sábado, 24 de agosto de 2013

Lição 9 CPAD - 3° Trimestre 2013

 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
 
Comentarista: Elienai Cabral
 
 
Lição 9: Confrontando os Inimigos da Cruz de Cristo


 
TEXTO ÁUREO: Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18).

VERDADE PRÁTICA: A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Filipenses 3.17-21.
17 - Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.

18 - Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.

19 - O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas.

20 - Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,

21 - que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.

INTERAÇÃO

No capítulo três da Carta aos Filipenses, Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes, denominados pelo apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Estes apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não conheciam a cruz de Cristo. Todavia, Paulo chama a atenção não somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os inimigos da cruz de Cristo.

OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo.

- Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo.

- Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para a apresentação do tópico II da lição sugerimos que o quadro abaixo seja reproduzido de acordo com as suas possibilidades. Divida a turma em grupos e distribua cópias e canetas. Em seguida faça as seguintes indagações: “Quem são os inimigos da cruz de Cristo?”; “Como combater estes inimigos?”. Ouça a todos com atenção e em seguida peça que em grupo preencham o quadro. Reúna novamente os grupos. Solicite que mostrem o quadro completo e discuta com os alunos as respostas. Conclua enfatizando que para identificarmos e combatermos os inimigos da cruz de Cristo precisamos conhecer a Palavra de Deus e perseverar na doutrina dos apóstolos.



INTRODUÇÃO 

Palavra Chave: Inimigos: Na lição são os judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo.

Das advertências de Paulo à igreja em Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos falsos cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato, inimigos da cruz de Cristo.


I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)

1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a).
Quando Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso num tempo em que estamos carentes de referências ministeriais.

2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b).
O texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais Timóteo e Epafrodito, que eram referências para as suas comunidades. O apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os fiéis e aprenderem uns com os outros objetivando a não se desviarem da fé.

3. Tendo outro estilo de vida.
Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”, reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou!

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

 Todo crente, obreiros ou não, tem livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.

II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)

1. Os inimigos da cruz (v.18).
Depois de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co 6.12). Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica. Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava erroneamente que a matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23).

2. “O deus deles é o ventre” (3.19).
O termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17).

3. “A glória deles” (3.19).
Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a perdição eterna.

O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8; Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios (Ap 20.11-15).

 SINOPSE DO TÓPICO (II)

 Paulo conclamou a igreja a resistir os inimigos da cruz de Cristo, mesmo que com lágrimas. Estes inimigos tinham como objetivo principal minar a fé dos irmãos.

III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)

1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20).
Os inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do império à Itália”.

O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos (v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com poder e glória, para arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade celeste, a Nova Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11).

2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21).
O estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito.

A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23; 1Co 15.42-54).

3. Vivendo em esperança.
Vivemos tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa (Ap 7.17; 21.4).

 
 SINOPSE DO TÓPICO (III)

 À semelhança de Paulo precisamos ter a confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.

CONCLUSÃO
Precisamos estar atentos, pois muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir, sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança em nosso coração.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS

1. O que Paulo pretendia ao pedir que os filipenses o imitassem?
R. Paulo pretendia mostrar que a verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada.

2. O que a dualidade entre “clero” e “leigos” remonta?
R. Remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela.

3. O que significa o termo “ventre” empregado por Paulo?
R. O termo “ventre” tem um sentido figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais.

4. A exemplo dos cidadãos romanos que honravam a César, quem os filipenses deveriam honrar?
R. Os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial.

5. O teu coração está seguro em Deus? Há esperança em você?
R. Resposta pessoal.



AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico

Cidadania e unidade celestial”.
A visão cósmica e apocalíptica de Paulo da realidade é enfatizada pelo conceito de cidadania celestial do crente (3.20). Em Filipenses 1, esse conceito vem à tona no verbo politeuesthe (‘viver como cidadão’). Seu cognato, politeuma (‘nação; comunidade’), aparece no capítulo 3 de Filipenses. O termo sugere relação com polis (‘Cidade-estado’), isto é, a nova comunidade de Cristo, cuja origem é o céu. Por isso, Paulo escreve: ‘Nossa nação [cidadania] está no céu’ (3.20). Paulo afirma que esta cidadania existe hoje; não é apenas uma esperança futura. O termo, como tal, expressa uma orientação e uma identidade fundamentais dos crentes.

