aqueles que possuem um ministério tão
marcante quanto o de Eliseu: a morte. Tal qual Elias, Eliseu conheceu o fim do
seus dias. Desta lição, podemos tirar pelo menos duas grandes lições:
Eliseu
morreu de uma doença. O detalhe da Palavra de Deus não nos permite ter
equívocos: “Eliseu estava doente da sua doença de que morreu” (2 Rs 13.14).
Esse verso pode deixar constrangidos os proponentes da confissão positiva, que
alegam que um crente não pode ficar doente, e se estiver doente, é porque não
tem fé ou está em pecado. Eliseu era um homem de Deus. Era um homem de fé.
Realizou muitos milagres. Mas quando chegou sua hora de partir, esse momento
ocorreu porque o profeta ficara doente e a doença o levou. Entende-se que
Eliseu já era um homem de idade avançada, e que naturalmente seu organismo,
como o de outras pessoas dessa fixa etária, ficou propenso a fraquezas e
doenças. Foi um fato natural.
Precisamos
entender dois princípios claros: a) que a nossa obrigação é orar ao Senhor
pedindo cura, e é Ele quem manda a cura para o seu povo, conforme a sua
vontade; b) Em sua soberania, Deus pode permitir que nossa partida para estar
com Ele se dê de diversas formas, inclusive por meio de doenças. Ainda que isso
ocorra, não podemos pensar que a morte, para o cristão, é uma punição, mas sim
uma promoção para estar lado a lado com o Senhor. Deus tem uma forma de tratar
com cada pessoa. Elias foi levado ao céu, vivo; Eliseu passou pela morte, mas
ambos estão com o Senhor.
Eliseu
teve um ministério respeitado. Ao longo de sua vida, Eliseu teve contato direto
com a escola de profetas em seus dias. Foi um homem que viu milagres em seu
ministério, trouxe orientações a governantes e gozava da honra de outros
profetas. E mesmo depois de morto, realizou um milagre de ressurreição. Este
último fato não nos permite crer que podemos rogar a “santos homens e mulheres”
para que nos ajudem em nossas dificuldades, pois se observarmos a narrativa
dessa ressurreição, não foi feito nenhum pedido ao “santo Eliseu” para que ele
ressuscitasse o homem morto que foi jogado em sua cova. O fato simplesmente
aconteceu pelo poder de Deus, e não pela súplica direcionada a um profeta que
estava no céu e poderia interceder pelo morto a Deus. Nossas orações devem ser
para o Senhor, e não para pessoas consideradas santas. Nosso único intercessor
é o Senhor Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, e ninguém mais.
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