Lições Bíblicas CPAD
Lição 9: Elias no Monte da Transfiguração
TEXTO ÁUREO: “E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu
como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mt 17.2,3).
VERDADE PRÁTICA: O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um
testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias
prometido.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.
Explicar a tipologia representada em Moisés e
Elias.
Conscientizar se de que Jesus era o Messias
esperado.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introdução da lição escreva a
seguinte indagação no quadro de giz: “O que foi a transfiguração?”. Ouça os
alunos com atenção, faça as considerações que achar necessárias. Conclua
explicando que a transfiguração foi na verdade uma rápida demonstração da
glória de Jesus Cristo, o Rei dos reis. A divindade de Jesus foi revelada no
Monte da Transfiguração. Os discípulos que ali estavam puderam ver o Verbo que
se fez carne. Ele é Deus. Infelizmente, na atualidade, muitos não creem mais na
divindade de Jesus, por isso, enfatize que Jesus foi cem por cento homem e cem
por cento Deus. Sua glória foi manifestada em plena humanidade!
INTRODUÇÃO:
Palavra Chave: Transfiguração: Mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência.
O relato sobre a transfiguração, conforme narrado
nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt
17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em
evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até
aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas
secundária!
O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o
Profeta de Nazaré, Jesus. E não mais Elias, Moisés, Pedro, Tiago e João, também
nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o
Messias prometido, é a figura principal.
I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração.
O texto sagrado relata que tão logo subiram ao
Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto
sagrado: “o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram
brancas como a luz” (Mt 17.2).
A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose,
mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência.
A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo
divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto
brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes
resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do
Messias, o Filho de Deus.
2. Glória divina.
Mateus detalha que durante a transfiguração “uma
nuvem luminosa os cobriu” (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao
escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o
Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da
nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx
14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias,
quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia,
não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração (Mt 17.1,2).
II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1. Tipologia.
No evento da transfiguração, o texto destaca os
nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei
enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece
como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio
Deus: “Escutai-o” (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras
quando se referia ao Profeta que viria depois dele: “O SENHOR, teu Deus, te
despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis”
(Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus
de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.
2. Escatologia.
Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento
da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de
Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias. O Novo Testamento
aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: “E irá adiante dele no
espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os
rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem
disposto” (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt
3.7), ousado (Lc 3.1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias
que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.
III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1. O Messias esperado.
Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes
do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato
de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias,
porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de
Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).
Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não
havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara
de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias
havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período
de transição, João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou
reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez
fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.
2. O Messias rejeitado.
O texto de
Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a
sentença: “Seis dias depois” (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num
contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam
que “seis dias” é outra forma de dizer: “uma semana depois”. De fato, o texto
paralelo de Lucas fala de “quase oito dias”, isto é, uma semana depois (Lc
9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt
16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt
16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da
crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não
agradaria a muita gente e provocaria rejeição.
IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1. Humilhação.
Os intérpretes destacam que havia uma preocupação
dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do
Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o
monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a
profecia referente a Elias falava de “restaurar todas as coisas” (Mt 17.11) e
os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um
contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz
parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl
2.1-11).
2. Exaltação.
Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra-se
dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e,
também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos fizemos
saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas
artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele
recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida
a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2 Pe
1.16,17).
CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a
Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado.
Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto
pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus — o Cristo
Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória
própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o
centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl
2.10,11).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do
Novo Testamento. 1 ed. RJ: CPAD, 2007.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS
1.
Explique os fenômenos da transfiguração descritos nos evangelhos.
R. A
transfiguração, aponta claramente para a divindade de Jesus, mostrando que Ele
era o Messias esperado.
2. De
que forma pode ser explicadas as aparições de Moisés e Elias no evento da
transfiguração?
R. Podemos
entender que a presença de Moisés tem uma função tipológica, isto é, a sua
missão apontava para Jesus Cristo, assim como a função de Elias estava
relacionada à escatologia.
3. Como
o fenômeno da transfiguração demonstra que Jesus era de fato o Messias
esperado?