[...] Filipenses 1.27-30 apresenta o ponto de que a vida do crente deve ser digna dessa origem; ela deve ser digna de sua relação com o evangelho de Cristo. Isso quer dizer que se deve perseguir a união, enquanto a comunidade permanece unida ‘num mesmo espírito’ (v.27) no evangelho. Na verdade não é mais necessário temer os oponentes, embora o chamado para essa nova comunidade seja para crer e para sofrer. Os filipenses, ao se entregar a esse chamado, compartilhariam a mesma luta (agõna) que Paulo empreende, e, por essa razão, eles teriam comunhão com ele e demonstrariam sua união com ele e com Cristo em humilde serviço (1.29 — 2.11)” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008. p.362).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico
“Uma advertência solene” (Fp 3.17-19)
Nos versos 1-4, Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico, a saber, o legalismo, que é submeter a vida à escravidão das leis de Moisés. Nos versos 17-21, adverte-os contra o perigo do lado pagão, a saber: a frouxidão moral.

‘Sede meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós’ (cf. 1Co 11.1. Rm 16.17). O que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu — próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar com o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude diferente. São ‘inimigos da cruz de Cristo’, não por causa de qualquer hostilidade da parte deles, mas por causa das vidas que vivem. Interessam-se mais em satisfazer os seus apetites do que servir a Deus (‘o deus deles é o ventre’) e jactam-se das liberdades que tomam na licenciosidade e vidas impuras (2Pe 2.19). ‘Só pensam nas coisas terrenas’ — alegam estar no caminho do Céu, mas amam as coisas mundanas; ‘o destino deles é a destruição’. Contraste com o verso 14” (PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998, pp.141-42).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Confrontando os inimigos da Cruz

Agora Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia os enfrentado noutras ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil identificar os inimigos da cruz, propriamente dito, na carta de filipenses. Mas pelo teor do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma perspetiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as identidades mais aceitas.

Os assuntos que Paulo trata com os filipenses não são novos, ele havia tratado desses mesmos assuntos em ocasião anterior (3.1). Mas nesta seção ele se “desespera” só de imaginar a possibilidade de os filipenses entrarem em contato com tais ensinos. A sua preocupação é que a igreja de Filipos, recém formada, enverede pelo caminho do legalismo ou da libertinagem. Ambos são frontalmente contrários a natureza genuína do Evangelho.

A expressão “O deus deles é o ventre” denota aqueles que adoram a carne através das práticas sensuais desenfreadas. Eles viviam o aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade “comamos e bebamos que amanhã morreremos”. Esta postura visava destruir o Evangelho e todo o progresso dele na vida dos filipenses. Além de sensuais, os falsos mestres invalidavam a suficiência da Cruz de Cristo com suas atitudes degradantes e sem quaisquer escrúpulos. Paulo diz que para eles, não há outro destino, se não, o da perdição eterna.

Por isso o apóstolo dos gentios conclama aos filipenses a não darem ouvidos para esses falsos ensinamentos, ainda que apareçam de maneira lisonjeira. Paulo não exita de lembrá-los que a esperança cristã está nos céus, esperando o Salvador, Jesus Cristo. O discípulo do Mestre Amado não pode viver como se Deus não existisse. O crente tem uma promessa: “[Deus] transformará o nosso corpo abatido”. Ainda que vivamos tempos trabalhosos e difíceis, o nosso coração deve estar seguro em Deus, confiante em sua promessa de que um dia Ele restaurará todas as coisas. O que sofremos hoje não se compara com a glória que em nós, o povo de Deus, há de ser revelada (Rm 8.18).
 
 
 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lição 8 CPAD - 3 Trimestre 2013

 
Lições Bíblicas CPAD / Jovens e Adultos
 



Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja

Comentarista: Elienai Cabral

TEXTO ÁUREO: Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus(Fp 3.14).

VERDADE PRÁTICA: A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.

