sábado, 2 de março de 2013

Lição 9 CPAD - 1° Trimestre 2013

 
Lições Bíblicas CPAD
 
Lição 9: Elias no Monte da Transfiguração
 




TEXTO ÁUREO: E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele(Mt 17.2,3).

VERDADE PRÁTICA: O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.

 OBJETIVOS:

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.

Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias.

Conscientizar se de que Jesus era o Messias esperado.

 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introdução da lição escreva a seguinte indagação no quadro de giz: “O que foi a transfiguração?”. Ouça os alunos com atenção, faça as considerações que achar necessárias. Conclua explicando que a transfiguração foi na verdade uma rápida demonstração da glória de Jesus Cristo, o Rei dos reis. A divindade de Jesus foi revelada no Monte da Transfiguração. Os discípulos que ali estavam puderam ver o Verbo que se fez carne. Ele é Deus. Infelizmente, na atualidade, muitos não creem mais na divindade de Jesus, por isso, enfatize que Jesus foi cem por cento homem e cem por cento Deus. Sua glória foi manifestada em plena humanidade!

 

INTRODUÇÃO:

Palavra Chave: Transfiguração: Mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência.

O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária!

O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré, Jesus. E não mais Elias, Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal.

 

I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO

1. Transfiguração.

O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: “o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz” (Mt 17.2).

A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.

2. Glória divina.

Mateus detalha que durante a transfiguração “uma nuvem luminosa os cobriu” (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração (Mt 17.1,2).

 

II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO

1. Tipologia.

No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: “Escutai-o” (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se referia ao Profeta que viria depois dele: “O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.

2. Escatologia.

Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias. O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: “E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3.1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.

 

III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO

1. O Messias esperado.

Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).

Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição, João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.

2. O Messias rejeitado.

 O texto de Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a sentença: “Seis dias depois” (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que “seis dias” é outra forma de dizer: “uma semana depois”. De fato, o texto paralelo de Lucas fala de “quase oito dias”, isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.

 

IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO

1. Humilhação.

Os intérpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente a Elias falava de “restaurar todas as coisas” (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11).

2. Exaltação.

Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra-se dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2 Pe 1.16,17).

 

CONCLUSÃO

Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus — o Cristo Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl 2.10,11).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed. RJ: CPAD, 2007.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. Explique os fenômenos da transfiguração descritos nos evangelhos.

R. A transfiguração, aponta claramente para a divindade de Jesus, mostrando que Ele era o Messias esperado.

2. De que forma pode ser explicadas as aparições de Moisés e Elias no evento da transfiguração?

R. Podemos entender que a presença de Moisés tem uma função tipológica, isto é, a sua missão apontava para Jesus Cristo, assim como a função de Elias estava relacionada à escatologia.

3. Como o fenômeno da transfiguração demonstra que Jesus era de fato o Messias esperado?

R. Serviu para mostrar que João, o batista, era o Elias profetizado, e que, portanto, o seu aparecimento era uma prova incontestável de que Jesus era o Messias esperado.

4. Como D. A. Carson observa a profecia referente a Elias?

R. A exaltação do Messias revelado na transfiguração, conforme lembrou posteriormente o apóstolo Pedro (2 Pe 1.16-19), era uma prova inconteste da veracidade da mensagem da cruz.

5. Comente, com suas palavras, sobre a exaltação do Messias.

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“Embora a transfiguração fosse sem dúvida uma maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era também uma poderosa manifestação da natureza do reino que o nosso Senhor pretendia estabelecer com a sua morte”.

[...] A chave para entendermos o pretenso significado da transfiguração é encontrada em Marcos 9.2, na frase ‘seis dias depois’. O que havia acontecido antes dos seis dias? Jesus havia falado sobre a sua cruz e depois a glória, e feito uma promessa específica: ‘Em verdade vos digo que, dos que aqui estão alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder’ (Mc 9.1).

Não é costume de Marcos indicar um preciso relacionamento entre os eventos. “A frase ‘seis dias depois’ faz íntima ligação entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição — e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam o Reino de Deus com poder” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.115).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia exibido sua glória, já o havia reconhecido através dos olhos da fé (Mc 8.29)”. Porém não haviam reconhecido a natureza do seu reino: não entendiam a implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.

Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa transformação, eles viram ‘o Reino de Deus com poder’ (Mc 9.1). Eles viram Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira transfiguração — uma transformação revolucionária do estado de um ser para outro. Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a glória e o poder de Deus. É isso que a transfiguração redefine o reino para seus discípulos. Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier ‘com poder’, a característica marcante desse reino não serão exércitos de anjos marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus. “O reino, pelo menos até à volta de Jesus, consistirá em transformação, e não nas conquistas que eles desejavam” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.115).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Elias no Monte da Transfiguração

Bíblia nos diz que Elias foi levado aos céus em um redemoinho (2 Rs 2.11). Assim terminaram os dias de um dos grandes profetas que Israel conheceu. Mas a história das participações de Elias na história sagrada não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos depois, como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus.

Seu ministério causou tanto impacto em Israel que Deus disse que o profeta que precederia o Senhor Jesus viria no espírito e poder de Elias: “Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.13-17). Vamos levar em conta aqui que a expressão “no espírito e virtude de Elias” não tem qualquer vínculo com doutrinas espíritas, como algumas pessoas alegam, pois Elias foi arrebatado vivo aos céus.

Após o evento, a ninguém viram, senão a Jesus. Durante a transfiguração, os discípulos mais próximos do Senhor viram Elias e Moisés com o Senhor. Ao passo que Moisés era a confirmação da Lei de que Jesus era o Messias de Deus, Elias trouxe a representação dos profetas para confirmar igualmente a pessoa de Jesus como o Filho de Deus. Após a transfiguração, os discípulos não viram mais nem a Moisés nem a Elias, somente Jesus. Nenhum evento, por maior que seja ou mais pirotécnico que venha a ser, pode deixar de, ao final, mostrar que apenas Jesus permanece conosco. Os discípulos ficaram deslumbrados com a presença de Elias e Moisés, mas logo perceberam que eles foram embora, e que apenas Jesus ficou. Todas as coisas que temos, sejam posses, sejam dons, devem espelhar Jesus, e mesmo quando essas coisas se forem, devemos mostrar Jesus às pessoas. Mesmo em eventos cristãos, celebridades podem comparecer, mas não podem substituir a presença de Cristo nem no culto nem em nossas vidas. Ao fim de tudo, que possamos ver unicamente a Jesus, como os discípulos também o viram.

 

 



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