R. Serviu
para mostrar que João, o batista, era o Elias profetizado, e que, portanto, o
seu aparecimento era uma prova incontestável de que Jesus era o Messias
esperado.
4. Como
D. A. Carson observa a profecia referente a Elias?
R. A
exaltação do Messias revelado na transfiguração, conforme lembrou
posteriormente o apóstolo Pedro (2 Pe 1.16-19), era uma prova inconteste da
veracidade da mensagem da cruz.
5.
Comente, com suas palavras, sobre a exaltação do Messias.
R. Resposta
pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Embora a transfiguração fosse sem dúvida uma
maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era
também uma poderosa manifestação da natureza do reino que o nosso Senhor
pretendia estabelecer com a sua morte”.
[...] A chave para entendermos o pretenso
significado da transfiguração é encontrada em Marcos 9.2, na frase ‘seis dias
depois’. O que havia acontecido antes dos seis dias? Jesus havia falado sobre a
sua cruz e depois a glória, e feito uma promessa específica: ‘Em verdade vos
digo que, dos que aqui estão alguns há que não provarão a morte sem que vejam
chegado o Reino de Deus com poder’ (Mc 9.1).
Não é costume de Marcos indicar um preciso
relacionamento entre os eventos. “A frase ‘seis dias depois’ faz íntima ligação
entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição
— e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam o Reino de Deus com
poder” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.115).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação
visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia
exibido sua glória, já o havia reconhecido através dos olhos da fé (Mc 8.29)”.
Porém não haviam reconhecido a natureza do seu reino: não entendiam a
implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.
Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa
transformação, eles viram ‘o Reino de Deus com poder’ (Mc 9.1). Eles viram
Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente
com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira
transfiguração — uma transformação revolucionária do estado de um ser para
outro. Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a glória e o poder de
Deus. É isso que a transfiguração redefine o reino para seus discípulos.
Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier ‘com
poder’, a característica marcante desse reino não serão exércitos de anjos
marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de
mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus. “O reino,
pelo menos até à volta de Jesus, consistirá em transformação, e não nas
conquistas que eles desejavam” (RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.115).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Elias no Monte da Transfiguração
Bíblia nos diz que Elias foi levado aos céus em um
redemoinho (2 Rs 2.11). Assim terminaram os dias de um dos grandes profetas que
Israel conheceu. Mas a história das participações de Elias na história sagrada
não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos depois,
como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus.
Seu ministério causou tanto impacto em Israel que
Deus disse que o profeta que precederia o Senhor Jesus viria no espírito e
poder de Elias: “Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração
foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de
João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque
será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio
do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos
de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de
Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência
dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.13-17).
Vamos levar em conta aqui que a expressão “no espírito e virtude de Elias” não
tem qualquer vínculo com doutrinas espíritas, como algumas pessoas alegam, pois
Elias foi arrebatado vivo aos céus.
Após o evento, a ninguém viram, senão a
Jesus. Durante a transfiguração, os discípulos mais
próximos do Senhor viram Elias e Moisés com o Senhor. Ao passo que Moisés era a
confirmação da Lei de que Jesus era o Messias de Deus, Elias trouxe a
representação dos profetas para confirmar igualmente a pessoa de Jesus como o
Filho de Deus. Após a transfiguração, os discípulos não viram mais nem a Moisés
nem a Elias, somente Jesus. Nenhum evento, por maior que seja ou mais
pirotécnico que venha a ser, pode deixar de, ao final, mostrar que apenas Jesus
permanece conosco. Os discípulos ficaram deslumbrados com a presença de Elias e
Moisés, mas logo perceberam que eles foram embora, e que apenas Jesus ficou.
Todas as coisas que temos, sejam posses, sejam dons, devem espelhar Jesus, e
mesmo quando essas coisas se forem, devemos mostrar Jesus às pessoas. Mesmo em
eventos cristãos, celebridades podem comparecer, mas não podem substituir a
presença de Cristo nem no culto nem em nossas vidas. Ao fim de tudo, que
possamos ver unicamente a Jesus, como os discípulos também o viram.
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