 INTERAÇÃO

Temos visto, na sociedade atual, muitos cristãos lutando arduamente pela conquista de bens materiais, fama, prestígio e poder. As pessoas querem, a todo o custo, serem VIPs. Logo, é urgente a que venhamos refletir a respeito da verdadeira ambição do cristão. Cremos que o desejo maior do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. De que adianta ter todos os bens nesta terra, ser VIP, ter prestígio e no fim de tudo não desfrutar da vida eterna com Cristo? O que é mais precioso para o cristão? Sigamos o exemplo de vida do apóstolo Paulo. Seu alvo era a pessoa de Jesus Cristo. Seu ideal e sua aspiração consistiam em conhecer mais do Mestre. Que Jesus Cristo seja o nosso maior alvo até que venhamos ouvir: “Bem está, servo bom e fiel”.

 OBJETIVOS: Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Compreender qual era a verdadeira aspiração do apóstolo Paulo.

- Analisar a maturidade espiritual dos filipenses.

- Conscientizar-se a respeito da verdadeira aspiração cristã.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a lição faça a seguinte indagação: “Qual deve ser a maior aspiração do crente?”. Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida leia o texto áureo e explique que como cristãos o nosso alvo maior deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus, a nossa salvação. Precisamos nos esforçar para conhecer mais de Cristo e em tudo agradá-lo. Conclua enfatizando que à medida que passamos a ter um relacionamento maior com Jesus, somos aperfeiçoados e nos tornamos aptos para realizarmos as boas obras.

Palavra Chave: Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual; sonho, ambição.

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era somente um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp 3.8,10). Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de Jesus exige labor e disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma recompensa (Fp 3.14-17).
 
 
I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1. “Prossigo para o alvo”.
Para participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço, dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em Jesus. Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o tempo, na dependência do Senhor.
2. O sentimento de incompletude de Paulo.
Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca corria sem meta (1Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar disposto a avançar para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que confiava em Deus. E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda teria grandes desafios em seu ministério. Sua força estava em Deus. Eis porque venceu grandes lutas e foi fiel até o fim. Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer-se das coisas que atrás ficam” (v.13).
3. O engano da presunção espiritual.
Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim, reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou meio (1Co 9.24; Gl 6.9).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em Jesus.
 
II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)?
O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do benefício da obra perfeita de Cristo no Calvário, todos nós já alcançamos tal “perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no Espírito, isto é, não confiando na carne (3.3).
2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16).
Quando Paulo diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir. Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).
3. Exemplo a ser imitado (3.17).
Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (Fp 2.17). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.17). Como obreiro de Deus, Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).
III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino.
O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores. Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima comunhão com Deus (Fp 3.12).
2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual.
Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
3. Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã.
Paulo era um sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil ser fiel a Deus. Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de Deus (Fp 2.17). Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias (2Tm 3.12). Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
CONCLUSÃO

Toda a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo fazia para agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da Galileia. Por isso, o apóstolo podia declarar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vive-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.

EXERCÍCIOS

1. Que analogia o apóstolo Paulo usa para ilustrar que o crente precisa se esforçar para conhecer mais a Jesus Cristo?

R. Paulo utiliza a analogia do atletismo.

 
2. O que reivindicavam os mestres do gnosticismo?

R. Os mestres do gnosticismo reivindicavam serem iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver.

 
3. Qual o sentido do vocábulo “perfeito” empregado por Paulo?

R. O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”.

 
4. O que significa a expressão “andemos segundo a mesma regra”?

R. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir.

 
5. Qual o alvo da sua vida?

R. Resposta pessoal.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“‘[...] Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus’ (3.14). Prossigo é tradução da mesma palavra grega que ocorre no versículo 12 (‘prossigo’) e no versículo 6 (‘perseguidor’). Significa literalmente ‘perseguir’, ‘ir ao encalço de’. Paulo está perseguindo o prêmio em Cristo com a mesma determinação, liberdade de pesos estorvadores e empenho incessante, com que ele perseguira a igreja anteriormente [...].

O significado de alvo (skopon) é incerto. Pode indicar a linha de chegada para qual o corredor corre, ou propósito definido com o que ele corre. De acordo com a última opção, supunha-se que o corredor seguisse uma linha branca que indicava a trajetória da corrida do ponto de partida à meta. Se pisasse fora da linha, ele não estaria correndo de acordo com as regras, não sendo coroado mesmo que chegasse em primeiro lugar. Prêmio sugere a coroa ou troféu (1Co 9.24). Soberana vocação é, literalmente, ‘chamado superior’. O cristão é chamado ‘do alto’ ou de cima (Hb 12.2). “Este chamado é de Deus em Cristo Jesus, que ao término da corrida dirá: ‘Bem está, servo bom e fiel’” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 9. RJ: CPAD, 2006, p.271).

 AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“A Santa Ambição”

Ganhar a Cristo. Paulo considera os seus privilégios anteriores como refugo, ou lixo. Todas as coisas juntas são lixo e escórias comparadas com o único desejo de Paulo: ganhar o próprio Cristo. O que significa ganhar a Cristo? Significa estar em comunhão com Ele e ter a sua presença na alma. Significa ser vinculado a Ele como nossa Cabeça, ser enxertada nEle como nossa Videira (Jo 15.1), ser casado com Ele como nosso Noivo (2Co 11.2), ser edificado sobre Ele como nossa Pedra Fundamental. Ser achado ‘em Cristo’ é estar sob o seu controle, cuidado e proteção.

Possuir a retidão de Deus. Quando Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para Damasco, ficou convicto de que era um pecador e que a sua justiça própria não passava de trapos imundos (Is 64.6), insuficiente para vestir a alma diante do olhar de Deus, que a tudo perscruta. O Senhor, porém, lhe deu uma justiça que aguentaria o teste da eternidade — a justiça de Deus imputada à pessoa que realmente confia em Cristo para a salvação. Somos considerados justos porque o nosso Representante é justo.

Conhecer a Cristo. ‘Para conhecê-lo’. Paulo não fala aqui de conhecimento intelectual, mas sim, em conhecimento baseado na experiência. Há uma grande diferença entre realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle. “Assim como se sabe o gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a Cristo ao recebê-lo” (PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998, p.138).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A suprema aspiração do crente

No capítulo três, após o apóstolo Paulo enviar o obreiro Epafrodito à Filipos, ele abre esta seção destacando a seguinte frase: “Resta, irmãos meus, que regozijeis no Senhor”. O tema da alegria está implícito em toda a epístola. Um dos motivos de Paulo redigir esta carta é o sentimento nobre de alegria do apóstolo em relação aos crentes filipenses, pois estes o amavam demonstrando atos de amor. A alegria do Senhor dominara o coração do apóstolo. Por isso ele convoca os filipenses a se alegrarem no Senhor, pois apesar de tudo 8 da prisão, da perseguição e do sofrimento H o Evangelho está sendo pregado e o relacionamento de amor entre o apóstolo e a Igreja estava intensificando-se. Mas os filipenses devem se prevenir do ensino judaizante para preservar esta alegria.

Este ensino era poderoso para enterrar o regozijo do Espírito e despertar um assombroso e obscuro sentimento de tormento. Não por acaso, o apóstolo dá uma ordem imperiosa: “guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”. Estes pregavam ainda a antiquada interpretação distorcida da doutrina mosaica, ignorando a decisão apostólica registrada em Atos 15. O apóstolo ficava enciumado pela capacidade desses falsos mestres transformarem a mensagem libertadora de Jesus numa sentença aprisionadora judaica. Para a alegria verdadeira imperar nos corações dos filipenses, estes, por sua vez, deviam se prevenir dos ensinos judaizantes e encarnar nas suas vidas não a circuncisão da carne, mas a do coração.

A circuncisão do coração não deixa marca física, não confia na carne, mas depende do Espírito exclusivamente. O crente circunciso de alma e coração sabe exatamente o valor e a suficiência do calvário. Neste, ele tem a certeza de que os seus pecados passados foram perdoados, em Cristo Jesus, o nosso Senhor. Os presentes e futuros estão e serão perdoados pela suficiência do sacrifício de Cristo. A consciência do discípulo é tocada pelo Espírito, pois a lei do Senhor não está registrada apenas num papel, mas na mente e no coração do crente. Esta é a certeza da fé que gera alegria no coração do discípulo. Assim, o discípulo deve ficar longe dos ensinos legalista que roubam esta certeza de vida em Cristo Jesus.

Não há nada no céu ou na terra que posa subjugar a alegria do crente quando este se acha completamente entregue a suficiência do Calvário. “Regozijai-vos sempre”, diz o apóstolo.